Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 13
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

- Levando pedradas em 3, 2, 1....
CALMA CALMA CALMA! EU TÔ COM TRÊS FANFICS EM ANDAMENTO E UM LIVRO! TRABALHO, ESTUDO, FAÇO CURSO E TENHO FILHO PRA CRIAR, TAVA DIFÍCIL! Maaaaaaaaaaaaaaaaaas aqui está o capítulo lindo e belo esperado por muitas leitoras. Acaba aqui. Não fanfic, claro, mas os segredinho. Hehe' Vou calar a boca para não fazer spoiller.
Quero agradecer à todas as leitoras de "Vigaristas" que leram meu review e me deixaram MP's, principalmente à Yas e à autora, a Taís.
Agradeço também às meninas que deixaram recomendações nas minhas outras fanfics e peço à estas daqui RECOMENDEM, LINDAS! ISSO FAZ BEM PARA A AUTO ESTIMA DA AUTORA!

Sem mais, aqui vai! Apreciem sem moderação!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300915/chapter/13

Respirei fundo, com os olhos fechados, e inspirei. Foi como tirar um ar que estivesse preso dentro de mim desde o dia em que descobri mina gravidez. Eu acabara de dizer à mamãe que estava grávida. Mal podia acreditar. A adrenalina no meu corpo foi tão forte que tive que me sentar na calçada na rua para não cair, pois sabia que minhas pernas vacilariam se ficasse em pé por mais um minuto.

Estava acabado os dias de agonia e mentiras deslavadas. Depois dela, teria que enfrentar Naruto. Sei que deveria termer mais meus pais, entretanto sei que eles me darão assistência independente do que for, eles são meus pais, me amam, ou pelo menos agem como se me amassem muito. Não entendia o por quê de toda aquela confiança de repente, mas sabia que me fazia bem, meu coração já pulava com menos fervor dentro do meu peito e eu sentia que aos poucos ia reconquistando a habilidade de respirar normalmente.

Eu tinha um medo absurdo de contar ao Naruto. Com ele não tem essa de mandar por mensagem de texto, tinha que ser cara a cara. Como olhar nos olhos do homem que eu amo e dizer “estou grávida, mas não é de você”? Claro que, a partir do momento que ele souber que estou grávida, ele vai saber que não é dele. O máximo que Naruto chegou a avançar comigo foi uma mão boba na bunda que não ficou lá por mais de três segundos.

Meu celular vibrou.

“Se isso for uma brincadeira, saiba que não tem a menor graça!”

E segundos depois vibrou novamente.

“Se não for, não saia de casa”

Fo-deu.

Olhei para um lado, olhei para o outro. Comecei a temer minha mãe. Talvez a conversa com Naruto não fosse assim tão ruim, afinal, Naruto não ia me bater, ia?

Não ousem pensar que ele iria, pelo amor de Deus, isso é um pecado injurioso contra o meu loiro angelical, nunca encostou a mão em ninguém, pobrezinho, quanto mais em mim, sua namorada que tanto o ama e sabe a recíproca é verdadeira.

-Sakura! –Papai me chamou de dentro de casa. Será que mamãe gostou tanto assim da idéia da mensagem de texto que resolveu avisar meu lindo papai que a filhinha mais velha e doidinha dele estava prenha?

-Sim, papai. –Entrei em casa.

-Pensei que tinha saído. –Disse e voltou-se para o jornal. –Sua mãe me disse alguma coisa sobre não deixar você sair…

-É, eu sei.

-O que aprontou? –Engoli um seco.

-Eu ou ela? –Enrolei.

-Não sei. Por que está de castigo?

-Não estou. Ela de certo pediu para eu ficar em casa por causa do Aidou. –Meu pai ergueu ambas as sobrancelhas num gesto de entendimento, nem sequer levantou o olhar para mim novamente.

-Como estão os braços? –Perguntou me pegando de surpresa. Olhei meus punhos cobertos pelos curativos, tentando imaginar como deveriam estar sob o revestimento de gases. Dei os ombros. –Disseram-nos que foi profundo. –Continuei em silêncio, não queria falar sobre aquilo e sabia que papai também não. Com certeza ele foi instruído pelos psiquiatras a tentar me envolver nisso, para quem sabe com ele eu revelar coisas que não revelo na clínica. Já sabia exatamente como hospitais psiquiátricos funcionavam. –Filha. –Olhei para ele. –O que você sente quando…

-Pai, não precisamos falar disso. –O interrompi.

-Eu só queria entender… -A essa altura seu jornal já estava na mesa e ele me olhava de um jeito estranho. –Você se machuca. Não dói fazer isso consigo mesma?

-Não sinto dor. –Ele me olhou descrente. –Pelo menos não essa dor que o senhor se refere. –Ele suspirou e puxou a cadeira ao seu lado para eu me sentar.

-Há muito tempo deveríamos ter essa conversa, mas eu sempre estou viajando e ultimamente você estava tão bem… Imaginei nunca precisar te perguntar isso. –Ele não me olhava nos olhos, parecia evitá-los. –Eles me culpam… -Estava embargado na própria voz. –Talvez eu não tenha sido um bom pai, não tenha sido muito presente… Tem a questão das mudanças e tudo mais… Saiba que sempre tive a melhor das intenções, Sakura. Você é minha filha mais velha e eu te amo.

-Eu também pai.

-Só queria saber se é por minha causa. –Revelou já demonstrando fraqueza na sua voz.

Queria descrever esse episódio com mais frieza, pois minha serenidade naquele momento era fora do normal. Eu acabara de dizer à mamãe que estava grávida e estava tendo uma conversa que nunca tive com o papai, ainda assim, estava sob controle. Papai, como ele mesmo assumiu, foi um pouco ausênte e frio, tanto em relação à mim quanto à Reira, mas eu não o culpava. Acho que tudo começou vir à tona depois que me envolvi com meu primo Sasori e isso não tem absolutamente nada a ver com papai, não posso culpá-lo por um erro que eu cometi. Me sinto péssima por ser a causa de sua culpa e dos seus gastos com remédios e sessões de terapia, das suas brigas com mamãe e das suas faltas no trabalho, etc. Sabia que não deveria pensar dessa forma, Shizune me instruiu para ter pensamentos positivos e a culpa não tem espaço nessa categoria, mas infelizmente, o deslize de pensar em algo como na dor do meu pai desencadeava as mais deprimentes sensações em mim.

Me sentia um fardo.

Mamãe me tirou daqueles pensamentos. Ouvi o som do seu carro encostando em frente de casa e de repente meu coração ficou acelerado. Agora com a verdade tão perto, me desesperei, desejei fugir, mas não tinha jeito. Estava com medo.

Medo.

-Pai… -Comecei. –Tenho algo para te dizer. –Ele voltou a me olhar. A porta foi aberta e fechada e a casa foi invadida pelo som dos seus saltos ecoando no assoalho. Me virei para olhá-la: ela tinha os lábrios crispados, a expressão toda rígida e as veias aparentes no pescoço e nos braços desnudos. Me olhava como se eu fosse uma judia e ela o Hittler, era assustador como sua feição de boa mãe dona de casa desaparecia nesses momentos de ódio. Papai percebeu e quando tencionou abrir a boca para perguntar o que ela tinha, mamãe o impediu com um simples gesto com a mão.

Ostentou os olhos sobre mim o tempo todo.

-Comece. –Ordenou me fuzilando com o olhar.

-Eu ao menos posso saber por que está tão furiosa? –Papai perguntou confuso.

-Ela vai te contar. –Mamãe disse com os olhos lacrimejando. –Vai, Sakura! –Engrossou a voz. Abaixei o olhar e busquei em mim mesma todas as infinitas respostas que projetei para aquela pergunta que a todo momento eu sabia que receberia. Era incrível como a mesma pergunta tinha diversas respostas, como a mesma história possuía uma gama de formas de ser contada.

-Foi na festa do Dia das Bruxas. –Falei com a voz baixa.

-O que houve? –Meu pai já se estressava. Com mais um gesto, minha mãe lhe pediu calma.

-Uma garota colocou algo no meu suco, eu tomei e só me lembro de ficar agitada. –Disse repassando a terrível noite na minha cabeça. –Eu juro que não me lembro de  nada e que só bebi porque era suco, a garota se dizia minha amiga, nunca pensei que ela fosse fazer aquilo…

-Peraí, você foi drogada? –Meu pai perguntou indignado, minha mãe ainda rija, prestava atenção em tudo. Eu meneei a cabeça em resposta à papai e continuei.

-Não me lembro de nada do que se seguiu na noite, tudo o que tenho são relatos de quem estava na festa, fotografias e vídeos.

-Deixe-me ver se entendi: você foi em uma dessas festinhas de adolescente, foi drogada e não lembra de nada do que aconteceu? –Papai perguntou.

-Acordei ao lado de um menino… -A essa horaminha voz já falhava e as lágrimas que minha mãe segurava já caiam. –Eu… -Respirei. –Eu me sentia suja, estava com dor de cabeça e não sabia o que havia acontecido… Depois me mostraram o vídeo, as fotos… Eu estava euforica, extremamente fora de mim! –Chorava junto com mamãe. –Queria me esconder debaixo das cobertas de tanto nojo que sentia de mim mesma! Queria sumir do mundo de uma vez, mas não podia, eu devia isso para vocês…

-Sakura. –Mamãe segurou minhas mãos. –Por que não nos contou isso quando aconteceu? –Aquela rijidez que sustentava já estava craquelando. No fundo eu deveria saber que mãe que é mãe, quando o filho está certo, não o abandona independentemente da situação.

-Eu tive medo da reação de vocês, vergonha de mim…

-Esses vídeos, fotos… São do que?

-Não me pergunte! –Entendendo minha resposta indireta, papai colocou uma das mãos sobre a boca e fechou os olhos. Mamãe parecia aterrorizada. Com a voz chorosa, eu disse. –Não se espalharam demais, hoje ninguém possui nada.

-Como sabe?

-Pedi para um colega procurar e ninguém na escola tem. –Respondi. –Vocês já foram adolescentes. Com certeza uma polêmica não durou uma década inteira, sempre aparece uma coisa pior para ser discutida e repassada.

-E Naruto, onde esteve enquanto tudo isso aconteceu?! –Mamãe perguntou anunciando sua fúria novamente.

-Esta foi a época em que ele estava com os pais dele durante a cirurgia de sua irmã. –Disse. Havia entendido a pergunta de mamãe. “Por que ele não te protegeu?”, “Ele sabia de tudo o tempo todo e não me contou?”, “Fizeram isso com você e ele não fez nada?”.

-Sakura. –A voz de papai era forte como um trovão, mas baixa, como se ele estivesse contando um segredo. –Eu quero que me diga exatamente quem foram as pessoas que fizeram isso com você.

-Pai… -Vendo que eu ia protestar, ele me lançou o pior dos olhares, ameaçador e profundo, um olhar de puro ódio.

São nesses momentos que percebemos do que os pais são capazes para proteger seus filhos.

-Não vou deixar por isso mesmo! –Olhou para mamãe. –E você, o que faz da vida? Te dou casa, comida, luxo e extras para cuidar da minha família e você deixa isso acontecer?!

-Agora a culpa é minha?! –Exaltou-se. –Eu só queria o melhor para a minha filha! Pela primeira vez em sua vida ela teve amigos que não fossem seus malditos sobrinhos desequilibrados! –Berrou, chorando. Meu pai virou o rosto e respirou fundo enquanto eu abaixei a cabeça, tentando ignorar aquela discussão. Foi bom porque por alguns instantes foi como se eu não estivesse ali, mas ao mesmo tempo ouvir todas aquelas lamúrias sobre meu passado nada agradável me trazia sensações terríveis. Flashs do exato momento em que Sasori e eu fomos descobertos, de cada corrida ao ponto de socorro após estourar os pulsos, nascimento de Aidou, mamãe com outro homem, papai partindo, meus pesadelos, Sasuke comprando a morte do meu bebê, Naruto e eu no meio do nada… -… porque ninguém pede para ter uma filha assim! –Mamãe proferriu isso vociferando. Devia ter dito várias outras coisas do tipo, mas essa última parte não tive como não evitar.

Um dia Reira pediu um irmão para mamãe e papai respondeu “para ser igual à sua irmã?”. Eu não sei como é ser pai de alguém como eu, imagino o quão vergonhoso deve ser, mas sei como é ser filha de um pai como esse, que não aceita sua primogênita do jeito que ela é. Papai nunca viu uma crise minha, pelo menos não das piores, geralmente ocorre quando ele está fora então ele só assiste o resultado das ações, não elas ao vivo. Me pergunto por quê? Eu estou aqui por causa deles, não? Eu sou obra deles, não sou? Por que ao invés de me culpar por isso, não culpam eles mesmos por conceberem uma filha transtornada?

Eles fazem eu me sentir um estorvo.

Continuaram a brigar e empurrar a culpa para Deus e o mundo e quando não pude mais ignorar, disse com a voz rouca por conta das minhas próprias lágrimas:

-Eu fiquei grávida.

-O quê? –Pai… Não podia nem ao menos olhá-lo nos olhos tamanha era a minha vergonha.

O que se seguiu foi torturante. Tudo que se ouvia eram fungadas de narizes e suspiros desesperados por ambos ao meu lado. Ao fundo, Aidou chorava baixinho e mamãe parecia tão absorta que não percebeu, ou não ligou. Percebendo que nenhum dos dois iriam de mover, eu afastei a cadeira da beirada da mesa, susurrando um “licença” e indo acalentar meu irmão, que àquela altura já berrava por alguém. Nenhum dos dois me seguraram, como eu cogitei que fizessem. Me deixaram ir. Cada degrau, era um par de lágrimas fazendo rastro, um misto de vergonha, ansiedade, medo… Inexplicável! Quando surgi no campo de visão de Aidou, vi seu rosto iluminar-se, feliz por me ver, então meu coração se acalmou. Sorri e limpei as lágrimas, sabendo naquele momento que eu era vítima, não deveria me sentir assim tão mau, ainda mais porque o que estava por vim não era morte e sim vida, uma vida pela qual eu seria responsável, que me amaria e diariamente expressaria aquela mesma reação que Aindou tinha em relação à mim.

Foi uma fatalidade? Foi. Que menina de quinze anos deseja ficar grávida, ainda mais de um garoto que não ama, ainda mais por um “estupro”(eu não estava consciênte do que fiz, tanto que não me lembro absolutamente de nada)? Eu precisava ser forte, reagir. O primeiro passo já havia dado, neguei o aborto; o segundo foi este, a revelação aos meus pais, o terceiro e mais difícil, a revelação ao Naruto. Exatamente por esse passo que eu iria tomar que precisava unir forças para encará-lo e dizer que o filho que carrego é do melhor amigo dele.

Perdeu uma namorada e um melhor amigo de uma vez. Qual a sensação?

Eu não tive amigos, nem namorados, mas só de imaginar perdendo Naruto, que é os dois para mim, já me sinto sufocada num receio incalculável, tamanha é a dimensão da dor.

Peguei Aidou no berço e o abracei, molhando seu macacão com minhas últimas lágrimas do dia.

-Seja o que Deus quiser, meu filho.

E Aidou sorriu.

.o0o.

2 semanas depois

-Você tem mensagens. Pressione ‘1’… -Pressionei, receosa, e comecei ouvir enquanto me arrumava. –“Sakura, minha mãe tá perguntando se você vai jantar aqui hoje. Me liga.”; “Sakura, você vai vir? Atende o celular!”; “Sakura, vou passar aí amanhã de manhã, beijo, te amo!”; “Danone!!! É o Lee, tô ligando do número do meu pai, quero saber se você vai colar na casa do Shikamaru para dar aquelas aulas de trigonometria pra gente. Avisa se vier!”; “Acho bom você dar as caras e tirar logo essa criança porque eu não vou criar ninguém, entendeu? Seu pai já veio atrás de mim, dá seu jeito! Eu…” –Pulei para a outra mensagem. –“Hey… Humm… Meu pai me disse que você tá no hospital internada e não pode receber visitas. Não sei como isso aconteceu, nem se você tá com o telefone, sei lá, eu queria dizer que te amo e que vou estar aqui esperando você sair, Danone. Beijo.” –Uma lágrima e aperto o botão para ouvir a próxima mensagem. –Caixa de mensagens cheia. –Apaguei todas e quebrei meu chip como meu pai mandou. Fiquei alguns minutos chorando, imaginando o Naruto dia e noite com o telefone tentando falar comigo sem obter resposta, vinha em casa e não tinha ninguém, depois foi descobrir que eu estava no hospital internada.

Se eu te contar o que aconteceu naquele fim de tarde há duas semanas você simplesmente vai ficar confuso. Não vou detalhar, mas o principal vocês devem saber. Papai e mamãe, apesar de tudo, sabem a filha que têm. Quando desci com Aidou nos braços eles me abraçaram e disseram que passaríamos por isso juntos. Somos católicos, então aborto é uma palavra inexistente em nosso vocabulário, o que faz da gravidez ser algo definitivo, sem volta. Eu iria ter o bebê e eles acataram isso. Entretanto, tinhamos que ter um plano para curto e longo prazo, afinal, eu já estava com dois meses, minha barriga não iria esperar eles tomarem uma decisão. Depois de alguns dias, mamãe teve uma idéia, a pior idéia ao mesmo tempo mais brilhante que ela teve na vida. Foi triste. Assim que ela anunciou, senti uma forte tontura e pensei que fosse cair ali no meio da sala, já não podia confiar nos meus joelhos.

-Podemos ir para a cidade onde está a cede da empresa em que seu pai trabalha e ficarmos lá reclusos até você dar a luz.

-Como assim reclusos? –Perguntei correndo o olhar pelos dois.

-Isoladas do mundo. –Explicou papai.

-Você terá a criança, vai registrar, o maldito do pai também vai registrar –Deu ênfase. -, mas ele será criado como se fosse filho meu. –Eu estava definitivamente passando mal, tonta e com náusea, mas sabia perfeitamente que o que mamãe havia dito não era alucinação.

Estava entre a cruz e a espada, tinha que admitir que a ideia era boa, mas havia mais pontos negativos do que positivos nela. Mamãe estava sacrificando um ano da sua vida por minha causa! E Reira? O Aidou, ela já tinha ele. Não tinha dois anos que havíamos nos mudado para aquela casa e já íamos sair novamente. Agora que estava “participando”, aprendendo a interagir com a sociedade, agora que tinha amigos e um namorado e uma escola e uma psicóloga que embora insista em dizer que é médica é uma pessoa legal, abandonaria tudo para viver em uma cidade a milhas dali, refugiada em uma casinha de madeira, esperando meu bebê nascer.

Eu imaginava que seria difícil meus dezesseis anos prenha, só não imaginava que além disso, viveria como morta.

-Colocamos Reira num colégio católico interno para que ela não se exponha a essa situação.

-Vão esconder dela? –Perguntei sem saber o motivo daquilo.

-Você não escutou o que eu falei?! –Se exaltou. –Não quero colocá-la a par de nada disso! –Acenti. –Seu pai falou com a mãe de Sasuke e com ele, ambos concordaram. Vão nos dar uma quantia mensal para gastos até você ser de maior de se resolver.

-Podemos encarar essa situação ao seu lado, mas eu, particularmente, não vou tirar um centavo do meu bolso para sustentar o filho de um marmanjo! –Se eu fosse meu pai também não faria isso. –Ele vai registrar a criança e vai manter ligação conosco, caso contrário o denuncio pelo que ocorreu naquela festa e por outras insubordinações para com a lei. –Quando meu pai disse isso, vi que a coisa era séria. –Voltaremos para cá no próximo ano, assim que o bebê nascer. Finalmente achamos um lugar a qual nos identificamos, não vamos abrir mão disso por… -Não completou.

Silêncio.

-Perguntas? –Mamãe ergueu uma das sobrancelhas.

-E o Naruto? –Papai passou ambas as mãos pelo rosto e suspirou nervoso. Devia pensar “como ela ainda pensa no namorado quando está nessa situação?”.

-Sakura –Começou cordial. -, estamos fazendo isso tudo justamente para não romper sua relação e a dele. Conversamos com Shizune, Tsunade e outros médicos, eles não concordam com nossa atitude, mas disseram que era importante para você não perder o Naruto, e você sabe muito bem que a partir do momento em que ele souber, as coisas não serão as mesmas. Isso foi crucial para tomarmos uma decisão. –Papai concordou com as palavras da esposa com um gesto de cabeça.

-Estão sugerindo que eu minta para ele?

-Omita. –Corrigiu. –Para o bem de ambos. –Eu discordava… -Em prol dos dois. –Olhei para minha aliança, imediatamente a imagem de Naruto veio em minha mente. –Ou prefere sofrer junto com ele?

-Estamos abrindo mão de quase tudo para não prejudicar tanto a sua vida, Sakura. Pense! –Segurou meu rosto com as palmas àsperas e gigantescas. –Quantos pais fariam isso por uma filha?

A discussão foi longa, mas tudo já estava decidido, embora eu vissemais pontos negativos do que positivos em tudo. Estava com a sensassão de que ia ficar morta por um ano e depois retornar. Eu teria um filho! Não ia voltar a mesma Sakura, fisicamente e psicologicamente falando. Do mesmo modo, não os contextei, não estava em posição, eles queriam apenas me informar do que resolveram, não pedir minha opinião para aprovar sua ideia.

No quinto dia do meu sumiço, papai e mamãe já não achavam mais desculpas para manter Naruto longe de casa, eles não queriam que eu o visse, pois eu poderia me deixar levar ppelas emoções e revelar à ele meu estado. Fomos afastados como Romeu foi afastado de Julieta. A última vez que o vi foi através de uma pequena fresta da cortina, sua postura estava curvada de cansaço e ele estava extremamente nervoso.

Tudo aquilo para evitar seu sofrimento, mas a sua dor já havia iniciado desde quando não apareci no jantar em sua casa.

Reira voltou para casa sábado à noite, na madrugada eu me cortei e no domingo fui internada, deixada numa sala com uma cama, uma tevê, uma mesa com um caderno e um lápis. Só Minato ia me ver, mais ninguém, nem mesmo papai e mamãe. Esse domingo era Ano Novo, passei com um soro na veia e algumas pessoas na sala de espera. Nenhuma delas me veria antes de uma semana. Uma semana que passou como um mês e eu já estava cansada de ficar sozinha com meus pensamentos, eles queriam me matar.

Não sei porque Minato não contou ao Naruto, só sei que ele entrava, fazia o trabalho dele, tentava conversar, se preocupava em saber como eu estava, daí me abraçava, me beijava e sorria. Sorria. Um sorriso sincero, carinhoso… Mas por que? Ele não deveria me odiar? Não devia me achar uma vadia? Esse filho deveria ser seu neto!

-Por que você vem me ver? –Perguntei nervosa durante um dos surtos bipolares. –Por que está aqui? Não está vendo o que sou? Não tem vergonha? –Ele sorria. –Por que me trata assim?

-Estou sendo mau? –Perguntou bem-humorado, me olhando. Eu neguei com a cabeça. –Eu amo meu filho e ele te ama, consequentemente, amo você também.

-Não minta!

-Não minto. Eu mais do que qualquer um sei tudo o que aconteceu naquela noite e depois do ocorrido, como, não me pergunte, só saiba que eu sei. Independentemente de tudo, você é a Sakura e eu gosto da Sakura, entenda isso.

-Mas Minato…

-Não é culpa sua, menina. Coisas ruins a vida nos dá de graça!

-Me desculpe. Me desculpe. –Já chorava.

-Se desculpe. –Sorriu e saiu.

Fui liberada na madrugada. Tudo já estava pronto. Descansei, acordei, tomei café e fiz o que papai me disse, desativei minhas redes sociais, quebrei o chip do telefone e entrei no carro, com moletom, encapuzada para não ser vista, afinal, minha barriga já apontava. O tempo todo olhei para trás, enquanto descíamos a alameda da nossa casa, torcendo para que Naruto a qualquer momento surgisse no horizonte para me dizer adeus como acontecia nos filmes, mas a vida não é filme, é vida mesmo, e na vida mesmo essas coisas não acontecem, os mocinhos não aparecem e ele não aparecer.

Naruto não apareceu, então com lágrimas nos olhos me despedi com um sussurro inaudível e parti.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- Alguém em alguma hipótese já imaginou que eu fizesse isso? hahaha Surpreendi ou estava óbvio? O que acharam dos diálogos? O que acham que vai acontecer agora? Me contem! Quero ler seus reviews!

Aproveitem e curtam minha página do face "Distímica"
e
fiquem ligados no meu perfil, porque para a felicidade das hospedeiras de plantão nessa fic, A Hóspede está voltando com uma segunda temporada. Hehe'
Beijocas!