POV ANNIE

Ai Deus, só o Teu santo sangue poderoso pra me livrar dessa dor de cabeça!  O céu já está escuro, e agora que finalmente minha cabeça deu um tempo, e resolvo descer para comer alguma coisa. Abro a porta e encontro Finn acampado do lado de fora do meu quarto. Eu sei, ele é fofo.

- Finn, Finn! Ei, Finn! – sacudo levemente seu braço.

- Ah...? Annie? Annie!! – ele levanta num pulo e me abraça. – O que você faz aqui? Vai deitar! Sua cabeça já parou de doer?

- Calma Finn, eu tô bem. Eu só tô com fome.

- Então... se arruma pra eu levar você pra comer.

- Fala sério. Estamos no meio do nada, Finn.

- E daí? Temos um carro na garagem e dinheiro no bolso. Mas é só se você estiver se sentindo bem.

- Cadê o resto do povo?

- Parece que estão assistindo “Ursinhos carinhosos: o filme”.

- Por que?

- Porque a Mad disse que só iria desculpar o Gloss se ele assistisse o filme com ela, e todo mundo.

- Você escapou, né?

- Pra cuidar de você.

Ele se aproxima de mim e me dá um selinho rápido.

- Então, eu... Vou me arrumar.

- Vai lá, lindinha.

O Pai, por que Finnick Odair tem que ser tão lindo? Ele ficou esse tempo todo aqui, cuidando de mim... E ainda se oferece pra me levar pra comer! Pode uma coisa dessas? Abro o guarda-roupa, escolho o que vou usar, e corro pro banheiro. Tomo um banho rápido e me visto. Passo a maquiagem e saio do quarto. Finn já está arrumado, no colchão fora do meu quarto.

- Puxa Ann... Você tá... Uau!

- Obrigada Finn, você também tá “uau”.

Dou um risinho, e ele fica parado, me encarando com a cara de idiota que só ele sabe fazer. Fico vermelha depois de alguns minutos.

- Finn? Vamos?

- Ah, sim. Desculpa. Vamos.

Ele puxa meu braço e segura minha mão. Descemos juntos as escadas e entramos no carro. Ele senta no banco e volta a me encarar.

- Será que você pode parar de me encarar?

- É que você é muito linda, e eu não consigo parar de pensar em você! Eu... Annie... Você é muito perfeita, e eu juro que fiquei muito preocupado com você, na hora em que desmaiou. Ah, e desculpa por jogar cerveja na sua cara! É que o Marvel veio com uma história da avó dele...

- Tudo bem, Finn. Eu não me importo.

- Sério? Tá bom então.

- Podemos ir agora?

- Ah, claro.

Ele liga o carro e rapidamente estamos na estrada. Ligo o rádio e começa a tocar “Little Things” de One Direction. Tenho que dizer que essa música é muito linda! Finn toca na minha mão, e por impulso, afasto-a. Depois, coloco minha mão sobre a dele. De todos os garotos que já conheci, Finnick foi o mais especial. Eu me lembro o dia em que o conheci, eu era novata, junto com Madge. Lembro que ela não parava de falar do capitão do time de futebol, que ele era lindo e tal. Nunca fui muito assanhada, mesmo sempre tendo um monte de garotos aos meus pés na escola antiga. Eu e Mad, um dia, estávamos indo para uma lanchonete que ficava a duas quadras da escola, à pé. Quando passamos por uma rua, e dois caras começaram a perseguir a gente. Até que um deles pegou no meu braço e disse:

FLASH BACK ON

- Você anda de pressa, não?

- Fala sério, me solta.

- Não mesmo, lindinha. Eu e meu amigo queremos trocar uma ideia com vocês.

- Se enxerga, garoto. – falou Mad

- Opa, princesa. – fala o amigo do cara, apertando com mais força o braço dela.

- Esse cara tá incomodando vocês, meus amores? – o menino de olhos claros que Mad não parava de falar havia quatro semanas apareceu, com dois amigos. Nunca tinha o visto, mas quando olhei em seus olhos, fiquei arrepiada. Seu sorriso, seu cabelo, seu corpo, seus olhos... Tudo perfeito.

- Não, a gente tava só... – falou o cara que apertava o braço de Mad

- Pedindo uma informação. – completou o que segurava meu braço.

- Vocês já podem ir embora agora, né? – falou o capitão do time de futebol

- Já estávamos indo.

Então ele largou meu braço e foi. Os três rapazes se aproximaram de nós duas, e Madge foi logo falando mil coisas, agradecendo, e talz.

- Mas eles machucaram vocês? – perguntou

- Não, graças a você. – Mad respondeu, rápida.

Ele me olhou de canto de olho, mas eu desviei o olhar.

- Estamos indo à lanchonete, querem ir com a gente? – diz ele

- Claro, será um prazer. – responde Mad.

- Tudo bem pra você? – ele olha pra mim.

- Ah... Claro, sim. – respondo, tímida.

- Então vamos. – Mad disse

Ela saiu na frente, junto com os dois caras. Fui mas atrás porque meu batom caiu, e tive que pegá-lo, mas o capitão foi mais rápido e me devolveu.

- A propósito... Qual o seu nome? – ele pergunta

- Annie.

- Prazer Ann, eu sou Finnick Odair. Mas pode me chamar de Finn. Aqueles são Cato e Gloss. Então... Vamos?

Ele pergunta e o acompanho.

FLASH BACK OFF

Depois desse dia, ele sempre deixava espaço pra mim e pra Madge na sua mesa, e começamos a nos falar mais frequentemente. A música continua tocando e eu começo a lembrar de mais episódios.

Teve um dia, em que Finn me salvou na piscina, porque eu não sabia nadar. Depois ele foi me ensinando, até que aprendi. Já ganhei duas medalhas. Finn uma vez me deu um cachorrinho de aniversário, mas não deu certo, pois o cachorro atacou Clove e ela ficou com muita raiva e mandou Finn devolver. Nunca tinha prestado atenção, mas Finn sempre cuidou de mim, e me protegeu. Sempre foi atencioso e delicado. E eu admito, eu gosto de Finnick Odair.

POV FINNICK LINDO ODAIR

Annie está encostada, com a cabeça no vidro e a mão na minha. Eu vou me declarar pra ela, hoje. Não sei como, mas vou. Não aguento mais, ela é linda, e eu lembro que não suportava que os garotos da escola ficassem olhando pra ela. Sempre tive ciúmes dela. Uma vez, eu e ela e Johanna passeávamos pelo centro da cidade pra comprar uma roupa pra Jo porque ela ia pra uma festa. Eu fui de intrometido. Aí um cara assoviou pra ela e eu dei uma voadeira na cara dele. A Annie ficou vermelhinha e a Johanna começou a reclamar de “por quê que o carinha assoviou pra Annie e não pra mim”. Eu gosto dela, eu amo. Eu sou apaixonado, desde o primeiro dia em que a vi. Eu livrei ela daqueles caras, quando ela tava indo pra lanchonete, Ela estava linda, em um vestido azul, da cor de seus olhos. Juro que me apaixonei por ela ali, naquele momento. E nunca tive coragem de me declarar pra ela! Como você é idiota, Finnick Odair. A Ann deve achar que eu só quero ficar com ela, mas não é isso. Eu quero ela pra mim, só pra mim. E não passa de hoje. Eu a amo incondicionalmente. E o leão se apaixonou pelo cordeiro. E Crepúsculo é uma droga.

***

POV ANNIE

Em fim chegamos a um restaurante beira de estrada, super nojento. Não tem forro e o chão é de cimento. Uma garçonete super ignorante vem atender a gente.

- O que dois adolescentes, no meio da noite, vão querer?

- Eu quero uma macarronada. – respondo

- E você... Lindinho? – ela olha pro Finn

Ai fala sério, senhora. Vai procurar uma bíblia e uma Igreja! Deixa o meu Finn em paz.

- Eu vou querer uma macarronada também.

- Não vai dá amor, só temos macarrão pra um prato. O bonitão vai querer outra coisa?

- Tem lasanha.

- Não senhor...

- Então eu vou comer com ela.

- Como quiser... Gostoso.

Aí eu rodei a baiana.

- Gostoso é o caralho, senhora! Some daqui e manda fazer o macarrão agora, senão eu destruo esse teu barraco aqui em um segundo, tá me escutando? E procura não ficar de gracinha pra cá não, que a senhora não sabe com quem tá mexendo!

A velha foi correndo pra cozinha, e Finn ficou me encarando, como de costume.

- Quê que é?

- A lindinha ficou com ciúmes?

- Fiquei com nojo, isso sim. Ela tem idade pra ser sua avó!

- Admite que ficou com ciúmes. Não dói nada.

- Talvez só um pouco. Mas não interessa.

- Interessa sim, e muito. Annie, presta atenção no que eu vou falar agora e não me interrompe.

- Ma...

- Shhh!!

- Foi mal.

- Em fim. Eu queria te dizer, que não existe garota mais fofa como você. Não existe garota nem mais meiga e nem mais carinhosa que você. Porque você, Cresta, é única. Não é que nem essas meninas que só se importam com frescurinhas, não. Você é diferente. Você tem um sorriso meigo, um olhar gentil. Você sabe o que dizer na hora certa, como o que você acabou de fazer aqui. Você sabe ser simples, humilde. Não é fútil. Eu nunca vou me esquecer de quando e como a gente se conheceu. Foi ali, naquela ruazinha, com um cara seboso tocando em você, que me fez perceber do quanto você é bonita, diferente e especial. Ali eu percebi que você era a pessoa com que eu queria e quero viver pro resto da minha vida. Eu adoro tudo em você. Adoro o jeito como você pega o lápis com a mão esquerda, do jeito com que você atende o celular, seu ritual de orar antes de comer qualquer coisa, o modo como você escova o dente: vinte vezes pra esquerda, vinte vezes pra direita, enxagua e cospe. Aprendi isso no acampamento. Adoro também, as músicas que você escuta, os filmes que você vê. Acho perfeito, que você calce 38 e tenha essas mechas azuis no seu cabelo. Adoro sua unha pintada e a sua maquiagem. E eu adoraria você se não tivesse nada. Você é perfeita. Perfeita pra mim, não importa o que você faça ou que você diga, mas você é perfeita pra mim. Só pra mim. Eu adoro suas qualidades e seus defeitos. Adoro seus detalhes, suas pequenas coisas. E são essas coisas que fazem a diferença, que fazem com que eu te adore, te ache perfeita, pra mim. Só pra mim. Você é perfeita pra mim. Annie Cresta, você é a garota ideal pra Finnick Odair. Eu te amo, lindinha, como nunca amei ninguém. Você é especial, e eu quero que seja minha, só minha. Porque você...

- É perfeito pra mim. – ela diz, com lágrimas nos olhos.

- Eu quero passar o resto dos meus dias com você, Annie, porque eu te amo. Eu sou completamente apaixonado por você. Eu quero que você saiba disso.

- Eu sei disso, Finn. E eu te amo, também. Não sei o que dizer, não preparei um texto, mas... Eu te amo, e é isso que importa. – ela diz.

- É isso que importa... Annie, você quer namorar comigo?

- Eu... sim. Claro, Finn. Você é perfeito...

- Pra mim. – digo

E dou um beijo nela. Vale lembrar que nós dois já estávamos de pé.

- Com licença, casal. Ta aqui o pedido de vocês.

- Fala sério mulher, some daqui. – Annie diz, me fazendo rir.

Beijo-a novamente e depois, sento ao seu lado.

- Então... A gente tá namorando? – ela pergunta, tímida.

- Parece que sim né, você aceitou. – digo, e ela ri.

Começamos a comer nosso macarrão, e eu me lembrei do filme “a dama e o vagabundo”. Depois de terminamos o macarrão, peço a conta e a mulher diz que é dez reais. Agora eu tô com medo dessa comida me dar uma diarreia. Dou uma de vinte pra ela, e na hora do troco, ela devolve a nota de cinco junto com o número de seu celular. Annie olha e diz pra mulher:

- Te toca coroa, ele tem namorada. E eu sou a namorada.

Ela me puxa pra um beijo, e a velha sai reclamando, e em seguida, nós dois entramos no carro.

- Obrigada por dizer “sim” Annie, porque senão eu ficaria com uma cara de idiota – desabafo

- Eu nunca diria não pra você, Odair.

Dou um selinho nela, e ligo o carro. Logo estamos na estrada.

***

Depois de três horas chegamos na casa e as luzes já estão apagadas. Entramos em silêncio, e deixo a Annie, ou melhor, minha namorada, em seu quarto.

- Ei, fica. Eu quero dormir com você. – ela diz

- Achei mesmo que fosse pedir isso.

Ela ri e entramos em seu quarto. Deito na cama junto com ela, e dormimos rápido, abraçados e daquele jeito. E agora eu posso falar para os invejosos: Finnick Odair tá namorando!!!