Tell Me That You Love Me escrita por Madu Oms


Capítulo 1
Prologue - Chasing a new life


Notas iniciais do capítulo

Apenas uma introdução



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Frederick tirou a última mala do carro e sorriu para a filha. Quanto tempo ela levaria para, finalmente, conseguir vê-lo como seu pai?

– Bem-vinda ao lar, Annabeth! – ele puxou sua bagagem até a entrada da casa e apontou para a porta, num gesto amplo que a convidava a entrar.

Mas não era isso que Annabeth mais desejava.

Após arranjar um novo namorado e concluir que a filha era apenas um atraso em sua vida, Athena se viu na obrigação de despachar a menina para Nova York.

“Você já tem dezesseis anos, Annabeth!” ela disse, na discussão que se travou após a notícia ser dada. “Logo estará indo para a faculdade! Seu pai precisa participar dessa fase tão importante da sua vida.”

Mas Annabeth sabia que esse não era o verdadeiro motivo.

Athena Jace era uma mulher com “espírito livre”, como muitos costumavam dizer. Era um exemplo claro de pessoa que detesta ser contida, que não suporta estar com pessoas ou trabalhar em lugares onde precise ficar numa mesma cidade por mais de um ano.

Talvez por isso odiava tanto a filha.

Não, ódio definitivamente não era a palavra certa. Athena não odiava a filha, é claro. Mas ela odiava o fato de Annabeth ser dependente. Não totalmente, é claro, mas nunca deixaria a menina morando sozinha num estado como a Califórnia. Ela tinha apenas dezesseis anos.

Quando arranjou um novo namorado, John, Athena percebeu que não poderia continuar no emprego. Ou na cidade.

Ou com a filha.

John tinha paixão por culturas diferentes, estava sempre viajando, e mrs. Jace não gostava de ter de ficar em casa cuidando da filha enquanto o namorado viajava para todos os cantos do mudo e aproveitava sua vida e seu dinheiro.

Athena percebeu que não poderia levar Annabeth junto em cada viagem. Acima de tudo, se preocupava com a educação da filha, e entendia que era necessário que Annie terminasse o Ensino Médio. E ela sabia que mudar de cidade a cada instante não ajudaria Annie em nada.

A loira suspirou. Por fora, queria condenar a mãe e culpá-la por ter que abandonar os amigos da Califórnia para morar com o pai, pessoa com quem ela não tinha o menor contato desde os seis anos. Contudo, lá dentro, ela entendia que Athena estava apenas querendo o seu bem.

– Anda, Annie. – Frederick lhe chamou mais uma vez. – Vai começar a chover.

Respirou fundo. Ela precisava me mostrar grata por seu pai ter lhe recebido em casa.

– Obrigada, pai. – Annie pronunciou essa última palavra com certa dificuldade, mas ele não pareceu se importar. Esboçando um sorriso confiante, a menina agarrou a mala de rodinhas e atravessou a porta.

A casa era bonita. Simples, mas aconchegante. Não era, nem de longe, bonita quanto o apartamento que Annabeth dividia com Athena na Califórnia, mas era confortável o suficiente para morar enquanto não arranjava um emprego para comprar seu próprio apartamento.

Você se acostuma, Annie, ela pensou e deu um longo suspiro.

Algumas horas mais tarde, Frederick berrou para que Annabeth fosse jantar. A vontade que a menina tinha era de ficar para sempre trancada em seu quarto, tentando se acostumar com aquela sensação de abandono.

Mas, então, se lembrou que havia prometido que tentaria mudar quando viesse morar em Nova York. “Cidade nova, vida nova”, ela dissera.

– Já estou indo, pai.

Annabeth não se lembrava do quanto Frederick Chase era pontual. Talvez fosse, em parte, por ele trabalhar numa grande empresa e seu emprego se basear em pontualidade – ou ele obedecia aos horários, ou ia para a rua.

Gostaria de ter puxado a você em outros aspectos, pai, ela pensou, aspectos além do cabelo loiro e a dificuldade para ficar bronzeada que nem o resto da Califórnia.

Já da mãe, havia puxado quase tudo. Desde os olhos cinzas como um céu nublado, até a inteligência que ia muito além de livros e conteúdos escolares. A facilidade para compreender as pessoas, as situações, mesmo que aquilo não a agradasse. Fazer amizades era tão simples quando se tratava de Annabeth Chase.

Não que isso fosse tão bom, é claro.

Tomando cuidado para não cair da escada – outra “qualidade” que havia recebido da mãe, era a facilidade para tropeçar nos próprios pés –, Annie desceu até a cozinha, onde encontrou seu pai preparando ovos. Olhou para o prato. Macarrão, bacon e um pouco de arroz branco.

Disso você se lembra, Frederick, ela pensou, meu prato preferido.


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