Acordei com alguem me chacoalhando. Abri meus olhos lentamente e dei de cara com Percy. Ele me olhava ansioso.

_Bom dia...- Sussurrei.

_Boa noite ainda...- Sussurrou ele devolta- Eu quero te mostrar uma coisa...

Me levantei lentamente para não acordar Thalia e olhei para a janela. A lua  reinava no céu. Enquanto eu ainda olhava a janela alguem pegou minha mão. Me virei e me deparei com Percy me olhando, sua mão entrelaçada a minha. Ele me puxou e saimos do quarto. Começamos a andar pelo corredor e eu sorria como uma boba.

_Aonde vamos?- Sussurrei.

_Surpresa...- Disse ele sorrindo.

Andamos mais um pouco até que nos deparamos com uma figura no escuro. Arregalei os olhos e prendi a respiração.

_Boa noite garotos.- Disse o homem.

_Boa noite tio Zeus.- Disse Percy, sorrindo amarelo- Vamos lá em cima, tudo bem?

_Claro, mas, juizo.- Disse o homem , que eu deduzi ser o pai de Thalia,rindo de sua própria piada.

Percy não esperou nem mais um segundo, continuou a andar apressadamente ainda segurando minha mão. Alguns segundos depois chegamos a uma escada. Eu não sabia que a casa de Thalia tinha três andares e não tinha mesmo. Subimos e chegamos ao telhado. Quero dizer, havia uma area plana ao lado das telhas. Percy sorriu com minha cara de surpresa.

_Bonito não?- Disse ele.

_Muito...- Sussurrei.

E era mesmo. Estavamos cercados pelas estrelas. Elas nos rodiavam e a lua presidia o show de luzes. Os olhos de Percy brilhavam em um verde lindo. Seu sorriso, posso garantir, brilhava mais que a lua. Por um momento me deixei levar por sua beleza e me desequilibrei. Percy segurou minha cintura e riu.

_O que te destraiu senhorita?- Perguntou ele.

_Ahn... A lua.- Eu disse.

_Arram.- Ele disse não acreditando.

_É sério Percy!

_Certo...- Disse ele não se convencendo.

Sorri e ele se sentou. Segui seu exemplo e voltei a admirar a lua. Percy tentou entrelaçar nossos dedos e eu não o deti.

_Descobri esse lugar á dois anos- Disse ele sorrindo- Thalia e Nico são meus únicos amigos, por isso sempre me chamam para dormir aqui. Como você ja pode ter percebido, Jess não gosta muito de mim. Só fala comigo quando Thalia esta por perto. Eu sinceramente não sei exatamente quando isso tudo aconteceu, Annie.

_Isso tudo o que, Percy?

_O fato de ninguem falar comigo. Eu não entendo. Nunca fui a pessoa mais popular e cheia de amigos mas isso é simplesmente inacreditavel. De um dia para o outro ninguem mais olha ou fala comigo se não for para tirar sarro.

_Percy... Eu nem sei o que dizer...

_Não precisa Annie- Dizia ele compreensivo- Eu entendo. Ninguem quer me falar o que é.

_Não Percy, eu não sei mesmo. Se eu soubesse te contaria. Não consigo nem pensar o que eu faria se fosse comigo.

_Promete que, se você descobrir vai me contar?- Perguntou ele esperançoso.

_Prometo.

Ele sorriu e se deitou. Eu fiz o mesmo e olhei a lua. Ela parecia ouvir nossa conversa e levar tudo como um show. 

_Acho que foi quando Rachel terminou comigo.- Disse ele do nada.

_Rachel?- Perguntei um tanto desapontada.

_Sim... Rachel Elizabeth Dare, minha ex-namorada. Ela terminou comigo depois que eu a levei para conhecer minha mãe.

Eu o olhei como se o segredo houvesse sido revelado. Ora, a garota não tinha culpa se a mãe dele era uma bruxa. Meio que lendo meu pensamento, ou minha expressão, Percy me olhou reprovador.

_Não Annabeth, minha mãe não é uma bruxa. Te garanto. Pode perguntar para Thalia ou Nico. Ela é a mulher mais adorável que já conheci. Até ganhou um premio de melhor vizinha em nosso prédio.

_Desculpe-me Percy. Eu deduzi errado. Não desconfio de sua palavra. Se você diz que sua mãe é uma ótima pessoa, não a motivos para eu desconfiar de você. Tenho motivos de achar que essa tal de Rachel é uma problematica.-Percy riu e eu o acompanhei.

_Acho que não. Ela é inteligente e muito bonita, Annie. Ela faz parte do clube de artes da escola. Ganhou até um prêmio com um quadro que fez.

_Percy se você me chamou aqui para ficar falando da sua ex, eu vou embora.- Eu disse ja me exaltando.

_Não Annie, não vá. Me perdoe. Eu só queria contar á você que ela não é louca.

_Tudo bem.- Eu disse torcendo nariz.

_Annie eu só queria entender.

_Acho que você ja disse isso.- Eu disse, um pouco revoltada.

_Annabeth! Desculpa. Esqueça a Rachel.

_É impossivel. Ela é inteligente e muito bonita, e nunca faria mal a nenhum ser vivo.- Eu disse irônica.

_Annie...- Ele disse pegando minha mão- Calma... O que importa é que agora eu tenho você. Quero dizer, tenho você como minha amiga. Você não ligou para os outros e isso me faz feliz.

Sorri. Percy era um garoto ótimo e eu tambem não entendia o por que de todos o tratarem mal. Acredito que é tudo culpa dessa tal de Rachel. Afinal quem mais seria? Ela termina com Percy e então do nada todos passam a ignora-lo. Só pode ser culpa dela.

_Annie, quero conhecer mais coisas sobre você.- Ele disse, mudando de assunto repentinamente.

_Que tipo de coisas, Sr. Mudança de assunto?

_Ahn... Coisas normais. Tipo, com quem você mora, do que você gosta, que tipo de coisas você faz.

_Ah, isso é facil. Moro com a minha mãe, gosto de livros, musica, estudos e de meus amigos, e leio, sempre.- Eu disse sorrindo.

_Livros, livros e livros... Você gosta muito de ler, certo?

_Gosto. Até demais.- Admiti rindo.

_Eu acho que tenho alergia a livros. Não sei me dá um tédio eterno pegar um na mão.- Eu ri e ele me acompanhou.

_Eu adoro os livros. Eles me levam para lugares que eu nunca pensei que existissem, me levam a conhecer pessoas extravagantes e diferentes, e a viver amores impossiveis.- Eu disse, empolgada.

_Uau Annie. Você é uma biblioteca ambulante!- Ele disse. Eu dei um soquinho de leve em seu ombro e sorri.

_Você deveria ler, Perseu. Você iria adorar alguns livros.

_Que tipo de livros?- Perguntou ele, parecendo mais animado.

_Ahn... Deixe-me pensar... Conheço alguns sobre água- Quando disse isso seu sorriso se iluminou- O mais bacana é Vinte Mil Léguas Submarinas. Você ia adorar. O autor é Julio Verne. Você ja deve ter ouvido falar dele na escola. Foi realmente um grande autor.

_Huum, gostei. Conte-me mais sobre a história.

_Certo. O livro começa em 1866 quando vários navios voltam a seus portos, alegando terem sido atacados por uma coisa gigante. Ninguem sabia nada sobre a tal coisa. Com isso todos ficaram com temor do oceano. Então em 1867 montou-se uma expedição ao mar para descobrir o que era a tal coisa. Alguns dias no mar foram suficientes para avistarem a ''fera''. Um tripulante da expedição atirou na coisa e descobriram que na verdade o animal era uma maquina nunca vista antes. Três tripulantes, incluindo o que atirara, foram ''engolidos'' pela maquina. Lá encontraram uma tripulação um pouco bizarra. Eles falavam uma lingua enigmatica e diferente. O capitão Nemo tomava conta da máquina. Os três homens que foram engolidos pela máquina são convidados a jantar, numa certa altura da história. Então um deles, mais especificamente