Durante a noite a enchente se acalmou e abaixou o nível. Quando o sol nasceu o solo estava visível, liso com uma camada de barro escuro brilhante e seguindo o sentido da extinta correnteza.

Comecei a descer devagar, já não aguentava mais ficar ali. Na metade do tronco deslizei direto para o chão sem querer, a casca da arvore antes submersa, estava encharcada e mole. Cai no chão de costas espalhando o lodo para todos os cantos. Fiquei parada por um momento, sentia uma falta de energia estranha talvez causada pelo tempo que passei imóvel com fome e sede.

Mas logo com um desejo de não desistir fiquei de pé. Senti o peso do barro grudado na minha roupa, raspei-o excesso de barro com as mãos da onde eu pude.

Respirei fundo e ia começar a caminhar, quando olhei para baixo e vi que as minhas botas estavam escondidas debaixo do solo macio e negro. Mas essa, quanto a isso eu não podia fazer nada. Então continuei a dar passos pesados com certo esforço e contínuos. Em toda a paisagem a frente, dos lados, em todo lugar, não havia nada além de troncos de arvores, o solo brilhante e escuro e um silencio que deixa o clima mais frio do já estava.

Não conseguia pensar direito, anto que não pesei em pra onde estava indo. Só ia. E nisso, o dia se tornou noite. E quando percebi, vi que perdi tempo de procurar o que mais precisava agua e comida.

A noite já havia tomado toda a arena, quando de cima da arvore em que estava tentando descansar, ouvi uma agitação em algum lugar na escuridão. Uma voz feroz gritava algo como se sua presa não tivesse chance, de uma forma que me intimidava e a qualquer um que ouvisse. Passos ligeiro corriam sobre o solo mole sem dificuldades, porem da mesma forma mais um pouco mais pesados atrás deste vinham outros. Meu coração palpitava cada vez mais rápido a mediada que se aproximavam. Há uns dez metros, a dupla se enroscaram e caem no chão. Pude ouvir o som da luta acompanhada de gritos de garotas e da lama sendo espalhada. De repente com a fraca luz e incapaz de tirar os olhos da luta percebo um cabelo ruivo mesclado com o lodo escuro. Mas não dura muito tempo uma dos tributos consegue fugir e volta a correr para outra direção. Aos poucos não consegui ouvir mais nada.

O no silencio que se seguiu esperava algum som, que indicasse que o tributo que eu reconheci tivesse conseguido escapar. Me sacudindo com o susto, o estrondo de um canhão a luta destes tributos havia terminado, a tempo de ser exibida nas baixas do dia.

Quando é noite suficiente, o céu se ilumina com uma projeção da capital, o hino toca e a projeção mostra os tributos que saíram do jogo. Nesta noite o tributo era a Misty do distrito 6, a ruiva que tinhas planos, e que em seus últimos momentos procurou conhecer as pessoas que mais lhe interessavam e Previu que não ficaria entre os cinco últimos.

Não fiquei bem no resto da noite, saber que alguém com tanto potencial teve sua vida desvalorizada para entreter pessoas. Saber que o últimos dias de todos ia ser da mesma forma, um desespero, cheio de dificuldades em todos os lados, tendo a certeza que não sairiam respirando daquela prisão e que lá fora não tinha ninguém que pudesse ou tivesse vontade de ajudar.

No dia seguinte sentia que minha energia estava cada vez mais fraca. Mal consegui do dormir, quer dizer não sei se consegui dormir, pois tão rápido vi o sol nascer. Ceguei perto dos rastros na lama da luta de Misty, o lado tinha manchas vermelhas escuras, e perto me chamou a atenção um pacote que refletia. Era um pacote de biscoito aberto, com a fome que estava logo metade deles desapareceram. Os biscoitos deixaram minha boca mais seca, e não tinha onde arrumar agua. Guardei o restante para outra hora.

Caminhei o resto do dia até onde minhas forças me permitiram e até minha garganta seca doer. Passei a noite em uma arvore, não conseguia dormir e então imóvel comecei a pensar nas baixas que já tivemos nesse jogo. No fim conclui que faltavam vivos na arena por volta de dez tributos, mas não consegui definir qual os distrito ou quem eram.