A Promessa

Prólogo

– Nunca imaginei, depois de todos os acontecimentos, e de tantas inimizades, encontrar uma forma de acabar com esta guerra...

– Sou o novo senhor do fogo, chefe. Minhas idéias diferem das de meu pai e irmão, e não desejo conflitos, muito menos por motivo tão banal. Chega de sofrimento, tenho certeza que concorda, não é?

Por  mais que se sentisse ofendido por estar em uma mesma tenda no meio das montanhas do reino da terra conversando com o atual senhor do fogo, Hakoda, soberano  das tribos que honram o elemento água, tinha que admitir, Iroh sabia como convencer alguém.

– Pois bem, general, quais os termos desse acordo?E como saberei que não voltará atrás com suas palavras?

–Como deve saber – Hakoda reconheceu o eco de tristeza em sua voz. Ele sentia o mesmo – Sou viúvo, e meu filho faleceu recentemente.  – Agora, o tom tornou-se amoroso, mas ainda era possível ouvir certa melancolia – Portanto, meu sobrinho mais velho, Zuko, filho de meu recém-falecido irmão mais novo, é meu único sucessor, e soube que o senhor tem dois filhos...

–Sim  – a capa de pele tingida de azul remexeu-se com o vento frio – Dois, minha esposa deixou-me essas bênçãos para superar sua perda. Mas não vou falar sobre isso. O senhor sabe muito bem sobre as vidas perdidas. Seu filho, o irmão, o pai... Mas, voltando a falar sobre meus filhos, por que se interessou por eles? – Olhou, ligeiramente desconfiado, para o homem sentado a sua frente.

– Simples – Respondeu, com naturalidade – Disseram-me que o mais novo é, na realidade, uma princesa. Informação correta?

– Katara –  interrompeu – Uma linda menina. Se parece bastante com Kya.

– Esse era o nome da sua esposa? – Iroh não parecia depreciativo em nenhum modo. Aparentava curiosidade, e ligeiro entendimento – Com certeza era uma boa mulher.

– Sim. Ela era – e se calou. Fez-se silêncio por um tempo.
– E por isso queremos por um fim nessa  disputa entre nós. – o Senhor do Fogo prosseguiu – Garanto-lhe que o que tenho em mente  unirá nossos povos de uma forma tão íntima que os acontecimentos recentes jamais se repetirão.

– Então, prossiga –  Estava realmente interessado – Que tipo de acordo é esse?

– Bom, na verdade, não se trata de um acordo, mas sim de uma promessa...