We Found Love In A Hopeless Place escrita por Mari Kentwell Ludwig


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Comentem sobre o que vocês estão achando da história!



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Acordo novamente com o a luz do sol adentrando o quarto. Do mesmo jeito que acordei no dia da Colheita, no meu distrito. Me sento e vejo que é hora de acordar mesmo. Ainda estou muito sonolento, pois aquele tempo que fiquei no corredor, não pode ser chamado se sono. Levanto e tomo um banho. Visto o uniforme e vou para a sala. Dessa vez, Clove acordou primeiro e já está esperando com a equipe. Nós descemos e lá nos encontramos com Glimmer e Marvel.

–Oi! – Glimmer nos cumprimenta.

–Oi. – Responde Clove.

–Nós ainda não falamos isso com vocês mas acho que já está evidente. – Digo.

–O que está evidente? – Perguta Marvel.

–O fato de sermos aliados na arena.

–Nós também iríamos falar sobre isso com você.

–Seremos aliados ou não? - Diz Clove.

–Sim. E quanto ao 4?

–Também queríamos falar sobre isso. O que acham de se aliar a menina? - Continuo.

–Por mim tudo bem. Mas e o menino?

–Ele é muito pequeno. Não vale à pena.

–Certo. Podemos treinar? – Pergunta Clove.

–Claro! Vamos. – Diz Marvel.

–Pra qual estação? – Glimmer pergunta.

–Sobrevivência. – Responde Clove.

–A gente não precisa disso. – Diz Glimmer.

–Bem, se você acha que não, isso é um problema seu. Eu não sei o que está nos aguardando naquela arena, e eu prefiro me precaver. – Diz Clove.

–Tudo bem. Perca seu tempo. Eu vou treinar alguma coisa que realmente vá me ajudar. – Diz Glimmer se virando e me puxando para a estação de esgrima.

Enquanto escolho uma espada, reparo na garota do 12. Ela tem uma boa mira, enquanto treina com a atiradeira. Ela acerta os alvos sem nenhum problemas.

Vejo Clove sozinha na estação de facas.

–Cato, será que você pode me ajudar com isso? - Pergunta Glimmer segurando uma espada.

–Sim. - Respondo enquanto explico a ela algumas lições básicas a respeito de esgrima.

O gongo soa e sigo para o refeitório. Durante o horário de almoço, começamos a ser chamados para as sessões individuais com os Idealizadores. Clove mantém um feição dura e não me dirige a palavra durante todo o almoço.

Depois de almoçar, aguardamos na mesa os nomes começarem a serem chamados. Três minutos depois uma foz feminina chama Glimmer. Ela segue novamente ao Centro de Treinamento, que foi preparado e agora encontra-se vazio, apenas com os Idealizadores.

Ficamos os próximos quinze minutos parados e em silêncio. Então chamam Marvel. Meu nervosismo começa a aumentar. Mais quinze minutos.

–Clove Kentwell. - Clove se levanta e segue para o seu teste.

Os minutos passam em um piscar de olhos e a mulher chama meu nome. Me levanto e dois pacificadores me direcionam até a porta. Meu coração está prestes a sair pela boca.

Todas as estações estão lá: Facas, lanças, espadas, técnicas de sobrevivência, camuflagem... E em cima, os Idealizadores. Todos de olho em mim. Sigo discretamente até o meio do galpão e me apresento:

–Cato Hadley. Distrito 2.

Eles franzem as sobrancelhas. Miro na estação de espadas, mas nem sei por onde começar. Mas também não tenho tempo para ficar escolhendo. Resolvo começar pelas facas. Atiro dez facas e acerto seis. É um bom número, mas eles não se dão por satisfeito. Vou para a estação de lanças. Acerto quase todas, mas em comparação a minha porcentagem com facas, eu me saio melhor. Prefiro mostrar algumas coisas idiotas nas estações de sobrevivência para depois mostrar o que realmente sei. Seleciono algumas plantas e insetos comestíveis e depois faço algumas armadilhas. Acho que meu tempo deve estar acabando. Largo tudo de lado e vou direto para a estação de espadas. Escolho uma e começo a golpear vários bonecos. Se fossem tributos, teria matado todos. Isso deixa os Idealizadores impressionados. Um sinal toca e outra porta se abre e sou direcionado a entrar nela. Saio em outro corredor vazio até uma porta do outro lado. Estou novamente perto dos elevadores e lá estão Brutus, Enobaria e Clove bebendo um copo de água.

–E aí? Como foi? – Pergunta Brutus.

–Não sei. Acho que me sai bem.

–Sim. Veremos mais tarde.

Subimos para o nosso andar.

–O que você fez na hora da Sessão Individual? – Pergunto a Clove, quando chegamos no corredor, mas não obtenho nenhuma resposta. - Clove? – Insisto.

–O que foi, Cato? - Ele finalmente solta com a cara entediada.

–Por que vocês está me evitando?

Ela bufa enquanto entra no quarto mas eu seguro a porta para impedir que ela se feche.

–Clove, será que podemos conversar? - Pergunto enquanto ela força a porta para que se feche. - Por que vocês está assim?

–Cato, você não vê? Ela está te usando! Ela quer te seduzir pra te tornar... talvez uma presa mais fácil.

–Mas eu não sou tão estúpido à ponto de cair nessa! Isso são Jogos Vorazes, Clove! – Tenho certeza de que ela está falando de Glimmer.

–E eu sei disso! – Ela grita e empurra a porta com um chute.

Sigo para o meu quarto ainda sem entender o que tanto a incomoda em Glimmer.

Não acho que Glimmer seja do tipo “beleza mortífera”. Ela é muito bonita mas não tenho nenhum interesse nela. Conheci ela em questão de dias. Mas de algumas forma, a tese de Clove insiste em permanescer na minha cabeça.

Tomo um banho. Mas porque Clove teria feito aquilo? Talvez eu saiba porque. Ciúmes.

Quem diria que logo Clove estaria com ciúmes de mim! Mas tenho que admitir que eu também tenho um pouco de ciúmes dela em relação a Marvel. Sei que não há nada entre os dois, assim como não há nada entre eu e Glimmer, mas ideia de vê-los como amigos me irrita. Eu sou o amigo dela por aqui. Quem realmente se importa com ela. Mas a ideia do ciúme dela se torna muito hilária e começo a rir.

Consigo me controlar e paro de rir enquanto procuro algo para vestir. Sigo para o quarto de Clove. Bato na porta.

–Quem é?

–Cato.

–Vai embora.

–Não. - Respondo e ela se cala.

–Tá bem. Entra. - Ela responde depois de uma longa pausa.

Entro e encosto a porta.

–O que você está fazendo? – Pergunto me sentando na ponta de sua cama.

–Vou tomar banho. - Ela diz enquanto pega uma toalha na gaveta.

–Desculpe te interromper. Só quero entender o que está acontecendo.

–E desde quano isso importa, Cato? Dentro de alguns dias um de nós estará morto, e talvez até os dois. Mas não se preocupe. Não estou com raiva de você.

–Eu sei que estamos talvez caminhando para a morte, mas... você sabe que nenhum de nós dois previa que isso fosse acontecer.

–Isso o quê?

–Nossa amizade. Você mesma disse isso. Nós já fomos amigos um dia, Clove. E esse não é o tipo de coisa que se esquece facilmente. Mas não se preocupe com Glimmer. Se o que ela quer é o que você está dizendo, não se preocupe, ela não vai conseguir isso.

De repente, Brutus bate na porta. Nos levantamos.

–Acho que deveria ter ido antes. – Digo. Ela assente com a cabeça, prevendo a bronca de Brutus.

Abro a porta do quarto e vejo ele com um ar desconfiado. Sigo pelo corredor para meu quarto com a cabeça baixa. Assim que ele entra, volto pelo corredor e encosto o ouvido direito na porta para ouvir a conversa.

–O que ele estava fazendo aqui? – Começa Brutus.

–Ele? Bem... ele veio me pedir ajuda com uma técnica de... armadilha que ele não pegou o jeito.

–Mas eu pensava que esse era o trabalho dos instrutores?!

–É, mas o treinamento tinha acabado e não deu tempo dele tirar a dúvida. Mas agora está tudo esclarecido. Eu vou tomar banho. Pode me dar licença?

–Clove. Não tente fugir do assunto.

–Tá bem. O que é?

–Você sabe que seja lá o que você sinta por ele, esse sentimento não existirá na arena.

–Eu não disse que sentia algo por ele. - Ela solta.

–Só pode sair um vivo de lá, Clove. Ou é você ou é ele. Sinto muito por vocês dois estarem nessa situação, mas essa foi uma escolha de vocês. E sei que vocês já foram amigos mas não é hora de trazer isso à tona...

Ouço o barulho de Clove andando com raiva na direção de Brutus, provavelmente.

–Eu sei o que sinto e sei o que faço. Agora pode me dar licença?

–Estamos aguardando para o jantar.

Vejo a maçaneta rodar. Corro para o meu quarto. Acho que depois dessa, Brutus vai pensar duas vezes antes de tocar nesse assunto com Clove.

Depois de vê-lo passar pelo corredor, saio do quarto e encontro Clove, que aparentemente prefiriu tomar banho depois do jantar. Seguimos para a sala.

Todos estão na mesa, inclusive os nossos estilistas. O jantar é servido. Clove e Brutus se encaram um pouco no começo.

–Já resolveram suas partes? – Pergunta Enobaria.

Nossas partes?

–Nossas partes? – Pergunto sem saber do que se trata.

–Vocês fizeram e confirmaram a aliança com os outros Carreiristas?

–Sim. – Respondo sem almenos ouvir a pergunta.

–A garota do 4 também está incluída?

Droga! Nem me lembrava disso. E agora, é capaz de Enobaria pular em meu pescoço como fez com aquele tributo na arena.

–Não. – Responde Clove suepreendendo a mim – que planejava mentir dizendo que “sim” – e a todos na mesa.

–Como não?! – Se intromete Brutus.

–Nós achamos que não é tão necessário. – Respondo.

–Mas como?! – Enobaria começa a gritar. – Vocês não tem noção do perigo?

Brutus tenta acalmá-la lhe oferecendo um copo de água.

–Torçam para que ela não tenha sido mais esperta que vocês e já tenha armado uma cilada com esses seus amiguinhos do 1.

Realmente. Eu não havia parado para pensar nessa possibilidade. Mas acho que aquela garota não seja esperta o suficiente para armar um plano nesse estilo. E também dúvido que Glimmer e Marvel cedessem à nossa aliança para se aliar a essa garota aparentemente sem companheiro de distritito e sem nenhuma habilidade.

–Só espero que no final das contas, seus aliados não acabem cortando o pescoço de vocês enquanto dormem. – Termina Brutus se retirando da mesa.

–Também espero que, já que não resolveram aqui, resolvam na arena a sua situação quanto essa garota. Aliem-se a ela ou matem-na antes que ela mate vocês.

Tenho quase toda a certeza de que o que eles estão presumindo não vá acontecer. Também temos que contar com o fato de que eles são mestres no exagero. E eles estão exagerando à respeito dessa menina. O bastante para Enobaria passar o resto do jantar dando bronca em nós dois.

–Agora as notas do treinamento serão divulgadas! Venham ver. – Avisa Kate e Enobaria finalmente se cala.

Nos sentamos todos no sofá e a T.V liga automaticamente. Caesar Flickerman apresentará as notas.

–Hoje nós veremos as notas dos Idealizadores aos nossos tributos da septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes. – Ele anuncia e começa – Vamos começar pela Glimmer Wonderfell, do Distrito 1, com nota 8. Marvel Hallik, também do Distrito 1 com nota 9. No Distrito 2, Clove Kentwell... – Ela está roendo as unhas de nervosismo por mais que Leo insista para que ela não faça isso. Estou começando a ficar bastante aflito. – Com nota 10. – Todos começam a dar gritos de felicidade e consigo perceber que Clove está bem satisfeita. Agora sou eu. – E Cato Hadley, também do Distrito 2 com nota 10. – As notas variam de 1 a 12, então acho que está bastante aceitável. Todos começam a nos cumprimentar cheios de euforia. No meio de toda a confusão, me aproximo de Clove para parabenizá-la.

–Meus parabéns. Você se saiu muito bem! – Digo apertando sua mão.

–Obrigada. Parabéns para você também. Acho que nós dois nos saímos muito bem. Talvez tenhamos as melhores notas.

Todos se acalmam e nós voltamos a ver a transmissão das notas. Já estamos no Distrito 6. Consigo até imaginar meu pai, em casa, pulando de felicidade, não só por mim, mas também pelas prováveis apostas que ele fez em meu nome.

Os distritos vão se passando com suas notas quase nunca nos alcançam – com exceção do garoto do Distrito 11, que inexplicavelmente, conseguiu um 10. – até que estamos na garota do Distrito 12. O 12 quase sempre fica entre os piores. Mas Peeta conseguiu um 8.

–E agora, Katniss Everdeen, do Distrito 12 com nota... – Caesar hesita. – Onze!

Onze? Não é possível. Todos na sala então tão descrentes e surpresos quanto eu.

–Como essa garota conseguiu essa nota? – Pergunta Clove pulando do sofá e apontando para a televisão com raiva.

–Deve ter sido surpreendente para ter conseguido um 11! – Digo repleto de raiva ainda sem compreender.

–Essa garota desse distrito insignificante está começando a se tornar um problema para nós. Um problema que tem que ser resolvido. – Retruca Brutus sem desviar o olhar.

–Mas o que podemos fazer para que não sejamos prejudicados com isso? – Pergunta Rian, com um sotaque da Capital que quase me faz começar a rir, mas esse não é o momento propício à isso.

–Nós não podemos fazer nada, mas eles podem. – Diz Enobaria apontando para nós. – Pequena mudança na estratégia: Katniss será a prioridade de morte de vocês dois no banho de sangue.

Um silêncio arrebatador toma conta de todos enquanto observamos Caesar e Claudius comentando as notas, principalmente de Katniss.

–Está na hora de irem para a cama. Depois de amanhã haverá as entrevistas e vocês precisam estar maravilhosos para poderem dar uma reviravolta nisso tudo. Aposto que essa garota não irá se dar tão bem. Isso foi só um golpe de sorte. – Diz Kate de uma maneira desajeitada, tentando nos motivar.

–Vocês ouviram ela. – Diz Brutus, dando mais uma ordem para nos retirarmos para nossos quartos.

–É. Boa noite. – Indaga Clove com feição dura, talvez se segurando para não explodir de vez a raiva que sente pelo 12. Somos dois tentando não pegar o elevador, subir até o décimo segundo andar e dar uma boa lição naquela garota.

Sei que ela não debochou de mim diretamente, mas essa nota vai fazer todas as atenções se voltarem para ela. Mas ela não é nada. Eu, Clove, Glimmer, Marvel – e até mesmo a garota do 4 – os Carreiristas que deveríamos ter a atenção. Inclusive eu que sou o melhor do grupo desse ano.

Minha ansiedade para a arena – que até então estava adormecida – reapareceu sedenta. Por sangue.

Sigo para o meu quarto. Troco de roupa e me deito. Me lembro do que Kate disse e ela tem toda a razão. Amanhã teremos nosso treinamento com os mentores e o treinamento para a entrevista, com a ela. E pelo jeito, as coisas não devem fluir muito bem. Estou tão frustrado que me enrolo ao máximo do cobertor, tentando bloquear o pensamento de que há uma hora dessas Katniss e Peeta devem estar alguns andares acima de minha cabeça saltitando de alegria. Isso funciona momentaneamente, o bastante para que eu adormeça rapidamente.



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Notas finais do capítulo

TÁ chegando mais capítulos....



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