Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 19
Desinformada.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novinho, porém pequeno D:
Vou tentar postar mais um hoje à noite, tudo bem?
O próximo, assim como esse, vai conter bastantes revelações e tals *O*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/299694/chapter/19

Minhas mãos suavam e meu coração batia rápido demais, abria a gaveta novamente e de dentro da caixa puxei a reportagem. Eu não tinha certeza se conseguiria me levantar, por isso, optei apenas por me levantar o suficiente para sentar-me na cama. Pude sentir meus dedos dormentes apertarem o papel com força, eu tinha certeza que meu rosto era surpreso, mas ainda assim, quase inexpressível. Porque eu não sabia o que expressar, não sabia nem por onde começar a falar.

Sophie percebeu meu silencio, e com certeza, o jeito que eu estava, como se tivesse levado o maior susto de todos. E eu tinha, para mim aquele era o maior susto que eu já tive, não esperava por aquilo.

- Mel... Você está bem?

Ainda impossibilitada para responder, ergui a reportagem o suficiente para ela poder pegá-la em suas mãos.

Analisei sua expressão, ao contrário de mim, Sophie não estava assustada nem nada, talvez surpresa por eu ter achado aquela reportagem.

- Não é isso que você está pensando.

- Estou pensando no que estou vendo. E o que estou vendo, é você e Evan juntos.

- Isso foi há muito tempo. - Murmurou, largando a reportagem à meu lado na cama, mas não se sentando na mesma, permaneceu em pé na minha frente, á poucos centímetros de mim. - Mas não dessa forma que você está imaginando. 

Não respondi, a confusão era tudo o que assolava minha mente há mais de uma semana, não queria me confundir mais, queria explicações.

Começando por Sophie.

- Isso foi há uns dois anos, ou três, Evan nem conhecia a Amber ainda, ele namorava uma garota e ela foi assassinada. Essa foto foi do dia do seu enterro.

- Você conhecia Evan, antes mesmo de ele conhecer Amber?

- Nós somos amigos há muito tempo, você foi embora Melanie, eu precisava de novas amizades e ele foi o único que me aceitou.

- Essa imagem parece ser mais velha do que você está falando. - Rebati, nada satisfeita com sua resposta. Era vaga demais. 

- Papeis amarelam, isso é comum. De que outra maneira eu e Evan seríamos iguais ao que somos hoje?

- Tudo bem. - Suspirei, me levantando da cama. - Você está certa. Mas, vou levar isso por precaução, ok?

No final da frase minha voz saiu mais infantil do que eu imaginei, mas eu acreditava que o motivo era toda essa incerteza que me rondava e me colocava em dúvida com qualquer coisa que fosse.

Sophie assentiu, eu sabia que ela não iria contra mim e por mais que aquele assunto parecesse encerrado, não estava. Eu estava descobrindo as coisas, aos poucos, e depois tudo o que eu precisaria fazer era montar esse imenso quebra cabeça.

Segui Sophie em direção a porta do quarto de Daniel, e esperei passarmos pelo corredor e entrarmos em meu quarto antes de recomeçar a falar.

- Todas aquelas reportagens são sobre, Evan? 

- Algumas. - Murmurou Sophie. Ela sabia qual seria minha próxima pergunta, por isso se apressou a dizer, como se tivesse uma pressa imensa em finalizar aquele assunto. - Daniel meio que ficou obsessivo depois... da morte de Amber. Ele juntou coisas para incriminar Evan, principalmente o fato de as namoradas dele terem sido assassinadas, mas Dan não percebeu que isso não o levaria em nada, que tudo já era caso arquivado.

- As namoradas? Não era só a garota do enterro? Ou Amber?

Pude ver a cor sumir do rosto de Sophie por instante, mas ela cuidou disso com rapidez, esboçando um sorriso nervoso.

- Olha, Mel, não sei se Evan ia querer que eu lhe contasse.

- Acho que ele não vai se incomodar. E mesmo assim, você é minha melhor amiga Sophie, já chega de segredos, tudo bem?

Ela suspirou, fazendo um sinal de rendição com as mãos, para depois se sentar a meu lado na cama. Esperei que ela começasse a falar, mas Sophie parecia ainda indecisa com aquilo. Talvez o silencio a tenha obrigado a abrir sua boca, ou talvez a força de nossa amizade. Não importava no momento, tudo o que importava era que Sophie estava começando a abrir meus olhos.

- Foi há bastante tempo que isso começou, ele namorava uma garota de uma cidade pequena antes de se mudar para cá. Ela não era de classe alta, ao contrário dele, o que causava murmurinhos na cidade, murmúrios que chegaram aos ouvidos do pai de Evan. Eu não sei direito o que aconteceu em seguida, ele quase nunca fala sobre esse assunto, tudo o que sei é que quase um mês depois de eles terem se conhecido, quando planejavam dar o fora dali e ir para a cidade grande, ela foi encontrada morta num campo. - Pausou, suspirando e fixando seus olhos nos meus. - Pendurada pelo pescoço em uma árvore. Igual a Amber.

Não respondi, não sabia o que responder, apenas esperei que ela terminasse, porque tudo indicava que ainda haviam coisas para falar. Talvez se eu respondesse algo ou se permitisse a meu corpo expressar alguma reação, eu com certeza surtaria. E tudo o que eu menos precisava no momento era de pitis estéricos que sairiam de minha boca.

- E ela não foi a única. Uns anos depois, mais uma namorada de Evan foi encontrada morta. Seja quem fosse não estava sendo cuidadoso, matava todas as garotas da mesma forma, e de alguma maneira, Evan sempre era encontrado na cena do crime, como se  tivesse sido... atraído para lá ou algo assim.

- Você não acha que ele pode tê-las matado? - Murmurei.

- Você acha? - Sophie rebateu, seus olhos se reviraram brevemente antes que ela respondesse. - Evan é a pessoa mais passiva do mundo, apesar das brigas de bar, acho que ele não seria capaz de machucar alguém.

- Eu também acho que não. Mas, você tem que entender meu lado, tudo bem? - Ela assentiu. - É demais para mim, primeiro Amber morre e quando eu venho para cá me apaixono pelo ex namorado dela? E pior ainda, pelo acusado de tê-la matado?

- Eu compreendo, Mel. Mas não sou eu quem irá tirar essas dúvidas da sua cabecinha. - Ela riu, segurando uma de minhas mãos. - Vá falar com Evan, ele irá explicar melhor do que eu.

- Agora?

- Claro. - Deu de ombros. - Te acobertei hoje de manhã e te acoberto desde que nos conhecemos. - Mais uma risada. - Pode ir, falo para Maria que estamos indo para minha casa.

- Você me deixa lá? - Perguntei me levantando, caminhando em direção à meu guarda roupa para pegar um casaco.

- Claro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Página no face: https://www.facebook.com/ValeDasSombrasConspiracaoDivina?ref=hl

Me digam o que acharam *O*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conspiração Divina - Versão I" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.