Fim Da Justiça escrita por Darleca


Capítulo 8
Uma boa piada, afinal, nunca é ruim.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo, minha gente!
Posso garantir que está bem legal, então, se divirtam com as revelações.

Vou aproveitar a oportunidade para agradecer Je4nGrey por favoritar minha fic. Seja muito bem-vinda, espero que goste! ;)

Boa leitura a todos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/298565/chapter/8

Um som ecoava em sua mente. Tiros em sequência. Um... Gritos. Thomas!... Dois... Ahhhgrrr!... Três... HAHAHAHAHAHAHA! HAHAHAHAHAHAHaHAhaHAhahah...

O ferimento latejava. Não conseguia sequer abrir os olhos. Contudo, era necessário. Alguém precisava de ajuda. Da sua ajuda. Chamavam pelo seu nome... Seu verdadeiro nome. Distante... Era alguém familiar...

Bruce...

Bruce...

Bruce...

Era Alfred... O som parecia distorcido, mas reconheceu a voz do mordomo. Permitiu-se abrir os olhos. Aos poucos, reconheceu o lugar e foi recobrando a consciência. Coringa. Ele estava na caverna. Acertou um pé de cabra em sua cabeça... E tudo se apagou, até ouvir Alfred lhe chamar... "Onde ele está? Onde está o Coringa?".

Bruce se levantou da cadeira. Reparou no espelho que se encontrava quebrado. Repousou sua mão atrás da cabeça. Queimava. Buscou Alfred pelo recinto e o encontrou no chão. Estava ensanguentado. Batman esqueceu da sua própria dor, correu em direção ao mordomo ferido.

— Alfred!

— Ele... Me a-atacou... Não consegui desarmá-lo.

— Alfred! Não fala... Você perdeu muito sangue. – Bruce procurou a lesão sofrida por seu amigo e a pressionou com as mãos. Tentou erguê-lo, com intenção de levá-lo ao ambulatório preparado para emergências, mas sentiu vertigem. Voltou a sentir dor na região atingida.

— Patrão, você também não está em condições...

— Alfred, onde ele está? Para onde ele foi?

— Estou bem aqui, Bats... Ou devo-lhe chamar de... Bruce?

O herói e o mordomo, simultaneamente, olharam para o palhaço, que se anunciara com presunção em seu caminhar vagaroso. Batman, que por sua vez estava sem o capuz, não se deu ao trabalho de se esconder. Seu pior e maior inimigo sabia de sua identidade. Não havia mais nada a fazer sobre isso. Sua maior preocupação era manter Alfred vivo.

Ainda assim, Bruce estava com ódio. Todo daquele teatro do assalto era para que o Coringa conseguisse entrar na caverna? Não. Algo ainda faltava nessa história toda. O real motivo, quem se beneficiava nesta história, afinal? Batman seguia seus instintos, sabia que não era só para descobrir sua identidade.

Coringa descia a escada que ligava a Mansão à caverna.

— Posso dizer que já estamos mais íntimos. Você já me levou para casa inúmeras vezes, me visitou outras inúmeras. Agora, me senti na obrigação de retribuir as visitas... – Ele riu ao notar que era fuzilado pelo olhar de Bruce. — Tudo bem que, desta vez, eu não fui convidado. Mas, convenhamos... Eu também nunca te pedi carona para o Arkham.

— O que você pretende fazer? – rosnou Bruce.

— Ah! Qual é a graça de ser um detetive, se quer tudo de mão beijada, Brucie? – O palhaço possuía a espingarda de Alfred numa das mãos, que apontara algumas vezes para Bruce, outrora para o mordomo no chão. E na outra, o pé de cabra. — Mas, tudo bem, deixe-me contar algumas observações; você não gosta de ninguém, certo? Eu também. Você já deve saber disso, mas... Agimos diferentes sobre esta questão. Ao contrário do morcego falso moralista que você mostra ser, eu simplesmente acabo com as pessoas pouco desejáveis. Porém, quem diria... O morceguinho irritante arranjou novos amiguinhos bobocas. Cansou da nossa amizade? – O palhaço fechou a cara, depois desdenhou. — Bom, não importa... Você caiu na real, notou que era o único sem poderes entre eles, não foi? Ficou... Paranoico. – Girou o pé de cabra ao lado da cabeça. — E por que não dizer com inveja? – O insano palhaço andava em círculos, os rodeando. — Se sentiu ameaçado, Brucie? Hehehe! – De repente, olhou para as armas em suas próprias mãos expressando certo embaraço. — Oh, não! Não quero que se sinta ameaçado agora, já que estamos só conversando, hahaha! Finja que não estou armado e que seu mordomo pai-postiço não está sangrando, okay? – Apontou brevemente a espingarda ao mordomo antes de voltar a dizer com tom de admiração. — Mas os planos... Eu posso dizer, eu os vi, sabe? São muito bons! Por isso, não vi motivos em mantê-los no seu enorme computador! Deveríamos compartilhar mais desse tipo de coisa. Não vê que somos como uma única moeda, Brucie? E somos gênios e loucos dentro de nossa realidade, não se pode mudar isso. Só lamento por eles, não saberão que foi o morceguinho amiguinho que os traiu... Oh, claro, você deve estar se perguntando... “E eu? Não tem nada para mim!?” Oh, querido Brucie, não se preocupe, há um prêmio de consolação, o pé de cabra é especialmente pra você. HAHAHAHAHAHA!!!

Coringa gargalhou ainda mais ao ver a expressão de terror do herói que tornou-se em ódio. Batman foi tomado pela fúria ainda maior, após a revelação e avançou contra o palhaço. A espingarda disparou, o barulho ecoou pela caverna e a arma foi impelida para perto de Alfred.

Batman esmurrou o palhaço. Sua visão voltou a ficar turva, mas não parou até fazê-lo parar de rir.

— Você não está sozinho nessa! QUEM MAIS ESTÁ POR TRÁS DISSO? FALA!

O louco Coringa se permitiu levar os fortes socos como um masoquista. Contudo, conseguiu acertar mais um golpe com o pé de cabra na cabeça do herói, que cambaleou. Coringa cuspiu sangue com pedaços de dentes e não parou de rir enquanto grunhia com as novas dores. Batman se virou novamente, porém, levou um chute no estômago.

— Eu sabia que era capaz disso... Você é como eu – dizia o maníaco enquanto batia no herói caído. — Tão louco quanto eu, Bats... Não pode negar. Mas ainda estou pensando se vale a pena te contar tudo antes ou depois de me divertir! HAHA! – Continuou a espancá-lo. — Mas me diga, foi a morte de seus pais que o deixou assim, doido de pedra? Será que eles sentiriam orgulho de você, Brucie? De quem se tornou, hein? – Bipolar, Coringa chegou a uma conclusão que não o agradou e o fez parar de bater no corpo imóvel do Homem-Morcego. Seu tom de voz mudou de hilariante para assombrosa. — SEU CRETINO RICO FILHO DA PUTA! Fui caçado esse tempo todo por um maldito rico maluco entediado...

Voltara a espancá-lo, com o pé de cabra, com muita força. Até ouvir outro tiro.

Coringa se revolveu com dificuldade para onde ele achou que o tiro viera, encontrando o mordomo em pé, segurando a espingarda que esfumava. O palhaço sentiu a dor crescer em suas costas e a impressão que o sangue subia-lhe a garganta. Era quente.

— Saía da minha casa, seu maldito demônio! Saía daqui!! Vai pro INFERNO!!! – Alfred atirou, outra vez.

Desta vez, o maníaco palhaço assassino não sorriu. Não soltou nenhuma gargalhada final. Cambaleou até o extremo do andar.

— É... Sempre assim... O assassino... É sempre... O mordomo. Argh!

Despencou, parando em cima de um dos carros do Batman.

Alfred soltou a arma, se aproximou o mais rápido que pôde de seu patrão. Bruce mal respirava. O mordomo procurou no cinto de utilidades um analgésico. Acabou encontrando um celular. Não sabia bem o porquê, mas havia começado a procurar um contato pela última letra. E ao ver, Alfred sabia para quem retornar.

— Z... De Zatanna.

—--

Shayera parou próximo ao local onde deixara a tripulação do navio, que, aliás, não se encontrava mais ali. No entanto, se preocupou mais em entrar em contato com a Torre, informar sobre a armadilha e que Lex Luthor havia providenciado um robô idêntico a ela para ludibriar o Lanterna.

Usou seu sofisticado comunicador dado pelo J'ohn J'onzzr.

— Mulher Gavião para Torre. Precisamos de ajuda. – Não houve resposta. — J’ohn!? Está me ouvindo? – Não tinha comunicação com a Torre. — J’OHN!? Não... Isso não está acontecendo...

Agora, Shayera tinha mais motivos para se preocupar.

—--

Steve Trevor acordou morrendo de dor de cabeça. Se manteve deitado por alguns instantes. “O que diabos aconteceu comigo?”, se perguntou até, de repente, pensar em Diana.

— DIANA!

Levantou bruscamente, saiu correndo em direção a amazona, que se encontrava deitada no chão e cercada por algumas pessoas que viram a luta, escondidas. Trevor se aproximou e tentou despertá-la.

— Diana! Acorda! Por favor, Diana! Não faz isso comigo, vai! Diana!

O major mediu os batimentos cardíacos da amazona e percebeu que estavam muito acelerados. Sua respiração também estava anormal. Era como se ainda estivesse lutando.

— Tem alguma coisa errada.

Trevor acionou a Torre usando o sinal de emergência de um aparelho que ele mesmo criou, mas ninguém respondeu. Fez mais duas tentativas de contato sem êxito. Franziu o cenho. “O que está acontecendo?”, ponderou mais uma vez.

O major não queria usar a segunda opção, contudo, teve que engolir o orgulho ao cogitar em pedir ajuda para ele. Nunca gostara do Batman. Porém, Diana precisava de ajuda, isso era muito mais importante.

—--

— Isso é incrível! – dizia Alfred, após tomar uma poção que curava qualquer ferimento oferecido por Zatanna.

— O que seria de nós sem mágica, não é mesmo? – Zatanna sorriu para Alfred, mas percebeu que a situação não era apropriada para piadas. Com a ajuda de Alfred, ela fez Bruce beber a poção que, em poucos minutos, os ferimentos e hematomas sofridos foram desaparecendo.

Zatanna recebera sua chamada, entretanto, Alfred não fora detalhista. Parecia não querer contar o que acontecera antes dela ajudar o seu patrão. Mas ao chegar na caverna, a bruxa deduzira tudo.

— Alfred, você só não me contou como tudo isso aconteceu... Vocês estavam gravemente feridos. Vocês foram atacados, mas por quem?

— Coringa.

Zatanna pensou que entendera errado. Alfred, ao notar a expressão de dúvida da jovem bruxa, solicitou que a mesma o seguisse até a beirada daquele andar, por onde o palhaço havia despencado. O corpo continuava estirado em cima de um dos carros. Zatanna colocou a mão na boca.

— Como isso aconteceu, Alfred?

— Eu não sei como entrou aqui. Mas posso te afirmar que fui o responsável em enviá-lo de volta ao inferno.

— Alfred?

O mordomo não tirava o olhar do palhaço falecido. Zatanna, compreendendo o que ocorrera, auxiliou seu amigo apático a se afastar da beirada. Eles voltaram para perto de Bruce, que ainda se encontrava desacordado, numa maca.

— Srta Zatanna... Você pode curar o patrão Bruce? – O olhar inexpressivo fixou-se no chão.

— Curá-lo? Bem... Fiz o que pude... Só podemos esperar—

— Não. Digo, curá-lo do Batman... Para sempre. Você pode?

Zatanna suspirou diante do desespero e da imensa preocupação do mordomo.

— Alfred... A poção que dei a vocês é para ferimentos físicos, não servem para doenças psicológicas ou traumas.

— Não há outro que—

— Alfred, não... Entendo o que queira fazer, mas, sinto muito. Eu não posso salvá-lo do monstro que ele mesmo criou, se isso não for da vontade dele.

— E a vontade daquele que o ama como se fosse o próprio filho... Isso conta?

Não havia mais nada a ser dito. Bruce acordou.

— Onde ele está? – Batman se levantou da maca. — Cadê... O maldito palhaço?

— Bruce, você precisa esperar mais um pouco. Não se recuperou totalmente... – Zatanna tentou mantê-lo na maca, mas o herói estava irredutível.

— Zatanna. Se você sabe onde ele está—

— Patrão Bruce... – Todos olharam para o mordomo. — Ele está morto.

Alfred contemplou outra vez a beirada do andar. Bruce o guiou até se aproximar do parapeito e encontrar o corpo do palhaço em cima de um carro antigo seu. Uma mancha em vermelho enorme no meio do peito denunciava a causa da morte.

Bruce ficou calado, por alguns minutos, até caminhar de volta para perto do monitor, vestindo seu capuz.

— Fui descuidado. Deixei que entrassem aqui. Que me roubassem. E agora... – Esmurrou a mesa do monitor e bravejou em fúria. — FUI BURRO E DESCUIDADO!

— Bruce... O que podemos fazer para reverter isso? O que roubaram? – Zatanna questionou.

Batman iniciou o sistema de seu computador. Como esperado, uma mensagem de emergência apareceu no meio da tela. Para ser lida, era necessário digitar uma senha. Todo o sistema da caverna e da Torre de Vigilância era criptografado, caso houvesse invasão cibernética e os códigos fossem decifrados, além do roubo de qualquer arquivo instalado, era enviado uma mensagem para o criador, apontando quem foi autor (sua localidade).

Um mapa surgiu na tela, havia um indicador piscando em vermelho. Batman não ficou surpreso ao ver o local que era mostrado. Em seguida, procurou as imagens gravadas pelas câmeras internas e confirmou suas suspeitas. Coringa entrara na caverna pelo espelho, juntamente com Mestre dos Espelhos, que roubara seus planos. Tentaria contato com a Torre, quando foi interrompido pelo chamado de Steve Trevor.

— Ei, morcego... Está me ouvindo? Vai, fala!

— Onde você está, Trevor?

— Ah! Nem acredito que estou feliz em ouvi-lo. É a Diana, cara! Aquela Mulher-Leopardo a atacou e agora, ela não acorda. Eu preciso—

— Trevor, onde você está? – Batman o interrompeu com convicção.

Trevor informou o restaurante onde estava e que não havia conseguido contato direto com a Torre. Foi o suficiente para Batman saber que seus inimigos foram longe demais. Instruiu Zatanna a ir até a Torre de Vigilância.

— Alfred, prepare a aeronave. Se ninguém responde da Torre, então, J’ohn foi atacado também. Zatanna, preciso que vá até lá e dê isso a ele. – Entregou uma seringa à Zatanna, que tirara de um recipiente. — Isso é óxido de alumínio. Vai inibir a ação do magnésio. Consequentemente, vai fazer com que J’ohn pare de queimar. Enquanto isso, vou até Diana—

— Como pode ter certeza que J’ohn está... Queimando? – Zatanna estava horrorizada com tal possibilidade, e um tanto surpresa com a certeza que Bruce demonstrava ter sobre o estado do marciano.

Outro chamado apareceu na tela. Bruce apertou um botão.

— Aqui é o Batman.

— Batman! É o Flash! Preciso de... Oof... Uma mão aqui. Estou com uma bomba... Presa em meu pulso, se eu parar de correr—

— Ela explode! – Batman parafraseou o ligeirinho.

— É... Pois é... Pensei em me vibrar para a bomba sair—

— Não! Flash, me escuta com atenção! Vá para as geleiras ao norte, use sua vibração dentro de um iceberg para conseguir tirar a bomba e...

— Beleza! Já entendi...— Todos aguardaram o retorno do Flash. Houve um breve silêncio. — Deu certo, Morcego! Ela saiu! Elaarggh!

A explosão interrompeu a comunicação deixando todos os ouvintes tensos.

— Flash!? Flash! – Batman aguardou impaciente a resposta do outro herói. Zatanna chegou a acreditar que Flash não tinha conseguido. Mas o comunicador voltou a transmitir o áudio.

— Estou bem, Morcegão!— Risadas de alívio foram ouvidas. — Uhu! Isso foi bem sinistro!

— Flash, aguarde instruções. – O cavaleiro das trevas apertou outro botão que piscava no painel e parecia saber quem era. — Superman?

— Não, Batman... Sou eu, Lois...— dizia a repórter do Planeta Diário, ela chorava.

— Como ele está, Lois? – Bruce pareceu hesitar ao fazer a pergunta.

— Ele... Ele está sangrando, Batman... Ele levou um tiro.

Todos, incluindo Flash, estavam incrédulos. O Homem de Aço acabara de levar um tiro, não era algo possível.

— Estamos indo, Lois... Aguente. – Desligou a comunicação e voltou a falar com o Flash. — Preciso que vá aos Laboratórios S.T.A.R, você precisa forjar um bisturi de kryptonita.

— Tá. Estou indo pra lá.

Batman desligou a comunicação, Alfred fez o que foi-lhe pedido e tinha em mente a mesma pergunta que Zatanna fizera.

— Zatanna, é por isso que preciso que vá até a Torre, J’ohn tem que estar em boas condições para retirar a bala de kryptonita do peito de Superman. – Batman se dirigia a aeronave.

— Bruce! Espera! – Zatanna pousou sua mão em cima do símbolo do morcego para fazê-lo parar. — Você sabia que J’ohn e Superman foram atacados. Disse que J’ohn estaria queimando, agora foi bem direto ao afirmar que a bala é de kryptonita. Sem falar sobre a bomba do Flash... Como sabia disso tudo, Bruce?

— Porque fui eu que criei esses ataques. A Liga está sob ataque... De mim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se chegou até aqui, PARABÉNS! Hahahaha' Bom, usei uma referência aí também. Quem me conhece, sabe que adoro animações, então, quem assistiu "Batman - Under the Red Hood" vai lembrar da frase que o Morcego solta... É só para mostrar também que até ele, o grande Morcego, pode falhar. Todos estamos suscetíveis a erros. Mesmo quando fazemos de tudo para que não ocorram.

Bem, me desculpem por algum erro de digitação ou concordância. Fiz a revisão mais de duas vezes, mas sempre acaba escapando... No mais, torço para que vocês consigam ler esse cap e que além de tudo, gostem! ;)

Obrigada, até a próxima.