We Found Love In A Hopeless Place escrita por Mari Kentwell Ludwig


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora para postar um novo capítulo, mas tá aí! Espero que gostem!



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Acordo com Enobaria me chamando.

–Vamos! Acorde! Dessa vez vocês não pode se atrasar!

Me sento na cama ainda bastante sonolento. De repente, ela joga o uniforme de treinamento na minha cara.

–Anda! Não temos o dia todo, literalmente.

–Sim, mas será que pode me dar licença? – Pergunto me espreguiçando.

–Ok. Você tem sete minutos.

Sete minutos? Não tenho tempo nem para um banho? Me visto rapidamente assim que ela sai do quarto. Acho que demorei uns cinco minutos para me aprontar. Me encontro com ela no corredor, ao lado de Brutus, em frente ao quarto de Clove. Já ela, como era de se esperar, gasta todos os seus sete minutos se arrumando. Quando ela sai do quarto, seguimos para o elevador e descemos até o Centro de Treinamento.

Ele parece muito maior quando está vazio. Apenas armas, alvos, equipamentos...

Clove e Brutus seguem para a estação de facas e Enobaria me puxa para a de espadas. Ela pega uma e me manda pegar uma também.

–Vamos, me mostre o que sabe. – Ela diz com um risinho sarcástico no rosto.

Começo a usar meus conhecimentos de esgrima e me saio até bem demais, contando que ela já venceu os Jogos. Mal se passam quinze minutos e ela já está largando a espada e me chamando para a estação de sobrevivência.

–A gente mal treinou! – Digo.

–Eu sei, mas nós temos só uma hora.

–Uma hora? Porquê?

–Eles liberam o Centro de Treinamento para os distritos que quiserem treinar com as armas. Nós do 2, os do 1, os do 4, os do 7 e 12 pediram para treinar então temos que cumprir com os horários para que todos consigam usar. Vamos.– Ela ordena.

Ela me mostra algumas técnicas de armadilhas. Depois, Clove e Brutus se juntam a nós. Ele e Enobaria tentam nos ensinar algumas técnicas de sobrevivência. Algumas são bem simples, como selecionar plantas comestíveis ou não. Já outras, parecem ser impossíveis de serem realizadas. Como tentar acender uma fogueira sem fósforos. Eu e Clove esfregamos pedras e gravetos, uns aos outros incessantemente mas nem uma faísca aparece. Gastamos o resto do tempo tentando fazer fogo, mas acabamos não conseguindo nada. O sinal toca, e voltamos para nosso andar.

Vou para o meu quarto e corro direto para o banheiro para tomar um banho. Quando saio, percebo que ainda está cedo demais para qualquer atividade. Saio do quarto e vou para a sala e lá encontro nossos mentores devorando o café da manhã. Clove ainda não está presente. Ela deve ainda estar no banho. Me sento à mesa, cheio de fome.

–Puxa, muito obrigado. – Brinco.

–Do que você está falando? – Pergunta Brutus com a boca cheia de pão.

–Achei que pelo menos vocês nos esperariam.

–Vai se acostumando. Na arena, ninguém vai te chamar para comer. Quando você ver, a comida terá evaporado e você ficará com fome.

Dou de ombros e começo a arrumar um prato. Clove aparece e faz o mesmo e depois nos sentamos.

Continuo me servindo e depois devoro tudo. É melhor eu ir me desacostumando, pois em pouco tempo nem sei se comida terei e mesmo que tenha, nada chegará aos pés dos pratos elaborados sevidos aqui.

Quando termino, Clove ainda come uma fatia de torta de limão. Brutus e Enobaria já terminaram faz tempo, mas ainda não se retiraram da mesa. Assim que ela acaba, Enobaria quebra o silêncio:

–Já que ainda temos três horas com vocês, eu e Brutus decidimos entrar no clima. – Ela diz colocando uma caixa sobre a mesa. Clove logo se mete e abre a caixa. Ela está repleta de vídeos nomeados e separados.

–O que é isso? – Pergunto.

–Os melhores momentos de algumas edições dos Jogos Vorazes. Vamos ver.

Nos sentamos no sofá e Enobaria coloca o primeiro vídeo. Não sei ao certo de qual edição se trata, mas sei que é uma das primeiras.

A arena é como uma savana. Um grande campo com poucos arbustos secos e uma ou duas montanhas ao longe. Logo no banho de sangue, quatorze são mortos. Ao decorrer do tempo, uma garota é morta pelo grupo de Carreiristas que é composto por todos os tributos do 1, 2 e 4. Os tributos do 1, matam seus companheiros enquanto dormem e seguem para matar o últimos garoto que sobrou. Quando os tributos do 1 e o garoto do 7 se encontram, começa uma luta bastante sangrenta. O garoto do 7 consegue matar a garota do 1 quebrando seu percoço. Depois segue lutando com o garoto do 1. Aproveitando seu esgotamento, o garoto do 1 investe e acaba o esfaqueando. E é dado como vencedor.

Seguimos vendo as seguintes edições. Até que chegamos ne edição de Enobaria. Depois do banho de sangue, no qual 11 foram mortos, ela forma uma aliança com os dois tributos do 4 e o garoto do 1 que restou. Eles matam ao garoto do 8. Pra sua surpresa, eles encontram com outro grupo de aliados compostos pelos tributos do 7, a garota do 11 e o garoto do 5. Os dois grupos começam a lutar. A menina do 7 consegue matar a garota do 4 a acertando com um machado mas logo é morta pelo garoto do 1. A garota do 11 pula em seu pescoço e o mata sufocado. O garoto do 4 mata os garotos do 7 e então percebe que sobraram poucos tributos na arena e que é hora de fugir, rompendo a aliança. De repente o garoto do 5 agarra o pescoço de Enobaria por trás. Ela tenta se livra dele mas não consegue. Eles começam a cambalear por cima dos corpos de seus ex-aliados quando Enobaria se joga de costas com tudo chão e consegue fazer com que o garoto à solte. Eles se levantam rapidamente e o garoto pula nela mas ela o agarra pelo pescoço e o entorta. O garoto começa a berrar e tenta se soltar enquanto ela encrava os dentes em sua garganta. O canhão soa.

Olho de relance para Enobaria sentada no sofá, obsrevando a morte dele com um sorriso, deixando à mostra seus dentes horripilantes. Me volto para a T.V.

Enobaria, após perceber que não tem mais aliados, segue à procura de mais alguém para matar. O tempo passa e antes mesmo do meio-dia do dia seguinte só sobraram Enobaria e uma menina do 3. Elas se encontram mas a garota está esgotada, o que oferece vantagem à Enobaria que estava bastante armada com o que conseguiu carregar de seus ex-aliados e dos outros tributos. Antes mesmo que elas cheguem perto o bastante uma da outra Enobaria a acerta no meio do rosto com uma lança. Ela cai morta. Um aerodeslizados aparece e o vídeo se dá por encerrado.

Seguimos o resto do tempo vendo os vídeos até que Kate, com um visual completamente diferente das últimas vezes em que a vimos, aparece anunciando:

–Venham! Agora vocês vão aprender como se portar como pessoas! – Ela diz animadamente, como se fossemos dois animais nojentos.

Nos levantamos e seguimos para o quarto com ela atrás. Ao entrarmos, ela nos convida a sentar em um sofá na sua frente. Nos sentamos e ela fica alguns minutos nos observando.

–Acho que podemos melhorar. Levantem-se, vão até a porta e depois voltem e sentem-se novamente.

Obedecemos mas acho que ainda não está bom.

–Voltem! – Ela se aproxima e estica os meus ombros para trás para que eu fique com a postura excepcionalmente ereta. Ela faz o mesmo com Clove. – Nada de andar curvado. Ah! Já ia me esquecendo! – Ela vai até o banheiro e trás um par de saltos consigo. – Esses são para você, Clove.

–O quê? – Pergunta Clove com os olhos arregalados.

–Exatamente o que você ouviu. Vamos, coloque-os.

Me viro para o lado evasivamente, tentando esconder um riso se formando.

–Clove se senta na ponta da cama e começa a colocar os sapatos bufando, quando percebo que seu olhar mortífero está sendo dirigido a mim.

–O que foi? – Digo com um sorriso no rosto.

–Cala a boca. – Ela rosna para mim e logo em seguida atira a bota que usava e acerta o lado direito na minha cabeça, quando eu tento me esquivar.

–Ah, por favor! Parem com isso! – Grita Kate enquanto aponta o dedo na cara de Clove, que bufa ainda mais.

Quando ela termina de colocar o sapato e se levanta, está ultrapassando ligeiros centímetros do meu ombro.

–Agora, iremos repetir. Voltem para a porta e voltem.

Novamente seguimos para o sofá. Faço o possível para me manter reto, e me sento. Já Clove, bem, seu andar não está nem um pouco natural. Mas temos que contar com salto. Kate solta um suspiro e nos manda de volta à porta.

–Levantem os rostos, assim eles poderam ver quem vocês são. – Ela diz enquanto levanta nossos queixos. E seguimos para o sofá. – Qual é o seu problemas com esses sapatos, Clove?

–Você ainda pergunta. – Ela responde olhando com ironia na direção de Kate, que parece não se incomodar com o salto que usa.

Já vi que essas próximas horas serão intermináveis.

Depois de muitas idas e voltas pelo quarto, Kate finalmente se dá por satisfeita a respeito ao andar de Clove, alegando que esse é o melhor que ela pode fazer a repeito. Então ela resolve passar para a parte do conteúdo.

–Cato, nós temos que encontrar uma identidade para você. – Diz Kate enquanto Clove chuta os sapatos que saem voando de seus pés pelo quarto.

–Mas eu tenho uma! Eu sou eu!

–Não. Temos que encontrar um outro “eu” dentro de você, um mais chamativo de qual possamos tirar proveito nas entrevistas.

–E o que você espera?

–Cato. O Carreirista perigoso e destemido. A implacável máquina de matar. – Diz Kate com um olhar sonhador.

–Isso se encaixa bem ao meu perfil. – Respondo. Treinei toda a minha vida para isso. Digamos que, sim, eu seria uma implacável máquina de matar para sair da arena vivo, assim como qualquer um faria ao estar cara a cara com a morte. Mas até uma implacável máquina de matar tem sentimentos.

–Perfeito! – Ela grita em histeria. – O público vai amar você. Agora, teremos que resolver a sua parte, Clove.

–Ótimo. O que você quer que eu faça?

–Seja gentil e delicada com o público, assim eles perceberamo contraste entre vocês e...

–Delicada e gentil? – Pergunta Clove com desdém, interrompendo Kate.

–Algum problema nisso?

–Todos. Eu não sou delicada e gentil. Eles querem ver o sangue jorrar e essas características não atraem a atenção de ninguém por aqui! Por que Cato pode ser a implacável máquina de matar e eu tenho que ser a garotinha frágil, delicada e gentil?

–“Frágil” não estava incluido. – Diz Kate, claramente dando continuação a discursão.

–Tanto faz! – Grita Clove.

–Não vejo problema em Clove também ser uma máquina implacável de matar. – Digo tentando calar as duas bocas descontroladas. Mas isso aparentemente não surtir efeito e resolvo me calar em meio ao fogo cruzado.

–Viu! Eu sou tão capaz quanto ele e eu serei uma máquina implacável de matar sim, e isso não está aberto a discussão. – Diz Clove.

–Quem decide isso por aqui sou eu! – Grita Kate se levantando.

–O que está havendo aqui? – A voz de Brutus na porta faz com que todos se calam.

–Clove não concorda com nada!

–Ela quer que eu pareça uma fraca! – Diz Clove apontando para Kate.

Brutus revira os olhos, como se isso fosse algo que já se tornou comum e monótono entre as duas.

–Clove não é nenhuma fraca, Kate. – Ele diz entrando no quarto.

–Eu só queria que ela fosse frágil, delicada e gentil.

–“Frágil” não estava incluido. – Diz Clove, imitando a voz de Kate.

–Certo, e quanto a você Cato? Ela quer que você entre saltitando pelo palco cheio de porpurina rosa?

Isso me lembrou vagamente Marvel no dia do Desfile. Ele estava exatamente assim.

Solto um riso enquanto conto para ele sobre a implacável máquina de matar.

–A sua está muito boa Cato, mas Clove não tem condição de se apresentar adorável dessa maneira. Somos do Distrito 2, Kate! – Ele diz meio que levando a coisa para o lado pessoal.

–Correto! No ano que vem talvez eles me promovam a uma distrito melhor! – Ela solta mas logo se sente meio arrependida.

–Nós somos os melhores, Kate. Nunca se esqueça disso. – Diz Brutus e ela se cala. – Por que Clove não pode ser uma implacável máquina de matar também?

–Tudo bem. Os dois serão implacáveis máquinas de matar. – Ela cedeu mais rapidamente do que eu esperava.

Brutus se retira e de repente Kate solta um suspiro olhando para a porta onde ele estava antes com um olhar um tanto... apaixonado. Eu e Clove trocamos olhares desconfiados e logo em seguida sorrimos.

–O que foi? – Ela pergunta envergonhada quando percebe que estávamos rindo.

–Nada. – Indago.

Depois de mais quatro horas andando de um lado para o outro no quarto e respondendo à perguntas idiotas, de acordo com o meu perfil de “Cato, a destemida e implacável máquina de matar.” – segundo Kate, que criara o nome – estou exausto e não vejo a hora disso acabar. Até que enfim, Kate anuncia que o tempo acabou.

–Acho que já chega por hoje. Amanhã vocês terão suas entrevistas. A preparação começa cedo, então, depois do jantar, quero vocês dois dormindo.

Seguimos para a mesa, onde o jantar é servido. Depois de ficar zanzando pelo quarto, perdi a fome mas ela logo reaparece quando uma imensa torta de sorvete é servida como sobremesa. Quando termino sigo para o quarto, escovo os dentes e coloco o pijama.



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