Cronicas De Godland: O Anjo E O Novato escrita por Victor Souza


Capítulo 1
Capítulo 1. SEU ANJO E O NOVATO


Notas iniciais do capítulo

***Primeiro capitulo, acho que está bom, tentei unir fantasia com um romance yaoi básico, o capitulo ficou meio longo, mas espero que gostem do meu Kyu :3 ***



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“Querido diário, hoje começa mais um dia como qualquer outro em Godland, tive um sonho estranho onde um demônio arrancava as asas de um anjo e o anjo era obrigado a viver o resto dos dias com ele, meio estranho né? Ou será que não? Seria uma mensagem? Tenho que parar de ler Kuroshitsuji, já estou delirando.”

 O despertador do celular tocou exatamente às seis horas da manhã fazendo ecoar aos quatro cantos do quarto uma voz doce em um ritmo country o qual Kyubey amava, ele se levantou, mas não desligou a musica, deixou tocando até que parasse por si só. Caminhou pelo quarto com o mesmo humor de todas as manhãs, um pouco pior por saber que ainda era quarta-feira, o fim de semana ainda estava tão longe, e mesmo sabendo que não era grande tortura, ainda teria que ir para a escola. Kyubey foi para o banheiro, tomar um banho poderia ajudar a despertar.

Kyubey era um menino um tanto quanto diferente dos demais de sua cidade, não diria estranho, pois nada era normal ali, mas sim diferente. Ele não era tão alto para um garoto de 17 anos, seus cabelos eram brancos como a neve (o único jovem de cabelos brancos na cidade) cabelos os quais alcançavam sua cintura. Seu rosto era delicado, esculpido um anjo por um artista e seus olhos azuis se destacavam no seu rosto, mesmo que escondidos atrás de uns óculos, seu corpo não possuía nada demais para se destacar, leves curvas que se acentuavam pelas roupas que costumava usar. Suas asas eram pequenas como a de todos na sua idade e ficava bem a mostra.

Asas? Sim, você leu direitinho. Todos naquele lugar possuíam asas, era chamada a terra de Deus, uma cidade sobre uma nuvem, um lugar onde todos os habitantes possuíam asas. A cidade se construía em uma espetacular arquitetura de casas com estilo Greco antigas, prédios medievais e toques de tecnologia. A cidade, como todas as ilhas era cercada por lindo oceano, ao sul possuía um porto, a entrada da cidade, e ao norte uma montanha coberta por florestas. Um lugar extremamente exótico e deslumbrante.

“Uma nuvem cercada por um oceano, que merda é essa?” Provavelmente você pensou isso, se não pensou, parabéns, você é louco. A cidade ficava em uma nuvem mais densa e ao seu redor havia uma nuvem como as de chuva, cheia de água, e os habitantes chamavam de oceano. Essa era Godland, uma cidade no céu, a terra de Deus.

Kyubey terminou seu banho e vestiu-se com aquele mesmo uniforme de cada dia, uma camisa e um colete ambos brancos com detalhes azuis e um emblema dourado no peito, uma calça azul com detalhes brancos, um laço azul no pescoço e um all star branco com algumas asas desenhadas. Ele usava os cabelos presos por um laço azul marinho na altura do meio das costas e uma bolsa transversal com alguns cadernos.

Desceu as escadas rumo à cozinha para tomar café da manhã, sua família já se encontrava de saída. Os pais de Kyubey eram separados e ele morava apenas com sua mãe, possuía 2 irmão mais velhos gêmeos e uma irmã mais nova. Morava em uma casa de dois andares que apesar de não ser muito grande possuía seus luxos e apesar de qualquer coisa, o único que Kyubey de fato dava valor era seu quarto, um lugar onde ninguém poderia o incomodar.

Tomou o café enquanto lia o jornal, sua mãe deixara na mesa torradas, geleia, cereal, leite e bacon. Ele comia e lia tranquilamente, ao terminar ambos, tirou a mesa e se retirou, rumo a escola.

Alguns minutos depois estava na escola, um prédio extremamente gigante. Ele estudava na maior escola da cidade, de fato a única escola de ensino médio da cidade-estado em que vivia, a Saint Exupéry, o campus era enorme, inúmeros prédios de sala de aula, biblioteca e quartos para estudantes do exterior, um estádio enorme e uma área de alimentação, tudo impecável, flores se espalhavam em todos os cantos, e bem acima do portão de entrada o emblema da cidade fora posto, um príncipe com asas sentado sobre uma ovelha, todo em ouro.

-Kyubey me espera! – alguém gritou ao ver ele entrando na escola e correndo o alcançou. – Bom dia, como você está? Bonito laço de cabelo, é novo? – disse ofegante.

-Bom dia Jhon, e não, não é novo, é o mesmo laço que eu uso desde a oitava serie e você sabe disso... – disse seco e tirando uma folha de dentro da bolsa continuou. - ... E se é isso que você deseja, sim eu fiz toda a atividade, mas vai lhe custar um favor, e então o que acha?

- Valeu Kyubey. – Jhon tentou pegar a folha, mas Kyubey o olhou como quem esperava algo. – Okay, eu fico lhe devendo um favor, como sempre, juro, porque você faz isso hein? Você sempre pede um favor, mas nunca pede nada. Deveria pedir dinheiro.

- Eu simplesmente quero ter certeza que quando precisar de algo vou poder contar com alguém, mesmo que seja obrigado. – entregou a folha para o outro que o olhava como quem zomba de alguém. – Acredite um dia você vai me pagar esses 2163 favores que você me deve. – sorriu e se apressou deixando-o para trás.

-Okay então. – engoliu a resposta enquanto conferia se estava tudo ali. – KYUBEY, VALEU! – ele gritou agradecendo.

Kyubey era muito conhecido na escola, um cabelo branco que se destacava na multidão, o primeiro a recusar um pedido de entrada para o time oficial da escola,o que simbolizava privilégios únicos. Era um dos melhores alunos da escola, sabia de co onde estava cada livro daquela biblioteca, sabia cada nome de personagem dos inúmeros animes que já assistiu, mas logo ali na frente estava o principal motivo de ser tão popular, sua namorada, a capitã das lideres de torcida, Jasmin Devillysh.

Como um nerd como ele alcançara tamanha popularidade a ponto de namorar a menina mais importante da escola, isso ninguém saberia como responder. Ela era perfeita, possuía um corpo com curvas esplêndidas, seu cabelo liso curto era como um véu que cobria seu rosto delicado, um verdadeiro anjo que guardava uma menina temperamental e irônica.

- Bom dia meu bebezinho, como foi sua noite? – ela perguntou se aproximando e se atirando sobre ele. – Você sonhou comigo? – E antes que ele pudesse responder ela continuou. – Nesse fim de semana será minha festa, você não vai faltar né, iremos comemorar a vitoria do time contra os visitantes.

-Como pode marcar uma festa de vitoria se o jogo nem se quer ocorreu?

-Não seja bobo, é obvio que iremos vencer... – Disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo. -... E caso isso não ocorra, iremos precisar de uma festa de consolação né. De todo modo, a festa ocorrera e você deve estar lá, lindo pra sua namoradinha.

-Ah sim claro, lindo, vou tentar. – Ele a abraçou e foram juntos para a sala conversando volta e meia sobre as aulas, outra hora sobre os jogos.

Chegaram a sala e foram cada um para um lado não sentavam juntos, Kyubey sentava na terceira cadeira, nem tão na frente, nem tão atrás, já Jasmin sentava na ultima cadeira junto com todos os esportistas da sala.

-E então Bey, pensando em se inscrever para algum curso? – Perguntou Danniel ao reparar em uma ficha de inscrição que estava no meio dos cadernos do menino. – Acabamos o primeiro bimestre agora, acho que os clubes já devem estar todos funcionando.

- Eu pensei em me inscrever para o de artes ou de musica, mas desisti e vou entrar para o time da escola.

-Você está falando serio? Isso seria demais, você tem capacidade para ser o capitão do time e eu como seu amigo poderia...

-Não estava falando serio, eu não vou entrar para o time, provavelmente pro clube de desenho ou pintura.

-Okay, mas seria bem legal. Todos ficariam surpresos depois de você ter recusado. – Disse Danniel voltando ao seu lugar ao ver que a professora havia chegado a classe.

Danniel e Kyubey já se conheciam a muito tempo. As mães de ambos juravam que eles já eram amigos desde o maternal. Danniel era mais alto que Kyubey, tinha cabelos pretos curtos e por malhar frequentemente possuía o corpo bem mais musculoso que o do seu amigo.

A primeira aula seria de historia, a professora começou a falar sobre o grande conflito do este que havia durado anos e conseguira apagar uma ilha do mapa, quando foi interrompida por batidas na porta, era o Diretor. Ele abriu a porta de vagar a chamou, cochicharam algo do lado de fora, todos os alunos permaneceram em silencio, quem faria bagunça com o diretor logo ali. Alguns minutos depois a professora retornou, mas dessa vez acompanhada.

Logo atrás dela vinha um jovem com o mesmo uniforme com seus cabelos dourados bagunçados e mãos ao bolso, ele era alto e musculoso, usava uma pulseira de madeira no pulso e um cordão semelhante, a bolsa nas costas era coberta por uma estampa que lembrava uma bandeira, seu olhos eram acinzentados e suas bochechas avermelhadas. Parecia estar com muita vergonha.

- Alunos, esse é o Dante, ele estudará na nossa classe de agora em diante. Quer se apresentar? – Disse a professora perguntando como quem manda alguém fazer algo.

-Meu nome é Dante Cipriano, tenho 17 anos, eu morava nas ilhas abaixo dos céus longe daqui, em uma ilha chamada Gardenia, e me mudei pra cá por causa dos negócios do meu pai.

-Só isso? Okay. Pode se sentar ali na cadeira vaga na fileira do canto. Caso queira mudar de lugar mais tarde sinta-se a vontade. Mais tarde eu nomearei um aluno para te apresentar o campus. Se tiver alguma duvida só perguntar... – ela fez uma pequena parada e voltou de onde estava antes da interrupção.

Ninguém estava mais totalmente concentrado na aula, todos reparavam o aluno novo detalhe por detalhe, cada movimento era precioso para descrever em que grupo ele se encaixaria ou como se aproximar dele. Do lado oposto da sala Kyubey tentava olhar sem demonstrar curiosidade quando ouviu um sussurro.

-Ele parece legal né? Acha que ele é um otaku ou aquele é o único que ele possui? – perguntou Danniel sussurrando ao ver um mangá na bolsa dele. – meio suspeito, o que será que ele carrega naquela bolsa, meio grande para cadernos não, suspeito.

-Não sei não, não vi nada demais, só acho que nos não somos as três espiãs demais, não estamos procurando nada suspeito e ele parece só um menino comum. – respondeu tentando não olhar diretamente como os outros faziam. – Ele parece estar morrendo de vergonha.

-não somos as três espiãs, mas com o tempo que você passa na biblioteca poderia ser considerado a fada dourada da nossa escola e até eu estaria com vergonha, todos parecem abutres vigiando a próxima refeição.

-Você não tem que falar nada, você está exatamente como eles. – respondeu rindo. – Tente disfarçar pelo menos, ou ele vai explodir com todos esses olhares.

-Você acha que me engana, mas eu sei que você está olhando também, disfarçando, mas está observando ele cuidadosamente.

-Não estou olhando não. – Kyubey respondeu em um berro sem perceber. Todos olharam automaticamente e começaram a rir quebrando o silencio, até mesmo o novato ria, fazendo Kyubey vermelho como um pimentão.

-Acho que você falou um pouco alto Bey. – disse Danniel rindo.

-Você acha. – respondeu baixinho copiando a matéria que a professora passava no quadro.

Ficou o resto da aula em silencio. A segunda aula seria de geografia, a professora surpresa com o aluno novo o fez contar a sala como era o lugar onde morava e ele o descreveu com muito embaraço no inicio, mas muito bem explicado mais tarde, falou da terra natal com tamanho patriotismo que Kyubey chegou a achar que ele vinha da Nº 06. Alguns alunos fizeram perguntas e pouco a pouco ele foi se soltando e conversando como se já conhecesse todos a anos.

Kyubey ouvia tudo atentamente e detalhadamente preenchia uma ficha sobre ele em sua mente, percebeu que ele tinha um sotaque engraçado e gesticulava ao falar como quem desenha o que pensa. Ao terminar Dante já estava conversando com varias pessoas.

-Ei você acha que ele se sente bem vendo todos com asas e ele não as possuir? – cochichou Danniel outra vez.

-Acho que não, mas ele não demonstra incomodo. – Disse olhando para ele e reparou que ele também olhava para ele, ele sorriu e Kyubey ficou sem reação, voltou a falar com Danniel como se nada tivesse acontecido. – Acho que ele vai estranhar algumas coisas afinal a cidade foram criadas para pessoas com asas, os estrangeiros sempre estranham.

-O lugar de onde ele veio parece ser legal. Talvez eu passe lá para uma aventura, um dia eu ainda vou viajar o mundo todo em um navio procurando tesouros.

-Eu acho que você deveria parar de ler One Piece, porque você não é o Luffy. – disse Kyubey dando risadas junto a Danniel.

As aulas passaram rapidamente, no final o aluno escolhido pela professora fora mostrar o campus para o aluno novo, Kyubey por alguma razão queria ser esse aluno, mas não havia sido escolhido. Depois da aula ele saiu com sua namorada, andaram conversando pela escola quando se depararam com um corredor vazio, perfeito para namorar sem que ninguém incomodasse, foi o que pensaram.

Depois de alguns minutos como uma assombração, depois de abrir os olhos ao beijar Jasmin, kyubey viu Dante atrás dela com cara de quem não sabia o que fazer.

-E-ei, eu me perdi do meu guia, vocês podem me ajudar? – Disse ele todo atrapalhado.

-Claro. – respondeu Jasmin entusiasmada, enquanto Kyubey ainda olha fixamente para Dante. – Vem eu te mostro o campus, você não liga, né bebe? – e mais uma vez sem esperar a resposta ela saiu levando Dante pelo braço como uma criança que olhava para Kyubey como se tivesse esquecido algo.

O dia passou voando e Kyubey não tinha mais visto nenhum dos dois, nem Dante, nem Jasmin. Depois de passar na biblioteca e entregar alguns livros ele resolveu voltar pra casa, mas antes havia algo que precisava fazer: se inscrever em um clube. Havia decidido pelo clube de desenhos pois era algo que gostava de fazer. Atravessou o campus rumo a sala de artes para deixar sua inscrição.

Depois de deixar a folha de inscrição Kyubey voltava rumo a saída da escola, passava pelo caminho próximo aos dormitórios como sempre quando uma voz um tanto quanto familiar o chamou.

-Kyubey, posso falar com você um minuto? – era o Dante carregando quatro caixas, provavelmente seus pertences. – Desculpe por hoje atarde, eu não queria atrapalhar seu namoro.

-Não tem problemas, agente pode continuar outra hora. – respondeu sorrindo tentando ser amigável.

-Ah, okay então, eu comprei isso pra te pedir desculpas. – pegou a caixa de cima, era uma caixa de donnuts. – Mas acho que não vou precisar né?

-Claro que eu vou aceitar os donnuts. – disse pegando a caixa. - Porque se preocupou tanto em pedir desculpas para alguém que nem conhece direito?

-Eu não queria deixar uma má impressão.

-Então vou fazer o mesmo, me de uma caixa dessa. – disse pegando a caixa, eu vou te ajudar a levar.

Eles caminharam até o dormitório sem conversar, Kyubey colocou a caixa lá e saiu, não sabia por que não conversava com ele, era estranho, normalmente era tão extrovertido.

-Então eu vou indo, obrigado pelos donnuts.

-Espera... – Dante pegou pelo braço. – Eu queria...

-O que você tá fazendo? Não me p... – foi interrompido por Dante, os lábios se tocaram de leve e ocorreu, eles se beijaram, Dante soltou o braço dele e passou pela cintura, Kyubey permaneceu imóvel sem saber o eu fazer.

-Desculpe eu só... – Dante disse ao terminar o beijo.

Kyubey agarrou sua bolsa e saiu correndo rumo a sua casa sem olhar para trás. O que havia sido aquilo? Porque um estranho o beijou? Ou melhor, porque um menino o beijou? E o mais importante, porque ele não fez nada para evitar o beijo? Porque tinha sido tão bom? O que aconteceria se sua namorada soubesse disso? Quem ele pensava que era? A cabeça de Kyubey rodava, ele correu mais rápido que podia passando pelas pessoas como um corredor profissional. Chegou em casa ainda sem saber o que aconteceu e se jogou na cama. Estava no seu quarto, agora estava seguro.

“Querido diário, é aqui que tudo começa a mudar. Sempre me pareceu simplesmente perfeita a vida que eu levava, um leve vazio, mas quem não sente um vazio de vez enquanto, dizem que na adolescência todos são assim, mas de repente tudo mudou, tudo ficou de pernas pro ar. Por Deus, espero que você assuma todas as responsabilidades pelo caos que está criando em mim.”


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Notas finais do capítulo

***Aqui termina o primeiro capitulo da fic, espero que tenham gostado. Sugestões, comentários e correções caso tenha errado algo, grato pela atenção. Se possível, em breve capitulo novo.***



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