A Garota Do Cachecol Vermelho escrita por Ana Luiza Lima


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! >.



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A dança continuava, mas as pessoas já estavam indo embora, restávamos só nós dois na pista de dança, e vi que o Dj também já estava com vontade de ir embora, e nos olhava com uma cara horrível. Eu não ligava, era tão bom ficar ali abraçado com ela. Tudo antes não passava de um sonho meu, meu desejo por ela. E agora aquilo que eu queria estava acontecendo!

Minha pulsação não conseguia ficar com um ritmo e estava acelerada, apesar de a musica ser lenta. Suas mãos passeavam pelas minhas costas, indo até a minha nuca e descendo de novo. Eu não era muito mais alto que ela, o que facilitava a nossa dança. Nada mais em volta importava.

Pensava que eu só queria ficar assim, quem sabe levar ela para a minha casa e a fazer acordar na minha cama. Queria acordar todos os dias com ela. Queria estar com ela todos os dias. Talvez eu estivesse exagerando, mas era assim que naquele momento eu me sentia. Apertei seu corpo mais contra o meu e senti fazer o mesmo.

Por um momento, nos separamos e eu olhei pra ela. Examinava cada detalhe do seu rosto, cada pinta, cada manchinha, todo o brilho dos seus olhos, a coloração da sua boca, as sardas, o formato do seu nariz, queria nunca mais me esquecer dela, e daquilo tudo. Eu não conseguia tirar meus olhos dela. Peguei seu rosto em minha mãos, ela não recuou e fui me aproximando mais e mais, até que seus lábios encostassem nos meus.

Senti-a por completo, e agora não era exagero eu estava completamente apaixonado por ela. Sentia sua pele contra a minha, e suas mãos pararam na minha nuca, e me puxavam mais pra ela. Eu a queria tanto que estava a ponto de explodir. E tudo isso por causa dela, daquela garota que eu percebi num café de esquina. Nossa dança agora não estava só em nossos corpos, mas em nossas almas que se enroscavam, e se misturavam como se fossem uma só.

Afastamo-nos um pouco e a fiquei olhando novamente. Sua respiração estava irregular igual a minha, e seus olhos estavam assustados e também mostravam um pouco de desejo. E ela saiu correndo. Fiquei um tempo parado sem ter entendido o que tinha acontecido ali. Havia sido um momento perfeito. Nada nela, havia mostrado rejeição, mas o que tinha acontecido?

A segui, depois que minhas pernas voltaram a se movimentar, e que minha mente voltou a raciocinar. O lugar era grande, mas era ao ar livre eu tinha que encontra-la, ela não podia ter se escondido. A vi conversando com Arthur, parecia estar sorrindo. Cheguei mais perto e segurei seu braço:

- Oi, aconteceu alguma coisa? – ela me olhou, como se tivesse sido encontrada numa brincadeira de esconde-esconde.

- Com licença. – ela se soltou e voltou a falar com ele.

- Acho que houve alguma coisa, precisamos conversar.

- Eu não quero falar agora. – Eu pude sentir ela travar um pouco, e também não olhava no meu rosto.

- É só um pouco, pode vir aqui? – ela estava agindo como se eu fosse um estranho e quisesse conversar sobre negócios ou alguma coisa assim. Depois da minha insistência, ela se afastou um pouco das pessoas ao seu redor e ficou me olhando. Como sua expressão havia mudado. Tentei criar coragem e acabar logo com aquilo. – Quer sair comigo?

- Desculpe mais eu não posso, eu sou comprometida, e o que aconteceu entre nós agora pouco foi um erro, um equivoco da minha parte, me deixei levar pela musica, por favor, esqueça isso... 

- Como assim? Não pode ter sido um “equivoco” tenho certeza que houve alguma coisa a mais! – Segurei sua cabeça novamente entre minhas mãos, mas agora ela não olhava para mim.

- Benjamin, foi muito boa essa noite que passamos juntos, mas... – ela respirou fundo e deu um suspiro – agora eu tenho que ir.

Eu estava perplexo, e não sabia realmente o que tinha acontecido ali. Estava confuso. Estava despedaçado. Eu nem sabia mais como eu estava. Vi ela se virando e indo embora. Eu não tinha mais força pra fazer qualquer coisa que a impedisse. A ultima coisa que vi, foi aquele cabelo castanho, a pele branca num vestido vermelho irem embora, e talvez eu nunca mais a visse.


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