Sangue de Jogos Vorazes escrita por Ytsay


Capítulo 12
Segundo tributo do distrito 8


Notas iniciais do capítulo

Sim, ainda não acabou o dia. Laara e Giulen estão por ai. Maya tenta relembrar seus aprendizados mais é interrompida por Pullker.

—ele parece que tem necessidade de conversar. : / - Espero que gostem.



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Andei direto para meu quarto retirando as botas, depois percebi o latejo da minha cabeça e do meu ferimento, sai descalça procurando alguém para pedir qualquer coisa, não tinha ninguém, peguei um gelo para minha boca e quando voltava pensando que teria de aguentar a dor até alguém aparecer, encontrei um avox no corredor, nós dois nos assustamos, minha cabeça deu uma pontada e deixei meu gelo cair, acho que também piorei minha cara de poucos amigos, e perguntei:

– Sabe onde estão todos?- ele fez gestos atrás de gestos tentando me explicar, mas eu não me esforcei para entender e cortei essa parte dizendo:

–Tá tá ... Pode me trazer um remédio de dor de cabeça? - ele acenou positivamente eu agradeci e cada um seguiu seu caminho.

Quando sai do banho o remédio me esperando com um copo de agua. Depois deitei na cama refrescada e em breve sem dor de cabeça e mal humor. Estava olhando o teto decorado com relevos que formavam uma paisagem de jardim, fiquei observando até quando me lembro.

Acordei algumas horas mais tarde, recuperada e sem sono algum.
Espiei pela porta, estava tudo tranquilo, nenhum sinal de Laara e Giulen, onde eles estavam?

Na sala encontrei Pullker assistindo qualquer coisa e logo um avox me ofereceu uma janta, que eu aceitei, e este foi buscar o prato vazio e solitário que estava na mesa.

Depois de alimentada me debrucei como de costume sobre a mesa assistindo um tipo de filme chato, junto com Pullker, provavelmente não havia nada melhor nos outros canais. E nada de sono. Quando o filme acabou fui para uma varanda que se estendia da copa, de onde eu vim, até o fim da sala.Com duas portas de acesso a da copa e uma logo depois da sala. Os únicos pontos de cor eram de dois vasos com uma planta volumosa e verde, nos cantos perto das portas.

Fiquei um tempo vendo a paisagem da capital, depois me sentei no chão, no canto oposto a de um vaso.

Olhando o estranho piso verde polido eu ocupava meus pensamentos, tentando relembrara o que eu aprendi nesses dias de treinamento. Estava concentrada, quando Pulker veio para a varanda pela porta mais longe, vi ele se apoiar na sacada e arcar o seu corpo para baixo, buscando ver melhor a base do prédio e algumas pessoas que possivelmente estavam passando, voltei a minha concentração.

Depois de um tempo ouvi os passos dele se aproximando, mais definidos do que devia, pois tudo estava em extremo silencio, devia já estar ficando tarde da noite. E ele se debruçou da mesma forma ao meu lado.

–Melhorou? - disse ele me olhando por cima do próprio braço.

–Sim. - respondi ainda olhando o piso

–Não parece. –ele fez um breve pausa-A cada dia estamos chegando mais perto de sermos mortos. É isso?

–Talvez. Mais não adianta muito ficar se lamentando ou fazendo caretas por causa disso agora. - ele concordou comigo, se virando de costas para a capital e cruzando os braços.

–Você acha que vamos conseguir sobreviver pelo menos ao inicio

–Eu não sei. - queria poder dizer uma coisa diferente mais as outras respostas não tinham a certeza desta.

–Você realmente não tem alguém esperando que você volte?-me surpreendi pela pergunta, o que isso importaria para ele. Depois confirmei abaixando o olhar tentando voltar a minha concentração, então ele me encarou um pouco irritado com o fato.

–Que coisa! Deve ser desanimador. -ele riu de si próprio depois continuou- Eu não tenho Uma pessoa me esperando, mais um bocado, e todas me disseram que iriam me esperar. Eles estavam tentando me incentivar, mais acho que isso complicou as coisas... Às vezes me lembro desse momento, deles vindo falar comigo sem um adeus definido e consequentemente me lembro do distrito. Queria poder voltar e ter feito qualquer coisa para poder ficar lá mais um pouco. - ele suspirou lentamente, acho que relembrando os momentos na sua mente - Minha família é até que grande sabia. Eu, Andrew meu irmão mais velho, duas baixinhas, e um caçulinha. - ele abaixou a cabeça.

–Quanta gente. –eu disse e ele riu, era um fato estranho para mim.

–É, e ainda tem mais alguns amigos, conhecidos e parentes. -eu estava certa ele conhecia bastante gente, e deve ter piorado todos dizendo que o esperam.

–E você não nenhum irmão?

–Não. Somos só nos três. Eu e dois aposentados inválidos.

–Inválidos? -ele estranhou mais ignorou depois. -Na verdade só eu e Andrew somos filhos legítimos os outros foram adotados. Mas não muda muita coisa. Meus pais tem a lojinha deles de itens pra costura, então podem muito bem sustenta-los... Bom, em breve menos um.

Ficamos um tempo pensativos e ele continuou a falar:

–É difícil pensar em dormir, não é? -eu concordei e ele também, se acomodando no chão e seguindo alguns vincos do piso com os dedos.

–Já pensou. Todos aqueles que conhecemos esses dias, eles não vão mais existir depois dos jogos... Exceto o vencedor, que pode ser um carreirista. - ele recostou a cabeça na pequena parede da sacada e me olhava.

–Certamente. - eu disse e ele me olhou como se não esperasse essa resposta de mim

–Será que tenho que te dizer... você tem ótimas habilidades, melhor que alguns deles, e eu acredito que você possa resistir bem e até vencer. - sorri achando graça.

– Você pode dizer o que quiser. - e ele ficou me encarando.

–Tá... s-se...eu te pedisse algo você faria?

–Não. - respondi, ele curvou as sobrancelhas, provavelmente não estava acostumado com essa resposta e não era a que ele esperava. Então eu dei uma resposta mas incerta:

– Tá, talvez. - ele melhorou a expressão.

–Você poderia, ao menos tentar mudar a rotina deles?

–Você realmente acha que eu posso tudo isso?- falei sarcasticamente, e ele apenas acenou com a cabeça confirmando e eu balancei a minha negativamente depois.

Derepente o som do elevador, eu me arquei tentando ver quem chegava. Depois nos dois nos levantamos ouvindo as vozes de Laara e Giulen.

Ele chegou na minha frente e estendeu a mão na minha direção e disse:

–Que a sorte esteja a seu favor. - mesmo sendo a mesma frase que outros já disseram, suas palavras pareciam as mais sinceras. Estendi a minha:

–A você também. -ele a segurou em um aperto de mãos firme e quente, durando alguns segundos.Olhos nos olhos, esperando e desejando que ao menos um de nos saísse vivo. Ele me puxou sem me soltar, me senti encostando no seu corpo sem ter como escapar e seus braços me envolvendo rapidamente. Um abraço tão firme quanto o aperto de mãos e tão sincero quanto palavras poderiam dizer. Um ultimo toque de despedida e de conforto, para nos dois.

–O que você esta fazendo? -perguntei como uma boba, ele apenas riu. Eu sabia, mas era a única coisa que eu pude dizer, na minha vida nunca tinha recebido um abraço. Sentir o coração de outro batendo rápido e perto. Dois jovens do mesmo distrito prestes a ver a morte, ou ser a causa da morte. E com o mesmo destino. Ele permanecia me apertando, como se soubesse que poderia não ter mais essa oportunidade.

E eu não fiz por querer mais fiz. Me afastei dele, já estava ficando incomodada pelo ação estranha, mas antes de deixa-lo sozinho sorri agradecendo.

Saindo da varanda já dando de encontro com Laara:

– O que vocês estão fazendo acordados?- Giulen observava ao fundo com as mãos no bolso, na frente do corredor.

–Estamos sem sono. - disse Pullker atrás de mim. Laara fez uma cara de dó e depois sorriu, achando que entendia:

–Não se preocupem. Vivam um dia de cada vez. Agora vão para seus quartos, amanha vocês serão avaliados e não querem se dar bem...então vão e durmam, sim. -disse ela nos apoiando nas costas e nos conduzindo em direção a nossos quartos.

Demorou um pouco mais consegui dormir.


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Notas finais do capítulo

É um capitulo bem grande né, e vazio. Mas tipo eu precisa mostrar um entrosamento melhor entre eles.

Obrigada ,por ter lido...espero um comentario.

:*

ha é, o proximo capitulo sera a avaliação final...:X