Sweet Cherry escrita por Kamiille


Capítulo 21
Capítulo 21 - Dia 1 (Acampamento)


Notas iniciais do capítulo

Saudades? XD'
De mim, claro que não! Mas da história? Só um pouquinho? n.n



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300263/chapter/21

Três dias no mato. Insetos, nada de conforto, nada de civilização... Pelo menos uma boa dupla eu tinha que pegar!

Terminei de arrumar minha mala e desci, dando de cara com Debrah e Anne.

-O pai de vocês pegou uma folga, vai passar dois dias aqui. –Ela falou com seu jeito esnobe.

-Quando? –Perguntei.

-Durante o acampamento! –Debrah que respondeu. –Por isso vou ficar aqui e curtir meu papaizinho lindo!

-Você é tão boa, filha. –Elas se abraçaram.

Obrigado por não ter tomado café da manhã. Obrigado. Vomitar logo de manhã não parecia uma opção agradável.

-Tá bom, tchau aí. –Bati a porta.

Ainda consegui ouvir uns comentários ridículos sobre mim, mas ignorei. Por quê? Ele estava saindo ao mesmo momento de casa. Inconscientemente nossos olhares se encontraram. O que fazer? Voltar correndo pra dentro de casa onde Debrah e Anne estariam me esperando? Não! Desviamos o olhar um do outro e continuamos a andar como se nada tivesse acontecido. Ele de um lado da rua e eu do outro. Apesar de ser daquele jeito, fazia um bom tempo que a gente não caminhava “junto” para escola. Porém, era como se fossemos estranhos. Como se a rua estivesse deserta. Só de pensar que eu conhecia aquele menino mais que eu mesma há apenas poucos meses...

Nos separamos no portão da escola e eu não o vi no ônibus, onde sentei com Lys.

-Espero que possamos fazer juntos. –Ele disse enquanto beijava minha mão entrelaçada na dele.

-Eu também. –Eu disse sem muita certeza.

Chegamos rapidamente e formamos uma roda em volta do professor Carl e seu noivo, professor Faraize. Eu me pergunto se esse passeio não é somente um lugar exótico pra eles ficarem se pegando... Nota: Montar a barraca BEM longe deles.

-Bem formaremos as duplas por sorteio. –Professor Carl anunciou tirando uma grande caixa azul transparente cheia de papelzinho e nomes escritos. –Serão duplas mistas. Um menino e uma menina. –Ele continuou enquanto Faraize tirava a caixa rosa de dentro do ônibus.

Encontrei Castiel de frente pra mim, no outro lado da roda. Estava ao lado de um tal de Dimitry, um cara de um cabelo incrivelmente longo que era bem, mas bem, bem mesmo... Estranho. E Alexy, aquele irmão do Armin.

-Faraize vai anunciar as duplas. –Dessa vez era a diretora falando. –Para deixar claro, que as duplas só serão mistas por que queremos o entrosamento dos alunos e ambos os sexos trabalhando juntos! Então nada de safadezas! Escutaram?! –O coque dela já tinha dado uma volta no espaço, visitado plutão e voltado pra cabeça.

-Bem, é, a primeira dupla... É... –Faraize tirou um nome das duas caixas. –Alexy e Violette.

Os dois, vermelhos, formaram uma fila atrás da diretora como ela ordenou. E assim foi...

-Nathaniel e Kim. Jade e Ambre. Dajan e Melody. Íris e Armin. –Imagina Rosa quase tendo um infarto nessa hora e Íris ficando um tomate. –Dimitry e Rosalya. Nina e Lysandre. –Nessa hora Lys me deu um beijo na bochecha e acompanhou a menina que parecia uma lolita. –Kentin e Peggy. (...) E por ultimo... –Senti um frio na barriga. Sabia quais os únicos nomes não tinham sido sorteados. –Castiel e Kamile.

- Fudeu a porra toda! -  

Nós nos entreolhamos. E agora?! Deveria ter ficado em casa. Se isso é destino, eu quero mudar o meu!

-Posso mudar de dupla? –Nós perguntamos juntos. Exatamente na mesma hora.

-Não! –Professor Faraize, Carl e a diretora também responderam junto e agudos.

Três dias, no mato, com ele. AAH! Sabe aquela vontade de desmaiar, ter uma doença muito grave e ser obrigada a voltar pra casa?! Então.

Sem olhar um para o outro, nós seguimos a fila. Atrás de nós os professores gays.

Caramba! Qual é dessa?! Uma semana totalmente perdida tentando evita-lo esse tempo todo e olha que mágico! A gente vai passar 3 dias juntos em praticamente um teste de sobrevivência! SOZINHOS!

Depois de andar um pouco a diretora parou e, histericamente, explicou e “organizou” tudo.

Tínhamos um objetivo. Chegar na bandeira vermelha indicada no mapa; que Castiel pegou sem mesmo deixar eu dar uma olhada! Boboca.

Fomos obrigados a deixar nossa mochila que trouxemos de casa e eu levei horas pra arrumar dentro do ônibus. Todos usariam uma mochila igual, que foram distribuídas. E claro que dessa vez fui que a peguei e não deixei o ex-ruivo ver um zíper!

-É isso! E que a sorte esteja sempre ao seu lado. –A diretora pegou a mochila dela (sim, aquela velha mal amada pôde trazer a própria mochila!) e virou as costas. Os professores melosos fizeram a mesma coisa. E os alunos começaram a se dispersar. Cada um para um lado diferente! Se tinha um “ponto de chegada” oficial, ele só podia estar em movimento...

Castiel analisou o mapa e começou a andar. Sem dizer nada, como seu eu nem estivesse ali! Ah que raiva! Mas mesmo assim eu tive que segui-lo! Só sei que se tiver comida dentro dessa porcaria de mala que deve ter uns 30 quilos, só uma pessoa vai almoçar. Essa sou eu!  

Eu tentava manter uma boa distância dele e ele nem sequer olhava pra trás para ver se eu estava o seguindo. Tosco. Mas me lembro bem da parte que a diretora disse que a dupla só completaria a prova se os dois chegassem na bandeira. Juntos!

Continuamos a andar praticamente o resto da manhã inteira. Quando pareceu ser meio-dia, nós chegamos á uma grande clareira (local da no interior da floresta sem árvores). Eu estava exausta e morrendo de fome! Considerando a ideia que ele não completaria a prova sem minha pessoa, sentei no chão e comecei a conferir os itens da mochila.

Tinha de tudo. Só que só em uma unidade! Que tipo de animal que fez a mochila não entendeu que a prova era em DUPLA?! Uma garrafa d’água, uma lanterna, uma barra de cereal, uma bússola! Até mesmo a barraca chegava a ser minúscula, feita apenas para uma pessoa dormir!

Castiel havia parado e estava encostado na copa de uma árvore olhando para o céu como se eu estivesse atrapalhando ele. Ah! Mais agora que a gente não saia de lá tão cedo!

Peguei o pacote de biscoitos da bolsa e me deitei no chão observando as nuvens enquanto comia o mais lentamente que conseguia. Quando estava já havia comido a metade ouvi um longo suspiro do meu lado. Ele se aproximou, pegou um pacote de salgadinho de bacon e voltou para a copa da árvore. Estou vendo que esse passeio vai ser bem... Silencioso.

Terminamos de comer e eu voltei a segui-lo. Seria bem legal da minha parte sugerir que ficássemos lá pois seria um bom local para montar a barraca (acredito que só as mulheres pesam nisso), mas como é ele que está responsável pela “direção”, ele pode nos levar para um lugar nada a ver, eu vou poder culpa-lo. Não que isso tenha a ver com meu orgulho ou ego...

Ainda estávamos no meio da floresta começou a anoitecer e ficar frio. Estava com os pés doendo de tanto a andar e as costas latejando de carregar aquela mochila inútil. Parei no primeiro lugar plano que achei e comecei a montar a barraca. Enquanto fazia isso, perdi totalmente Castiel de vista. QUE ÓTIMO!

Ignorei-o e fui organizar as coisas. Fui ao   “banheiro”, arrumei a comida, contei o estoque de água, aconcheguei a barraca com mini travesseiros e fui a procura de um rio para tomar banho. Não foi tão difícil de encontrar assim, era somente um pouco longe de onde EU tinha montado a barraca.

Me banhei e coloquei um pijama reforçado e quentinho antes de voltar para o acampamento improvisado. Castiel estava lá assando marshmallows em volta da fogueira. Juro que só indiquei com um rápido movimento de cabeça aonde era o rio por que ele havia colocado dois gravetos com os marshmallows. Enquanto ele tomava banho eu aproveitava as delicias. Bem, sobrava apenas um problema: Cabia apenas 1 pessoa na barraca!

Castiel voltou, comeu os marshmallows, pegou alguns cobertores e um travesseiro dentro da barraca e organizou no pé da árvore mais próxima da fogueira. Se dando o luxo de tirar até a camisa. O que era... Torturante quando aquele corpo sexy não te pertence. Não mais.

Pra mim isso foi um sinal “a barraca é sua” e isso bastou para eu me acomodar lá dentro.

Não é que mesmo sem dizer uma só palavra, eu e Castiel conseguíamos nos entender perfeitamente... Digo, até quando um está implicando com o outro... Suspirei. Nunca ia achar outra pessoa assim na minha vida!

“Plock” “Plock”

“Tbchum!”

Começou a chover. E em um milésimo de segundo, acredito que sem pensar, Castiel estava dentro da barraca. Era compreensível já que estava frio e sem a fogueira ele iria congelar lá fora com a chuva fria, mas... Ele estava seminu, parcialmente molhado e estávamos presos em uma barraca minúscula praticamente exprimidos um contra o outro. Era difícil sem controlar assim! Tentando não encostar um no outro (impossível) nós deitamos um virado para o canto oposto do outro. Nossa bundas e costas estavam totalmente em contato, conseguia ouvir até mesmo o a batida do coração dele. Antes que virasse uma maníaca ou simplesmente perdesse o controle e pulasse em cima dele, me esforcei para dormir. Péssima ideia.

No pesadelo, Castiel estava casado com Debrah. Só que eles eram felizes. Tinham 3 filhos lindos, eram perfeitas almas gêmeas... Só que... Eu não existia naquela realidade. Era com se fosse um espirito, assistindo uma cena. Lys chegava e assassinava Castiel na frente de Debrah e das crianças.

Castiel

Visão de Castiel   

Entenda! Porra! Não, você não pode mais beija-la, não pode toca-la mais que isso, não pode tê-la novamente! Entendeu?!

Eu não conseguiria dormir daquele jeito. E o barulho da chuva só me trazia lembranças da tarde do parque...

-Hum. –Ela gemeu. E depois soltou um ofego assustado.

Se virou brutalmente e me abraçou de conchinha. Seu coração estava disparado, ela parecia ter acordado de um pesadelo. Não questionei. Coloquei minha mão sobre a dela no meu abdômen e ela logo se acalmou e dormiu novamente. Aproveitei pra fazer o mesmo.        


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

São quase meia noite eu vou acordar cedo pra caramba amanhã (e é sábado :C #senta #e #chora) então, sintam-se culpadas! u-u Vou passar o dia inteiro com sono amanhã por culpa de vocês. -sqn BjoBjo e até semana que vem ♥