Tudo o que não sou. Está vendo o sol? Ele brilha e ilumina a vida que se propaga pela terra. Tudo o que sinto. Está vendo a lua, escondida no meio daquelas nuvens fofinhas? Serena e delicada; tornou-se tímida com sua tênue e pálida luz, alegrando a natureza. Tudo o que quero. Está vendo o céu, colorido por aquele tom tão magnífico de azul? Significa que está sorrindo, feliz por compartilhar todo o seu esplendor.

Está vendo aquela menina? Não, não a popular. Não aquela com os cabelos presos, ou a de maquiagem; tampouco a que sorri sem motivos, alegra o ambiente. Aquela lá, sozinha em seu canto, observando o movimento dos colegas de classe. Silenciosa. Aquela que usa fones durante a aula, que toma notas, que mantém a cabeça baixa. Está vendo aquele sorriso? Ele deu fulgor aos dias mais sombrios. Alegrou as noites mais nebulosas. Aqueceu um único coração, com um sentimento que ia muito além de uma simples amizade. Está vendo aquele garoto? Não, ele não significa nada aqui. Mas faz palhaçadas, arranca risadas; mesmo aquelas que saem nos momentos mais inoportunos. Ele não vai muito além de um reflexo no espelho quebrado, uma sombra num dia frio.

Está vendo aquela rosa? Com pouquíssima luz, e ainda menos água, ela manteve-se intacta em meio à tempestade de neve que chamamos de dor, à tempestade de fogo que chamamos de sentimentos. Você precisa ser igual a ela: caindo, se levantando, de novo e de novo. Até que os tombos nada mais signifiquem em meio à balbúrdia que é sua vida...

Vale à pena? Venha. Eu vou mostrar que sim.