O Distrito 9 34 escrita por Math25771, Hikari


Capítulo 4
Capítulo 3.


Notas iniciais do capítulo

So sad, ninguém mandou um comentáriozinhtoasionaksdjasmdlx.
Brincadeira, olhem só, podem aparecer, eu não vou dar um Crucious por vocês demorarem, okay? :3
Espero que gostem desse! Boa leitura. --Reyna Potter.



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Pov. Rolf.

Mais rápido. Rápido.

O suor respingava da minha testa. Eu segurava uma forma cilíndrica e robusta em minha mão, o peso regular e a textura suave já me eram familiares; mas de nada adiantava quando não se sabia qual feitiço utilizar com ela. Era praticamente um graveto inútil e fútil do que uma varinha – naquele momento.

Rápido, rápido. Mais rápido, Rolf!

–Estou tentando! –murmurei ofegante, mal conseguindo conter a respiração em seu modo leve e normal. Era impossível. Uma luz no meio de uma devastadora escuridão embriagante. Como eu posso parar? Já não sabia mais estancar em meu lugar. Eu corria pelo campo aberto, disparando entre as árvores como se meu corpo estivesse em combustão. Minhas pernas queimavam. Minha respiração falhava e raspava em meus pulmões. Os próprios – pulmões – pareciam estar explodindo, ardendo e replicando contra todo meu ser.

Apresse-se! Eles estão atrás de você! Ande, Rolf! Ultrapasse-os!

Cerrei meus punhos, sentindo a carne ser perfurada pela ponta de minhas unhas. O céu escondia-se dentre os galhos e folhagens densas, incapacitando-me de descobrir se era dia ou noite. Eu corria há horas. Se não há dias. Não sabia dizer o tempo ao certo. Decididamente não aguentaria mais. Com pausas tão curtas e breves, era basicamente uma forma trágica de se morrer.

Não vou aguentar. Não posso...

Um lampejo verde passou rente ao meu ouvido. Meus tímpanos estouraram e tudo o que estava ao meu alcance de ouvir era um zumbido constante e derradeiro. Mais luzes cintilaram e piscaram ao meu redor. Tropecei e deslizei pela terra úmida, derrapando entre as folhas secas e velhas, sentindo o cheiro pungente dominar meu olfato. Um gosto acre e metálico abrigou-se em minha boca, e minha língua latejava como se eu fosse perdê-la.

Ótimo, Rolf. Tudo o que você precisava. O que você é? Um fracote? Você poderia ter trocado de lugar com sua irmã e nunca existir!

–Fique... quieto. –rugi entredentes, enquanto empenhava-me em me sustentar pelos cotovelos e firmava minhas pernas novamente em solo letárgico. Minha cabeça rodava, mas forcei-me a continuar. Minha pele estava rasgada e sangrava em partes abundantes, abrangendo uma enorme quantidade de meus músculos doloridos e requebrados.

Então, levante-se! Ande, se apresse!

Engoli em seco. Faz quanto tempo desde que pude degustar o líquido puro e incolor, precioso e necessário para nossa energia? Não era de se admirar a minha incapacidade em manter-me de pé.

Com muita dificuldade, endireitei-me e com um auxílio de um tronco próximo icei-me para cima, mantendo-me levantado da maneira mais indesejada imaginável. Minha mente parecia estar sendo sujeita a dezenas de alfinetadas, e um martelo parecia me afligir pelo corpo inteiro; da cabeça aos pés.

Corra! Eles estão chegando perto!

Cambaleei para frente, desajeitadamente. Tinha que escapar. Tinha que me salvar. Empurrei-me para frente em uma demonstração exagerada de meu infortúnio progresso. Iria conseguir? Os passos já retumbavam abafados em minha audição parca e a visão turva confundia minha embaraçada mente.

Esconda-se! Não temos tempo! Não desista, Rolf!

Cessei meus esforços e cedi a minha inutilidade acumulada. Desabei no solo, incapaz de sentir minhas pernas. Minhas pernas estavam entorpecidas, e meu sangue latejando. A última coisa de que precisava era ter uma câimbra.

Arrastei-me para trás de uma árvore, tentando esconder-me entre as folhagens. Uma tosse rouca subiu pela minha garganta seca e decrépita, e eu sabia que não teria a mínima chance se alguém me achasse. Por isso, recorri a toda a minha energia fatal para subir precariamente pela árvore. Pelo menos, poderia me sentir mais seguro a uma altura razoável a partir do chão. Embora isso não faria tanta diferença desde que se me atacassem com um feitiço direto eu não poderia ter muita escolha se não... Morrer.

Isso poderia ser até cômico se não estivesse vivendo essa situação.

Ah, maravilha. Agora virou sádico? Você tem doze anos, Rolf, não é hora de morrer!

Não é hora de morrer... Certo. Assim como não era a hora de minha irmãzinha morrer anos atrás.

Um estralo ressoa pela noite escura, um trovão ruge em meus ouvidos e pingos de água começam a descer, escorrendo como lágrimas, pelo céu. A água toca em minha pele, limpando meu suor e as sujeiras gosmentas impregnadas ali. Os passos aceleram-se, mais depressa, e faíscas furiosas vermelhas e verdes se lançam ao céu. Suspendo minha respiração e me esforço para escutar ruídos suspeitos. Apenas clarões invadem minha vista e estrondos engolfam minha audição. Lembro do que minha mãe sempre dizia “Não fique debaixo de árvores quando chove, é perigoso”.

É, pelo jeito não vou ter muita escolha em questão a minha morte vir mais cedo caso algum raio deseje cair por aqui. Não é minha culpa.

Fique quieto. Isso não é o momento de ser irônico.

–Abaixe-se! –alguém grita para mim, e eu não tenho muito tempo para pensar antes de uma intensa e brilhante luz verde cortar o ar a minha esquerda, a madeira fumegando e crepitando. Estava apavorado e o desespero subiu para todas as minhas células, acordando-as de seu momentâneo repouso após um longo e desgastante período em uso. Incontrolavelmente, entre meus movimentos frenéticos para escapar, minha perna prende-se a um galho enquanto tento esquivar-me de outra rajada de luz raspando acima de minha cabeça, e eu caio de onde me segurava no tronco.

Sabe a sensação de voar?

Ela não é tão boa assim.

Passo pelos outros galhos apenas com um zumbido em minha cabeça, sinto pontadas e arranhões formando-se em minhas costas e em meus braços. Era como se eu estivesse sendo massacrado por uma espátula gigantesca ao mesmo tempo que tentam me cremar. O vento berrava comigo, pior do que ter de escutar minha avó quando eu derramo uma gota de leite no carpete novo dela. Foi como estar dentro de meu pesadelo, no qual a um momento atrás eu estou em pé em cima de uma alta montanha e um segundo depois eu caio em um abismo profundo e avassalador.

A diferença é que você acorda quando chega ao final.

E o problema, é que eu, na realidade, não estou em um sonho.

Infelizmente, eu não acordei quando cheguei no fim da linha.

–Não! –a mesma voz de antes berra aos ares. Posso sentir uma agonia transpassar em mim, pois a minha vista parece que seu pulmão havia explodido. Quem era aquela voz? Onde eu estava?

Crep.

Uma horrível e lancinante dor irrompe de dentro de mim, e eu abafo um grito mordendo minha língua, sentindo o metálico gosto de sangue invadir meu paladar. A terra é fria e lenta abaixo de meu corpo, e o mundo roda em espirais de cores primárias diante de meus olhos sonolentos. Minha cabeça martela e toda a minha pele arde, como se eu estivesse sendo queimado dentro de uma fogueira viva. Vagarosamente – e com grande esforço – eu viro minha cabeça. Escuto um estalo quando meu pescoço emite um ruído estridente, e eu ranjo meus dentes.

Esse, definitivamente, não era os meus melhores dias.

Vamos lá, Rolf! Ande! Você tem de sair daqui!

Escolha seu lado. Iremos ajudar ou desacreditar o garoto aqui? Perfeito, tudo o que precisava: discutir com minha própria consciência. Silêncio, eu já vou. Viro minha cabeça novamente para frente, olhando para o topo das árvores que parecem estar dançando a um som de uma música muda, um espetáculo só para mim. Fecho os olhos. Será que tem coisa melhor do que escutar apenas a natureza a minha volta?

–Levante-se! Corra! –um berro rasga o ar e breca bem ao lado de meu ouvido. Meus olhos se abrem abruptamente.

Quando você acaba de cair de uma árvore de mais de dez metros de altura e não morre [não ouse revidar algo, Rolf], e ainda tem de escutar infinitas vezes a mesma coisa quando a única opção que você quer escolher é permanecer deitado olhando para o verde a sua volta: é totalmente estressante. “Levante-se”, “Se apresse”, “Anda logo”, blábláblá. Qual é! Não dá para eu ter um minuto de silêncio antes que alguém me perturbe – seja eu mesmo ou não?

Não posso resistir, antes de eu mesmo evidenciar, minha boca já se abriu e as palavras começaram a fluir de minha língua:

–Será que você não pode relaxar um pouco e calar a tua...

Sou empurrado ao lado por uma força descomunal e caio com estrondo no solo áspero de uma poça lamacenta. A lama gruda em minha pele recém-aberta pelos ferimentos novos e um grunhido escapa de minha boca quando percebo a área direita de minhas costelas flamejarem com mil pontadas. Agora descobri o motivo do estalo quando aterrissei nada formalmente no chão.

Rolo para o lado e fico de bruços, mordendo a parte interna da minha bochecha para aliviar a dor e manter-me quieto. Uma dica: não façam isso. Minha dor piora ao arrancar a pele de minha bochecha e sangue jorra para meu paladar.

Oh, se você me escutasse e andasse logo não iria acontecer algo assim com você.

Me poupe e mantenha seus comentários dentro de sua caixa dentro da sala empoeirada da minha mente, que tal? Pode ser? Não preciso de mais alguém para me recriminar pelas minhas decisões nesses tempos.

Obrigo-me a tentar me empurrar para cima. Apoio minhas palmas no chão a minha frente e me iço para o alto. Meus cotovelos tremem pelo empenho e minha força não é muita para me deixar naquela posição por muito mais do que três segundos. Desabo com estardalhaço na lama, levantando gotículas gosmentas no ar.

Apesar de estar em um estado deprimentemente deplorável, um suspiro de alívio abre espaço pelo meu corpo. Eu vi quem era o sujeito da gritaria. Era por isso que a voz não era tão desconhecida, e era por isso que agora uma mão familiar segura a gola do meu casaco e me põe de pé com insensibilidade e indelicadeza.

–Vamos lá, Rolf. Vamos sair daqui. –a voz que agora reconheço diz com determinação, posso ouvir as passadas ruidosas de nossos perseguidores e os pingos pesados da chuva caindo sobre minha cabeça, violentando-me. Ele estende a mão para mim e abre a palma, presa lá, estava a minha varinha. –Tente não perdê-la na próxima vez. E mais uma coisa: nunca, nunca desobedeça minhas ordens. Você poderia estar caído sem vida aqui se fizesse mais um movimento em falso. E nós poderíamos estar bem longe caso me escutasse de vez em quando. Uma ajudinha seria bom, huh?

Reviro os olhos e bufo para o sermão. Agarro minha varinha da mão dele e a escondo em minhas vestes. Talvez eu devesse ter apertado o botão morte quando tinha tempo.

–Não guarde sua varinha. Nós vamos precisar dela. –ele retorna, e antes que possa mover mais um músculo de meus dedos, o ar se retorce em nossa volta e uma pressão se faz no âmago de meu estômago, minhas partículas parecem estar dissolvendo-se e um enjoo toma conta de meus sentidos.

Ah, como eu “amo” aparatar.

[...]

Retiro minhas mãos rapidamente do globo postado a minha frente, em uma mesa circular e rebuscada. Arquejo e puxo minhas mãos para mais perto de meu corpo, olhando pelo canto dos olhos ao meu redor, notando muitos estudantes concentrados ou encarando céticos as suas bolas de cristais.

Lentamente, abaixo minhas mãos e volto meu olhar para a bola de cristal a minha frente. Uma névoa paira pelo glóbulo, uma névoa escura espiralizada e condensada, esbranquiçando-se. Ela dava voltas incessantes no pequeno espaço onde se mantêm presa e, devagar, começa a esvair-se. A sensação de enjoo regressa para dentro de mim e eu logo afasto meu olhar da esfera, agindo por impulso e empurrando-a para longe, onde ela desliza pela mesa e caí com estrondo no chão, atraindo olhares da professora e dos alunos – tirando-os dos seus devaneios.

Respiro com dificuldade, encolhendo-me pelo olhar reprovador da professora de Adivinhação. Ela aproxima-se de mim, a boca curvada para baixo de maneira peculiarmente rabugenta. Eu não devia ter feito aquilo.

Nossa aula de Adivinhação não estava dando muito certo: três aulas com o mesmo resultado. E eu acho que nossa professora se deu conta disso.

–Sr. Holmes? Está tudo bem com você? –perguntou intrigada nossa professora, com uma feição dura, encarando a esfera que rola incessantemente para longe de meu lugar. A esfera se dirige até a porta, passando pela entrada e escorregando pelo tapete. Escutamos o baque surdo dela caindo, metodicamente, os degraus da longa escadaria.

Engulo em seco e estremeço ao ter de olhar para a professora novamente. Sabia muito bem o que aquilo significava, já conversáramos antes: “se você causar mais algum importuno em minha aula, Sr. Holmes, você terá de procurar outra matéria para estudar esse ano”. Ou seja, por palavras mais diretas: expulsão. Oh, por que não estava surpreso? Na realidade, sair dessa aula era um alívio para mim; eu realmente pensava que essa não era a minha área. E muito menos quero que fosse. Com essas visões, era preferível ter de enfrentar o antigo Lorde das Trevas.

Suspirei, e assenti com a cabeça levemente atordoada pela previsão, ainda gravada em minhas retinas. A professora seguiu-me com o olhar até eu desaparecer pela porta, enquanto eu quase tropeçava por uma dobra da longa tapeçaria ali decorada. Corri desenfreadamente até a esfera lisa e achatada a fim de pegá-la a tempo de não precisar subir muitos outros tantos degraus para colocá-la de volta a sala da professora, e por sorte, consegui agarrá-la no momento certo de sua próxima rodada de escadas. Soltei o ar pela boca, meus braços pendidos no ar vazio da escadaria deserta, as mãos apertando fortemente os lados da esfera.

–Mais um dia emocionante. –bufei para mim mesmo, baixinho, e quase me desequilibrei com a bolota praticamente enviando-me um peso extra e uma nova gravidade para frente, considerando meus pés mal firmados no chão. Balancei meus braços para tentar não cair e obter minha estabilidade de volta.

Bom, não deu.

Fui arrematado para frente e abafei um grito contido. A bola passou por minha cabeça voando, quicando como uma bola enfeitiçada lunática para baixo. O impulso que me foi revelado fez-me rolar pela escadaria, com ecoantes sons de colisão. Meus dentes batiam e eu tentava me segurar em alguma parte, qualquer lugar, onde pudesse encontrar sustento.

Não iria ter sorte nessa tarde. Como se era de esperar, é claro.

***

–E aí, escada rolante? Como vai o dia? O degrau melhorou? –o garoto baixinho e rechonchudo gozou, mostrando-me a parte de trás do cotovelo, onde ficara esverdeado em minha pele. Tentei ignorá-lo. Nada melhor do que ter a escola inteira vendo-o descer a velocidade máxima pela escada até o saguão, como uma ave estúpida que perdera a consciência por uma raposa.

Assim que chegara na metade do caminho, o sinal tocara, e como se não bastasse, todos os alunos, ao escutar um ruído distante, decidiram aglomerar-se no mesmo lugar para desvendar o tal do “mistério”, que não era nada mais, nada menos, do meu ser desabando pelos degraus da longa – e nada confortável, posso garantir-lhes – escadaria.

Batera o cotovelo, ralara o joelho e deixara minha mão completamente adormecida, latejando. Tentara me segurar em algo, ou parar no meio do caminho, mas era como se alguém contivesse minhas tentativas, e me empurrasse mais, e mais. Acima, descobrira quando aterrissei, Pirraça rindo de mim, sentado no corrimão da escada e encenando-me tropeçando e rolando como a própria bola de cristal para baixo da escada, gargalhando com as mãos fantasmagóricas pressionando a barriga inexistente, e jogando-se para trás, desaparecendo ao vento, no piso.

Eu posso ter chegado há apenas alguns dias, mas odiava aquele fantasma.

Passara vinte minutos na enfermaria, e fui liberado rapidamente. Não tive muitos ferimentos, e nenhuma contusão. Se eu soubesse que iria derrapar pela escada, poderia ter trazido alguma tampa de lixão para escorregar melhor, não é? Serviria como uma boa diversão, já como, de um jeito ou de outro, passaria por todo aquele embaraço inevitável.

Escondi meu braço da melhor forma possível para dentro de meu uniforme escolar, metendo-a dentro do tecido e não permitindo nenhuma parte de meu braço exposto, deixando-o totalmente oculto. Continuei a caminhar em direção ao refeitório, com a cabeça baixa e sentindo meu rosto esquentar ao chamar atenções indesejadas. Fiquei calado até sentar-me em minha mesa em Lufa-lufa, pelo menos ali, eu só recebia risadinhas de colegas indeterminados, ao menos eles não escarniavam de mim em voz alta – bom, até agora não havia escutado nada.

Não estava tendo um bom dia – para “variar” um pouco.

O salão ainda estava parcialmente vazio. Alguns veteranos chegariam amanhã, o “grande” dia, segundo certos professores. Apesar de estar ansioso a descobrir quem realmente eles eram para causar tanto alvoroço e chegar um dia mais tarde, tinha uma impressão um tanto desagradável a despeito da próxima manhã. Já havia arrumado meus pertences em meu dormitório, e enquanto todos já conheceram algum companheiro a quem compartilhar conversas e risadas, eu estava nada mais, nada menos, que sozinho. Isolado daquele mundinho peculiarmente surreal.

Alimentei-me rapidamente, e logo depois dos anúncios e das boas-vindas, eu me recolhi em meu dormitório, achando uma hora mais a vaga, considerando a eu não participar mais de Adivinhação – por escolha própria e por um “convite educativo” da professora, que dissera algo sobre meu futuro ser obscuro e requebrado.

Bom, pelo menos agora eu tenho uma vaga que posso preencher com Trato das Criaturas Mágicas. Era uma boa opção, creio eu.

Naquele dia, tive a oportunidade de testar minha varinha pela primeira vez. Assim como fazer minha primeira poção. Imaginava, ao deitar minha cabeça no travesseiro à noite, se minha vida aqui poderia melhorar. Se poderia conhecer alguém novo. Era ainda o primeiro dia de aula, não deveria apressar-me.

Fechei os olhos e torci para não ter nenhum sonho.

***

Na próxima manhã, acordei cedo pelo raio de sol que adentrava minha janela. Era improvável a aula começar tão cedo assim, mas do mesmo jeito, arrumei-me e fiquei esperando na Sala Comunal enquanto, lentamente, as pessoas acordavam e se vestiam, descendo as escadas apressadamente para se encontrarem e seguirem a aula juntos.

Por sorte, ninguém reparou em mim. E por não tanta sorte, eu não pude dar um passo a frente antes de ser barrado por um grande e intimidador homem, que parou a frente de nosso corredor, impedindo qualquer um de avançar.

Ele deu um sorriso desdentado para nós, e eu estremeci. Os pelos de minha nuca arrepiaram-se e pude sentir a atmosfera mudar. A oscilação entre as pessoas ao meu redor registraram uma grande e alta percepção ao meu ver. Seu sorriso alargou-se ao observar cada um de nós sair de nossa Sala Comunal a fim de descobrir o que acontecia, e um segundo depois, quando eu desloquei meu pé para frente e dei um passo adiante, ele encarou-me, fitando-me nos olhos. Pude enxergar uma névoa pálida recobrindo sua pupila e uma confirmação passou por mim. Estanquei no mesmo lugar e pude sentir como se houvesse sido petrificado por alguém. O homem desconhecido lentamente fez seu sorriso desaparecer de sua faceta distorcida, enquanto olhava-me um repuxo no canto dos lábios fê-lo parecer estar com uma deformidade nos músculos.

Então, subitamente, ele virou-se dando-nos as costas. E com um leve aceno da varinha, estendendo a mão acima de seus ombros, ele puxou-nos para frente, como se o ar estivesse nos impulsionando a segui-lo. Com o canto do olho, ele me fulminou uma última vez antes de começar a andar. Obrigando-me a acompanha-lo entre todas as pessoas me pressionando a apressar-me.

E foi a partir daí, que eu sabia. Sabia que algo viria a acontecer.

E não era o último episódio de Doctor Who.

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Obrigada pelo primeiro review, Gabi! Como prometido, eis o abraço do Tio Voldy para você!

PS: direitos da imagem - fora minha montagem nada legal - veio daqui: http://hanaichi.deviantart.com/art/Voldemort-Hugs-244110947


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Notas finais do capítulo

A ação - espero eu - começa mais para frente. Mas já dá para ter uma noção do que vai acontecer, certo?
Soooooo, reviews? Alguém mais quer abraçar Voldemort? Ou falar conosco? Aparatem para os comentários. (;
Beijos, até o próximo!
PS: Não liguem para a última frase, não pude me conter em colocar Doctor Who ali, HAHAHA!



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