Sangue de Jogos Vorazes escrita por Ytsay


Capítulo 48
Despertar


Notas iniciais do capítulo

Então a fic fez um ano. ~Parabéns o/~ Nem parece. Hum, tantas coisas até aqui...bons tempos.
Eu tenho que finaliza-la e a partir daqui um fim esta a caminho.



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A escuridão ainda ocupava a minha visão. Estava em um lugar silencioso e calmo. Sei que ainda existo, mas não sento meu corpo ou onde estou. Infinitas horas se passam. De repente, meu ouvido volta a funcionar recebendo um alto conjunto de ruídos. Isso é irritante assustador e dolorido. Meus olhos lutam para se acostuma à intensa claridade branca e eu para me livrar de qualquer coisa. Ouço meu próprio grito ecoar em paredes. Bipes de aparelho, sapados batendo contra o piso, pessoas agitadas a minha volta na estranha sala e suas conversas incompreensíveis. Essa sinfonia me enlouquece. Meu coração bate tão acelerado! Parece que quer sair de mim de qualquer jeito. Minhas ideias e pensamentos estão confusos demais para compreender qualquer coisa. Sinto raiva, medo e desespero, tudo ao mesmo tempo em que não sinto nada e não me importo com nada.

Horas depois sinto meu corpo coberto e aquecido, minhas roupas não são as mesmas e do meu lado direito um bipe constante. Abro os olhos e me descubro em uma sala escura e sozinha. A parede lisa na frente da cama é atingida por uma única luminosidade vinda da pequena janela na porta. Observo o aparelho e seu bipe, dele saem alguns fios até o meu corpo e mais acima um recipiente com um liquido conectado a veia do meu braço. Volto a fechar os olhos e aos poucos meus pensamentos começam voltar à velocidade normal. Junto vou entendendo e negando os fatos. Querendo acreditar que tudo tenha sido um pesadelo. Mas porque me enganar?... Daqui a pouco vão estar lotando essa sala querendo me usar. Não! Aceitar isso é aceitar que muitos outros morreram...

O sentimento dor é incomum e me trasborda facilmente. Não importa as riquezas que vou receber. Nada pode mudar o fato de que serei a lembrança da morte do tributo do meu próprio distrito e dos muitos outros. Provavelmente ouviram meus gritos, as luzes se acendem e apago.

Acordo de noite. Alguém bate na porta e entra sem esperar resposta. Era Giulen com o meu jantar. Só então percebo que há muito tempo não como algo decente. Meu mentor sorri quando me vê acordada. Não retribuo, a presença dele me lembra do que passei e do que vi. Ele fala algumas coisas de como esta feliz por eu ter conseguido vencer, que agora o distrito 8 tem um novo vitorioso, relembra de Pulkker e não demora muito no assunto, e, por fim, fala algo sobre a minha mãe e herança. Apenas ouço tentando me controlar. Tudo que ele diz me tira o pouco controle que tenho sobre mim, ou que os remédios me dão. Sei que se eu for falar algo desmorono e mais gritos me fugirão, ele me deixa.

Passei um dia recebendo apenas medicamento, comida, agua e roupas limpas.

Uma tarde um psicólogo aparece para me avaliar, se senta em uma cadeira perto da cama com sua prancheta e me faz perguntas. Eu não consigo responder, olho através da janela de cortinas abertas a capital. Imagino-me longe, mas é interrompida por cenas da arena e começo a tremer involuntariamente. Então o médico nada carismático estala os dedos me chamando a atenção. Seriamente ele diz:

– O silencio não pode mudar o que esta para acontecer ou que aconteceu. - sua expressão se tornou mais gentil. - O quanto mais rápido você se mostrar recuperada, mesmo que apenas represente isso, mais rápido fica livre de todos.

Depois repetiu a ultima pergunta. Respondo com a voz rouca sem uso e percebo que minhas repostas se tornaram frias e diretas.

Depois fico livre de injeções e apenas com novos remédios calmantes.

Uma enfermeira me obriga a sair da cama enquanto troca a roupa de cama. Minhas pernas formigam e me respondem mal nos primeiros passos, mas logo consigo andar. Caminho pelo quarto parando na janela para observar a vida na capital.

Na manhã, as luzes se acendem e o quarto é invadido. Fico de olhos fechados e imóvel, espero que me deixem, mas as pessoas falam alto discutindo como me acordar. Pela voz é Alim e sua equipe. Eles me lembram de que esta edição terá o seu enceramento.

–Estou acordada. - digo me sentando. - Agora parem com a discussão.

–Há ótimo! –disse Alim após um breve momento de surpresa. - Já deve saber por que estamos aqui... Então vamos sair desse lugar e começar as preparações.

Eles me puxam da cama antes que possa discordar. Vestem-me com um roupão e saímos. Havia alguns soldados na porta que nos seguem. A preparação é completa. Como quando chegamos vindos do distrito, e neste recebi até corte de cabelo. Da ultima vez me importei muito com o cabelereiro, e agora deixei fizerem o que quisessem. De lá caminhamos para o elevador. Controlar-me já esta sendo difícil, como vai a partir de agora? Todos esses lugares em que já estive com um eu puro do jogo macabro da capital. Giulen e Laara se juntam ao grupo. Laara comenta sobre o meu corte de cabelo: curto sobre os ombros e com as pontas repicadas brancas. Eu não tenho interesse em conversas e logo alguém da equipe debate com ela o assunto.

Assim que chegamos ao apartamento Alim diz:

–Você tem uma hora de descaço. Depois voltamos.

As coisas estão exatamente como antes. O lugar me descontrola a cada minuto que fico observando. Sinto que só comprimidos não vão me segurar. Sigo para o quarto, deito na cama enxergando apenas o preto da escuridão e tento manter o silencio dos pensamentos. Paranoias com as sombras e pensamentos criando as teorias de vinganças dos outros distritos surgem e me assustam. Corro desesperada para acender as luzes. Depois vejo o pote de calmantes sobre o criado mudo, tomo um ou quem sabe dois as minhas mãos tremiam demais.

Quando Alim entra traz consigo o vestido e acomoda-o sobre a cama.

–O que vai acontecer agora? -Pergunto.

Ela sorri:

–Agora você será coroada como a vencedora, e mais tarde terá uma entrevista onde todos nós estaremos lá. Mas... -Ela muda da expressão radiante por estar em breve na televisão para uma tristonha.

– O que foi?

–Na entrevista farão uma reprise dos melhores momentos da arena... -ela procurava as palavras que menos afetassem meu estado...

–Entendo. Todos os priores momentos que aquela arena teve.

Ela concorda.

O vestido para coroação é justo até o meio das coxas de seda branca grossa, nas costas sobre um decote um véu dourado, braceletes da mesma cor nos dois pulsos e uma sandália preta de salto alto.

Durante a coroação naquele lugar alto e com a aproximação do Presidente Snow tremi. Não por ansiedade e sim por medo. Apenas a presença dele que cheirava a sangue do mesmo modo que suas atitudes. Não encenei boas maneiras nem alegria, deixei tudo acontecer sendo como uma estatua. E contida um ma loucura e ira desesperada.

Para a entrevista um vestido roxo claro, coberta com renda floral branca, justo na parte do busto e depois descia como um vestido longo e solto até as canelas na parte da frente e na parte de trás tinha um sobra que era arrastava. Nos pés ela me faz por sapatos fechados de cor perola. No cabelo não tinha muito que se fazer e só ajeitaram soltos.

Vi de relance os que me fariam companhia no palco, estavam todos bem vestidos e logo eles desapareceram para outro corredor. Fizeram-me esperar um momento, observei o palco em uma tv por perto. Elevado acima do publico, com o piso escuro e brilhante. No centro uma poltrona larga, laranja e totalmente felpuda, ao lado uma poltrona bem menor de couro preto para o apresentador que já dava inicio ao show. Atrás uma alta cortina de veludo cinzento ocultava os fundos do palco. E foi atrás dessas cortinas que me levaram. Mandaram-me ficar imóvel. Ouvia o falatório do outro lado do tecido cinzento Giulen e Laara estavam sendo entrevistado rapidamente.

Então abrem as cortinas o publico grita a me ver. O ritmo de meu coração era exagerado e um tremor percorria meu corpo de vez em quando. Meus olhos vagavam na plateia até as luzes ficarem sobre meu rosto. Mentor e acompanhante veem ao me buscar.

–Tente não enlouquecer agora. – Giulen murmurou. Laara encara-o incrédula por causa das palavras não motivadoras. - Sei que as coisas estão piorando nesta dia, mas lembre-se serão só algumas horas e depois você estará mais próxima de ir para casa.

Não é um bom motivo, mas ainda é um motivo. Precisava disso e ele sabia de alguma forma. Sabia que quando o silencio se formou e eles tiveram que vir me buscar eu estava caminhando para perder totalmente o controle. E este foi apenas o primeiro momento da noite.


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Notas finais do capítulo

Não pretendo criar algo como Katiniss, revolução ou morre Snow e nem nada assim. Mas darei um fim digno(ou não).
Desculpe a demora e se tiver algum erro ou o texto estar pior ou por ele estar grande...

É uma honra ter companhia e comentarios.
Abç e bjs em chamas.



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