Just a girl escrita por Emilly


Capítulo 25
Esquecendo os problemas




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– ALÍCIA! ALÍCIA! ACORDA! - Senti alguém me chacoalhando e gritando.
Abri meus olhos devagar e vi Gabriel na minha frente.
– Eu disse pra me deixar em pa... - Ia dizendo com um pouco de dificuldade, mas ele colocou o dedo indicador nos meus lábios interrompendo minha fala.
– Não diz nada, Alícia. - Ele disse e eu fiquei quieta o fitando. - Você teve sorte de o corte não ter sido muito profundo.
– Por que não me deixou morrer? Por que, Gabriel? - Falei e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
– Alícia, chega de se cortar, ok? - Ele alterou um pouco seu tom de voz. - Todos nós temos problemas! Até mesmo eu. Você se cortar vai valer a pena, que vai resolver tudo? Não, Alícia, não vai! Não desconte em si mesma as consequências da vida!
– Por que esta me dizendo isso? Você nunca se importou comigo!
– Nunca me importei? Você esqueceu quem foi que te defendeu da Natalia? Quem foi que salvou a sua vida? Quem te fez sorrir quando você mais precisava. Eu lembro que no começo foi difícil pra se aproximar de você, sempre fria, odiando ser questionada, a garota isolada da classe, a "estranha", a solitária, a que se cortava por problemas que eu desconhecia na época.
– Eu não me esqueci disso, mas o seu problema, é que você apenas vê as coisas boas que aconteceram desde que nos conhecemos. Já se esqueceu das coisas ruins? Esqueceu que você desconfiou de mim, preferiu acreditar na Anny do que em mim. Você nem sempre estava presente quando eu precisava de você, estava com a Anny. Você não imagina a dor que eu senti ao ver você beijando a Anny na festa da piscina! - Falei tentando segurar o choro. - Eu te trava mal, friamente. Estava com medo de me machucar, medo de confiar em alguém em que eu acabara de conhecer. E olha no que deu.
– Se arrepende de ter me conhecido? - Gabriel perguntou cabisbaixo.
– Não. Não me arrependo. - Falei e ele me fitou. Mordi meu lábio inferior e olhei seus olhos azuis brilhando, olhando dentro dos meus.
– Pode ir embora?
– Alícia, eu também amo você.
– Odeio mentirosos.
– Eu não estou mentindo.
– Sai, agora!
– Eu vou, mas saiba que eu nunca vou desistir de você.
– Frase velha, pegou da onde? Do google?
Gabriel se levantou e saiu pela janela. Olhei pro meu braço, ainda com lágrimas no olhos e vi o lugar do corte, enfaixado com um lenço.
– T-Teddy! - O peguei e o abracei chorando. - O que eu faço?
Fui até o banheiro e tomei banho. Coloquei uma roupa e calcei uma sapatilha simples.
– Lysandre, eu preciso de você. - Falei pegando minhas chaves e descendo.
– Vai aonde? - Anny me fitou.
– E desde quando isso é da sua conta?
– Acho que você não sabe com quem esta falando, não é querida? Bom, mas como você disse não é da minha conta, com certeza vai cortar os pulsos, não é lindinha? Vai, se machuque bastante!
Não respondi e dei as costas pra ela, saindo de casa. Fechei a porta da frente e fui até a casa do Lys. Toquei a campainha e esperei. Uma mulher abriu, morena, dos olhos verdes.
– Desculpa incomodar, sou Alícia, amiga do Lysandre.
– Alícia? - Ela sorriu - O Lys me falou de você, sou Daiana, a mãe dele, pode entrar.
Ela parecia ser simpática e era muito bonita também. Ela deu espaço para que eu entrasse e eu entrei.
– Pode subir, o Lys esta no quarto, pode ficar a vontade.
– Obrigada. - Sorri de leve e subi.
A porta do quarto estava aberta, e eu pude ver Lysandre deitado na cama, com os olhos fechados e com os fones no ouvido.
– Lysandre? - Entrei silenciosamente pelo quarto e me aproximei dele.
– Alícia? Tudo bem minha pequena? - Ele se levantou e me abraçou.
– Estou incomodando? Se quiser eu vou embora.
– Incomodando? Claro que não, senta.
Me sentei ao seu lado e ele me fitou.
– O que aconteceu.
– B-Bem...
– Aquele garoto denovo? - Lys revirou os olhos.
– Desculpa. Eu sempre te conto os meus problemas, e te encho a cabeça por causa do Gabriel. Você já deve estar cheio de mim.
– Não, eu gosto de saber que você confia em mim. - Ele sorriu e colocou a mão no meu rosto. - Pode me procurar sempre que precisar, minha anjinha. Eu vou até o fim do mundo, apenas para te ver sorrir. Pode me ligar de madrugada caso tenha tipo um pesadelo, ou se precisar conversar com alguém, eu sempre estarei aqui, para o que der e vier, ok?
– Lys... - Sorri, senti uma lágrimas escorrer pelo meu rosto e o abracei. - Obrigada. - Falei baixinho.
– Pode contar sempre comigo. - Ele me abraçou mais forte.
Contei a ele o que havia acontecido agora a pouco. Lysandre apenas me disse para seguir o meu coração, sem esquecer da razão. Ele era muito bom com as palavras, sabendo usá-las sempre que necessário. Era incrível como ele sempre me dizia a coisa certa, cuidava de mim, não importando o que acontecesse. Não tinha percebido antes, mas ando ficando mais meiga e feliz a cada dia que passa, agora eu até consigo sorrir com mais facilidade do que antes, coisa que eu não sei se é boa ou ruim.
Ficamos conversando e ouvindo música o resto da tarde, passar o tempo com ele, me faz esquecer de todos os meus problemas. Já estava escuro lá fora.
– Eu te levo pra casa.
– Não precisa, Lys.
– Precisa sim. Não vou deixar minha boneca ir embora sozinha nesse escuro. - Ele disse e eu ri.
Descemos, e Lys falou pra mãe dele que ia me levar. Ele me levou pra casa e conversamos e rimos o caminho inteiro, ele me deixou na porta de casa, entrei e ele foi embora.


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