Am I What Your Heart Desires? escrita por fabray


Capítulo 3
Capítulo 2 - Sou arrastada pro Palazzo dei Priori


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAPÍTULO É TÃO ASJKGDJHSDJGDJJSFJGFD Recomendo ler ouvindo Over and Over do Three Days Grace (TDG ♥)



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– É, tipo isso. - um dos grandalhões disse.

– Felix, cala a boca! - O garoto, Alec, falou, se virando para trás.

– Ui, desculpe, senhor Alec! - Disse Felix revirando os olhos.

– Você realmente não sabe ser conveniente, né Felix?!

– Tanto quanto você, meu caro, tanto quanto você.

– Olha aqui… - O garoto disse, uma névoa esbranquiçada emanando dele.

Pulei de cima do prédio que eu estava, caindo bem atrás de Alec, fazendo o maior estardalhaço. Eu preciso desesperadamente aprender a cair sutilmente!

Ele se virou, ela bem mais alto do que eu. Se bem que eu tenho 1, 55m, o que significa que todos são muito mais altos do que eu. Quase quebrei o pescoço pra olhar para ele.

– Então? Vão ficar me caçando pela cidade, ou o que? - Disse, com um tom de voz bem irritado.

Ele esboçou um sorriso e disse:

– Bem, o grupo de turistas que viria hoje era para ser de 50 pessoas. Só haviam 49 lá no salão.

– Então, vocês estão caçando a suposta “pessoa” que deveria estar lá?

– Sim. - Ele disse, cruzando os braços.

– Pois bem, a acharam, agora, se me dão licença… - Andei de costas até sentir a parede de pedra atrás de mim. Comecei a escalar, cheguei no meio e terminei a frase - …Preciso ir embora. Nada contra vampiros, mas não sou muito chegada nos 100%. O que significa, - Escalei o resto da parede - Tchau, meus caros! - Bati continência com dois dedos e um meio sorriso - Prazer em conhecer, mas, bye!

E saí correndo. Mas não cheguei muito longe até que alguém me desse uma rasteira e me derrubasse. Ele me levantou com uma gravata, como quem levanta uma boneca de pano, encostou os lábios no meu ouvido e disse:

– Não tão cedo, querida, não tão cedo. Agora venha. Se tentar fugir, Felix e Demetri acabam com você.

Engoli em seco, estremeci e assenti.

Oops, acho que acabei de absorver o dom de alguém…

Alec desfez a gravata, mas manteve o braço de aço em volta de meus ombros. Chegamos até a beirada dos prédios, e ele fez um gesto de quem indica o caminho.

– Primeiro as damas, querida, primeiro as damas.

Revirei os olhos e pulei, com ele logo atrás. Ele passou o braço por meus ombros de novo, me mantendo como prisioneira. Demetri e Felix ficaram atrás de nós, garantindo que eu não teria como fugir. Nem preciso dizer que estava com raiva.

– Então, agora, querida, me explique exatamente o que quis dizer com “os 100%”.

Bufei

– 100% vampiros. Vampiros, vampiros mesmo. Não híbridos, como eu. - Respondi olhando pra ele. Suas belas feições pareceram confusas quando ele perguntou:

Híbridos? Defina “Híbridos”.

– Meio humanos e meio vampiros. Como eu.

Ele me soltou e me olhou com uma cara de espanto.

– Meio Humano e meio vampiro?! - ele foi se afastando um pouco a cada palavra - Santo Aro, eu só vi isso uma vez… - Ele olhou para um dos grandalhões com um olhar que seria… assustado? Surpreso? De pânico? Eu creio que não saberia dizer. - Demetri, temos que levá-la a Aro. Ele simplesmente precisa saber disso.

– Ele vai te amar eternamente… - Demetri disse, sorrindo. Correu até mim e me pegou no colo, como se eu fosse feita de papel. Não se se ele reparou, mas eu tenho pernas. Gritei e comecei a me debater, mas Alec praticamente me arrancou dos braços de Demetri.

– Não se se você reparou, mas ela tem pernas. - ele disse carrancudo ao outro vampiro que dava facilmente uns 5 ou 6 dele. Devo admitir, me caguei de medo que Demetri fizesse algo a Alec, mas ele pareceu se encolher ao ouvir o tom de raiva na voz de Alec.

– Pernas e uma camiseta perfeita do Evanescence que amarrota fácil. A menos que você tenha um ferro de passar com você aí pra me emprestar, por favor, NÃO ME PEGUE NO COLO.

Alec ergueu uma sobrancelha e, com um meio sorriso disse:

– Se te pegarem no colo, amarrotam a sua camiseta, certo?

– Sim… -eu disse cautelosa, já quase me escondendo atrás do Demetri

– E ficar com essa camiseta amassada te irrita? - Ele disse segurando o riso, e cruzando os braços.

– Sim, mas… Ah. Não, NÃO, NEM OUSE CHEGAR PERTO… - Comecei a dizer, mas ele foi muito mais rápido. Me pegou no colo e disse:

– Acho que eu mesmo vou te carregar, sabe. Não dá pra alguém que será tão importante para Aro chegar lá cansada da caminhada…

Começamos a andar, e eu a reclamar:

– Ah, pelo amor de Deus, me poe no chão!

– Você vai fugir. - Alec disse. Ele estava tão próximo que eu conseguia sentir seu cheiro. Era o melhor do mundo, um misto de canela, laranja e café, com… Caramelo eu acho… Ou rosas… Essa quarta coisa era difícil de decidir. Mas era algo nessa linha.

– Não, não vou não. - resmunguei

– Ah vai sim. - ele disse, me segurando mais forte e o mais perto dele que pode.

– Quem disse?

– Eu.

– Você é sempre tão chato?!

– E você é sempre tão tagarela?!

– Argh.

– Sei exatamente como se sente.

Meu estomago roncou.

– To com fome.

– Quando a gente chegar lá o Aro te vê alguma comida

– Mas eu to com fome agora, não na hora que a gente chegar lá.

– Garota, para de reclamar, pelo amo de Deus!

– Eu tenho um nome, ok!

– E qual seria ele?

– Quinn.

– Quinn o que?

Parei um pouco de falar. Como assim o que?

– O que?

– Sim, hum, Quinn, quero saber seu sobrenome.

– Olha, se eu tinha sobrenome ele morreu com meu pai. Mas se quiser, pode me chamar pelo nome dele, Joham.

– Quinn Joham?

– Pode ser.

Meu estômago roncou denovo.

– Ok, Alec, certo? Vamos fazer um tratinho.

– Diga, Quinn.

– Você me dá comida, e eu paro de reclamar, durante toda a viagem. Talvez até tire um cochilo.

– Híbridos dormem?

– Ahan, alguns mais até do que muitos humanos.

– Bem, sua proposta me parece muito… razoável.

– Ela é perfeitamente razoável.

Ele me colocou no chão, mas passou um dos braços em minha cintura. Olhei para seu braço, ergui uma sobrancelha, mas não falei nada. Não que eu estivesse gostando, mas também não estava exatamente… Incomodada.

Ele me levou a uma lanchonete, com Demetri e Felix atrás de nós. Alec se virou para mim e disse:

– Se perguntarem, sou seu namorado

– Tá, mas eu não vou te beijar, já tá avisado.

Ele riu e disse:

– Ok, Quinn. O que vai querer?

– Batata frita.

– Ok.

– Com Cheddar.

– Tá.

– MUITO. CHEDDAR.

– Ok, já entendi, batata frita cheia de cheddar, só que, se ficar com colesterol alto depois, nem vem reclamar comigo.

Eu, Felix e Demetri nos sentamos em uma das mesas. eles ficavam olhando para Alec, riam, depois olhavam para mim, riam mais um pouco, murmuravam, e riam ainda mais. Ô duplinha irritante viu, vou te contar…

Alec tinha ido no guichê, pediu a batata, pagou, pegou a batata, e veio para nossa mesa.

– Comida aqui é um roubo, 15 euros só por uma batatinha com queijo! - Ele reclamou e tirou os óculos - Melhor isso aí estar bom.

Peguei uma batata, comi e disse:

– Nada mal, mas já comi melhores. - Olhei pra ele, e ele revirou os olhos. Felix, que estava do meu lado, deu um tapinha de leve no meu ombro e disse:

– Boa, Quinn. Quase ninguém consegue irritar ele. Só Jane, e ainda assim, só as vezes… - Ele riu denovo.

– Quem é essa Jane? Quer dizer, não que eu deva saber, mas, seilá, só por… Curiosidade. - eu disse, sem perceber, com um tom meio enciumado.

Quando Alec percebeu o tom de voz, ergueu uma sobrancelha e reprimiu um riso.

– É a ir… - Demetri começou, mas Alec interrompeu, dizendo:

– Ninguém. Jane não é ninguém. Porquê?

– Nada não, só curiosidade. - falei levemente enciumada.

Felix bufou, e disse:

– É a irmã gêmea do Alec. Ele tá fazendo isso só pra te irritar.

Enquanto ele falava, Alec o olhava com uma cara de ódio.

– Calma, não precisa ficar com essa cara de psicopata homicida. - Eu disse, tentando acalmá-lo. Olha aqui, eu tenho sangue quente correndo em minhas veias, e do jeito que os olhos dele estavam escuros... Argh, não quero nem pensar na merda que aconteceria...

Ele me olhou surpreso, piscou uma vez, como se saísse de um transe e disse:

– Ah, ahn, tá.

– Sede? - Perguntei delicadamente.

– Um pouco. - Ele baixou os olhos por alguns instantes, e então olhou para mim. - Porque se importa?

– Porque você fica igualzinho ao meu... - falei a palavra com dificuldade, sentia tanta falta dele, da mamãe, das meninas... - pai... quando ficava com sede.

Felix e Demetri se olharam, olharam para Alec e disseram para ele:

– Nós vamos voltar, depois voce leva ela pra lá...

– É, tchau Alec.

Eles se foram e fiquei sozinha com Alec.

– Quinn, você tá... - ele veio devagar e delicadamente para o meu lado - Chorando?! - Ele completou assustado.

Só percebi que chorava, quando falei com a voz embargada:

– A-Ahn?

– Você tá chorando... - Ele limpou uma lágrima na minha bochecha com o polegar - Porque? - Ele parecia muito confuso.

– É... Complicado.

– Eu acho que posso entender o que é. - Ele disse com um meio sorriso. Ok, ele precisa aprender a parar de ser tão encantador...

– Bem, quando meus pais se conheceram, Joham, meu pai, era um vampiro, e tinha já outras 3 filhas, e minha mãe era uma humana...

E contei tudo, desde meu nascimento, infância e tudo mais até o assassinato da minha família e o massacre que eu fiz acontecer, e como eu vim parar aqui, com um soluço ocasional, mas ainda assim, creio que ele entendeu.

– ...Aí eu saí ao anoitecer, e acabei sendo perseguida por 2 vampiros grandalhões e um extremamente irritante. - finalizei sorrindo, mas ainda com os olhos cheios de lágrimas.

– Ei, não chora... - Ele disse e me abraçou - Bem, vou te levar para o Aro, ok?

– Precisa mesmo?! - Perguntei, começando a entrar em pânico.

– Sim, porque?

– Ah, por favor! Eles vão me matar! - Falei enterrando a cabeça no casaco dele.

– Não vão não, se tentarem, eu dou meu jeito, ok? Acredite se quiser, mas sou importante!

– Bem, pelo seu dom, eu não esperaria nada menos que um belo cargo lá.

Ele me soltou e me olhou intrigado. POR QUE DIABOS ELE ME SOLTOU?! NÃO DAVA PRA ME OLHAR, ME ABRAÇANDO?! Quer dizer, não que eu estivesse gostando, mas também não estava incomodada. Ora, porra, foda-se, vou ter que admitir isso uma hora ou outra, enfim, eu estava sim, gostando do abraço, eu amo abraços, e esse foi o primeiro que eu recebo há anos... Desde O Assassinato.

– Como você sabe do meu dom?! - Ele perguntou, quase rindo.

– Bem, eu não tenho só um dom. Eu tenho dois na verdade, um, você já sabe, o de ordenar e conseguir o que eu quero. e o outro... Bem, eu meio que absorvo o poder dos outros vampiros/híbridos, como se eu fizesse uma cópia do dom, e ficasse com essa cópia. Com umas pequenas... Diferenças. Geralmente é uma intensidade um pouco maior, ou as vezes menor, ou uma ou outra coisinha estética, depende muito do que é que eu absorvi. - Eu disse, dando de ombros, já tinha parado de chorar por causa das lembranças, mas eu me sentia muito cansada, estressada, e eu sentia que a qualquer momento poderia desabar denovo.

– Quinn, isso é fantástico! Agora é que eles não vão te matar mesmo ! Aro jamais permitiria que isso acontecesse, enquanto você não quebrar as regras, claro... Você as conhece, certo?

– Regras? Quer dizer aquelas coisas de caçar só a escória da sociedade humana, não criar crianças vampiras, não aparecer na luz do sol se você for um vampiro completo e não deixar humano nenhum saber da gente, a menos que você pretenda transformá-lo ou fazer dele a janta?

– Sim, essas e mais algumas outras, depois eu te explico as que faltam... Mas esses poderes são incríveis! Esse seu de esponja... Quantos dons você conseguiu pegar até hoje?

– Alguns, um vampiro me perseguiu pela Argentina inteira, e eu consegui matá-lo, mas também, peguei o dom dele de perseguir e tudo mais.

– Um rastreador... Isso é ótimo! Mais algum?

– Bem, eu conheci um clã... Denali acho... Nele tinha uma mulher que dava choques, e um cara que aparentemente identificava se você tinha um dom, e qual era ele. Eu sem querer encostei neles, e bem, absorvi. Só teve grandes alterações no dom da mulher... Nela a corrente elétrica não era exatamente... Vista . Agora, comigo, a coisa é um pouquinho... - Parei de falar para demonstrar: Imaginei a corrente elétrica azul-arroxeada passando entre meus dedos, e os envolvendo, o que aconteceu. - ...diferente.

Olhei para Alec, ele estava deslumbrado, os olhos quase negros, mas brilhando de animação. O triste era que sua cara de animado tava mais pra "psicopata-faminto-e-animado". Momento medinho.

– Ahn, Alec, Você tá bem?

– To, porque? - Ele pareceu meio confuso.

– Porque parece que você vai pular na minha jugular a qualquer momento. Apenas, meu caro, apenas.

– Eu to com sede, mas também não é pra tanto. - Ele revirou os olhos.

– Seus olhos parecem duas bolinhas de carvão. - Ergui uma sobrancelha.

– Bem, então vamos logo pro Palazzo dei Priori , eles com certeza guardaram alguém pra mim.

Bufei, mas fui com ele.

Andamos bastante, até chegarmos a um beco. Deviam ser lá pleas 1:30 da manhã, 2 horas, então, estava MUITO escuro. Alec quase me arrastava pelo beco, que ia descendo, como se descesse uma ladeira. Ele me puxava o mais delicadamente que podia, me segurando pelo braço. O problema era que esse "Delicadamente" era o mesmo que ser puxada por um caminhão de cimento, com uma jaula de elefante acoplada. E com o elefante na jaula.

– Hum, Alec... - Resmunguei.

– Sim?

– Você está indo um pouquinho rápido demais, e me segurando um pouquinho forte demais.

– Ah, certo, ahn, desculpe. - Ele pareceu constrangido, mas desacelerou o suficiente para que eu pudesse acompanhar, e diminuiu a força em meu braço. Chegamos a um paredão e fui conduzida por uma passagem para a rua. Lá, na parte mais baixa, havia um buraco, tipo de bueiro. Alec chegou perto desse buraco, e empurrou a grade com o pé.

– Primeiro as damas. - Ele disse, indicando o bueiro e com um meio sorriso.

– Eu é que não vou pular nisso daí!

– Ai meu deus, é seguro, veja.

Ele pulou, eu olhei pelo bueiro e o vi parado lá, com os braços cruzados.

– E então? - Ele disse.

– Você vai me pegar, certo? - Perguntei - Não pulo aí sem garantias de que não vou me esborrachar no chão.

Ele riu e disse:

– Claro.

Então, joguei minha mochila ali, e entrei como quem entra em uma piscina funda demais para conseguir ficar de pé: Primeiro os pés, depois, segurando firmemente na borda, o resto do corpo, até que ficasse apenas com as mãos segurando a borda.

– Vou soltar! - Eu disse.

– Tá. - Ele falou.

Eu soltei, e caí direto nos braços dele. Fortes, mas não o suficiente pra machucar. Ele me segurava pela cintura. Nossos rostos ficaram a centímetros um do outro.

Ele aproximou o rosto do meu.

E me beijou.



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