Só Falta Um Empurrãozinho escrita por Máh Scary Monster


Capítulo 1
Pensamentos Compartilhados




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/299314/chapter/1

– Você está bem? - Sam depois de muito pensar e encarar discretamente seu irmão teve coragem de perguntar. - Dean?

– O quê? – Falou perdido.

– Você está bem? - Repetiu pacientemente.

Dean encarou o caçula e Bobby por um tempo e ambos estavam com um olhar preocupado em cima dele, tudo que conseguiu fazer foi engolir à seco e mentir.

– Sim, oras! Isso é cansaço. – Deu os ombros e voltou a deitar no sofá empoeirado com os braços cruzados sobre o peito.

Sam e Bobby trocaram olhares e preferiram ignorá-lo à começar uma inútil discussão, que não levaria os três à lugar algum.

A noite havia chegado, estava fria e com uma garoa fina, Dean havia ficado naquele sofá o dia inteiro, enquanto os outros dois liam e pesquisavam novos casos incansavelmente. Ele se forçava a pegar no sono, mas não conseguia dormir, ouvia sussurros como:

"- O que será que houve?" - Era a voz de Sam

"- Será que aconteceu alguma coisa com Cass e não sabemos?" – A voz de Bobby era rouca e parecia muito preocupado. "- Vou comprar mais cerveja, que sabe assim ele não melhora." - Dean ainda com os olhos fechados deu um sorriso lateral com a idéia.

"- Bobby, por favor, o que ele tem?" – Sam passou a implorar.


E havia sido assim durante o começo da manhã até agora, Dean não conseguia se mover, estava sem pique para nada, apenas ficou deitado tentando tirar o que julgou loucura, pensamentos impróprios e coisas desse tipo de sua cabeça. Parecia que havia levado uma surra mental, sua mente girava sem ao menos saber o motivo.


Ele ouviu a porta dos fundos bater e logo em seguida Sam apareceu encostado na parede entre a cozinha e a sala.

– Ok, chega! – O mais novo disse abrindo uma cerveja e servindo ao irmão que desajeitado ia sentando no sofá - Bobby foi em buscas de pistas na cidade vizinha, temos todo tempo do mundo para você me contar o que anda acontecendo.

Dean fingiu se espreguiçar, deu um gole na cerveja e suspirou:

– Nada... – Ele ergueu uma sobrancelha e Sam o encarou – Não! Não! Isso seria... Estranho vindo de mim.

– Estou esperando você começar. – Ele apoiou o pé na parede com um sorriso no rosto, como se fosse permissão para Dean falar.

O mais velho se levantou do sofá.

– Está brincando, não é? O que quer que eu diga? – Ele disse com os braços abertos e a garrafa presa fortemente em sua mão direita.

– Qualquer coisa! – Sam perambulou pela sala - O que você anda pensando... Porque está tão para baixo hoje... Porque ficou deitado o dia inteiro fingindo dormir... – Ele caminhou em direção ao sofá, agora vazio e sentou-se - Converse comigo. – Os olhos de Sam se estreitaram e Dean percebeu que não tinha outra saída, ele poderia negar a noite inteira mas o caçula estava realmente preocupado, então resolveu desabafar, inflou o peito e umideceu os lábios com a cerveja.

– É Castiel, ok? Ele anda... Embaralhando meus pensamentos. – Dean agradeceu pela sala de Bobby ser escura, pois sentia seu rosto queimar.

Sam se reencostou no sofá, deu um riso lateral, se obrigando a não gargalhar - Continue Dean... – Tomaram mais um gole de cerveja.

– Eu sei lá! O que isso te importa? – Olhou seu irmão e não teve resposta, ergueu os ombros e continuou. – Ele tem me encarado... E também agido... De uma forma estranha, como se quisesse me evitar, ou estivesse me escondendo algo... Ou... Será? – Ele perguntou baixo pra si mesmo.

Sam concordava com a cabeça mas logo havia percebido que era melhor não ter feito nada, permaneceu quieto. E Dean continuou: - E veja só, no momento é o que eu ando fazendo também.

Sam bebericou mais um gole

– Vocês discutiram sobre o que agora? - Perguntou encarando aqueles olhos esverdeados.

– Nada! – Ele nem precisou pensar para responder - Isso é, nada que eu me lembre. – Dean coçou a cabeça.

Sam suspirou, um alívio percorreu seu corpo, Dean estava bem, era só algum desentendimento bobo que havia acontecido entre ele e Castiel, por um momento ele os praguejou, ele e Bobby ficaram preocupado à toa, por um motivo que o irmão nem sabia o que era, Dean fazia as coisas parecerem o fim do mundo. A verdade é que sabia que o mais velho estava mesmo desanimado e isso tinha assustado, nunca havia visto ele assim, nem quando brigava com suas namoradinhas do colégio. O silêncio era desconfortável e Sam decidiu quebrá-lo.

– Uma bela história de amor, hein Dean? - Gargalhou mais do que devia e isso não ajudou a animar seu irmão. Pelo contrário Dean corou, sentindo o estômago embrulhado.

"Isso é... Amor?" "História de... Amor?" "O quê?" "Jamais!" Esse último pensamento gritou em sua cabeça. "Ainda mais por um... um.. Homem." Ele estava tremendo com essas idéias.

– O quê? Ficou maluco? – Dean gritou - Aquele filho da mãe tem fugido de mim há semanas e...- Ele não tinha noção do que falava e decidiu recurar - Quer saber? Que se dane! – Isso não soou sincero e ambos perceberam isso. Sam riu e Dean sentou-se em uma cadeira encolhido, estava vermelho.

Sam suspirou e disse calmamente.

– Ah! Sei lá... Você ficou deitado o dia todo pensando nessas bobagens, isso mexeu com você... Talvez não seja à toa. – Sam sorriu - Cass está bem. Vai ver... Ele também esteja só... "Cansado" – Disse fazendo aspas com os dedos tirando um sorriso de seu irmão.

Antes de explicar que possivelmente aquele anjo estaria passando por essa mesma situação, o celular de Sam deu um pequeno silvo, ele retirou do bolso e leu uma mensagem. Ele jogou o objeto prateado no colo do mais velho.

– Bom, ele precisa de reforços... Mas tudo bem, eu vou sozinho. - Ele se levantou - Fique bem, ok?

– "Eu vou sozinho". – Ele o imitou com a voz sarcástica, se levantando da cadeira também - Que merda é essa? Estou bem, posso caçar e...

– Não! – Disse um pouco alto, Sam pigarreou – Não mesmo. Você fica, alguém tem que ficar e... cuidar... – Ele tentava inventar alguma desculpa mas nada vinha à mente. Seus olhos percorreram a mesa da sala onde estava a chave do Impala e umas garrafas vazias – Alguém tem que beber essas cervejas. – Ele sorriu sem graça, caminhou até a mesa ao lado da porta de entrada, pegou o celular da mão de Dean, a chave do carro e o casaco pendurado na cadeira. Dean estava estático, analisando todos os movimentos de seu irmão.

– Cuide-se! – Sam disse abrindo a porta.


Foi o vento gelado que fez Dean perceber que estava de boca aberta, ele balançou a cabeça e em passos rápidos chegou até a calçada frente à casa de Bobby.

– Meu bebê? Sam! – Ele gritou alertanto – Sam, um arranhão na minha maravilha e eu te mato. – Ele estava com o indicador apontado para o pára-brisa.

Sam abriu a porta do Impala.

– Sei disso. - Entrou e bateu com um pouco mais de força, fazendo o carro balançar.

– Pelo amor... – Dean parecia que havia levado um soco na barriga – Não faz isso comigo...

– Desculpa! – Ele gritou de dentro do carro.

Dean caminhou até lá, antes que seu irmão desse a partida.

– Qualquer coisa me liga, ok?

– Pode deixar. – Sam respondeu. – Ah, Dean!

– O que? - Perguntou apoiando os cotovelos na janela aberta do carro.

– Escuta, você é meu irmão, e não importa quem ou o que você ame, eu estarei contigo, te apoiando, ok?

Dean fez uma careta se afastando do carro como se não pudesse entender o recado, mas Sam havia sido muito claro, direto e ambos sabiam disso, o mais novo girou a chave, deu ré e partiu.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Só Falta Um Empurrãozinho" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.