Cego Coração escrita por Aella


Capítulo 10
Décimo Capítulo - O Banquete


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para você! Uhul! Esse será um pouco mais "alegre" do que o outro. Eu acho. ahsusahasuh Aproveitem! :3



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Uma semana já havia se passado desde a chegada de Kagome à tribo e ela havia se dado muito bem com as fêmeas, feliz por fazer parte da alcateia pelo menos nas obrigações. De vez em quando alguém aleatório da tribo lançava-lhe um olhar mortal e irritado, mas ela aprendeu a ignorar. Como Katsumi lhe dissera antes, ela teria que dar tempo a eles.

O bom é que ela não tinha muito tempo para pensar nisso agora, todos estavam super ocupados com o banquete que eles iriam organizar. Os lobos da Tribo do Oeste estavam vindo para uma visita amistosa e a festa seria na noite seguinte. A sacerdotisa estava se esforçando em suas tarefas, mas estava incrivelmente nervosa. ‘Se muitos dos lobos daqui não gostam de mim, imagine os da outra tribo! Ah não...’

Depois que já havia escurecido e ela e as outras já tinham terminado o trabalho do dia Kagome foi direto para o covil de Kouga, jogando-se em sua cama de peles no chão. Ela estava exausta, mas, por algum motivo, não conseguia dormir. Ficava virando de um lado para o outro e, quando Kouga retornou de madrugada para sua caverna, ela ainda estava acordada.

Ele andou bem devagar e silenciosamente, pois achava que ela estava dormindo. Tirou sua armadura sem um ruído sequer, guardando-a e depois se deitando embaixo de suas cobertas de pelagens. Kagome se virou em sua cama, olhando para ele. ‘Por que ele voltou tão tarde?’ Ela se pergunta. ‘Será que ele... Será que ele estava com alguém?’ Juntando coragem, ela decidiu que iria perguntar a ele, antes que sua mente a convencesse a não o fazer.

- Kouga, onde você estava? – Ela perguntou em uma voz fraca, já se sentindo idiota por perguntar. – Por que voltou tão tarde? Você estava... Estava com alguém? – Ela solta as últimas palavras antes que não tenha mais coragem.

O youkai lobo senta-se em sua cama, surpreso em ver que ela ainda estava acordada àquela hora.

- Não Kagome, eu não estava com ninguém. – Ele responde em um tom satisfeito. Ela estava enciumada... Claro que ela deveria saber que, como ele a ama, ele jamais se encontraria com ninguém da maneira que ela estava sugerindo. Mas mesmo assim ele percebeu, com sua visão apurada, que ela corou assim que terminou de falar.

‘Ah não. Por que eu fui abrir minha boca idiota? Eu não tenho nada a ver com a vida dele. Se ele quiser se encontrar na calada da noite com outras mulheres... Bem, quem sou eu para impedi-lo ou achar ruim?’ Ela se vira de novo, agora virada para a parede. ‘Não é como se eu fosse a namorada dele – ou a fêmea dele – afinal de contas.’

- Por que pergunta, Kagome? – Ele sorri seu famoso sorriso convencido. Estava estampada na cara dela que ela estava enciumada, mesmo não existindo uma razão para isso.

- É-é que você nunca voltou tão tarde. – Ela suspira. – Mas eu não tenho o direito de me meter no que você faz ou deixa de fazer. Desculpa, Kouga. Deixa pra lá.

- Kagome, o banquete é amanhã. Enquanto você e as lobas estavam arrumando as coisas por aqui, eu e os homens estávamos caçando. – Ele soltou um riso. – Vamos precisar de bastante carne para amanhã não acha?

- Sim... – Ela concorda, envergonhada. ‘Desde quando que eu ligo para essas coisas? Para ele desse jeito?’ Ela se pergunta antes de ser interrompida.

- Mas ei, por que você ainda não está dormindo? É muito tarde!

- Honestamente, eu estou muito nervosa, Kouga. – Ela vira para seu lado, tirando seus olhos da parede e observando a figura do youkai em cima da cama.

- Nervosa? Por causa de amanhã?

- Sim. A sua alcateia já não gostou muito de mim, então o que a Tribo do Oesta vai achar de mim? – Ela suspira. – Talvez achem que eu sou o prato principal da noite.

Ele riu alto, mas parou assim que notou que não tinha sido uma piada.

- Kagome, eu sinto muito por causa dos outros youkais. Eu gostaria tanto que eles pudessem ver a mulher maravilhosa que você é. – Ele vê suas bochechas ganhando cor novamente. – Um dia eles vão perceber, mas não se preocupe com amanhã.

Kouga levantou de sua cama e andou até a dela, no chão. Ele se deitou ao seu lado, atento para ver se ela mostrava algum sinal de que não queria isso, mas ela não pareceu se incomodar.

- Não importa o que a outra alcateia pense sobre você. Nem o que a nossa alcateia pensa. O que importa é o que eu penso de você, e isso nunca vai mudar, Kagome. Ninguém conseguirá mudar o que penso sobre você. – Ele colocou seu braço em volta dela e ela sorriu, as bochechas ainda vermelhas.

- Obrigada, Kouga. – Ela não o empurrou para longe. Ela não se sentiu estranha com ele grudado nela, dormindo ao seu lado, abraçando-a.

Kagome adormeceu com um sorriso no rosto, nos braços do lobo.

-x-

- Venha aqui Kagome! Você não pode usar isso! – Katsumi disse espantada, carregando a moça pelo braço até sua caverna.

- O que há de errado com minhas roupas? – Ela pergunta ofendida, olhando-se no espelho.

Katsumi mexia desesperadamente no que parecia ser um armário.

- Você não pode usar isso! Você irá participar de um banquete de lobos. Não pode ir vestida com roupas humanas! – Ela achou algo que havia aprovado e jogou para Kagome. – Vista essas aí.

Kagome hesitou, mas acabou trocando de roupa. Ela agora vestia uma típica roupa da alcatéia: A peça de armadura prateada cobrindo seu busto e pele de lobo marrom cobrindo a parte de baixo de seu corpo, os ombros e as panturrilhas.

- Uau. Você está ótima Kagome! Ficou super bem nas nossas roupas; parece mesmo uma de nós. – Ela sorri para sua nova amiga. – Quero só ver quando o Kouga vir você assim.

-x-

Havia lobos com pelagens negras por todos os cantos. Kouga estava conversando com alguém que com certeza era importante, devido às suas roupas diferenciadas e o jeito poderoso com que andava. Provavelmente era o Alpha da outra alcateia.

Kagome estava feliz porque nenhum dos lobos da outra tribo pareciam ter notado que ela era humana ainda. Ela achou que seu “disfarce” seria em vão, pois os lobos poderiam obviamente sentir seu cheiro, mas os cheiros de tantas carnes diferentes e frescas provavelmente estavam tomando toda sua atenção.

O banquete estava prestes a começar e os youkais estavam lentamente andando para seus respectivos assentos. Ela não fazia a mínima ideia de onde deveria sentar-se e, como não estava achando Katsumi, foi perguntar ao Kouga.

- Uhm, oi Kouga. – Ela diz em voz baixa, um pouco envergonhada porque o outro youkai ainda estava falando com ele. – Onde eu deveria me sentar?

O queixo do príncipe caiu. Ela estava linda. Linda e sexy.

- K-Kagome! – Ele nunca havia a visto com as roupas de sua tribo. ‘Ela é a mulher mais deslumbrante que já conheci. Especialmente nas nossas roupas. É exatamente isso que eu quero para ela.’

- Kouga? – Ela o chamou novamente e o outro Alpha soltou uma leve risada.

- Ah. Ehem. – Ele pigarreou. – Você ira sentar ao meu lado, onde mais? – Ele respondeu, recuperando-se de seu transe.

- Com licença, mas creio que não nos conhecemos. – O youkai disse, entrando na conversa.

- Oh, o-olá. – A moça cumprimentou, preocupada que ele percebesse sua verdadeira identidade. – Sou Kagome.

- É um prazer conhecer uma mulher tão bela. – Ele disse, aproximando-se um pouco dela. – Eu sou Ryota, Alpha da Tribo dos Lobos do Oeste.

- Essa é minha mulher, Ryota. – Kouga disse em um tom hostil, pegando-a pela cintura.

- Ah! Achei que você não tinha acasalado ainda... – Respondeu em um tom provocativo.

- N-nós não acasalamos. – Ela disse, corando.

- Mas iremos. – Kouga disse depressa.

- Você tem sorte por ter achado uma fêmea tão bonita, Kouga. – Ryota disse, um pouco de inveja transpassa por suas palavras. – Está ficando cada dia mais difícil de achar uma youkai merecedora do posto Alpha.

A sacerdotisa começa a se sentir incomodada com a maneira com que o outro Alpha continua a encará-la. Ela sabe o que seu olhar significa e o que ele quer. Ela puxa o príncipe para um canto.

- Kouga, desculpe, mas eu não gostei muito desse homem.

- Eu sei. Também não estou gostando nada da atitude dele. – Ele olha para ela, o olhar sombrio e decidido. – Não se preocupe, não vou tirar meus olhos de você a noite toda.

E foi exatamente isso que fez. Eles comeram, conversaram e riram a noite toda, grudados um no outro, parecendo um casal de verdade.

Quando estava muito tarde já e os lobos da tribo convidada estavam prontos para partir, os youkais vieram até Kouga e o parabenizaram. Não apenas por causa do progresso que ele fizera com sua alcateia e a recuperação da guerra, mas também pela bela, inteligente e carismática mulher que ele achou. Até sua própria alcateia parecia ter gostado um pouquinho mais de Kagome naquela noite.

Ele voltou para seu covil onde Kagome o esperava com um sorriso enorme, e o fato de Kagome ter se passado com sucesso por uma loba a noite toda foi um bônus para sua felicidade.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me contarem o que acharam! Todas as opiniões são bem-vindas!



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