Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 39
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gurias *-*
Hoje minha nota sera imensa, espero que não se importem e espero que leiam u.u
Meu coração tá doendo só de ter escrito "Epílogo" ali em cima, vocês sabem como é né? Conspiração se tornou meu xodô e doí me despedir dela 3
Porém, todos sabem que Cidade Das Desilusões vem aí, tipo, segunda feira ou terça, e isso acalma um pouco meu peito :C
Quero agradecer à todas, todas mesmo, que leram a fic, comentaram e recomendaram, até mesmo aquelas que apenas leram, de verdade, vocês se tornaram muito importantes para mim.
Espero que não me matem com o desenrolar de Cidade Das Desilusões e nem com esse epílogo hahah :O
Vou fazer um agradecimento maior nas notas finais. Então, espero que gostem do final dessa fase ;)
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/299694/chapter/39

O barulho que se estendeu pelo ambiente era de longe assustador. Eu simplesmente não tinha palavras para descrever meu desespero. 

Misturados e escondidos dentre a neblina, cerca de vinte pessoas se aproximaram de Daniel, mantendo alguns metros de suas costas. Daniel as encarou, virando brevemente seu rosto e sorrindo, antes de voltar a olhar para nós.

- O que está acontecendo? – Murmurei, apertando a mão de Evan que permanecia grudada na minha. – Evan, quem são eles?

O silêncio era perturbador, meu peito estava apertado, sentia meus olhos arderem mas me controlava para não desabar e acabar estragando tudo.

- Arcanjos. – Seus olhos eram tão surpresos quanto os meus, variavam entre o pavor e o desespero. – Não deveriam estar aqui.

Evan havia dito que esperava um blefe de Daniel, mas creio que a última coisa que ele esperava era um blefe daquele.

- Não deveriam, mas eu achei que seria legal convoca-los, irmão. – A voz de Daniel explodiu em meus ouvidos, perturbando minha mente enquanto gelava minha alma. – Afinal, eles estão atrás dela, há quanto tempo mesmo?

Sua última frase saiu ainda mais ameaçadora, um tom frio que não era do costume de Daniel. Não do antigo Daniel, mas aquele rapaz, parado na nossa frente, não era o primo que eu tanto amava. Era apenas mais um anjo que tinha escolhido o lado negro.

- Daniel... – Sussurrei. – O quê... O quê está acontecendo?

Minha voz vacilava em vários tons diferentes, eu sentia meus dedos escorregarem da mão de Evan, mas eu me esforçava para não quebrar aquele contato. Aquela era a única coisa que estava me mantendo de pé naquele momento.

- Olhe em volta, Melanie! – Exclamou quase como se estivesse admirado. Mas eu não conseguia ver algo para admirar. – É uma revolução para a nossa raça! Você é uma de nós priminha.

- Não sou como vocês. – Consegui fazer com que minhas palavras soassem de forma firme e absoluta. Eu tinha certeza de que não era como eles.

- Você tem razão. – Rebateu, um sorriso sombrio e irônico brincando em seus lábios. Eu tinha certeza de que não gostaria do que estava para vir. – Você é mais poderosa do que todos nós juntos e é esse o motivo para eles lhe quererem morta.

- Do que você está falando?

- Conte a ela, Evan. – Daniel se dirigiu a ele pela primeira vez, quase como se esquecesse que eu estava presente. – Diga a ela a verdade.

- Evan...

Voltei meus olhos para ele, o medo me invadia novamente, aquela sensação de estar sendo enganada havia voltado, pensei que todos os segredos tivessem sido revelados, mas parecia que algo pior do que eu imaginava estava por vir.

- Mel, eu posso explicar.

- Tudo bem, acho que meu estomago não está preparado para dramas. – Chiou Daniel, atraindo nossa atenção de volta para ele. – Deixe que eu lhe conte priminha.

- Daniel... – Murmurou Evan. Sua voz não era triste, era ameaçadora, como se ele estivesse pronto para pular no pescoço de Daniel a qualquer instante. – Não abra sua maldita boca.

- Por quê? Não é porque você é um covarde que eu também sou, Evan. Melanie merece a verdade. Ela quer a verdade. Não quer Mel?

Não podia responder, o ar faltava em meus pulmões. Mas Daniel tinha razão, por mais que eu odiasse admitir isso, ele estava certo, eu queria a verdade mesmo que ela me destrua, eu merecia saber.

- Por onde eu começo. – Sua voz era feliz, como uma criança que acabara de ganhar um brinquedo que tanto queria. – Foi há muito tempo, eu quase não me lembro de toda a história. Corrija-me se eu errar em alguma parte, tudo bem Evan?

Evan não respondeu, parecia perdido em pensamentos como se estivesse presente ali apenas de corpo, como se sua alma e sua mente, estivessem há milhas de distancia. Apertei sua mão, procurando segurança, tentando me sustentar e não me abalar com qualquer coisa ruim que saísse da boca de Daniel. Evan devolveu o aperto, mas de uma forma diferente, procurando apenas se manter ali, a meu lado o tempo que fosse necessário.

- Quando os Arcanjos fizeram a limpeza do céu, muitos Anjos foram jogados na Terra. Alguns não suportaram ter que viver com vocês e fizeram um pacto com Lúcifer, iriam trabalhar para ele, criar Neflins antes de irem para o inferno e se tornarem demônios. Mas bem, sempre há algum que deseja desobedecer as ordens. Quando todos os anjos caídos foram para o inferno, deixaram uma infestação de Neflins e os Arcanjos vieram para Terra, “limpar” a bagunça. – Ele suspirou de uma forma dramática, mas logo depois riu. – Mas eis que, alguns escaparam, para a nossa sorte, não é? E então, numa noite, Azazel subiu para cá e teve uma criança com uma mortal.

- Já chega Daniel. – Evan grunhiu ao meu lado, apertei sua mão de forma mais firme, o mantendo ali. Aquela foi à deixa de Daniel, que voltou a falar.

- Estou chegando na parte boa. – Rebateu. – Bom, onde foi que eu parei? Ah sim, Azazel teve uma criança. Uma criança mais poderosa que Anjos e Demônios, uma criança que poderia nos matar só de pensar na possibilidade. Mas Deus não gostou do deslize de Azazel e mesmo sendo um filho expulso do céu, ainda era sua responsabilidade. A criança foi amaldiçoada, iria renascer diversas vezes, iria sofrer dolorosamente em cada uma de suas mortes, de século em século ela voltaria, mas não se lembraria de que é a única chave que pode abrir a jaula de seu pai.

- O Anticristo. – Ouvi Evan murmurar a meu lado, completamente surpreso. – Pensei que era apenas uma lenda.

- Você tem vivido com essa criatura há tanto tempo, mas não notou quem era de verdade? Isso foi idiota da sua parte. – Daniel baixou seus olhos para encontrar os meus repletos de confusão. Tudo aquilo era complexo demais para mim, eu estava completamente no escuro. – É você, Melanie.

- O quê? – Exclamei juntamente a Evan.

- Credo, é como falar com crianças. – Daniel revirou seus olhos. – Você é a cria de um Anjo Caído com uma mundana, entendeu agora?

- Isso não é verdade. – Gritou Evan, sua mão soltou a minha e eu não tive forças para impedir. Sentia minhas pernas falhando, eu sabia que cairia a qualquer momento. – O Anticristo é filho de Lúcifer com uma humana. Azazel não era nem um Arcanjo, não era nem próximo disso! Era um simples Querubim, Daniel!

- Pare de acreditar em tudo o que escuta Evan! – Revidou, rolando seus olhos e se aproximando alguns passos de nós. – Está escrito, a prole de um Anjo Caído com um humano será o Anticristo. Ela pode libertar nosso pai!

- Miguel não vai deixar que Lúcifer saia da jaula.

- Quem liga para Lúcifer? Temos planos maiores no momento. Vamos matar a garota e então libertar Azazel, ele vai saber como libertar nosso pai.

- Quer que eu aceite isso? Você está conspirando, Daniel! – Evan não conseguia abaixar seu tom de voz, estava desesperado enquanto eu só conseguia sentir o choque invadindo meu corpo. – Você e todos esses Anjos que você corrompeu!

- Eles? – Daniel riu. – São Arcanjos, como você mesmo disse Evan. Os poucos que estavam preparados para desobedecer. – Uma risada mais alta escapou de sua garganta, gelando meus ossos. – É a Conspiração no Céu, Evan! – Daniel se aproximou mais de Evan, que deu um passo para trás me mantendo atrás dele. Os dedos de Daniel tocaram o rosto dele, trêmulos, enquanto sua boca despejava mais coisas. – Mate-a irmão. Nosso pai lhe dará um belo par de assas, por esse feito. Não é o que você sempre quis? Voltar para casa, Evan.

- Lúcifer, não é meu pai. – Retrucou Evan, retirando as mãos de Daniel de seu rosto. - E o céu não é mais minha casa. - Sua voz, incrivelmente assustadora, era capaz de intimidar até mesmo á mim. – Ninguém irá matá-la. Você não vai encostar nela novamente. Cometi um erro confiando em você no passado, e não vou cometer o mesmo erro no presente.

- Eu quem não vou, irmão. Fui idiota no passado, não sabia como fazer o ritual, pensava que apenas por derramar seu sangue traria meu pai de volta. Mas estava errado, agora eu sei o que fazer.

- Daniel, vá embora. Leve seus Anjos com você.

- Quem vai me obrigar a partir, Evan? Você? Sua namoradinha? – Daniel riu. – Ela é poderosa, mas nunca usou seus poderes, não sabe nem como fazê-lo.

- Não precisamos brigar. – Murmurou Evan, ponderando suas palavras e tomando cuidado ao dizê-las. – Não precisamos disso, irmão.

- Então a entregue para mim, Evan. – Retrucou Daniel, dando mais um passo em nossa direção e obrigando Evan a se afastar um pouco. – Entregue-a para nós e então vamos embora. Estamos em muitos, Evan você não tem chance.

Daniel estava certo, não tínhamos a menor chance. Daniel estava com um pequeno exercito, formado pelos poucos Anjos que conseguiu reunir em tão pouco tempo, mas que ainda assim seria o bastante para nos matar. Eu estava tentada a me entregar, sabia que se o fizesse Evan ficaria seguro, mas o medo era tão grande que eu não pude fazer nada, além de ficar congelada atrás dele, apenas ouvindo e absorvendo as palavras de Daniel.

Meu pensamento foi destruído por um grito agudo que cortou a floresta, fazendo com que todos nós ficássemos congelados. O rosto de Daniel se contorceu em um sorriso, no momento seguinte, com se ele soubesse bem o que estava prestes a acontecer. Evan parecia estar ciente também, seus olhos negros grudados em algum lugar atrás do exercito de Daniel, seus ombros rígidos mostravam o quão nervoso ele estava.

- Daniel... – Sussurrou. – Você não deveria ter feito isso.

- Isso, meu caro, é só o começo.

Daniel se virou, ficando de costas para nós, erguendo seu rosto e encarando o céu escuro que agora era coberto por uma neblina densa, que nos impedia de ver as estrelas. O grito estava mais baixo, porém mais próximo e quanto mais se aproximava mais assustador se tornava. Aproveitei a distração de Daniel, para me erguer na ponta dos pés e sussurrar o mais baixo para Evan.

- O que está acontecendo?

Ele não respondeu, não parecia nem mesmo ter me escutado, ainda permanecia imóvel. Nem seus ombros se mexiam como era comum acontecer quando uma pessoa respirava e pensando bem, talvez ele nem estivesse respirando.

- Evan... – Chiei. – Estou com medo.

Isso pareceu acordá-lo, um suspiro pesado escapou por entre seus lábios e seus ombros relaxaram por um momento, o que foi suficiente para que seu corpo se virasse para mim, seus olhos passearam pelo meu rosto como se analisasse a minha expressão, antes de dizer algo.

- Vamos embora daqui.

- Não podemos fugir, Daniel vai perceber antes mesmo que cheguemos à rodovia.

- Você tem razão. – Respondeu, virando brevemente seu rosto para trás, procurando Daniel com os olhos. – Se ficarmos aqui, você vai morrer. Melanie, quero que saia correndo quando eu der o sinal, pode fazer isso por mim?

- Não vou te deixar sozinho aqui. – Retruquei, tentando fazer minha voz continuar baixa para não chamar a atenção de Daniel. – Eles vão matar você!

- Talvez sim. – Seus ombros se ergueram de forma desesperada. – Talvez não. Só vou poder lidar com isso quando souber que você está segura. Ligue para Sophie quando sair daqui, ela sabe que viemos nos encontrar com Daniel, provavelmente está por perto. Fique escondida com ela, não saia até eu ir ao seu encontro. – Neguei com a cabeça. Estava em choque e estava nervosa, e agora, Evan estava pensando em ficar sozinho ali? Eu sabia que não podia defendê-lo, mas não queria viver um minuto de minha vida sem ele. Sua voz se tornou apressada ao repetir, tentando me trazer de volta para realidade, mas era difícil pensar e reagir, eu ainda ouvia os gritos se aproximando junto com aquela neblina assustadora, que se aproximava cada vez mais do solo. – Melanie, pode fazer isso por mim?

- Não quero deixa-lo sozinho. – Choraminguei. – Não quero que você se machuque.

Seus lábios tocaram os meus discretamente e seus dedos limparam as lágrimas teimosas que escorriam de meus olhos. Quando eu tinha começado a chorar?

- Eles não podem me machucar, Mel. – Murmurou. – A única forma de me machucarem é matando você. Não vão me matar se acreditarem que posso leva-los até você, mas se você ficar aqui, eles iram te matar e depois vou implorar que me matem. Faça isso por mim, por favor. Fique em segurança, e eu irei á seu encontro.

- Promete?

- Claro querida.  – Respondeu calmamente, suas mãos ainda segurando meu rosto e me fazendo ter toda a coragem que precisava para me mover e sair dali. Não conseguia negar nada á ele, simplesmente não podia. – Não fale com ninguém além de Sophie, jogue seu celular fora. Qualquer coisa. Não tenha contato com o mundo exterior, ok?

- Tudo bem. – Assenti nervosa. – Não se coloque em risco, Evan. Se algo acontecer, dê o fora daqui. – Implorei.

Evan riu. Não o tipo de risada que costumava dar, mas uma risada triste. Seus olhos negros brilhavam mais do que aquele Vale, e eram quase tão escuros quanto.

- Espere meu sinal e saia daqui. Não olhe para trás.

Assenti lentamente com a cabeça e o observei se virando para frente, ainda me mantendo atrás de seu corpo. Apertei minhas mãos em suas costas, tentando gravar aquele calor no fundo de minha mente, para me lembrar dele pelo tempo que ficaríamos longe um do outro. Daniel ainda se mantinha virando de costas para nós, assim como os Arcanjos que estavam com ele, quase como se nada mais acontecesse em volta deles. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas sentia que não podia ser nada bom, não tinha como ser algo bom. Provavelmente era mais algum plano maligno ou mais alguns Arcanjos que se juntariam a eles. Eu não fazia ideia.

E então, o silêncio dominou o Vale, os gritos sofridos sumiram e nem os grilos cantavam mais. Um silêncio que não era bom, seja o que fosse que estava vindo, tinha chegado. Os Arcanjos se viraram para Daniel, que deixou uma risada escapar de sua garganta e virou brevemente seu rosto para encarar Evan, enquanto se pronunciava.

- Está na hora. – E então se virou para frente novamente, fazendo com que os Anjos imitassem seu movimento de forma automática. - Se prepare para o show irmão.

- Vá agora. – Sussurrou Evan para mim, sendo discreto e não se dando ao trabalho de se virar para me encarar.

- O que está acontecendo?

- Eles abriram os portões do Inferno.

Sua voz não parecia surpresa, eu acreditava que ele já sabia que aquilo aconteceria desde o momento em que chegamos ali e por isso estava tão desesperado para que eu fosse embora. Antes mesmo que eu pudesse responder, ou fazer qualquer outro tipo de pergunta, os gritos recomeçaram, a neblina branca se misturou a um tipo de fumaça negra que escondia cerca de trinta pessoas, que tinham seus rostos cobertos por um tipo de capa.

Abaixei meus olhos e me curvei levemente para poder enxergar melhor. Fiquei confusa e assustada, quando conseguia olhar com clareza. Não havia rosto para esconder. Embaixo daquela toca, apenas uma escuridão reinava, uma escuridão jamais vista por mim. E ao mesmo tempo, no momento em que as fumaças negras estavam próximas de nós, uma luz branca se explodiu sobre nossas cabeças, eu podia jurar que era capaz de cegar os olhos de qualquer um que olhasse diretamente para ela.

E então, em um piscar de olhos, elas se desfizeram lentamente, baixando até o solo e se depositando ali. A imagem me lembrou daqueles filmes antigos de alienígenas, aonde depois do contato imediato a pessoa é devolvida para o solo. Mas aquilo não era coisa de Alien, eu sabia que não era, a áurea branca que cobria os corpos humanos que se colocavam a alguns centímetros a nossa frente, não eram verdes ou cinzas como os alienígenas eram descritos, eram apenas corpos humanos.

Encarei Evan assustava, a cada instante eu estava com mais e mais medo e isso só piorou com a chegada daquelas coisas. Apertei meu rosto em suas costas, me escondendo atrás dele novamente, tentando controlar as batidas do meu coração e ficar firme pelo menos daquela vez.

- Não precisa ter medo, Mel. – Sussurrou ele, virando seu rosto brevemente para mim, porém sem mover seu corpo. – São Arcanjos.

- Eu achei que deveríamos ter medo deles. – Rebati nervosa. – O que eles vieram fazer aqui?

- Garantir que você fique segura. – Respondeu Evan de imediato, virando se para mim com uma rapidez tão grande, que meu rosto mal se moveu e já estava encostado em seu peito. – Não são uma ameaça agora.

- Então deixe que eles cuidem disso.  – Sussurrei, sem descolar minha bochecha de seu corpo. – Deixe que eles resolvam isso e vamos embora, por favor.

- Mel, - Seus dedos ergueram meu queixo, me forçando a encará-lo. – Se eu sair daqui com você, eles iram nos rastrear. Os Arcanjos não são nosso maior problema agora, mas quando destruírem os traidores, passarão a ser um grande problema para nós. Seremos os próximos da lista á serem destruídos. É por isso que quero que saia daqui, agora mais que nunca. – Completou. – Vamos para lados separados, sem que eles saibam, e eles viram atrás de mim pensando que estamos juntos. Essa é a forma de mantê-la segura. Eu vou te encontrar Melanie, mas quero lhe encontrar viva, então conte até dez e corra mata adentro até chegar à rodovia, Sophie estará esperando você lá. Livre-se do seu celular e de qualquer coisa que sirva para que eles a achem.

- Não sei se posso fazer isso. – Sussurrei aproximando nossos rostos. – Não sei se posso deixa-lo aqui, quando sei que eles podem machucar você.

- Nós já falamos sobre isso, Mel. – Respondeu apressado. – Vá para a rodovia, faça isso por mim, fique em segurança e então eu também ficarei.

Dizendo isso tocou nossos lábios de forma leve, porém intensa, mas algo dentro de mim desejava mais, apesar de não ser o momento certo para isso, não pude impedir meus braços de rodearem seu pescoço e meus dedos de se agarrem a seus cabelos. 

Eu sabia que aquela não seria a última vez que eu iria beijá-lo, mas sabia que ia demorar algum tempo até eu poder fazê-lo novamente. Queria guardar seu calor e seu gosto em cada centímetro de minha mente, para ajudar a superar sua ausência.

Evan foi mais forte que eu, afastou nossos lábios levemente, apenas o suficiente para sussurrar baixinho.

- Vá agora. – E então se afastou de mim, se posicionando alguns passos à frente.

Dessa vez eu sabia que não tinha como discutir, ele já tinha ganhado aquela discussão e agora tudo o que me restava era sair correndo dali como um animal assustado.

A rodovia não era muito longe, mas o som dos gritos no Vale á poucos quilômetros atrás de mim, ainda eram altos e me faziam ficar ainda mais desesperada. Eu tinha medo de olhar para trás ou de parar de correr para recupera o ar, tinha medo de me virar e ver algum Demônio ou Arcanjo logo atrás de mim, com um sorriso maldoso pronto para arrancar meu coração.

E foi por isso que corri o mais rápido que pude e quando estava quase sem fôlego encontrei o carro de Sophie na rodovia e pulei para dentro dele, podendo finalmente respirar.

Sophie não me fez nenhuma pergunta ou alguma coisa do tipo, apenas acelerou nos tirando logo dali.

Minha cabeça encostada no vidro me dava uma vista privilegiada das luzes dançantes no Vale Das Sombras, a mistura do preto no branco, os gritos encontrando a paz, era tudo horrível demais, e o pior de tudo, a pessoa que eu mais amava na face da Terra, estava perdido no meio daquela bagunça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Antes de agradecer (novamente u.u) quero falar umas coisinhas sobre esse capítulo:
Vocês devem estar pensando "Porra, Anticristo Julia?" Sim, Anticristo u.u Essa foi a minha ideia inicial e fiquei com medo de mudá-la e a história perder o sentido.
Me baseei no Anticristo do Supernatural e não no da biblia, ok? Apenas isso hahah. E lembrem-se: História Fictícia!!

Agora sim, vamos agradecer *-*

Quero agradecer à todas, TODAS!!!! Porém, não tenho boa memória, por isso irei falar daquelas que sempre estão comigo, em todos os capítulos ♥
A Nath linda que tá sempre fazendo aquelas montagens perfeitas para mim e que me fazem ficar com um sorriso de orelha a orelha ♥
A Samara que sempre tá torcendo pelo Daniel e acho que é a pessoa que mais gosta dele hahah' Obrigada pelo carinho linda ♥
A Lauren que tá sempre me apoiando e me incentivando a postar mais ♥
Julie linda, que até agora eu não descobri o nome u.u Quem vem com aqueles reviews imensos e eu penso "puts, como responder isso à altura?" Obrigada querida ♥
Vocês são as minhas leitoras mais fiéis e sempre me deixam feliz e realizada á cada capítulo. Não tenho palavras para dizer o quanto sou grata ♥

Bom, é isso.
Espero vocês em CDD com mais um pouco desse delírio meu haha ♥
Se cuidem.
Beijos ;*

Xx Julia.