- Que barulho foi esse? - assustou-se Georg.

- O que aconteceu lá dentro? - preocupou-se Tom.

- Bill... Bill, acorda! - Stephenie chacoalhava Bill, desmaiado, devido à uma parte do teto que caiu em sua cabeça. Estava sangrando.

Estavam os dois no pé da escada.

O fogo se espalhara rapidamente em grande parte do colégio.

Tentava, com o pouco de forças que lhe restava, puxar o amigo consigo, porém com o tanto de fumaça que inalava, acabou desacordada também, junto dele.

- Que barulho foi aquele? - perguntou Gustav, à um dos bombeiros.

- Parece que foi a queda de uma parte do teto do colégio.

Todos alí se impressionaram com tal informação.

Crianças do pré e primeira série começavam a chorar de medo.

- Vocês vão conseguir tirar meu irmão e minha amiga de lá, não é? - insistia Tom.

- Fique calmo, meu rapaz, faremos tudo o que for possível. - pediu o bombeiro, calmamente, com as mãos nos ombros de Tom.

Minutos depois...

"Foram encontrados dois corpos inanimados! Pessoal da ambulância, por favor tragam duas macas e duas máscaras de oxigênio!" - ouviu-se de um comunicador de um dos bombeiros.

- Pronto, encontraram os dois! - Gustav tentou sorrir, diante da preocupação.

- Inanimados... Minha Stephenie está correndo perigo... E por culpa sua! - disse Adolph.

- Já não disse para calar a boca, eu sei da minha culpa! - respondeu Nicolli.

- E aquele 'seu' queridinho Bill... Nem de salvar uma garota de um incêncio é capaz...

- Adolph, você não salvaria nem a si mesmo, e então pare de culpar o meu Bill!

Minutos depois...

- Emergência! Leve os dois para emergência! - disseram dois deles, empurrando as macas, agora com um corpo em cima de cada uma, sendo prontamente obedecidos.

- Ah, não, o que foi agora? - preocupou-se Tom, reconhecendo que era seu irmão e amiga, pela roupa. - Ele tá sangrando... Meu irmão tá sangrando, o que aconteceu?!

- Acalme-se, rapaz, ficará tudo bem com o seu irmão. - disse um dos bombeiros, vendo a preocupação de Tom.

- Cadê a Stephenie? - diz Adolph, que acabara de sair de perto de sua irmã, para ver o estado de sua 'querida', ao bombeiro que estava ao lado de Tom.

-Vai ficar bem, também. Agora, iremos levar os dois na ambulância, diretamente ao hospital. Soube que a mãe da garota já está indo ao local, e pedimos à você - pôs a mão no ombro de Tom - que é irmão do garoto, que vá com a gente, na ambulância. O diretor já avisou seus pais.

- Ok, estou indo. Até mais, Gustav e Georg!

- Eu posso ir? - pergunta Adolph ao bombeiro.

- Você é o que, da família?

- Sou o namorado da garota.

- Namorado? - interveio Gustav - Esse é um Zé Ninguém, com dor de corno, não ligue para ele.

- Se não é da família, desculpe, não podemos deixar. Até mais.

- Até! - disseram Georg e Gustav.

- Vocês me pagam! - disse Adolph furioso, saindo de perto dos dois.

- Gustav, eu estou devendo algo pra esse panaca? - ironizou Georg.

- Sabe que não me lembro... - fez cara de dúvida. Os dois riram.

- Hmmm...

- Stephenie? - sussurrou uma voz feminina.

- Hmm... - Tentou abrir os olhos, enxergando toda imagem destorcida. - Mãe...?

- Ahh, Stephenie... Que susto você me deu! - a mãe a abraçou delicadamente. - Está tudo bem?

- Eu tô bem, mãe... Bill. Cadê o Bill? Mãe, como é que ele tá? - sentou-se na cama, de repente.

- Cuidado, filha...! O Bill está bem, na medida do possível... Também, caiu um teto em cima do garoto.

- Ele acordou?

- Ainda não. Eu estava com ele e o Tom um pouco, enquanto a Simone não chegava, não se preocupe, seu amigo vai viver. - riu de leve.

Com a amizade entre eles, Anielle, (mãe de Stephenie) havia conhecido Simone, a mãe dos gêmeos, e se tornaram grandes amigas.

- Hã... Stephenie... Precisamos conversar...

- O que é? Mãe, detesto esse tom de voz, você sempre explode uma bomba em mim quando fala desse jeito.

- É que... Me falaram que alguém pôs fogo, enquanto só você estava no banheiro, acharam uma lixeira cheia de coisa queimável, e encontraram perdido no corredor do colégio, uma garrafinha de álcool...

- Como assim? Alguém tentou...

- ...matar você. - completou, aflita. - E eu vou te mudar de colégio.

- Mãe! - exclamou, nervosa.

- Ste, aquele colégio não é seguro! Já tentaram te matar, e quase conseguiram, e o Bill ainda se machucou, quem me garante que não vão tentar de novo?

Anielle deu uma pequena pausa para a filha processar toda aquela informação.

- Aonde...?

- Não sei, podemos ver. Mas longe de Magdeburg... - terminou, calmamente. Sabia que aquela frase iria de algum jeito magoar a filha.

- Longe? Mãããe... Mas e o Bill? O Tom? O Gustav e o Georg? Mãe, eles são meus amigos, tem noção de quanto tempo não conheço alguém como eles, fora a Marie?

- Eu sei, Ste... Mas, você viu hoje, além de você correr risco de morrer, vai pôr eles em perigo...

Stephenie se jogou sobre o enorme travesseiro atrás de si, pensando sobre o assunto.

Colégio Jörn Klaus, Essen.

Uma semana depois, Stephenie andava em direção ao novo colégio. Dessa vez, não estava atrasada, porém com a menor vontade de ir - sabia que naquele colégio, não iria ter um Bill, um Tom, um Gustav ou um Georg.

"Em compensação, a quantidade de Adolph e Nicolli que deve ter..." - pensou distraídamente.

Entrou, e atentamente procurou sua sala. Era um colégio menor, muito menor, não teve tantas dificuldades. Entrou na sala, e sentou na carteira do fundo.

- E aí? - uma garota com o estilo parecido com o seu, sentou-se na carteira à sua frente.

- Oi... - respondeu timidamente.

- Qual o teu nome?

- Stephenie.

- Me chame de Princess. - começou a mastigar o chiclete.

[Princess]: