More Than Friends? escrita por Natasha Hirotobi


Capítulo 5
Is it the end between us?


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente!
Estamos começando a nos aproximar do final!
Faltam só mais dois capítulos!!!
Aproveitem!!!



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A dúvida de ir ou não encontrar o amigo de infância tomavam conta da cabeça da jovem. Ela nunca havia passado por nada semelhante, sair com Takeru sempre fora uma questão de “Sim ou Claro”. Só que dessa vez tudo era diferente dessa vez, ela tinha consciência de seus sentimentos... Ela sabia que amava Takeru.

Meu Deus, ela pensou corando um pouco com isso. Ainda não estava acostumada com isso e era exatamente isso que a preocupava. Tinha medo de que fosse agir de alguma forma estranha que torna-se o clima entre os dois desconfortável. Tudo sempre fora tão simples e fácil com Takeru e, agora com ele prestes a partir não podia pensar em um pior momento para complicar ainda mais as coisas.

Então a ficha caiu, Takeru iria embora.

Para longe dela.

Droga. Droga. Mil vezes droga!!!!

Agora, Hikari se sentia como a mais estúpidas das criaturas. Ela havia tido anos e anos para perceber que os sentimentos que tinha pelo melhor amigo iam muito além de uma simples amizade e ela tinha escolhido justamente ESSE momento?

Bem... No final das contas ela decidiu encontra-lo, fugir não ajudaria em nada. Além do mais, ela também tinha algo de extrema urgência que precisava contar para ele, só não tinha certeza se deveria fazê-lo ou não.

Afinal, ela não via que bem faria declara-se para ele agora. Nada do que ela falasse ou fizesse mudaria o fato de que amanhã ele entraria num avião só de ida para os Estados Unidos, e um amor à distância só faria mal para os dois.

Isso, constatou infelizmente a menina, caso ele retribua meus sentimentos. O que a menina acreditava ser pouco provável, afinal é impossível que ambos nutrissem de sentimentos um pelo outro e tenham passado tanto tempo sem falar nada, certo? Se fosse assim, os sentimentos da menina só serviriam para abrir uma distância maior entre os dois do que o oceano pacifico já faria.

Perdida em seus pensamentos a menina deixou que suas perna lhe guiassem até o “lugar de sempre”, o tal local era uma praça que exatamente entre a casa dos dois. Antes de sair de casa, Hikari decidiu que deveria se arrumar um pouco mais do que nunca para encontrar com Takeru. Parte por causa de seus recém-descobertos sentimentos e outra parte porque se aquela fosse ser a última vez em que se viam, pelo menos por um bom tempo, ela queria que ele tivesse uma ótima lembrança dela.

Como estavam na primavera, não havia necessidades de usar roupas muito pesadas, por isso Hikari escolheu um vestido rosa, sua cor preferida, mais soltinho que ressaltava as curvas que surgiam tímidas no seu corpo de menina-mulher. Calçou uma sandália prateada e soltou o cabelo, deixando nele apenas a sua presilha característica.

Já esperava por cerca de 10 minutos quando a menina sentiu dois braços a agarrando por trás. Sua primeira reação foi gritar, logo em seguida ela se virou com o intuído de bater no abusado, mas quando se virou, sentiu uma chama ascender em seu rosto ao ver os lindos olhos azuis de Takeru com um ar brincalhão.

“Tk!!!!” Protestou ela sem reação. De repente, sua cabeça parecia um ninho de formiga onde várias ideias coexistiam confusamente e ela não sabia qual delas seguir. Queria abraça-lo com força, mas ao mesmo tempo uma parte muito grande dela sentiria uma vergonha enorme de realizar tal ato.

“Vamos indo?” Perguntou o “amigo” a soltando de seus braços, para a infelicidade da menina.

“Ué, não vamos ficar por aqui?”

“Não, o que eu preciso te dizer não pode ser dito aqui.” Respondeu o loiro misteriosamente. Hikari ficava cada vez mais intrigada com o mistério do garoto.

O menino pegou a mão dela e a guiou para qualquer lugar o qual ela queria levá-la. Tal ato era bastante normal entre os dois, mas dessa vez Hikari sentia pequenos arrepios que se espalham por seu corpo com o contato dos dois. Como ela nunca havia percebido isso? Era estranho, pois ela sentia como se pudesse rir e chorar ao mesmo tempo, era uma sensação tão boa que Hikari já sofria por antecipação pela hora em que ela iria acabar.

Incomodada com o repentino silêncio entre os dois, Hikari achou melhor puxar um assunto.

“Já está tudo pronto para amanhã?”

Sem fita-la Takeru deu um leve aceno de cabeça enquanto continuava a guia-la para um destino qualquer. A morena estranho a reação fria do caloroso amigo , por isso, resolveu insistir um pouco mais.

“Está nervoso?” No segundo em que essas palavras saíram dos doces lábios da menina, o loiro freou resultando com que ela esbarasse nas costas definidas, pelo basquete, dele.

“Talvez assustado fosse mais apropriado.” Respondeu ele num tom de voz muito mais indiferente que o de costume, ainda sem olhar para ela.

“Assustado? Com o quê?”

“Sei lá com tudo. Dessa mudança súbita, de não conseguir me adaptar lá, de não fazer amigos...”  .. De não te ver mais. Seria o que daria final a frase, caso a morena não houvesse cortado rapidamente o amigo.

“Que bobagem, Takeru! É claro que você vai fazer amigos lá. Você é uma pessoa ótima. Não existe motivo nenhum para que alguma pessoa não... Goste de você.” Ela engasgou um pouco no final da frase, pensou de um jeito inocente, mas se sentiu incrivelmente exposta uma vez que falou isso. Também ficou triste ao pensar que, provavelmente, o amado acabaria fazendo novos amigos e esquecendo dela para sempre. Ela insistia em acreditar que isso nunca aconteceria, mas parte dela não podia negar que isso era uma possibilidade existente.

“Eu sei.” Ele se virou para ela e Hikari se surpreendeu ao ver o semblante triste nos olhos dele, ver a tristeza estampada nele trazia uma enorme dor no seu peito. “Vamos logo, antes que o sol se ponha.” Ele voltou a puxar-lhe o pulso.

Agora, ambos seguiam em silêncio. A tarde caia e a menina teve a impressão de eles não iriam parar nunca, passaram por vários lugares conhecidos pelo dois e Hikari se perguntava o que Takeru poderia querer dizer-lhe tendo que levá-la para tão longe para fazer.

Finalmente Takeru diminui  ritmo dos seus passos e se dirigiu a amiga:

“Lembra desse lugar?”

“É claro que sim.” Respondeu ela passando os olhinhos castanhos e nostálgicos pelo prédio a sua frente. Estavam parados e frente a estação de TV de Tóquio “Como poderia esquecer?” Disse ela enquanto visualizava todas as memórias a sua frente. Nem todas eram boas, é verdade, mas todas eram especiais de algum modo.

“Este foi o primeiro lugar em que nós nos unimos para fazer qualquer coisa, então, achei que não existiria lugar melhor para lhe contar o que eu quero. Mas antes eu quero te entregar uma coisa.”E ele tirou uma coisa de um de seus bolsos e estendeu para ela.

“ Takeru-kun...” Ela não sabia o que dizer. Nunca passou para sua cabeça que aquele objeto estaria a sua frente novamente. “...Meu apito! Como, Quando, Onde?” E falou tudo isso num único fôlego.

            “Claro que ainda me lembro, Hikari-Chan. Sempre que estava perdida você apitava para que nós a encontrássemos.” Respondeu sorrindo, ela torcia para não aparentar o estar tão corada quanto se sentia estar.” Achei perdido no Digimundo, acho que já faz quase dois meses. Eu queria entregar para você antes, mas...”

            “Mas o quê?” A garota sussurrou sentindo o nervosismo se espalhando por todo o corpo, enquanto via o apito repousado na mão dele.

            “Bem, eu não sentia que poderia ter entregar isso sem antes te dizer o que eu tenho para te dizer.” Takeru interrompeu sua fala por alguns segundos para mirar dentro daqueles olhos castanhos que sempre admirara, sentia que não importasse quanto tempo se passasse o mero vislumbre deles seria o suficiente para despertar aquele frio na barriga que ele sentia toda vez que a garota estava por perto.

            “Você sabe que nós somos melhores amigos desde sempre e eu não mudaria nenhum segundo do que vivemos por nada nesse mundo.” Ele prossegui “Mas, eu não tenho sido completamente honesto com você esse tempo todo. O fato é que...” Takeru mordeu os lábios em hesitação e Hikari teve a impressão que aqueles segundos de hesitação deles foram os mais longos de sua vida. “... Eu sempre quis ser muito mais do que seu amigo.”

            A menina sentiu a respiração ficar presa na garganta. Seu rosto corava como nunca. Ela não podia nem acreditar...

“Eu te amo, Hikari.” Disse ele por fim.

Então era isso, ele a amava e ela o amava de volta. Mas, por algum motivo nada daquilo parecia certo.

Ela nunca havia experimentado uma gama tão grande de sentimentos borbulhando dentro dela. Parte dela queria agarrar Tk ali mesmo e nunca mais soltar, mas parte dela sabia que teria que soltar dele muito mais cedo do que queria. Estava feliz por saber que era correspondida, mas triste por causa do triste futuro que aguardava os dois amantes.

            “Por quê?” Perguntou ela abaixando a cabeça.

            “Como assim ‘por quê’?” Perguntou Takeru inclinado-se para tentar restabelecer o contato visual com ela.

            “Por que só agora?” Perguntou a menina nervosa. Hikari sabia que ela mesma não havia se dado conta dos seus sentimentos até pouco tempo, mas segundo o que o loiro havia falado, ele já sabia disso há muito tempo! De repente, um sentimento de raiva e frustração começou a percorrer as veias da garota.

            Por quê? Justo agora? Ela sentiu uma água quente escondendo pelo seu rosto e se recolheu ainda mais

            “Hikari...” Chamou o menino tentando acalmá-la, pousando suas mãos sobre os ombros dela. Seus olhos azuis refletiam a profundo tristeza que ele sentia naquele momento. Seu pior pesadelo havia se concretizado: Finalmente se declarara para a menina dos seus sonhos, mas ela não correspondia os seus sentimentos.

            Talvez, no fundo, ele soubesse que o aquilo que existia entre os dois era só amizade e passou anos tentando se convencer disso, mas todo dia quando ele era recebido na escola pelo lindo sorriso iluminado dela... Bem, também era muito difícil ignorar o que ele sabia ser a verdade. Apesar disso, o temor de uma rejeição sempre o assombrou de tal maneira que ele decidiu que seria melhor ter Hikari por perto como amiga do que afastá-la para sempre com seus sentimentos.

            A mãe dele anunciara mudança há exatamente um mês atrás. Nas primeiras semanas, preferiu seguir seus dias fingindo que não sabia o que iria acontecer com ele, provavelmente porque só o pensamento de abandonar a amada já acabava com ele. Só que, conforme a data ia se aproximando, nada mais parecia se passar na cabeça dele. Por mais que sua vontade fosse de ficar com o Japão com a amada, ele não poderia negar nada a mãe, que estava vendo o seu maior sonho se tornar realidade.

            Ele meditara muito antes de tomar a decisão de se conversar para a amiga. Por muitas vezes pensou ser melhor deixar tudo de lado, mas aí percebeu que seu argumento principal para não contar sempre fora que isso mudaria o relacionamento dos dois para sempre e que agora, independentemente, do que ele dissesse, nada nunca seria igual entre eles.

            “Hikari, me desculpa.” Recomeçou ele. Havia apostado alto e perdido, agora chegará a hora de pagar o preço. “Eu nunca quis te ofender nem nada...”

            “Ofender?” Balbuciou a menina entre as lágrimas. Ela ergueu os olhos até eles encontrarem aquele azul cor de céu dos olhos dele. Takeru se amaldiçou mil vezes por trazer tanto sofrimento a ela. “Você não...” Hikari tentou prosseguir, mas estar perto dele deixava seus pensamentos mais confusos ainda.

            Queria dizer tantas coisas para ele, mas sentia que seu choro a impediria de falar qualquer coisa naquele momento. Precisava pensar de direito ou, pelo menos, de um tempo para que ela parasse de chorar.

Então, Hikari tomou uma decisão que nem ela mesma nunca se imaginou tomando. Ela virou de costas para o amigo e saiu correndo o mais rápido que podia.

Takeru queria chamá-la, mas sabia que isso era inútil. Culpava-se tanto por cada segundo que passara perto dela sem contar pra ela tudo o que sentia por ela quanto por revelar aquilo em um momento tão inoportuno. Ele olhou para o pequeno apito que ainda repousava sobre sua mão perdendo-se em pensamentos sobre a dona dele, só voltou a si quando viu suas próprias lágrimas começaram a cair sobre o objeto.


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Notas finais do capítulo

Nossa, esse capítulo ficou bem grandinho, né? hahahahahaha
Não posso garantir que os próximos vão ser assim, mas vou me esforçar para que sejam, pelo menos, metade desse!
Reviews?
Bjuos,
N*t*sh*