Tarde Para Amar escrita por imradioactives


Capítulo 78
Capítulo 78


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, então, nesse capítulo eu quis mudar um pouco, então eu resolvi colocar uma musiquinha pra narrar o capitulo. O link da música está aqui e espero que vocês gostem. Eu particularmente acho essa maravilhosa, e combinou com o capítulo > http://www.youtube.com/watch?v=kFfKb_WEkCE



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Caso quiser, coloque a música que está nas notas do capítulo para carregar, e espere eu dizer parar dar play!

Parei na frente da casa dela e observei a fachada, pensando em como começar a conversa que eu iria ter com ela. Respirei fundo e toquei a campainha, e logo pensei em dar meia volta e ir embora. Fui impedido pelo barulho da porta se abrindo, reconheci o rosto que me encarava.
- Bernardo! Que surpresa, querido. Achei que você nunca viria. Entre! – me assustei um pouco com a alegria que a mãe de Clara me atendeu. Fiquei mais assustado ainda quando ela se inclinou para me abraçar. – Eu achei que nunca iria conseguir te agradecer pelo que você fez. Eu já repeti isso milhões e milhões de vezes para os seus pais do escritório, mas nunca tive a oportunidade de dizer pessoalmente. – ela fez uma pausa – Obrigada por ter chamado a ambulância e ter ficado com a Clara lá até eu chegar. Você não sabe como eu sou agradecida.
 - Não precisa me agradecer. – eu disse baixo e visivelmente envergonhado.
- Eu sei que preciso, e a Clara também. Suba, ela está no quarto. – ela disse sorrindo e apontando pra escada.
- Obrigada. – respondi e subindo as escadas, parando em frente a porta.

(COLOQUE A MÚSICA PARA TOCAR!)

Girei a maçaneta e abri a porta devagar, dando duas batidinhas quando ela estava entreaberta. Nenhuma resposta. Abri-a mais um pouco e coloquei a cabeça pra dentro do quarto, chamando o nome da Clara. Nenhuma resposta novamente. Quando tive uma visão ampla de todo o quarto, me deparei com a figura de Clara deitada em sua cama, com o lençol coberto até a cintura, dormindo profundamente. Hesitei. Pensei em ir embora e voltar outro dia, mas eu sabia que se eu fosse embora, eu não teria mais coragem de voltar. Isso precisava ser feito agora.
Entrei e fechei a porta, tentando fazer o mínimo possível de barulho. Me aproximei e me sentei do outro lado da cama, observando seu rosto sereno enquanto ela dormia. Me inclinei e passei meu polegar de leve pelas sua bochecha. O que era que estava acontecendo comigo?
- Clara... - chamei baixinho, não querendo assustá-la. Ela suspirou fundo e mexeu uma das pernas. – Clara... – chamei mais alto e ela abriu os olhos devagar.
- Bernardo? – ela perguntou baixo e com uma voz manhosa. Assenti. Ela arregalou os olhos e se sentou assustada na cama. – Que susto, o que é que você está fazendo aqui? – ela perguntou recuando.
- Calma, Clara. Eu vim em paz, vim conversar. – eu respondi, tentando transmitir minha calma para ela. E parece que deu certo.
- Conversar sobre o que? – ela perguntou, relaxando.
- Sobre tudo que vem acontecendo. Eu queria – hesitei e respirei fundo – eu queria me desculpar. – uma expressão de surpresa passou por seu rosto rapidamente.
- Se desculpar? – ela perguntou.
- Sim. Por tudo. Eu nunca fiz nada na intenção de te machucar. Eu só não entendia porque você dizia me odiar tanto. Eu não entendia mesmo. Nunca nenhuma menina falou tanta merda pra mim que nem você. E isso me deixou com raiva, porque você não me queria.
- Bernardo, eu... – ela começou mas eu a interrompi.
- Não, deixa eu falar, por favor. – eu tinha que continuar, porque se não eu não conseguiria falar mais. – Desde a primeira vez que a gente se encontrou, eu pensei que eu te conseguiria, mas eu queria apenas por brincadeira. Eu queria ficar com você e te descartar, como eu fiz com todas as outras meninas com quem eu me envolvi. – ela arregalou os olhos e fechou a cara. – Mas aí veio o problema, você não me quis. Você não ligou pra mim, você me ignorou. E isso me deixou com raiva. Meu orgulho estava ferido. Então, depois, ter você era questão de honra. E eu tentei, você sabe como eu tentei. Até que eu consegui. Lá na chácara. Eu finalmente tinha conseguido. Eu te beijei e depois te levei pra cama. – antes que ela fosse retrucar eu levantei a mão. – Espera, me deixa explicar. – ela se encostou de novo na cama – E na manhã seguinte, na manhã em que a gente brigou, e que você partiu pra cima de mim, - eu ri – eu percebi que eu estava sendo um babaca. Mas eu não iria dar o braço a torcer. Eu não iria me humilhar por uma menina que eu só queria pegar, certo? – eu fiz uma pausa – Errado.
Eu tinha que fazer alguma coisa para tirar aquele sentimento ruim. Foi aí que a Amanda entrou de vez na jogada. Eu precisava de um passatempo, eu precisava te tirar aquele peso de mim, eu precisava me distrair, para não me focar em você. Eu sei que eu errei com você, mas só fui ver que isso estava me afastando cada vez mais, no sábado, há duas semanas atrás. Eu estava vindo aqui falar tudo isso pra você, mas aí...eu vi você... – engoli em seco, eu não queria lembrar daquilo – Bom, você sabe. Depois que eu saí do hospital, eu fui pra casa do Caio, mas ele não me recebeu do jeito que eu esperava. – ela assentiu, e então eu percebi que ela já estava sabendo da briga – Ele me disse que eu não te merecia. Com todas as palavras. E eu percebi que era verdade. Você é uma menina maravilhosa, Clara. Eu realmente não te mereço. – E então, ela me beijou.  Simples assim. Se inclinou, e me beijou.
Automaticamente passei meus braços pela sua cintura, a apertando e aprofundando o beijo. Suas mãos estavam em meus cabelos, acariciando-os devagar. Era um beijo calmo e sereno. Como nunca tinha sido antes. Sem aquela urgência e necessidade, como foram todos os outros. Era um beijo...um beijo de verdade. Eu estava perdido nela, e ela, em mim. Eu não tinha pressa nenhuma, eu só queria aproveitar aquela descarga de adrenalina que percorria todo meu corpo, eu queria parar o tempo ali, e a beijar pra sempre.

(PARE A MÚSICA AQUI)

Com certa relutância, nós nos separamos devagar, ainda de olhos fechados, e colamos nossas testas. Ficamos assim por um tempo, apenas ouvindo nossas próprias respirações irregulares.
Abri os olhos devagar e a vi fazendo o mesmo, com aquele sorriso que se abria em minha frente, era impossível não sorrir junto.
- Clara, eu...
- Não precisa falar nada, eu acredito em você. – ela sussurrou me interrompendo.
- Mas eu preciso te contar a história inteira, antes que você fique sabendo por outra pessoa. – eu sabia que estava estragando o momento, mas eu precisava contar pra ela. Seu sorriso foi morrendo aos poucos e seus olhos ficaram sérios. Ela tirou as mãos do meus pescoço e voltou a se sentar na cama, me chamando para me sentar ao lado dela. Me ajeitei e ela pegou minha mão, se virando pra mim e apoiando a cabeça na parede, para me olhar.


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