A Garota Do Cachecol Vermelho escrita por Ana Luiza Lima


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e obrigada pelos comentários de todos *-*



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Mais um dia cansativo de trabalho, e ainda o Sr. Rogers ficava me cuidando para ver se eu não fazia alguma coisa errada, parece que era isso que ele queria um motivo para me despedir de vez. Era muitos relatórios, e muitos documentos e contas para uma pessoa só, agradeço todo dia o cara que criou a calculadora, o invento que mais facilita minha vida.

Não que eu seja ruim de conta, mais só o medo que eu tenho de errar perto do Sr. Rogers já me deixa nervoso a ponto de errar uma simples conta de multiplicação como dois vezes 5 igual a quinze. Observação: sim eu já fiz isso. Observação 2: não foi muito inteligente.

Depois que sai do trabalho resolvi almoçar fora, já que em casa não teria nada para eu comer mesmo. Fui num restaurante mais ou menos, afinal era o que eu podia pagar. E também tomei uma decisão que talvez mudasse a minha semana: eu iria ao Supermercado!

Talvez parar muitas pessoas isso fosse alguma coisa costumeira, mas eu não gostava muito. Primeiro porque eu sempre enchia o carrinho com um monte de coisas. Segundo que eu não tinha dinheiro para pagar aquilo tudo e esvaziava o carrinho até sobrar só algumas coisas realmente necessárias.

O mercado era até que perto do meu apartamento, umas cinco quadras. Ele era grande e tinha de tudo, desde roupa até aquele tipo de comida para vegetarianos que você nunca imaginou que existiria. Fui direto ao mais essencial: congelados.

O bom que existe tudo congelado acho que eu uso mais o micro-ondas do que o fogão, nem me lembro a ultima vez que o usei. Acho que foi para fazer miojo quando faltou luz à tarde, isso já faz uns quatro meses. Peguei lasanhas, pizzas, strogonoff (nem sabia que tinha congelado disso, seja lá o que for), hambúrgueres, e tinha pratos feitos também que nem me lembro direito.

Passei pela ala das frutas também, não que eu fosse levar alguma coisa, não gosto muito de frutas, mas é bom fingir que se interessa um pouco por elas. E novamente o perfume. Era ela, eu tinha certeza. E comecei a procurar em volta que nem um leão farejando a sua presa, nunca desejei tanto que aquele mercado fosso menor , pra que tantas alas afinal? Poderiam retirar a ala das frutas por exemplo.

E ai eu fui ao corredor dos vinhos, e lá estava ela, com o cachecol vermelho, eu tinha encontrado! Estava tão feliz que podia dar um berro ali mesmo. Mas dai eu parei e pensei, “E agora, o que eu faço?”. Não tinha a mínima ideia do que falaria pra ela. Já sei falaria sobre vinhos, afinal ela estava ali deveria gostar.

Cheguei perto ela estava com uma garrafa do Far Niente na mão, já tinha bebido isso em algum lugar, talvez quando eu fiquei bêbado até cair nas festas de fim de ano.

- Esse vinho é muito bom recomendo. – Ufa consegui falar e sem gaguejar, já é um começo para um idiota como eu.

- Humm... – E essa resposta dela, é muito adequada pra um idiota como eu.

- É pra você mesmo?

- Não é de presente pro meu primo que vai se casar... Eu não bebo. – Ela não bebe, e eu me passando por expert em vinhos.

- Ah que legal, parabéns pra ele, muito animada?

- Na verdade eu não gosto de casamentos, estou indo em consideração a ele. – Corte estilo Tramontina.

- Também não gosto muito para falar a verdade tem o casamento da minha irmã mês que vem...

- Humm... – essa conversa está tão interessante que eu tenho vontade de me matar agora.

Ficamos naquele silêncio por mais ou menos uns cinco minutos, eu procurando alguma coisa pra falar, enquanto ela analisava os vinhos e ia colocando no carrinho.

- Muito obrigada pela indicação do vinho vou leva-lo, alias qual seu nome? – Finalmente ela me perguntou alguma coisa.

- É Benjamin, pode me chamar de Bem. E o seu?

- Leah... – E saiu em direção ao caixa sem me dizer mais nada, nem um aceno de tchau, mas pelo menos ela levou o vinho.


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