Saracarema escrita por Brenda Paolla


Capítulo 1
Capítulo 1 - Chegada à Saquarema e Caio!




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Estou a exatamente sete quilômetros de Saquarema. O motorista que me leva, Seu André, é um velho amigo da minha família. Ele me buscou no aeroporto de Cabo Frio como programado pela minha mãe, que desde que me deixou entrar no voo, ainda em Brasília, não para de me mandar mensagens querendo saber se estou viva, bem e sem fome.

Ficarei uma semana na casa da vó Aixa. Depois de muito empenho, insistência e drama, foi o que consegui. Meus pais a acham a mais confiável e menos maluca da nossa família. Com todas suas caretices e manias, para aguentá-la terei que colocar em prática todos os livros de autoajuda que leio, além de abusar dos maracujás, como fiz os três anos que vivi com ela. Mas mesmo assim, pressinto que será muito divertido. Ela mora próximo ao mar, tem um quiosque, é desligada e moderna. Além do mais, sei que todo esforço valerá muito a pena! É gigante a saudade que eu estou sentindo das praias, bugigangas, festas de cores vibrantes, luaus, do pudim de coco que só a bisavó Oriana sabe fazer, da tia Briana e seu amor pelo mar e estrelas, e claro, do Selmo e do Fred! – Meus primos que como eles mesmos dizem, são muito "irados!"–. Vivi muitas coisas boas lá e acho que fará muito bem à minha cabeça esse tempo longe de casa, dos meus pais, e do Caio.

Bem, o Caio é meu ex-único-namorado. Ficamos juntos por cinco meses. Ele é da minha idade e tem o olhar de peixe morto verde-água mais lindo que já vi! Mas... como não poderia ser perfeito, me trocou semana passada por uma "Zen" que nunca conseguiu esquecer. Não tenho raiva dele, só que eu quero deixar de lado, curtir, bronzear, aproveitar, dançar, conhecer gente nova, beijar a minha família e viver! Acho mesmo que essa cidade maravilhosa deixará meus pensamentos bem longe dele. É o que estou esperando!

Já consigo sentir o ar fresco de Saquarema. Eu abro bem as janelas da caminhonete enferrujada e barulhenta, e coloco a cabeça para fora. O vento luta com o meu cabelo e o meu corpo todo parece agradecer por eu estar de volta. Um sorriso interminável vem e eu sinto a melhor sensação de todas: a liberdade! Seu André pede que eu tome cuidado, depois ri de toda a minha empolgação e volta à prestar atenção no rádio na estação de notícias.

Eu sinceramente não vejo a hora de chegar e ganhar um abraço coletivo dos Salís da minha vida e depois sentir a areia fofinha e a água do mar gelada me acolhendo.

Logo tem a vó Aixa, espantada como eu e meu cabelo crescemos e como estou branca, encabulada com meu esmalte fluorescente nos pés e me enfiando goela a baixo um doce de figo, sua única especialidade.


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Notas finais do capítulo

Conheça mais sobre a vó Aixa!: Tem sessenta e dois anos. Hiper disposta e desligada. Detesta bagunça e sujeira! Tem horário marcado para tudo.



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