O Orgulho Dos Feitiçeiros escrita por Moon


Capítulo 2
Capítulo 1




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- Lluvy! - ouço meu estranho nome sendo chamado por uma voz familiar.
- Hoshimura? - reconheço a garota - O que foi?
- Vai fazer o que na floresta? - ela me alerta e aponta para a junção de árvores a minha frente.
- Treinar, oras. - respondo, dou de ombros e sigo meu caminho, mas ela logo corre para meu lado.
- Vai sozinha?
- Quer ir também? - suspiro e interrompo meu passo, mirando-a pelo canto do olho.
- Eu não! - ela grita - Só estou perguntando porque é perigoso sair sozinha pela floresta à noite. Ah, sabia que dizem que vampiros moram na floresta? Vai mesmo entrar aí?
Era justamente por isso que eu iria para a floresta.
- Sim, eu vou. - sigo meu caminho e, dessa vez, ninguém me interrompe.
Lluvy... Tsc, nome desgraçado. É estranho e, ainda mais, nessa região onde estou morando, agora. Originalmente, sou das vilas de gelo, fragmentações do reino da água. Mas, devido à constantes conflitos que têm ocorrido pelo mundo, tive que sair daquela região quando tinha cinco anos.
Já passei por mais de cinco vilas na minha viagem pelo mundo. Gelo, depois ouro, metal, lava, luz, prata e, hoje, veneno.
Algumas pessoas preferem se formar e servir aos reinos, outras preferem ficar em casas aconchegantes e esperar a morte... Já eu, quero viajar pelo mundo todo e aprender tudo que tiver direito.
Só que, ultimamente, as migrações têm sido difíceis de se realizar. Devido à esses malditos conflitos, viagens foram proibidas em certos lugares. O que me fez ficar parada nas vilas de veneno, já estou aqui há um ano. Tenho aproveitado esse fato para conhecer pessoas que possam me ensinar mais coisas.
Mas, hoje, me lembrei de uma certa noite, na qual, minha avó me contava histórias sobre a história do mundo. Me interessei por uma certa parte, onde ela falara de outros clãs, e resolvi passear pela floresta.
Estou levando um lanterna, que está acesa no momento, uma cesta, com um pouco de comida e água, minha espada e minha capa, na qual, estou vestindo.
Adentro pela escuridão da floresta. Está anoitecendo e ainda não encontrei nada, ou melhor, ninguém.
- Vamos, vampiros... - sussurro para mim mesma - Apareçam...!
Depois de um tempo, desisto e sento no chão para fazer um lanche. Retiro os sanduíches que fiz, mais cedo, e devoro-os, enquanto olho ao redor. Ao terminar meu lanche, bebo um pouco de água e saio da floresta. Então, volto à minha casa, na vila de veneno de Ashura.
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Chego em minha "casa". Uma barraca gigantesca, onde, além de mim, moram Lilyam Hoshimura e Jun Fukushima, meus amigos. Pessoas que conheci ao chegar em Ashura.
Desde que cheguei, essas pessoas têm me ajudado com novos feitiços e maldições, mas o que eu quero, é alguém que me ensine a lutar com uso de armas. Nenhum bruxo é muito habilidoso com tal coisa, mas, quem sabe, eu seja a primeira.
- Yoo - cumprimento Lilyam - Onde está o Jun?
- Saiu pra te procurar. - ela me olha com um olhar reprovador. - Eu falei que você tinha ido para a floresta e ele, como de costume, ficou preocupado.
Imagino como ela deve ter falado. Lilyam é muito exagerada. Com certeza deve ter falado que eu estava sob ataque de vampiros e bestas.
- Sua louca. - resmungo - Quanto tempo você acha que ele vai ficar lá?
- Provavelmente... Até te encontrar - ela dá de ombros - Mas você já está aqui.
- E ele vai ficar preso lá?!
- Uma hora ele desiste.
Não consigo acreditar na ruiva. Somos quase irmãos, como ela pode dizer estas coisas? Ainda não acredito que o Jun gosta dela. Digo, não do jeito paterno que gosta de mim. Ele... Quer ela, digamos. Já ela, nem imagina tal coisa.
Tento ficar um pouco tranqüila, esperando a hora do garoto "cansar" de me procurar, o que duvido que aconteça. Lilyam termina de preparar o jantar e nos serve, inclusive deixa um prato pronto para o ausente.
- Ainda não me acostumei com a culinária daqui. - aponto com os Hashis para o bentou que ela preparara
- Mas vai ter que se acostumar. É nossa cultura, não vamos mudar.
Resmungo, mas como a comida. A coisa mais gostosa dali era o ovo doce que ela, meio que, enrolava. Eu não sei como ela faz isso, só sei que amo. Ao terminarmos, Lilyam me ensina mais alguns feitiços, que disse que preferia que eu deixasse para treiná-los amanhã. Concordo e nós duas vestimos pijamas, em seguida, deitamos em nossos sacos de dormir.
Segundos depois, quando eu já estava quase dormindo, ouço um ruído alto. Abro os olhos, mas não consigo enxergar devido a escuridão. Consigo ver um faixo de luz branca, em seguida uma vela é acesa e o faixo se apaga. Graças à luz da vela, consigo ver o rosto do indivíduo. É Jun. Os cabelos brancos estavam ligeiramente alaranjados por causa da luz.
- Jun - sussurro alto, sonolenta - Jun... Jun!
- Lluvy. - ele corre para mim - Pensei que estivesse perdida na floresta.
- Jun... - seu rosto está atormentado em uma expressão de puro terror - O que houve?
- Eu... - ele engole em seco - Eu encontrei humanos.
- Humanos? - meu rosto se ilumina - E vampiros? Encontrou vampiros?
- Não. Você não tem idéia do perigo em que esteve? Podia ter topado com uma tribo de magia negra ou esses vampiros podiam ter te matado!
- Acho mais fácil os humanos quererem me matar. Eles odeiam bruxos.
- Você sabe e fica se metendo nesse tipo de coisa.
- Vai encher o saco que nem a Hoshimura ali? - aponto para a ruiva.
- Pelo menos ela é sensata.
- Ah, é claro. - rio, lembrando o que ela dissera mais cedo.
- Às vezes ela parece mais sensata que você.
Fico calada, ele se levanta e se troca, então, desvio o olhar, para dar-lhe privacidade. Depois, acaricia o rosto da amada e se deita à meu lado.
- Por que não divide o saco de dormir com ela? - sussurro, quando ele apaga a vela e me abraça.
- Porque não quero ser atacado, pela manhã. Ela me chamaria de tarado e eu correria risco de ser expulso.
- É verdade. Então, tudo bem. - dou de ombros e retribuo o abraço. Dormimos desse jeito, mas amanhã tentarei lembrar de comprar outro saco de dormir.

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