Só Falta Um Empurrãozinho escrita por Máh Scary Monster


Capítulo 3
Tarde Completa


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas terminei. Uhul o/

As gracinhas de Dean (a seguir) tirei de inspiração própria, portanto se não querem levar uma bronca dos pais/tios(as)/avôs(ós) e irmãos, não façam durante o almoço/jantar/que seja HAHAHA



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Eles subiram as escadas que levavam até o andar dos quartos, Dean foi à frente segurando a mão do moreno, guiando-o. Ele abriu uma porta no final do corredor.

– Bem-vindo. – Sorriu com entusiasmo, jogando os sapatos em um canto atrás da porta de madeira.

Cass tirou o sobretudo e a camisa e deitou-se na cama quente, se entrelaçou no edredom e Dean fez o mesmo. Apoiou o queixo na palma da mão e com a outra os dedos percorriam a face de Castiel, desenhou o nariz reto e liso, beijou sua testa e lábios, não sabe quanto tempo ficou alí reparando os detalhes do ser sobrenatural e belo à sua frente.

Castiel estava vermelho, não sabia que o corpo humano poderia ser uma fonte de prazer, o que era muito bom, seu coração batia descompassado. Ele beijava a ponta dos dedos grossos do caçador, mordiscava sua orelha e pescoço, não havia aprendido isso em nenhum lugar, apenas seguia os seus instintos.

A boca encheu-se de saliva sem ele querer e tentou dizer:

– Eu... E... Te... A...– Mas gaguejou.

– Eu sei, eu também. – Dean disse abrindo um sorriso enorme. Castiel não precisava falar nada, ambos sabiam que era recíproco, por mais que a palavra "amor" muitas vezes causasse um nó na garganta de quem tentava falar, Dean sabia o quanto era sincero. Ele puxou o moreno pelos punhos fazendo-o aninhar em seu peito nu, e naquele quarto úmido e escuro adormeceram.



Batidas de leve na porta estavam preenchendo o recinto, Dean acordou assustado e quando olhou pela janela percebeu que deveria ser um pouco mais de meio dia. Olhou o redor do cômodo e estava sozinho, uma pontada de raiva com desespero tomou seu corpo cansado.



– Dean! Você está bem? – Era Bobby do outro lado da porta.

– Ah! Sim, estou. – Disse alto vestindo a camisa jogada embaixo da cama, completamente apressado.

– Venha almoçar. – Ele disse com uma voz suave e fraterna, fazendo Dean salivar.

O loiro conseguiu ouvir os passos na escada se afastando e quando não havia mais nenhum barulho ele decidiu abrir a porta, ainda tentando desamassar sem sucesso a sua camiseta.

"Que sonho... Estranho." "Sonho?" "Cass?" Ele pensou com uma pontada de dúvida, não havia vestígios das roupas de Castiel, embora seu corpo respondesse as mil perguntas que ele havia formulado, sentia-se exausto, dolorido, mas principalmente faminto. Se isso tivesse sido um sonho, de fato pareceu bem real.

Desceu em passos largos a escadaria e caminhou até a mesa redonda da cozinha, Sam estava sentado digitando lentamente em seu laptop enquanto Bobby mordia um punhado de batatas fritas. Assim que entrou na cozinha sentiu um tremor percorrendo seu corpo, às vezes era vergonha, outras, inquietação, também havia uma fome indescritível e o cheiro de comida recém-preparada aumentava ainda mais seu apetite.


– Oh! Dean. - Sam disse surpreso, abaixando a tela do laptop. - Senta aí! - Ele apontou para a cadeira em sua frente. Dean parecia radiante, um pouco desconcertado, mas muito melhor que ontem. Sam sorriu para o irmão que retribuiu.

– Está melhor? - Perguntou Bobby sem tirar os olhos do prato cheio de macarrão à bolonhesa.

– Estou sim... - Dean sorriu sem graça - Uau! Você fez tudo isso? – Mudou de assunto, ele encarou Bobby que assentiu com a cabeça - Que delícia! - Disse por fim se servindo de macarrão, batata frita e enchendo um copo com cerveja. O irmão o acompanhou, servindo-se também.

Eles comeram silenciosamente, algumas vezes Dean fazia careta com a boca cheia de macarrão, em outras pegava um punhado de batata-frita, mastigava e virava falando de boca bem aberta:

– Veja! - Ele equilibrava a massa de batata sobre a língua - Purê de batata! – E engolia em meio a risos.

Os três riam, gargalhavam no ponto dos olhos lacrimejarem. Demorou um pouco para eles tomarem todo o fôlego, até que Dean pegou um garfo limpo da mesa e passou em seus curtos cabelos.

– Agora, sou a Ariel. - Ele piscava meigamente - Ah! Droga, comigo não tem graça! Faça você Sam, olha só o seu cabelo! - Ele apontou o garfo para Sam que recusou apenas erguendo as mãos, sorrindo sem parar.

Bobby tentou conter um riso, mas foi inútil e logo em seguida os três explodiram em gritos, e perceberam que fazia anos que não tinha uma refeição juntos. Mas para Dean ainda faltava algo. Algo que não demorou muito para ser preenchido.

– Cass! Olá! – Disse Bobby assim que avistou o anjo atrás de Dean.


O loiro estremeceu, sentiu isso por todo o corpo e parecia que o estômago não ia aguentar metade do seu almoço por muito tempo.


Sam pousou a mão grande sobre a do irmão mais velho, “relaxa” seus lábios se movimentaram sem soltar nenhum ruído. "Falar é fácil", pensou Dean, mas a prática era complicada, o mais velho respirou silenciosamente contando até dez, aquilo pareceu uma eternidade mas foi o tempo de Castiel sentar-se à mesa bem ao seu lado, servindo-se de um cheeseburguer.

– Cass... – O loiro disse com a voz meio mole.

Bon appetit! - Cass disse erguendo o hambúrguer em uma mão e o refrigerante na outra.

Aquilo tinha sido totalmente inusitado, todos na mesa riram, exceto Dean Winchester, ele não parecia furioso, talvez um pouco sem graça por estar almoçando com quem havia, com o perdão da palavra, ‘’trepado’’ na noite anterior, talvez porque seu irmão e seu pai postiço sabiam que eles haviam de fato trepado, talvez a fúria estivesse disputando com o alívio, Dean sorriu para si mesmo quando soube que Castiel não parecia o tipo de canalha que-não-liga-no-dia-seguinte, talvez não estivesse furioso, pois estava completamente embriagado de felicidade, uma felicidade sincera como não sentia há muito tempo.


Sua família estava à mesa, saboreando uma comida caseira, algo que não acontecia desde que Dean... É ele não se lembrava da última vez que isso aconteceu. Estava almoçando ao lado de quem ontem havia dividido um amor, estava ao lado de quem lhe fazia bem e parecia que timidez nenhuma poderia estragar.

Ele tentou ignorar a troca de olhares cheio de orgulho de Sam e Bobby, tentou ignorar as vezes que sem querer Cass entrelaçava seus dedos no dele por de baixo da mesa. Mas era impossível, ele estava em um êxtase de alegria, que se pudesse gritaria para o mundo todo, mas tudo que conseguiu fazer foi rir, e claro, continuar com sua gracinhas, como por exemplo fazer gargarejo com a cerveja, ou colocar alguns fios de macarrão com molho em cima do buço e dizer que era um bigode ruivo, ou ficar contanto histórias reveladoras das ex-namoradas de seu irmão para os outros, nenhum dos quatro pareciam preocupados, estavam entorpecidos de carinho, ternura e felicidade.

Teria sido um dia perfeito, se eles não tivessem que pegar a estrada e caçar sem parar.





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