Os dois dias seguintes passaram em relativa tranquilidade, pelo menos em relação ao trabalho. As duas, desde o jantar, pensavam com mais frequência no que estaria acontecendo entre elas. E acabavam na mesma conclusão. – Isso é loucura, ela é minha melhor amiga. – Elas sabiam que algo havia mudado, mas não tinham certeza do que fariam, ou se seria certo fazer. Para Brittany, o medo de se envolver novamente com alguém. E para Santana, o fato de está claramente apaixonada por sua melhor amiga a assustava.

Todo o grupo estava jogando conversa fora quanto o alarme toca anunciando uma emergência na Ponte Columbus Drive. Todos se equiparam e correram rapidamente para seus respectivos veículos.

Chegaram ao local, onde se encontravam dois carros trombados de frente. Alguns curiosos se acumulavam, sempre acontecia. Em um dos carros estava uma mulher no banco da frente, e no banco de trás, estava sua filha. Finn tentou abrir a porta, mas não teve sucesso.

- Kurt pegue a serra. – Estavam tentando arrombar a porta, enquanto isso Santana foi falar com a garotinha que deveria ter uns nove anos.

- Querida como é seu nome? – Perguntou à latina.

- Madeline. – Respondeu a menina.

- Ok, Madeline você está machucada? – Continuou a morena. E a garota assentiu. – Pode me dizer onde está machucada?

- Meu peito dói. – Murmurou a menina.

- Madeline tudo vai ficar bem, ela irão cuidar da agente. – Disse a mãe.

- Madeline, quero que você tente virar sua cabeça em minha direção. – Pediu Santana. A menina virou lentamente a cabeça mostrando a latina um grande corte em sua testa do lado esquerdo.

- Madeline. Madeline. – Exclamou a mãe, quando estava sendo tirada do carro. Ela não queria sair de perto de sua filha. Mas mesmo assim foi levada.

A latina aproveitou a porta do motorista aberta e entrou no carro. Enquanto Rory e Joe arrombavam a porta onde antes ela estava perto.

- Está tudo bem querida, fique calma. - Disse Santana. – No mesmo momento os meninos conseguiram abrir a porta e Brittany se aproximou.

- Vamos te tirar daqui. – Prometeu à loira, se preparando para tirar a menina. Quando é interrompida.

- Espera. Olha a jugular dela. – Fala a morena, pegando o estetoscópio e ouvindo os batimentos da garota. – Sons cardíacos abafados. É tríade de Beck. – Concluiu.

- Vamos querida, devagar. – Diz Brittany pegando a pequena garota no colo e a levando em direção à ambulância, sendo seguida por Santana.

Estavam a caminho do hospital, a loira dirigia e a latina tentava estabilizar a garota, que no momento estava inconsciente.

 - Previsão? – Perguntou Santana.

- Menos de dois minutos. – Responde Brittany olhando rapidamente para o retrovisor para ver a outra paramédica.

- Atividade elétrica sem pulso. Está sangrando ao redor do coração. Preciso tirar o sangue. – Disse a latina.

- Um minuto e meio. – Falou Brittany para que a morena esperasse.

- Ela não tem um minuto e meio Brittany. Estará morta antes de chegarmos ao hospital. – Exclamou Santana.

-Você tem que esperar Santana.

- Encoste a ambulância agora! – Mandou Santana.

A loira encostou. A latina pegou uma agulha e inseriu na garotinha.

- Vamos. Vamos. – Pedia Santana, olhando o monitor com a atividade elétrica da menina. A pressão cardíaca aumentou. – Droga! Acertei o coração. – Diz a morena.

- Puxe lentamente. – Pede Brittany, que a assistia a tudo.

Santana faz o que a loira disse. Cuidadosamente retira o sangue e a agulha.

- A pressão está subindo. Vá. – Fala Santana. E logo Brittany dá a partida.

Chegam ao hospital sendo recebidas por uma equipe que já esperava a garota.

- Hemorragia mediastinal. Tentei um pericardiocentese e vi CPV. – Avisa a latina ao médico responsável enquanto levavam a menina para dentro do hospital.

- Você acertou o coração com uma agulha!?  - Fala ele.

- Removi quanto sangue eu pude. – Diz a morena.

- Esperamos que não tenha a matado no processo. – Cospe o médico. E se vai com sua equipe. Santana fica parada na entrada do hospital. Sebastian que estava por perto e tinha escutado a conversa se aproxima.

- Santana não se preocupe com ele. É um idiota. – Tenta confortar Sebastian.

- Obrigada. – Diz Santana, saindo ainda apreensiva como que tinha feito.

­- Vamos? – Pergunta Brittany. Que recebe como resposta apenas um aceno de cabeça.

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Elas voltaram para o batalhão, onde ficaram descansando por um tempo, até que o comandante Will Shuster aparece na sala. Olharam-se já sabendo do que se tratava. Foram para uma parte

- Brittany e Santana. Qual de vocês colocou uma agulha no coração da garota? – Perguntou ele sem rodeios. – Digam-me o que aconteceu.

- O coração dela parava, nós encostamos. E eu fiz o que era preciso. – Diz Santana sem medo.

- Foi o certo a se fazer. – Complementa Brittany, defendendo o ato de Santana.

- O chefe da cirurgia do hospital discorda. – Fala Will. - Sabe quem é seu representante da União? – Pergunta o comandante para a latina.

- O quê? – Se surpreende Brittany.

- Ponha-o a par agora, só por precaução. Talvez isso passe logo. Mas caso não passe logo...

- Comandante... – Interrompe Santana, que não sabe o que dizer.

- Fiquem Juntas. – Finaliza Shuster saindo.

Ambas ficaram em silêncio por alguns minutos, quanto Brittany se pronunciou.

 - Vai ficar tudo bem. – Disse a loira indo abraçar Santana.

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O turno acabou e Brittany foi pegar a bolça em seu armário. Quando viu Santana sentada, olhando para o nada. A loira se aproximou.

- Vamos lá. Você não pode ficar assim. Vamos sair. – Decretou Brittany. – Para onde você quer ir? Bar, para tomar umas cervejas. Praça, para tomar um sorvete. – Pergunta Brittany sorrindo, fazendo a latina também sorrir.

- Acho que... – A morena pensou um pouco. – Quero ir numa boate, dançar e beber muito.

- OK, seu desejo é uma ordem. –Concordou Brittany

Elas saíram e foram no carro de Santana, por que a loira tinha vindo com Puck. Estavam a caminho de uma recém-inaugurada boate.

Chegaram e viram o quão lotado o lugar estava. Uma fila que dobrava a esquina. O que para Santana não era problema, já que era conhecida por seu pai ser um famoso médico em Chicago. Passaram ao lado da grande fila, e estavam em frente à boate.

- Oi meninas, Senhorita Lopez, tudo bem? – Perguntou o segurança educadamente.

- Ótima, e vou ficar melhor quando eu entrar ai. – Disse Santana.

- Então não perca tempo. – Falou o rapaz, abrindo passagem para as duas entrarem. – Ah, e agradeça seu pai mais uma vez por salvar minha vida.

- Agradecerei. – Diz a latina entrando no lugar sendo seguida por Brittany.

A boate estava totalmente cheia. Muita gente na pista de dança, bebidas e música alta. Era o que Santana precisava para esquecer o dia estressante.

- Vamos pegar umas bebidas? – Perguntou Brittany, e a morena assentiu.

Chegaram ao balcão, pegaram os drinks e foram sentar em um lugar em frente à pista de dança. Santana observava o local, enquanto Brittany a olhava com atenção.

- Tem certeza que esse é o melhor lugar para você nesse momento? – Perguntou a loira com uma ponta de preocupação.

- Você está aqui, não vejo outro lugar que eu poderia estar. – Disse Santana bebendo um gole de seu drink e olhando para a mulher a sua frente, que sorriu como a resposta.

As meninas continuaram bebendo e conversando sobre coisas diversas. Ambas já estavam bem alteradas por conta da bebida, mas Santana era a mais alterada.

- Vamos dançar? – Sugeriu a latina animadamente. Que não esperou a resposta e puxou Brittany pela mão em direção a pista de dança.

Santana dançava bem próxima da melhor amiga, que estava adorando a proximidade. A loira viu que a situação era perigosa, mas seu senso tinha ido embora a cinco doses de tequila atrás.

A morena percebe que seu celular estava tocando, era sua mãe. Disse para Brittany que ia atender ao telefone no banheiro, e a loira assentiu.

Apesar de não estar em seu melhor estado, Santana decidiu atender, pois podia ser algo importante.

- Oi madre. Está tudo bem? – Adiantou-se a latina.

- Sim mi hija. É que fiquei sabendo o que aconteceu em seu trabalho, queria saber como você estava? – Esclareceu Maribel.

- Depois eu explico tudo direitinho para a senhora. – Disse Santana.

- Certo. Onde você esta? E não minta. Você está bebendo que eu sei. – Perguntou Maribel.

- Estou em uma boate, com a Brittany.- Respondeu, sabendo que nunca conseguia esconder nada de sua mãe. E além do mais, ela era uma mulher adulta.

- Bom para você. Queria eu estar em uma boate agora, mas seu pai não iria. É um velho mesmo. – Reclama à latina mais velha, Santana ri do comentário de sua mãe. Essa era Maribel Lopez e nunca iria mudar. – Comporte-se Santana, e cuide bem de Brittany.

-Eu sempre me comporto. – Fala a latina mais nova. -E ninguém cuida melhor da Brittany do que eu. – Diz Santana sem perceber, ela realmente já tinha bebido demais.

- Que bom minha filha. Ela é uma boa menina e eu gosto muito dela.

- Eu também gosto muito dela mãe.

- Você tem certeza que gostar é a palavra certa? – Pergunta Maribel, que não deixa a filha falar nada. – Querida tenho que desligar, seu pai chegou agora do trabalho. Te quiero mucho.

- Eu também. – Santana desliga o telefone ainda confusa sobre a conversa com sua mãe. Sai do banheiro rumo a pista de dança. Mas antes de chegar perto de Brittany, a morena vê uma menina chegar em sua loira e falar alguma coisa em seu ouvido . O que a deixou fervendo de raiva, ou melhor, de ciúmes.

Santana caminhou decida a tirar a garota de perto de Brittany.

- Amor, desculpa a demora. – Chegou a latina encaixando seu braço no da loira ao seu lado. Brittany se surpreendeu com a presença da latina, mas entrou no joguinho.

- Eu já estava preocupada. – Disse Brittany vendo o olhar mortal que Santana jogava para a menina a sua frente. – Amor essa aqui é a... – A loira tenta lembrar o nome da garota.

- Meu nome é Catharine.

- Catharine, essa é minha namorada Santana. - Disse a loira, adorando pronunciar aquela frase.

- Oh, que pena. – Fala Catharine encarando a latina, que não se intimidou e retribuiu o olhar. – Você é muito linda para ser de uma só.

Santana riu sarcasticamente. Depois olhou para Brittany nos olhos e disse.

- Linda ela é. Mas é só minha. E é melhor você sair daqui, pois eu quero dançar com a MINHA LINDA NAMORADA. – Santana finalizou olhando ameaçadoramente para a garota a sua frente. Brittany não conseguia esconder o sorriso que se formou em seu rosto.

A menina olhou para a loira e a morena e decidiu ir embora.

- Ninguém dá em cima da minha garota. – Diz a latina em tom de brincadeira.

- Você é muito ciumenta. – Fala a loira continuando a brincadeira.

- Não gosto que queiram o que já é meu. – Responde Santana com um sorriso malicioso.