Teen Fox escrita por The Amazing Spider Green


Capítulo 2
Mudanças estranhas


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, gente. Mas é que ando ocupado.
Ah, e olhem para as notas finais. Elas são importantes.



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Naruto pedalava sua bicicleta desesperado, pois a cada pedalada que ele dava, sentia mais dor na área de sua ferida. Ao parar na sua escola, ele viu Shikamaru. Ele prendeu sua bicicleta, mas sentiu alguma coisa bater em seu traseiro. Ele se virou e viu que um carro estava lá, e de lá saiu um rapaz de sua idade com cabelos pretos em forma de pato e olhos cor-de-ônix. Vestia uma camiseta branca e por cima um casaco preto-azulado com um capuz branco e um símbolo de leque nas costas (Nota do Autor: pense no símbolo dos Uchiha), enquanto tinha calças pretas e tênis brancos.

— Aí — disse ele ameaçadoramente para Naruto —, toma cuidado com a pintura.

— Ô, Sasuke — chamou um dos amigos do moreno. — Chega aí, cara.

Sasuke saiu, ainda encarando Naruto, que apenas deu de ombros e caminhou até Shikamaru, que aparentava estar esperando-o. Ao vê-lo, Shikamaru pulou do banco onde estava e caminhou na direção dele.

— Ei, car... — Shikamaru se interrompeu. — O que é isso nas suas bochechas?

— Como assim? — Naruto perguntou, confuso.

–As suas boechechas... — Shikamaru simplesmente pegou seu celular e o colocou na frente do rosto de Naruto, que arregalou os olhos ao ver seu reflexo, que mostrava marcas de riscos, semelhantes à bigodes, nas suas duas faces.

— Como isso aconteceu? — Naruto perguntou.

— Vai perguntar pra mim, que não sabe nem o que aconteceu com você? Mas deixa eu dar uma olhada. — Naruto apenas levantou seu casaco, revelando o esparadapro manchado de sangue na sua cintura, fazendo Shikamaru arregalar os olhos e uma carranca de dor em seu rosto. — Ui. — Ele tocou na ferida, ganhando um gemido e um tapa em troca. — Au! Por que você fez isso?

— Porque doeu, gênio — Naruto respondeu, revirando os olhos.

— O que foi que fez isso? — o Nara perguntou, enquanto ele e o Uzumaki pegavam suas mochilas.

— Tava escuro demais, mas eu tenho certeza de que era algum tipo de raposa — Naruto respondeu, fazendo Shikamaru perguntar, sem ao menos tentar esconder o tom de indignação e diversão na voz:

— Uma raposa mordeu você?

A-han — Naruto respondeu, estranhando o olhar de seu amigo.

— Não, sem chance — Shikamaru disse com um sorriso.

— Eu ouvi um rugido — disse Naruto.

— Não, não ouviu.

— Como assim: não ouvi? Como é que sabe? — Naruto sorriu.

— Ha, não tem raposas em Konoha, tá? Pelo menos há uns sessenta anos — Shikamaru finalmente explicou, com um sorriso.

— Sério? — Naruto perguntou, confuso. Ele tinha certeza de ter visto uma raposa.

— É óbvio — Shikamaru respondeu, revirando os olhos, impaciente. — Não tem raposas em Konoha.

— Tá bom, se você não acredita na minha história da raposa então com certeza não vai acreditar se eu contar que eu achei o corpo — ele disse com um sorriso esnobe.

Shikamaru, naquele momento, estremeceu de alegria, e logo pulou na frente de Naruto, dizendo:

— Você tá brincando.

— Não, quem me dera. Eu vou ter pesadelos por um mês — Naruto respondeu com um sorriso no rosto.

— Caramba, isso é muito maneiro. Isso vai ser a melhor coisa que já aconteceu nessa cidade desde, desde... — Shikamaru não disse mais nada, ao ver uma garota de cabelos loiros em um rabo de cavalo e olhos verdes-água — o nascimento de Ino Yamanaka. Oi, Ino-chan, você continua...

Ela apenas seguiu em frente, sem percebê-lo.

— ... me ignorando — terminou com um rosto frustrado, enquanto Naruto dava uma risadinha. — A culpa é sua, sabia?

A-han — Naruto disse, indo até a entrada do colégio.

— Por me tornar um nerd, igual a você — Shikamaru continuou.

— Tá bom — Naruto continuou dizendo, rindo.

— Eu sou nerd por assossiação — Shikamaru continuou reclamando. — Eu virei nerd por sua causa.

* * *

— Como vocês sabem, um corpo foi encontrado na floresta ontem à noite — dizia Kakashi-sensei enquanto rabiscava alguma coisa no quadro branco, ganhando um olhar de divertimento entre os jovens Uzumaki e Nara. — E eu aposto que as suas mentes curiosas estão bolando cada tipo de cenários macabros do que pode ter acontecido.

Ele parou de rabiscar no quadro branco.

— Mas eu estou aqui para dizer — continuou dizendo Kakashi-sensei — que a polícia tem um suspeito sob custódia — naquele momento, os dois jovens trocaram olhares de confusão —, o que quer dizer que vocês podem dar total atenção ao plano de estudos do semestre, que está em cima das mesas de vocês.

Naruto pegou o referido chato plano de estudos e via toda as coisas chatas. Nossa, como ele odiava a escola com cada fibra de seu ser. Ele só continuava lá, pois sua mãe era muito cabeça-quente, obrigando-o a ir naquele chato local.

Ele de repente tampou os ouvidos ao ouvir o som de um celular tocando bem alto. Parecia que o celular estava dentro de seu ouvido. Ele olhava toda a sala, esperando ver alguma pessoa tentando desesperadamente desligar o celular, e se encrencar no primeiro dia de aula.

Mas ele ficou confuso ao ver que ninguém parecia nem notar o barulho. Ele olhou todos os lados e viu, fora da janela, uma linda garota de cabelos azuis que parecia ter sua idade, sentada no banco do pátio. Ele ouviu ela dizer, mesmo àquela distância:

"Kaa-san, três ligações no primeiro dia não é um pouquinho demais? Ah, cadê a minha caneta? Ah, meu Kami, esqueci a caneta." Ele a via vasculhando sua bolsa. Depois, a garota olhou para cima e voltou a falar no telefone. "Tá, tá, eu tenho que ir. Aishiteru."

E ela desligou o celular, e Naruto viu que o diretor da escola, Sarutobi Hiruzen, estava indo até ela, dizendo, "Gomen fazer você esperar."

"Tudo bem," a garota disse, seguindo Tsunade.

Naruto estranhou o que aconteceu, mas balançou a cabeça, deixando isso de lado, e começou a escrever as notas que Kakashi escrevia no quadro branco, até que ele ouviu novamente alguma coisa de longe, mas, pelo visto, não era tão longe.

"Então, estava dizendo que não cresceu em Kirigakure no Sato," ele ouviu o Diretor Hiruzen dizer.

"Não, mas nós moramos lá mais de um ano, o que é estranho pra minha família."

"Bem, eu espero que Konohagakure no Sato seja a sua última parada por um tempo," ele ouviu o Diretor Hiruzen dizer, mais perto dele do que antes, até que ele o viu entrar, junto da mesma garota que ele viu no banco.

Ele arregalou os olhos com o que viu. Aquela garota era a mais linda que ele já havia visto. Ela tinha longos cabelos azuis e olhos perolados hipnotizantes, vestindo uma jaqueta bege por cima de uma camiseta azul. Atrás da jaqueta tinha um símbolo estranho de uma chama dentro de uma esfera amarela (Nota do Autor: pense no símbolo dos Hyuuga), enquanto ela vestia também uma saia jeans azul, e ela também tinha seios fartos, belas curvas e bumbum empinado — não que ele tenha visto.

— Turma, essa é a nova aluna, Hyuuga Hinata. Por favor, façam com que ela se sinta à vontade — Hiruzen disse. — Bem, Hinata, por que não se senta atrás de Uzumaki-san, o de cabelos arrepiados?

Hinata fez como pedido e se sentou atrás de Naruto. Ele admirava ela indo até a cadeira — empinando ainda mais seu bumbum — atrás dele, e ele notava o quanto suas estonteantes pernas eram lindas e brancas como a neve, e então, lembrando-se que ela não tinha uma caneta, pegou a sua e a ofereceu. Ela o fitava com um sorriso e, então, aceitou-a, agradecendo. Então ela olhou o rapaz confusa e, depois, a caneta. Por fim ela deu de ombros e deixou isso de lado. Enquanto isso, Naruto simplesmente tinha um sorriso maroto mal-contido no rosto.

* * *

Naruto estava com Shikamaru. Eles fecharam seus armários, e Naruto teve o vislumbre de Hinata. Ele a fitava hipnotizado, e ela fez uma coisa que ele nunca esperaria ver: ela sorrindo. Para ele!

"Essa jaqueta é o máximo," ele ouviu Ino dizer, mesmo na enorme distânica que eles tinham. Mas ele não ligava para aquilo. Ele já estava se acostumando. Ele apenas se preocupou em ouvir ela conversando com Hinata. "Onde você comprou?"

"Ah," ele ouviu Hinata dizer, "minha mãe trabalhava como compradora de uma loja, em Kirigakure."

"E você é a minha nova melhor amiga," Ino disse e, logo depois, Sasuke apareceu e a beijou.

"Olá, gatinha," disse ele.

"Oi," disse Ino de volta, animada.

— Como a garota nova pode estar aqui há cinco minutos e já está andando com a turma da Ino? — Haruna, uma conhecida de Naruto e Shikamaru perguntou, perto dos dois adolescentes, vendo a conversa entre Hinata, Ino e Sasuke.

— Porque ela é gata — Shikamaru respondeu, como se fosse óbvio. — Gente bonita anda junto.

Mas Naruto não ouvia o que eles diziam, ouvia apenas a conversa entre a novata e os populares.

"Olha só, nesse fim de semana vai rolar uma festa," informou Ino abraçada a Sasuke.

"Uma festa?" Hinata perguntou.

"É, sexta à noite. Você devia ir," aconselhou Sasuke.

"Ah, eu não posso, sexta é a Noite da Família. Valeu pelo convite," Hinata respondeu, dando de ombros, com um sorriso.

"Tem certeza?" Sasuke insistiu. "Todo mundo vai estar lá depois do treino."

"É treino de futebol?" Hinata perguntou.

"Humpf, futebol é uma piada em Konoha. O esporte daqui é lacrosse," Sasuke disse, presunçosamente. "Ganhamos todos os campeonatos nos últimos três anos."

"Por causa de um certo capitão do time," Ino disse, esfregando o cabelo de Sasuke.

"O treino começa daqui à pouco," Sasuke informou. "Você pode ir se não tiver nada pra fazer."

"Olha, eu ia..." Hinata foi interrompida.

"Ótimo. Você vai," Ino disse, puxando Hinata, que sorriu envergonhada para Naruto.

* * *

Nos testes para o time, Naruto e Shikamaru iam rumo ao campo livre de lacrosse, com o último mencionado dizendo:

— Mas se você jogar, eu não vou ter com quem conversar no banco. Vai fazer isso com o seu melhor amigo?

— Eu não aguento mais. Eu fiquei sentado no banco minha vida inteira. Nessa temporada eu vou jogar — Naruto disse, determinado, pegando seu bastão verde e azul.

Enquanto isso, Hinata e Ino andavam pelos bancos, até se sentarem, o que atraiu a atenção do jovem Uzumaki, que fitava Hinata, hipnotizado, o que não passou despercebido por ela, que o olhou de volta, o que fez Naruto voltar a realidade. Ele correu para o campo corado de vergonha e conseguiu ouvir a morena perguntar à loira, "Quem é ele?"

"Ele?" questionou Ino. "Não faço a menor ideia. "Por quê?"

"Por nada," Hinata respondeu, dando de ombros. "É só que ele tem marcas estranhas nas bochechas."

Naruto abaixou a cabeça naquilo, colocou o capacete, e ele logo foi correr até o campo, mas foi impedido ao ouvir o treinador Morino Ibiki, um homem que vestia um casaco preto por cima de uma camiseta roxa e calças pretas, gritar para ele:

— UZUMAKI!

— Senhor, sim, senhor — Naruto disse fazendo continência que nem um soldado, tirando o capacete.

— Você vai pro gol — informou jogando o bastão e as luvas para o jovem loiro sem nenhum cuidado, fazendo a maior parte do material cair no chão.

— Mas... eu nunca joguei — Naruto disse a ele, confuso.

— Eu sei — Ibiki disse, fazendo o loiro arregalar os olhos em horror. — Deixa a galera marcar uns gols pra aumentar a confiança. É o primeiro dia de aula. — Ele bateu no ombro de Naruto. — Energiza a rapazeada. Eu quero ver, hein?

— E quanto a mim — dattebayo? — Naruto perguntou, chocado, horrorizado e desesperado, deixando escapar as palavras que ele normalmente deixava escapar quando estava nervoso.

— Tenta não levar uma bola na cara — respondeu dando um tapinha em sua bochecha. — VAMO LÁ, GENTE! AQUECENDO!

Naruto apenas tremeu, colocou seu capacete de volta e ficou lá, no gol, tremendo, o medo invadindo cada fibra de seu corpo. Ele estava indeciso entre levar uma tacada na cara e ser humilhado pelo resto de sua vida escolar que mal começou ou fugir desesperado e ser humilhado até sua próxima vida.

Ele decidiu o primeiro, e então se preparou. Ele então ouviu Ibiki soprar o apito, o que o fez cobrir os ouvidos com força. Ele nunca havia ouvido uma dor tão excruciante; era como se o apito estivesse dentro de seus ouvidos. Mas então ele sentiu uma dor latejante em sua testa, o fazendo cair no chão. Ele abriu os olhos e viu que um dos jogadores havia acabado de jogar uma bola em sua testa. Ele se levantou, tentando ignorar os risos das pessoas naquele local. Ele agradecia a Kami que estava usando capacete, pois ele cobria seu rosto vermelho, de raiva e vergonha.

— BELO JEITO DE USAR SUA CARA, DOBE! — ele ouviu Sasuke gritar, zombando dele.

Naquele momento, Naruto sentiu uma coisa que ele nunca havia sentido em sua vida, era um sentimento impulsivo, um sentimento animal, um sentimento quase bestial. Ele então pegou seu taco do chão e o segurou firme, fechando os olhos, concentrando-se, e, enquanto isso, ele ouvia os comentários de algumas pessoas sobre ele.

"Ele vai voltar pra casa todo roxo."

"Ele não vai conseguir."

"$100 que o Uzumaki não vai conseguir."

"Fechado."

"Eu sei que você não pode me ouvir, Naruto, mas vai, você consegue." Ele percebeu que aquele sussurro de incentivo foi de Shikamaru.

Naquele momento, ele abriu os olhos, que adquiriram um brilho vermelho-sangue, enquanto suas pupilas se remodelavam para uma forma de fenda, mas ninguém percebeu. Ele sentia que podia fazer qualquer coisa que quisesse. Ele estreitou os olhos e cerrou as mãos, as segurando ainda mais no bastão.

Ele ficou em uma posição agachada, como uma fera pronta para agarrar sua presa, e esperou a bola vir. Ao ver um dos jogadores lançá-la nele, ele sentiu como se tudo naquele mundo fosse ele e a bola; era como se ele tivesse todo o tempo do mundo para agarrá-la. Ela estava em câmera lenta, como o resto do mundo para ele. Ele não ouvia as risadas e comentários dos outros, nem os gritos de incentivo de Shikamaru. Eram só ele e a bola.

Então, com reflexos animais, o loiro pegou a bola, o que surpreendeu a todos e a ele mesmo, mas ele se recompôs e jogou a bola no chão, e ele ouviu os comentários dele novamente.

"Tá bom, talvez ele volte pra casa com a cor da pele normal."

"Eu não acredito, ele conseguiu."

"Ha-ha, pode ir passando a grana."

"Droga."

"Eu sabia que você conseguia," Shikamaru lhe disse sorrindo.

Ele substituiu sua face de medo por uma de determinação e coragem e começou a pegar todas as bolas, não mostrando dificuldade alguma.

"Parece que ele é bom," ele ouviu Hinata comentar, sorrindo.

"É mesmo," concordou Ino.

Tudo estava indo bem, até que Sasuke agarrou o taco, com fúria.

— Ah, Kami — murmurou Naruto vendo Sasuke correr até o gol e lançar a bola com toda a força que tinha.

Naruto apenas a pegou. Aquela bola foi mais difícil que as outras, mas ela ainda era fácil.

Shikamaru pulou dos bancos e gritou:

WOO-HOO! É! ESSE É O MEU GAROTO!

Naruto viu Hinata e Ino torcendo por ele. Ele acenou para Hinata, que corou, e ele viu Ino acenando para ele. Ele parou, tirou o capacete e a fuzilou com o olhar. Sasuke fitava Ino indignado, com ela apenas dando de ombros.

Naruto jogou o taco por cima de seu ombro e o taco caiu direto na mão do treinador.

* * *

— Eu não sei como é que eu fiz. Foi como... se eu tivesse todo o tempo do mundo pra pegar a bola.

Naruto e Shikamaru começaram a escalar o mesmo penhasco de antes. Naruto estava bem na frente, enquanto Shikamaru estava atrás, respirando pesadamente. No entanto, Naruto nem sentia perda de fôlego.

— E essa não foi a única coisa estranha. Eu posso ouvir coisas que não devia ouvir — Naruto continuou explicando sua situação ao terminarem de escolar o penhasco, tirando um galho de árvore do seu rosto. — Sentir cheiros.

— Sentir cheiros? — Shikamaru perguntou. — Tipo o quê?

— Tipo... o chiclete de menta no seu bolso — Naruto respondeu, cheirando um pouco o ar, e voltando a caminhar.

— Eu não tenho chiclete nenhum... — Shikamaru parou, ao sentir uma coisa em seu bolso. Ele tirou e viu um chiclete de cor esverdeado, provando ser de menta.

Ele fitava Naruto de olhos arregalados, mas o loiro apenas deu de ombros e continuou a andar, com as mãos nos bolsos.

— Isso aí começou com A Mordida? — Shikamaru perguntou.

Naruto revirou os olhos. Desde que ele contara a Shikamaru o que aconteceu, ele começara a chamar aquele acidente de A Mordida, já que Naruto foi mordido por aquela raposa.

— E se for uma infecção e o meu corpo estiver cheio de adrenalina e eu entrar em choque? — Naruto perguntou, preocupado.

— Quer saber? Acho que já ouvi falar nisso. É um tipo específico de infecção — Shikamaru comentou, ganhando o olhar de Naruto sobre si.

— É sério?

— É, é. Acho que se chama... licantropia.

Naruto, que não sabia o que era licantropia, perguntou:

— E o que é isso? É ruim?

— Ah, é bem ruim. — Shikamaru balançou a cabeça solenemente. — Mas é só uma vez por mês.

— Uma vez por mês?

A-han, na noite de Lua Cheia. — Shikamaru, então, fez um uivo silencioso para Naruto, com as mãos na cintura, ganhando um tapa no ombro. — Ha-ha-ha! Foi você que ouviu a raposa rugindo!

— É, mas era uma raposa, e não um lobo — Naruto rebateu, com um sorriso vencedor.

— Você tem essas marcas de bigode nas bochechas — Shikamaru começou. — Pode cheirar coisas do meu bolso — o que, particularmente, acho assustador —, tem uma agilidade fora do comum e ouve coisas que não deveria ser capaz de ouvir, ou seja, uma superaudição.

— Cara, eu posso ter uma coisa muito séria — ttebayo! — Naruto disse, sinceramente.

— Eu sei, você é um lobisomem! Grrr... — Shikamaru fingiu um rosnado, com um sorriso. — Ha-ha-ha, tá na cara que eu tô brincando. Mas se eu começar a derreter toda a prata que eu tenho com um maçarico, é porque sexta é noite de Lua Cheia.

Naruto olhou para o Nara, e então para o chão.

— Não, eu juro que foi assim — disse o loiro. — Eu vi o corpo aqui. O cervo passou correndo. E eu deixei cair a bombinha.

Ele começou a procurar sua bombinha, enquanto o moreno procurava o corpo.

— O assassino pode ter levado o corpo — Shikamaru sugeriu, ao não ver nada.

— Se levou, acho bom ter deixado a bombinha. Custa uns oito dólares — Naruto disse, ainda procurando pelo referido objeto.

Naruto continuou procurando pela sua bombinha, até que a sua atenção foi levada para outro lugar, quando ele sentiu Shikamaru lhe bater no ombro.

Ele virou seu olhar e viu uma figura passar pela névoa. Era uma figura de cabelos ruivos bagunçados, olhos verdes-água, uma pele branca, que usava uma camisa de mangas longas, lilás, um par de calças vermelhas e uma capa com mangas curtas, vermelha.

— O que estão fazendo? — ele perguntou, enquanto andava na direção deles. Eles se entreolharam e ficaram em silêncio. O rapaz parecia impaciente, e logo disse: — Hein? Aqui é propriedade privada.

— Foi mal, cara. A gente não sabia. — Shikamaru estava desconcertado.

— É, a gente tava... procurando uma coisa — Naruto terminou, fitando o rapaz estranhamente. — Deixa pra lá...

O rapaz jogou alguma coisa em Naruto. Ele pegou com facilidade. Ele olhou para o rapaz, confuso, e depois viu sua mão fechada, e quando ele a abriu, viu sua bombinha, o fazendo olhar para o rapaz, mais confuso ainda, que apenas se virou e saiu.

— Vambora, cara. Eu tenho o que fazer. — Naruto suspirou.

— Cara. Aquele é o Sabaku no Gaara — Shikamaru disse. — Você lembra, né? Ele é um pouco mais velho que a gente.

— Lembrar do quê? — Naruto perguntou, confuso.

— Da família dele. Todo mundo morreu num incêndio, tipo uns dez anos atrás — Shikamaru respondeu.

— E o que ele quer aqui? — Naruto perguntou.

— Humpf — disse Shikamaru, mostrando que não sabia. — Vambora

Então, eles foram andando até o fim da Reserva, na direção do jipe de Shikamaru.

* * *

Naruto estava na Clínica Veterinária Konohagakure no Sato, trocando a placa de ABERTO para FECHADO.

Naruto estava tirando seu esparadapro para colocar outro, mas, quando ele o tirou, ele não viu nada, surpreendendo-o.

— O que tá acontecendo comigo? — Naruto perguntou para si mesmo, assustado consigo mesmo.

Naruto foi até uma sala e pegou um saco cheio de ração para gato, arrastando o saco para a sala onde os gatos estavam engaiolados.

— Oi, gatinos — Naruto saudou com um sorriso. Todos os gatos começaram a miar para ele, como se tivessem raiva ou medo, e ele não entendia o motivo, pois ele sempre foi amado por todos os animais do lugar.

Ele andava cautelosamente para trás, e então, fechou a porta. Ele se escorou na porta, mas ouviu alguém bater na porta, desesperado, o que ele estranhou, pois estava chovendo. Mas ele foi até lá e, ao abrir a porta, ele viu uma coisa que fez ele estremecer.

Hinata estava na chuva, se abraçando, enquanto chorava, desesperada:

— Eu juro que eu não vi. Tirei os olhos da estrada por dois segundos pra trocar a música do meu MP3 e uma cadela... apareceu do nada e...

— Calma. Calma. Tá tudo bem. Tá tudo bem — Naruto disse suavemente. — Lembra aonde foi pra eu mandar o controle de animais achá-lo.

— Não! Quer dizer, sim, eu sei aonde foi, mas a cadela... — Hinata dizia.

— Cadê ela? — perguntou Naruto.

— Tá no meu carro — ela respondeu correndo até seu carro, sendo seguida por Naruto, que viu ela abrir o porta-malas, apenas para ver uma cadela latindo e rosnando ameçadoramente para eles. — Ah! Mas ela estava desmaiada. — Ela viu Naruto aproximar sua mão da cadela. — Cuidado.

— Tudo bem — Naruto disse, mas ela continuava latindo, irritada, então Naruto a fitava como se a repreendesse, os olhos brilhando na cor vermelho-sangue, o que fez o cachorro se calar e ganir de medo, o que surpreendeu Hinata.

— Vamos. Você pode se secar — Naruto disse, esfregando a mão reconfortantemente no ombro da menina, enquanto com a outra ele segurava a cadela.

— T-tá — ela disse, entrando.

Naruto estava vendo o problema do cachorrinho, enquanto Hinata estava tremendo de frio, explicando o que havia acontecido:

Naruto viu como ela tremia, então disse:

— Eu tenho uma camisa na minha mochila. Quer usar?

— Ah, eu não quero incomodar — Hinata viu que ele já estava oferecendo uma camisa laranja, então ela a pegou e foi até fora da porta.

Naruto via ela de costas, tirando a roupa, até que ele sentiu alguma coisa se encostar em seu braço. Ele virou a cabeça e viu a cadela o olhando com um olhar que aparentava desaprovação.

— Quê? — Naruto perguntou. — Eu não vi nada.

Naruto amarrava um esparadrapo em volta da perna da cadelinha, até que ele viu Hinata vindo na sua direção, a camiseta parecia uma camisola nela.

— Tá tudo bem, ela não se machucou, foi só um arranhão — ele disse, terminando de enfaixar a pata dela.

— Eu me sinto uma idiota — Hinata admitiu, desapontada consigo mesma.

— Ué, por quê? — Naruto perguntou, confuso.

— Eu não sei. Porque dei um ataque como uma garota — ela respondeu.

— Mas você é uma garota — Naruto disse, com um sorriso divertido.

— É, mas eu agi como uma menininha, e não sou mais uma menininha — Hinata disse.

— Que tipo de garota você é? — Naruto perguntou, com um sorriso zombeteiro.

— Do tipo durona — Hinata respondeu, com um sorriso. — Pelo menos achava que era.

— Também teria um ataque — confessou o loiro. — Na verdade, acho que eu ia chorar. — Ele lhe deu um sorriso. — Mas não ia chorar feito um homem. Ia chorar igual à uma garotinha. — Hinata deu uma risadinha. — Pois é. Ia ser patético.

— É, ia — concordou Hinata com um sorrisão. Ela o via cuidar da cadelinha. — Ela gostou de você — Hinata comentou. — Você tem talento com animais.

— Obrigado — Naruto agradeceu. — Eu adoro animais, e eu também preciso do dinheiro, então esse emprego me pareceu perfeito.

— Isso é bom — Hinata disse, com um sorriso.

— Então... ela vai sobreviver — informou Naruto. — Acho que vai até deixar fazer carinho nela, se quiser.

— É melhor não.

— Ah, qual é? Não vai querer que ela te processe. Soube que essa raça é vingativa.

Hinata, relutante e cautelosamente, fez o pedido, e começou a esfregar a mão na barriga da cadela, que deixou sua cabeça cair na mesa.

— Viu? — Naruto perguntou, sorrindo. — Gosta de você.

Hinata sorria, acanhada e corada.

— Tem um cílio na sua bochecha — ele informou, apontando para sua bochecha.

— Ah, deve ter sido de tanto chorar — Hinata disse, mas logo sentiu uma mão tocando sua face. Ela viu que Naruto arrastava seu polegar na bochecha dela, fazendo-a corar.

Hinata saía da clínica veterinária, e logo se virou para Naruto e disse:

Arigato, Naruto-kun. Quando eu precisar de você de novo, eu te chamo.

— De nada, Hinata-chan, e pode me chamar sempre que quiser — Naruto disse, com um sorriso no rosto.

Hinata abraçou ele e já ia entrar no carro, mas Naruto a parou:

— Então... e-eu tava pensando... — Vendo o olhar de Hinata sobre ele, Naruto começou a suar. — É que... sexta é a sua noite da família, mesmo? Ou você... não tá a fim de ir naquela festa comigo?

— A Noite da Família foi invenção — Hinata respondeu, sorrindo.

Um sorriso surgiu no rosto de Naruto.

— E-então isso foi um sim? Você vai? — Naruto pediu, corado.

— Vou com certeza — Hinata respondeu, com um sorriso, entrando no carro e saindo dali.

* * *

Naruto se deitou na sua cama, apenas de samba canção, sorrindo um sorriso enorme. Mas ele sentiu uma luz em seus olhos e virou seu olhar para a janela em uma das paredes, para ter o vislumbre da Lua Minguante, brilhando a cidade lindamente. Ele não sabia o porquê, mas se sentia mais forte sob a luz dela. Ele fechou os olhos, para aproveitar mais a energia entrando em seu corpo e, por fim, ele dormiu. Ele se virou enquanto isso, e se viu em um amontoado de folhas secas e mortas, dentro de uma minicaverna. Ele se levantou e se viu na Reserva Konohagakure No Sato.

Naruto andava pela densa névoa na Reserva. Ele ouviu um som de galho se partindo por uma pisada e olhou para trás, mas não viu nada. Ele olhou para o seu lado direito e viu uma criatura o fitando, seu gigante olho vermelho brilhando na névoa. Ele viu ela começar a correr para longe. Ele, por algum motivo estranho, correu atrás dela. Era uma sensação estranha de competitividade, como se ele quisesse provar ser o melhor.

Ele pulou em cima de uma cerca e se viu em uma piscina que estava em frente a casa de um idoso, que estava no momento regando as plantas com sua mangueira. Ele via o olhar que o idoso dava para ele. Ele disse, envergonhado:

— Bom-dia.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu estou tentando atualizar todas as minhas fics porque eu vou viajar no dia dezoito, mas tem algumas fics que eu perdi a inspiração, por isso não fiquem muito esperançosos. Sinto muito.



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