Narrado pelo Diego:

Recebi uma visita inesperada da Roberta acompanhada pelo Tomás, doeu muito ver ela novamente, ainda mais com meu ex-amigo, um traidor. Mas não foi só ser traído que me doeu a alma, doeu ver o beijo dos dois, lembrar de quando eu e a Roberta jurávamos nos amar de janeiro a janeiro, até o mundo acabar. Juras em vão, jogadas ao vento.

Mas eles foram embora cedo, me aliviou um pouco, mas como esquecer tudo o que se passou ? Logo todos foram embora, menos a Carla. Ela ficou um pouco mais, conversamos sobre tudo que estava acontecendo com cada um de nós e nos demos conselhos. A conversa fluía levemente, nem vi o tempo passar.

Carla: Nossa ! Já está tarde, o tempo passou rápido. – disse com um grande e aberto sorriso, que me fez sorrir também –

Arthur: Ah, você já vai ?

Carla: Eu tenho né ! Mas eu volto.

Arthur: Então tchau, Carlinha.

Carla: Di, me promete que vai tentar ser forte ? – ela me deu um abraço envolvente, que me deixou sem palavras. –

Carla: Tchau Diego.

Diego: Tchau Carlinha.

Ela foi embora e eu me joguei no sofá pensando nos meus bons momentos com a Roberta. Como eu poderia esquecer um amor do dia pra noite ? Lembrei de todas as juras, de todas as promessas jogadas ao vento.

Flashback on:

Roberta: Vou te amar pra sempre.

Diego: Eu vou te amar pra sempre.

Roberta: Até o fim ?

Diego: Até depois do fim.

Flashback off.

Tinha prometido ser forte pra Carla, mas a garrafa de bebida parecia mais seduzente do que nunca. Parecia chamar pelo meu nome, prometendo me fazer esquecer. Mas a bebida não seria o suficiente.

Nota da autora: Como o Diego está em uma clínica de reabilitação e ainda assim consegue bebida alcóolica e outras drogas ? O Pai dele está bancando o lugar, tudo que ele quiser ele consegue, mesmo que seja totalmente contra as regras.

Mas onde tá a pedra ? Não faço a mínima idéia, o jeito vai ser a garrafa.

Abri a gaveta, peguei a garrafa, hesitando um pouco, e com lágrimas nos olhos, dei o primeiro gole.

As lágrimas desceram pesadas ao me ver nessa situação. Eu tenho que esquecer, tenho que esquecer, tenho que esquecer...

Flashback on:

Carla: Di, me promete que vai tentar ser forte ?

Flashback off.

Prometi pra Carlinha que tentaria ser forte, mas não sei... o vazio é muito grande.

Carla: Diego, desculpa entrar assim, é que eu esqueci a minha bolsa, ainda bem que você me deu essa chave, porque se...

O que você tá fazendo ?! Por favor Diego, não faz isso !

Diego: Desculpa Carlinha, eu fui muito fraco. – as lágrimas desciam com muita facilidade, não pude conter o choro –

Carla: Diego, não faz isso com você, não faz isso comigo...

Carla pegou um gilette na bolsa dela, respirou fundo, e com lágrimas nos olhos, a deslizou rapidamente pelo próprio braço.

Nota da autora: hein ? a carla tirou um gillete da bolsa e se cortou do nada ? depois de tudo ? parece difícil entender, e é, um pouco. mas depois de tudo que foi falado, talvez ela se sentiu tão mal pelo seu amigo não ter cumprido a promessa, que não conseguiu evitar, era um turbilhão de sentimentos e emoções ao mesmo tempo.

Diego: Carla não faz isso, por favor !

Carla: Você sabe Diego, sabe o quanto é difícil. – lágrimas rolavam pelo rosto dela de forma espantosa. –

– Abracei ela, envolvi meus braços em volta dela, tentando consolá-la. –

Diego: Vai ficar tudo bem. Desculpe por não cumprir minha promessa. Promete que vai ser forte ? a partir de agora. Vamos ser fortes juntos.

Carla: Eu quero parar Diego, toda vez eu prometo que é a última vez, que não vou mais ser escrava da lâmina, mas sempre acaba do mesmo jeito: eu sentada no chão do banheiro com uma lâmina/faca na mão e um pano na outra.

Diego: Mas dessa vez é diferente, porque eu tô com você, e você está comigo. Estamos juntos nessa, Carla. Nós vamos conseguir. Promete que vai tentar ser forte junto comigo ?

Carla: Eu prometo. E você ? vai descumprir a promessa ?

Diego: Com você ao meu lado eu sei que vou conseguir.

Carlinha e eu nos abraçamos, e ficamos alguns minutos sem mudar de posição, até que o sono nos pegou por completo e adormecemos juntos.