Just a girl escrita por Emilly


Capítulo 24
Não vai ser fácil te perdoar




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Alguns dias depois...



Narrado por Alícia:

Tia Carmen e o Ryan chegam hoje da lua de mel. Essa semana que eles passaram fora, eu nem me atrevi a sair do quarto, na intenção de evitar conflitos com a Anny, mas ontem, quando resolvi pegar um pouco de água, ela me empurrou da escada e seu acabei chorando de dor. Eu tinha batido forte minha cabeça no degrau, e a risada irritante dela me deixava louca. Eu ainda não entendo o por quê de tanta coisa acontecer comigo, não entendo o por quê dela me odiar, nunca lhe fiz nada, mas isso não importa. Depois do ocorrido na festa de casamento não falei mais com Gabriel, e nem ele comigo. Eu não sei se deveria conversar com ele, ou deixar as coisas como estão. Eu sinto falta de estar com ele, e as vezes me pego pensando no dia em que nos conhecemos, e sorriu que nem uma boba ao lembrar de tudo que eu passei com ele. Lembro de todas as vezes que ele me fez sorrir, não esquecendo das vezes que sofri por ele. Não consigo ficar assim, eu queria, não, eu quero voltar a falar com ele.
Acordei cedo, e me arrumei pra escola. Calça jeans, sapatinha e uma blusa de mangas compridas finas. Meu cabelo bagunçado como sempre. Peguei meu fixário e desci. Anny já deve ter saído mais cedo, e passado na casa do Gabriel antes, pelo menos é o que eu acho. Não comi nada e saí de casa. Caminhei até a escola, e chegando lá, fui direto pro meu armário pegar alguns livros pra aula de português.
- Oi minha pequena. - Lysandre disse e me abraçou.
- Oi, Lysandre. - Tentei sorrir.
- Aconteceu alguma coisa? - Ele perguntou.
- Anny me empurrou da escada ontem.
- Você esta bem, esta machucada? 
- Eu tô bem. Sério.
- O que mais te incomoda?
- Sabe, eu não falo com o Gabriel desdo que aconteceu na festa. E... eu sinto falta de conversar com ele.
- Fala com ele, então. Tenho certeza que ele também sente sua falta.
- Você acha mesmo?
- Tenho certeza.
- Obrigada, Lys.
- De nada, minha anjinha. - Ele sorriu e eu o abracei - Ah, e Anny foi me procurar ontem.
- O que ela queria?
- Chegou com a cara mais inocente do mundo, ainda acha que me engana. - Ele riu.
- Não suporto ela.
- Calma. - Ele riu - Ela não vai conseguir fazer minha cabeça, como fez a do Gabriel. Por que não vai procura-lo? Não quer vê-lo.
- Tem razão. Volto procura-lo. - Sorri.
- Vai lá.
Fechei meu armário e comecei a procurar Gabriel pelo pátio e pelos corredores. Mas, de repente, alguém colocou o pé na minha frente, fazendo eu cair no chão. Olhei para cima e era Natalia, pra variar.
- Cuidado por onde anda. - Ela disse e riu.
- Não tenho tempo pra falar com você agora. - Falei me levantando.
- Como é que é?
- A Natalia, por favor. Você não cansa, não? - Me levantei e a fitei. - Deixa de ser infantil, você já tem quase 17 anos e ainda age como uma criança de 10 aninhos.
- Você perdeu a noção do perigo, Alícia? - Ela me olhou furiosa, quase partindo pra cima de mim.
- Eu cansei de ser humilhada por você, agora se me der licença. - Eu ia sair, mas ela me puxou pelo braço e me empurrou contra os armários, me fazendo cair no chão.
Dois garotos seguraram Natalia e uma menina me ajudou a levantar.
- Você esta bem?
- Estou sim, obrigada. Tenho que ir. - Falei meio tímida olhando pro chão, e sai dali.
Virando o corredor, vi Gabriel sozinho lendo um livro encostado em seu armário. Fiquei parada o fitando por alguns segundos, depois tomei coragem e fui até ele.
- G-Gabriel? - Falei de frente pra ele.
Gabriel assim que me viu, deixou o livro cair no chão e me abraçou. Eu não entendi o por quê dessa reação dele. O abracei também. 
- Eu preciso falar com você, hoje, na praia, depois da aula. - Ele disse baixinho ainda abraçado a mim.
- O-Ok. - Falei imóvel.
O sinal bateu, ele sorriu e foi direto pra sala de aula. Também fui, me sentei e fiquei rabiscando o caderno até o professor chegar.
"O que será que Gabriel quer comigo?" Pensei. Esse pensamento ficou na minha mente a manhã toda, imaginava mil e uma coisas sobre o que ele ia me dizer. Finalmente a aula acabou e eu voltei apressadamente pra casa. Coloquei um shorts jeans, uma regata branca e calcei uma rasteirinha. Sai de casa e corri até a praia. Gabriel ainda não havia chegado, e eu estava um pouco ansiosa. Olhei em volta e o observei vindo em minha direção. Ele se aproximou de mim, sem dizer uma palavra e pegou na minha mão. Tirei a rasteirinha e joguei na areia. Caminhamos em direção ao mar, onde a água molhava apenas nossos pés. 
Gabriel ficou de frente pra mim.
- Alícia, eu... eu queria me desculpar com você. - Ele disse com seus olhos presos aos meus. Me coração bateu mais forte, e minhas pernas começaram a tremer.
- O-oque?
- Eu queria me desculpar por ter desconfiado de você. Eu percebi quem é Anny é.
- Como? - Perguntei surpresa.
- Ontem, eu escutei tudo o que aconteceu. Não me ouviu chamar? Eu gritei e bati na porta, Alícia.
- Eu não escutei, estava trancada no quarto com a cabeça no travesseiro e com o fone de ouvido.
- Não se cortou?
- Não...
- Essa é minha garota. - Ele me levantou e me girou.
- S-sua o que? - Perguntei meio vermelha.
- Nada, esquece. - Ele riu. - Não precisa ficar vermelha, boneca.
- Eu não to vermelha. - Fiz bico e cruzei os braços.
Sem que eu esperasse, Gabriel me puxou pela cintura, fazendo nossos corpos colarem um ao outro. Me assustei com a sua atitude, mas permaneci imóvel. Ele delicadamente colocou meu cabelo atrás da orelha e sorriu, aproximando mais os seus lábios ao meus.
- NÃO! - O empurrei pra longe de mim.
- O que foi, Alícia?
- Você acha que vai ficar assim, Gabriel? Me diz? É só você pedir desculpas e pronto?! - Alterei meu tom de voz, e senti várias lágrimas escorrem pelo meu rosto. - Você não confiou em mim! Preferiu confiar nela, do que em mim! Uma garota que você tinha acabado de conhecer! Eu não vou te perdoar tão fácil, eu sofri muito por conta disso. Achou o que? Que ia me beijar e estava tudo resolvido? EU TE AMO, GABRIEL! Amo mesmo, mas eu não acho que você seja o certo para mim. Me deixa em paz nos próximos dias, por favor. 
Ele me olhou paralisado. Corri pra casa e tranquei a porta da frente, correndo pro meu quarto. Fui até a gaveta e peguei uma lamina, fiz um corte no meu braço, a soltando no chão logo em seguida. Olhei o sangue jorrar pra fora e me senti fraca, meus olhos foram se fechando, até a luz desaparecer completamente e a escuridão predominar.


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