Just a girl escrita por Emilly


Capítulo 5
O que é esse sentimento estranho?




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Narrado por Alícia:

Eu não o conhecia, não sabia se quer o nome dele, eu apenas sei que ele quer saber mais sobre mim. Do que jeito que estou, poderia dizer a ele por tudo que passei e senti, mas como sempre, o meu medo de ser julgada, fala mais alto. Sei lá, o que estou sentindo direito.
A fome bateu assim que cheguei em casa. Comi tudo o que vi pela frente até não aguentar mais, fui até o banheiro e forcei o vomito. É sempre assim, o medo vem me consumindo a cada segundo que passa. Fui pro quarto e me deitei na minha cama e abracei Teddy. Eram 15:00 da tarde e o calor só aumentava.
- Ai, Teddy! O que eu faço? - Falei e fechei meus olhos - Tenho medo de voltar pra escola amanhã, hoje machucaram minha boca, amanhã pode ser muito pior. - Falei e senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.
Depois de alguns minutos deitada, me levantei e lavei meu rosto e fiquei fitando minha imagem refletindo no espelho.
Voltei pro meu quarto e abri o vidro da janela. Eu não tinha nada pra fazer, e estou me sentindo muito sozinha, mas eu não confio em ninguém mais. 
Peguei meu material de pintura e algumas folhas em branco e fui até minha escrivaninha. É, eu sei que esse móvel é bem antigo, mas minha tia quis me dar de presente pra fazer lições de escola, mas eu o uso pra desenhar ou pintar alguma coisa. 
Peguei Teddy e coloquei ele sentado na escrivaninha de frente pra mim. Peguei meu pincel e molhei a ponta na tinta e comecei a pintar. Fiz a praia, onde as ondas se quebravam nas rochas. O sol brilhando forte e o céu bem azul cheio de pássaros. Aquele garoto me veio a mente daquele instante. 
- NÃO! - Gritei e derrubei todas as tintas no chão sem querer - Droga! - Falei novamente ao ver a bagunça que fiz.
- Eu estou ficando completamente louca, Teddy! O que esta acontecendo comigo? 
Me abaixei e peguei todos os potes de tinta, e limpei a tinta que derramou com um pano. Guardei os papeis e as tintas dentro da gaveta. Deixei Teddy em cima da cama e desci. Passei o resto da tarde vendo TV, e quando deu 21:00 eu subi e tomei um banho. Vesti um blusa de mangas de tecido leve até, só pra esconder minhas cicatrizes e uma calça. Minha tia já, já chega do trabalho, e eu não quero que ela saiba de nada, como fiz nos últimos 2 anos. Voltei pra sala e continuei vendo TV, até as 22:00.

- Oi, Alícia. - Ela disse entrando.
- Oi tia. - Falei.
- Como foi seu dia hoje?
- Normal. - Respondi.
- Ok, pode comer qualquer coisa, que eu vou tomar um banho e dormir, o dia foi cansativo hoje. - Ela disse subindo.
Desliguei a TV e fui pro meu quarto. Tranquei a porta, apaguei a luz e me deitei, e logo em seguida abracei forte Teddy. Pude sentir uma lágrima rolar pelo meu rosto, e logo várias delas também. Depois de vários minutos pensando, minha tia já devia ter dormido. Me levantei e fui até a gaveta da minha comodo e peguei a lamina. Sem pensar duas vezes, levantei a manga da minha blusa e passei a lamina no meu braço, fazendo um corte não muito profundo. Soltei a lamina no chão na mesma hora e fiquei fitando meu braço, enquanto o sangue escorria. Destranquei a porta do meu quarto e fui até o banheiro. Liguei a torneira e lavei o ferimento, que depois de alguns minutos parou de sair sangue. Voltei pro meu quarto, coloquei uma faixa no corte, para que não corresse o risco de manchar o meu lençol. Voltei pra cama, abracei Teddy e dormi. Acordei no dia seguinte, com o meu despertador tocando. O meu braço ainda estava doendo um pouco por conta do corte de ontem a noite. Me levantei e coloquei uma blusa de mangas compridas solta e uma calça jeans. Calcei um all star e deixei me cabelo solto, e meio bagunçado como sempre. Peguei meu fichário e fui até a escola. Cheguei lá e me sentei no chão do pátio. Peguei meu caderno de desenho e comecei a desenhar.
- Own, olha só os desenhos dela! - Natalia disse com voz de deboche tirando o caderno da minha mão e o folheando - Isso ta uma droga, garota! Aprende a desenhar primeiro! - Ela pegou meu caderno, jogou no meu rosto e logo em seguida caiu no chão e ela pisou nele, indo embora em seguida.
- Você esta bem? - Aquele garoto correu até mim e acariciou o meu rosto, onde o caderno tinha batido.
- Sim - Menti. Eu não estava bem.
Ele pegou meu caderno e se sentou ao meu lado.
- Posso ver? - Ele perguntou e eu assenti.
Ele abriu meu caderno e olhou os desenhos.
- Você desenha muito bem - Ele sorriu e eu me senti hipnotizada por alguns segundos, mas logo me recompus.
- Obrigada. - Falei - Ei.
- O que foi?
- Você sabe o meu nome, mas eu não sei o seu. - Disse abaixando a cabeça um pouco.
- Meu nome é Gabriel. - Ele disse sorrindo e eu sorri de leve, mas tentei esconder.
- A Natalia é sempre assim com você? 
- Sim.
- Eu não acho certo o que ela faz, isso é bullying. - Ele disse.
- Eu já estou acostumada. - Falei.
- Como assim?
- Deixa pra lá.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que o sinal bateu. Gabriel se levantou e logo em seguida pegou na minha mão e eu o fitei.Ele me ajudou a levantar e fomos pra sala de aula.
- Ei, Gabriel! Senta perto de mim hoje?! - Ouvi Natalia chama-lo quando viu que ele ia ficar perto de mim.
- Ok, já estou indo! - Ele disse e foi até ela. Ela abraçou ele e me olhou.
Virei o rosto e me sentei. 
Quando aquilo aconteceu, meu corpo esquentou de imediato e eu senti raiva dela naquele instante. Espera... eu estou com, ciúmes? Não, não. Eu nem conheço ele direito, só sei o nome dele. Eu nunca senti nada por ninguém nesses meus 16 anos, porque eu sentiria agora? Isso é uma cisma minha, nada de mais.


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