Sangue de Jogos Vorazes escrita por Ytsay


Capítulo 32
Agua e pensamentos


Notas iniciais do capítulo

Após tantas agitações alguns acontecimentos básicos que chegam aos dos perdidos na arena: comida, agua, cansaço e saudade dos bons tempos... Boa Leitura até a nota do fim.



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 Já esta quase no fim da tarde, meu estomago parece falar sozinho. Depois que a criatura foi embora em outra direção eu caminhei o mais rápido que podia para qualquer lugar, às vezes sons de galhos se quebrando me assustavam, mas logo percebia que era algum pássaro que acabava pousando em galhos podres ou secos. O escuro noturno chegou e me fez parar. Passei a noite em uma arvore cercada de arbustos, assim se alguém ou criatura se aproximasse poderia ouvir facilmente. E vi o anúncio da baixa de Ethan o garoto do 2, aquele que em seus últimos momentos se dedicou  a me caçar.

  No dia seguinte percebi o quanto a fuga da criatura me afastou de qualquer lugar conhecido, então eu estava sem rumo, sem agua ou comida. Procurei alguma coisa a minha volta, mas nada era reconhecível, a única coisa que podia fazer continuar andando com esperança de achar um lugar, comida ou agua limpa.

 Vagando para um rumo que nem eu conhecia, pensava que tinha grandes possibilidades de não ter a sorte que tive até agora, se as coisas continuassem como iam em breve morreria de fome ou sede e só bastaria alguns dias, pior ainda é pensar que não teria forças para enfrentar outro tributo. Tinha que encontrar algo.

Resolvi parar e descansar um momento encosto no tronco de um arvore próxima. A garganta ressecada me lembrava a todo segundo o refresco do liquido chamado agua, e mais intenso sentimento era do meu estomago reclamando e implorando qualquer alimento. O momento se passava calmo e silencioso e sem que eu percebesse um tipo de transe me ocorreu, vagava por tudo que havia acontecido antes de ser confinada nesse lugar. As pessoas que vi e conheci tudo que me deram e me fizeram. Os estranhos dias seguidos em que Laara surgia na sala do andar oito desfilando a moda da capital e se destacava entre nós. E todas as noites, tão tarde quanto podia perceber, Giulen chegava e se jogava no sofá chique para assistir qualquer coisa, mas estranho foi em um dia bem cedo encontrado ele dormindo no sofá todo bem vestido. O que será que os dois estavam fazendo neste momento, assistindo os jogos e nos vendo ou fazendo qualquer outra coisa e já nos ter esquecido?

 De repente um grande estrondo soa me desligando dos pensamentos, mas nenhum sinal do que poderia ser. A fina camada de agua sobre o chão escuro começou a subir centímetro por centímetro, e um vento que aumentava seu assovio gradativamente vinha do norte. Quando as arvores começam a balançar, o chiado de queda d’agua avançava. Já me sentia assustada, qualquer coisa lá dentro da arena me assustava ainda mais sabendo que a cada dia o jogo ia caminhando para uma final. Olhei a minha volta procurando mais que nuca qualquer coisa suspeita, e percebi  ocupando todo o horizonte um tipo de parede de agua barrenta que corria tomando aquele lugar plano em que estava, é um tipo de enchente.

 Sem perder tempo corro procurando uma arvore grossa e alta. Escolho uma e subo, pensando apenas ter feito a escolha certa e a arvore suporte a força da agua. Quando mais alto subo a agua me acompanha, a onda se aproxima derrubando as arvores mais finas e frágeis. O nível da agua para de aumentar e eu continuo. Quando a onda atinge a minha arvore escuto o rangido submerso da madeira e a arvore enverga levemente. Por um momento fecho os olhos e aceito que talvez seja meu fim, mas a arvore resiste bem. Onde estou o vento é forte como se acompanhasse a onda. Após o impacto da onda e a certeza de que ainda estava viva e fora da agua, olho para baixo, a agua barrenta passa com sua correnteza poderosa, enquanto desejo que tudo acabe logo agarrada ao tronco. Estava presa a arvore, ao meu redor tudo que via era agua. Uma breve hora se passa e a agua mantia seu nível, correndo três ou quatro metros acima do solo. Depois da adrenalina meu corpo reage à falta de alimento, me fazendo sentir que poderia simplesmente desmaiar de fome e cair naquela correnteza. Não tive o que fazer se não esperar e reprimir a possibilidade de morte. Distraio-me tentando enxergar a paisagem, vejo o vulto de uma das colinas da arena e um rastro cristalino descendo por ela mostra que o excesso de agua brota do topo dela.

A noite chegou e ainda sentia a brisa que corria sobre todo o lugar bem alagado, sendo varrido pela correnteza. Será que os jogos estão chatos para capital? Provavelmente, ai eles tem que nos desesperar com esses fenômenos anormais. Eles também podem estar tentando juntar os tributos restantes. De qualquer jeito esse jogo terá que ter um fim.


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Notas finais do capítulo

Olá, sim um capitulo mais calmo... ando sem criatividade, porem temos que passar mais alguns dias nessa arena. E se eu não conseguir pensar em mais nada para os próximos dias, chegaremos a presença de um tributo conhecido junto com Maya. Mas pode não ser boa coisa, e estaremos mais perto do fim do que pensamos. Então me desejam criatividade, e saibam que eu desejo o dobro de criatividade para vocês. Tudo de bom e até o Próximos.