Acordo com uma dor de cabeça imensa e percebo que estou em meu quarto, na minha cama e coberta. Como eu cheguei até aqui? Oh meu deus, Damon! O que fizemos?

Chego á escola, um tanto animado depois da noite anterior, acho que dei um grande passo com a Elena. Nos divertimos juntos, e eu a levei pra casa... Contra a vontade dela e ela estava bêbada, mas ainda sim eu a levei.

Por sorte a primeira aula é de química laboratorial. Quando chego á sala todos já estão em seus lugares e o professor já começou a aula. Faço o barulho de uma falsa tosse da porta e todos me olham.

–Como sempre no horário senhor Salvatore. –O professor brinca e revira os olhos. –Entre.

Caminho até minha mesa e sento ao lado da Elena que encara o quadro.

–Bom dia. –Digo animado.

–Bom... –Ela não dá muita atenção e continua a encarar o quadro.

–Está tudo bem?

–Sim. –Diz simplesmente.

–Você não vai ficar estranha depois do que aconteceu ontem vai?

Ela me encara e arregala os olhos.

–Depois do que aconteceu ontem? –Engole em seco.

–É, você sabe...

–Não! Não continua!

–Mas...

–Conversamos sobre isso depois.

–Tudo bem então. –Bagunço o cabelo nervoso... O que há com ela?

Tento me concentrar na aula, mas é realmente impossível. "Você não vai ficar estranha depois do que aconteceu ontem vai?" Droga, o que fizemos ontem?

Quando o sinal toca guardo todo o meu material rapidamente enquanto Damon me observa um tanto ansioso.

–Será que podemos conversar agora? –Pergunta.

–Me siga. –Digo antes de caminhar para fora da sala. Logo ele me alcança um tanto desastrado tentando segurar seu material. Entro na biblioteca sendo seguida por ele e vou até uma das últimas prateleiras de livros.

–O que está havendo?

–O que houve exatamente ontem á noite? –Paro o encarando.

–Você passou da conta na bebida e...

–Oh meu deus! –O interrompo.

–O que? –Ele parece bem confuso. –Posso continuar?

–Continue...

–Bem... Você estava tão bêbada que queria dançar com um cara acompanhado. –Ele ri.

–Você está brincando não é?

–Não! É sério... –Continua rindo. –Então eu achei melhor te levar para casa.

–Por que não pediu para que a Caroline me levasse?

–Ela estava com o Stefan, não queria atrapalhar.

–Hm... E quando você me levou o que... O que aconteceu? –Gaguejo com medo da resposta.

–Não tinha ninguém na sua casa então te levei até seu quarto e te deixei na sua cama antes de ir embora.

–Só isso?

–Só... Espera, você não está achando que nós... –Apenas assinto com a cabeça, tenho certeza de que estou extremamente corada. Ele ri alto. –Nós não fizemos nada, Elena.

–O que é um alívio. –Acabo rindo. –Obrigada por ter me levado pra casa, eu não bebo com muita frequência e quando bebo... Bem, você viu o que acontece.

–É e vi o que acontece. –Ele ri. –E sobre ter te levado... Não foi nada demais, eu quero ser seu amigo, e amigos cuidam dos amigos.

–Estou quase acreditando que você realmente tem boas intenções.

–Isso é algo bom?

–Com certeza. –Digo e ele sorri. –Eu me diverti ontem... Pelo menos eu lembro de ter me divertido. Obrigado por ter me feito companhia.

–Eu também me diverti, você foi uma ótima companhia Elena, não agradeça. E foi bom deixar a Caroline com meu irmão... Ele tem uma queda por ela.

–Tem mesmo? –Sorrio. –Ela não admite, mas também tem uma queda por ele.

–Isso é ótimo.

–É mesmo! Só falta algum deles tomar alguma atitude.

–Acho bom que a Caroline não espere por alguma atitude do Stefan, ele é realmente lerdo com isso.

–A Caroline é orgulhosa demais para admitir algo pra ele sem que ele admita pra ela antes... Isso vai ser realmente complicado.

–Bem complicado... Mudando completamente de assunto, posso fazer uma pergunta?

–Já está fazendo. –Digo e ele revira os olhos. –Faça.

–Você mora sozinha? Bem... Não tinha ninguém na sua casa quando fui te deixar lá.

–Moro com minha tia Jenna... Mas ela já está fora há uma semana, pois está a trabalho em Atlanta... E também tem meu irmão Jeremy, mas ele está na reabilitação e só volta mês que vem.

–Reabilitação? –Ele parece surpreso.

–Longa história.

–E o que houve com seus pais?

–Morreram.

–Desculpe por ter perguntado, eu sinto muito! Meus pêsames. –Ele parece realmente arrependido.

–Tudo bem. Obrigado por se importar.

–Você é mais forte do que eu pensava... –Ele sussurra.

–Hm?

–Não é nada... Desculpe, pensei alto.

Quando menos percebo, pela primeira vez na vida, Damon e eu estamos tendo uma conversa que pode ser considerada civilizada.

–Já está na minha hora, minha aula começa em 5 minutos. –Digo.

–Tudo bem... Que aula você tem agora?

–Literatura.

–Hm... Posso te acompanhar até sua sala? –Fala cavalheiro.

–Você não tem aula agora?

–Tenho... Mas não é como se eu chegasse no horário. –Sorri de lado. –Vamos lá, eu quero ser um cavalheiro, posso lhe acompanhar?

–Pode. –Reviro os olhos, ainda não consigo me acostumar com ele agindo assim, não que seja algo ruim.

Caminho até a classe de Literatura com Damon caminhando alguns centímetros atrás de mim como se fosse um segurança. Com certeza era uma cena interessante para quem observava.

–Ei, Elena! –Ouço uma voz conhecida. Me viro e vejo Matt Donovan se aproximando.

–Ei. –Sorrio.

Matt e eu nos conhecemos desde que nascemos, mas nunca conversamos muito. De vez em quando ele puxa conversa.

–E ai Salvatore. –Encara Damon que está de braços cruzados, completamente tenso ao meu lado.

–Oi Donovan. –Diz friamente e permanece na mesma posição.

–Então, Lena... Eu te vi ontem na festa, você estava linda. –Dá um sorriso encantador, Matt é um cara lindo. Lembro-me de ter tido uma quedinha por ele quando éramos menores.

–Obrigada. –Sorrio de volta um tanto sem graça pelo elogio.

–Temos que nos falar um pouco mais... Faz tempo que não conversamos.

–Você tem meu número.

–É eu tenho... Posso te ligar hoje á noite?

–Como se você precisasse de permissão pra me ligar Matt.

–Ótimo, pode aguardar minha ligação. –Sorri. –Tenho que ir, até mais. –Beija meu rosto. –Até mais tarde, no treino, Salvatore. –Diz e então se vai.

Volto a caminhar, dessa vez Damon caminha ao meu lado.

–Por que ele tem seu número? –Ele solta enquanto viramos o corredor.

–Talvez porque nos conheçamos desde que nascemos... –Reviro os olhos.

–Hm. –Ele ainda está frio... Estranho.

Chegamos á porta da classe de literatura.

–Tenho que entrar.

–É eu sei...

–Então... Até mais.

Me viro para entrar na sala, mas logo sinto seu braço me puxando e quando menos percebo ele dá um beijo em meu rosto. Fico sem reação, aquilo nunca tinha acontecido antes. Imagino que estou totalmente corada.

–Boa aula. Se cuida!

–Obrigada. –Digo um tanto perdida e ele sorri de lado ao ver que estou sem jeito.

A Elena ficando sem graça perto de mim... Essa é realmente nova. Mesmo quando eu tentava deixa-la constrangida propositalmente, há um tempo atrás, ela nem ligava. Agora... Ela ficou extremamente corada com um simples beijo no rosto, acho que isso é um bom sinal.

Acho bom que o Donovan não seja concorrência! Por que aquele babaca veio elogiá-la quando ela estava comigo? Tudo bem que a Elena e eu não temos nada... Mas... Droga, eu só não quero ele dando em cima dela, só eu posso fazer isso! E qual é, o Ken é sem graça, eu sou bem mais eu... E a Elena é minha! Ok, ok, eu sei que ela não é minha, não ainda.

São 19hrs, estou em casa estudando quando meu celular toca.

–Alô?

–Ah, olá, você realmente ligou...

–É você disse.

–Estudando literatura, e você?

–Hm, contra quem vocês vão jogar?

–Por que diz isso?

–Porque agora temos os irmãos Salvatore no time! –Hm, Damon e Stefan, eu sabia que estavam no time, mas nunca tinha os visto jogar.

–São tão bons assim?

–Os caras são o máximo! –Ele parece animado. –Você vai ir nos assistir ganhar não é?

–Não sei...

–Tudo bem, eu vou.

–Sim, nos vemos lá.

–Até. –E desligo o telefone.

É estranho eu estar querendo ir ao jogo porque sei que o Damon vai estar lá? Há alguns dias eu estaria o evitando, mas ultimamente as coisas estão realmente diferentes... Só não sei se isso é algo bom.