O mundo parecia que ia desabar do lado de fora. Bella olhava em direção a janela não contendo certa pontada de insegurança pelo que estava prestes a fazer... Se tornar noiva oficialmente. Todos os interessados já estavam presentes, apesar de que seria somente um simples jantar onde estariam presentes só o pai de Bella, sua tia Renée, prima Alice, amiga Rosálie, Edward o noivo e seus pais, Carlisle e Esme. Apesar do temporal repentino, a maioria tentava manter o ambiente agradável ignorando os relâmpagos e os trovões estrondosos, no entanto, Bella não conseguia fazer como os outros e tão pouco conseguia entender as palavras de seu noivo, ela tentava demonstrar alegria de logo pôr a aliança em sua mão direita selando o noivado.

Todavia, logo uma governanta anunciou a todos que o jantar iria ser servido. Seguindo para a sala de jantar cada um se acomodou, fazendo uma reza em agradecimento e em seguida foram servidos. Durante o jantar Charlie e Carlisle procuravam manter uma conversa agradável, apesar de o bilionário estar achando um ato deselegante e mal educado o fato de Charlie tentar conversar durante a refeição, mas Carlisle sabia disfarçar bem seu desagrado e como era um convidado ali tentou ser cortes. Se não fosse a certeza de que seu filho amasse Isabella, não aprovaria a entrada da jovem em sua família, já que ela não era de berço, mas manteria sua postura e quando estivesse em seu lugar poria ordem em tudo.

Bella sentia-se um pouco aliviada por seu pai ter chamado a atenção do seu futuro sogro, pois naquele momento não conseguia esconder seu nervosismo, ela tinha uma sensação de que algo ruim iria acontecer e que o certo era ela sair dali, desistir daquele noivado, mas a sua parte nobre não lhe permitia fazer esta desconsideração com Edward, talvez aceitasse seguir com aquilo, só não precisaria seguir em frente com o casamento, além do mais, depois que teve o encontro com Jacob teve a certeza de que havia algo errado, não seria feliz ao lado de um homem que não ama. Edward parecia ser o pretendente perfeito para qualquer jovem solteira, mas não para ela.

Bella não fazia ideia de quanto tempo passou, só foi trazida de volta a realidade ao perceber que já não mais estava na sala de jantar, não havia percebido quando o jantar terminou e muito menos como chegou ali, estava tão entorpecida que suas ações seguiram no automático. Mas seus olhos acabaram se deparando com o sorriso torto de Edward em sua frente segurando suas mãos.

Não entendia o que ele fazia, até reparar que ele dizia algumas palavras.

-Isabella Mary Swan, aceite se casar comigo? – ela franziu a testa não entendendo direito.

-Como? – ela perguntou duvidosa e um pouco aturdida, não conseguia compreender como pode ficar tão dispersa.

Edward passou a ter uma expressão confusa, e acabou repetindo a pergunta novamente.

-Aceite se casar comigo? – sua voz saiu um pouco temerosa.

Bella abriu seus lábios tentando respondê-lo, mas sentiu que sua voz não queria sair, então movimentou sua cabeça em sinal de um sim, forçando um sorriso, mas por dentro ela de alguma maneira queria chorar. Edward sorriu pegando uma caixinha preta em seu bolso, abrindo e dando a visão de um anel muito bonito, porém com aparência antiga e de família.

-Esse anel pertenceu a minha avó, depois foi de minha mãe quando meu pai a pediu em casamento, e agora pertencerá a você, e quando nosso filho se casar passará para sua futura esposa... – Bella sentiu um nó se formar em sua garganta, como também sentiu o seu coração apertar, Edward falava como se o futuro de ambos estivesse traçado e isso trouxe uma nova onde de insegurança e acima de tudo arrependimento.

Mas antes que conseguisse acabar com aquilo, sentiu sua mão sendo tomada pelas mãos de Edward, tendo o anel que lhe ofereceu sendo posto em seu dedo anelar direito.

Todavia, havia algo estranho.

Bella observou o anel ser posto em seu dedo, mas parecia que toda aquela ação refletia em uma lentidão absurda e à medida que o anel deslizava, uma queimação aprofundava como se o anel tivesse em brasa para quando esfriar não sair mais dali. Ela não teve tempo de impedir que o anel fosse posto, porém de repente viu seu dedo, de onde pendia o anel, começar a ficar escuro, e pequenas crateras se formar crescendo, como se ali fosse madeira queimada.

Bella berrou em desespero e começou a mover suas mãos. Edward a olhava atordoado sem entender nada. Charlie vendo a filha naquele estado se aproximou rapidamente, ninguém conseguia entender nada. Até que Charlie pegou delicadamente a mão de sua filha se deparando com a razão de seu terror.

Bella estava completamente assustada, sua mente não funcionava direito, ela não conseguia acompanhar os acontecimentos, era tudo confuso e doloroso e então ela desmaiou deixando todos aterrorizados.

Charlie amparou a filha e teve seus olhos arregalados pela visão assustadora, nunca em todos seus anos de medicina viu algo daquele jeito.

-Charlie o que é isso? – perguntou Renée assustada.

Ele negou com a cabeça antes de responder.

-Não sei... Nunca vi algo igual.

-Será que é algum tipo de alergia ao material que foi feito o anel? – supôs Esme.

Carlisle rolou os olhos com o tamanho absurdo dito pela esposa e rebateu:

-Isso é um absurdo. O anel é feito a ouro branco, uma peça muito valiosa de família... Somente algo barato poderia fazer isso, mas esse anel, não.

Charlie ignorou a arrogância de Carlisle, para ele o que interessava era o bem de sua filha, então com cuidado retirou o anel entregando-o a Edward que estava confuso e assustado.

E então outra coisa estranha aconteceu espantando a todos, assim que o anel foi retirado, aos poucos, a mão de Bella foi voltando ao normal magicamente.

-Mas o que é isso? - Edward foi quem quebrou o silêncio aturdido pelo que viu.

-Coloque o anel novamente... – sugeriu Rosálie que até então observava tudo em silêncio, ninguém entendeu onde ela queria chegar, mas Charlie pôde captar o que Rosálie queria fazer e assim pegou novamente o anel das mãos de Edward colocando-o no dedo de sua filha. Se for o que Rosálie esperava comprovar, ela teve sua resposta, porque no mesmo instante o dedo anelar de Bella voltou a ficar negro como carvão fazendo com que sua mão também ficasse.

Bella então acordou em um rompante levantando sua mão para observá-la, ainda estava completamente confusa. Ela olhou horrorizada para o estado de sua mão e no mesmo momento retirou o anel com desespero.

Ela se agarrou ao pai e começou a chorar compulsivamente, mesmo que sua mão sem o anel voltou novamente ao normal.

-Bella, minha filha. Fique calma. – pediu Charlie a amparando em seus braços. Ela negou com a cabeça, em soluços.

-O que está sentindo Bella? Você tem alergia a algum material valioso? Querida... – Renée tentou se manter tranquila, mas era difícil vendo o estado da sobrinha.

-Eu não sei o que é isso. – foi tudo o que Bella conseguiu dizer entre as lágrimas.

Ninguém sabia como explicar o que estava acontecendo... Até uma voz ecoar atraindo a atenção de todos.

-Eu sei. – a voz séria e rouca de Jacob causou um tremor no corpo de Bella.  -Bella não pode selar um compromisso com outro homem, como eu não posso me casar com outra mulher.

-Que sandice é essa seu índio imundo? – proferiu Carlisle olhando Jacob com repulsa da cabeça aos pés.

Inabalado com a petulância de Carlisle, Jacob respondeu:

-Não é sandice alguma cavalheiro. Bella não pode ficar noiva porque já está casada.

-Como assim? – dessa vez foi Bella quem disse, ainda se sentia completamente atordoada, era como se estivesse em algum tipo de sonho, ou melhor, pesadelo... E agora a presença de Jacob e tudo que ele falava só a deixou mais perdida.

Jacob olhou em sua direção com um olhar hesitante, mas mesmo assim respondeu:

-Lembra-se daquela vez quando nos encontramos antes de você partir para a França? – ela assentiu ignorando o fato de haver outras pessoas os observando sem entender do que eles falavam. –Aquele ritual não era um ritual para selar nossa amizade, eu não fazia ideia... Mas... Era um ritual de aliança... Casamento.

Entendendo o que Jacob queria dizer, Bella o encarou totalmente surpresa.

-En-então... A gente... - ela sussurrou debilmente.

-Casados... Estamos casados. – Jacob disse num fio de voz.