Lucy

Esperava ansiosamente que o Le Carte retornasse suas ligações. Ela já havia mandado diversas mensagens, mas não receberá nenhuma resposta ao seu pedido de emprego. 

Lucy morria de medo de como seria quando encontrasse sua mãe biológica. Como ela reagiria? Lucy esperava que bem, já que havia sido sua mãe que procurou seus pais adotivos. Mãe. Era tão estranho dizer, ou pensar naquilo. Para ela, sua mãe sempre fora Kelly Mellison, que a adotara quando Lucy nasceu.

Mas, Lucy sempre quis saber quem era sua verdadeira mãe. De sangue pelo menos. Provavelmente, ela devia odiar sua mãe por tê-la abandonado, mas como foi uma gravidez adolescente, e a amiga de Lucy, Naomi, estava passando pela mesma coisa, Lucy compreendia o ato de Katherine, sua mãe biológica.

Ela estava assistindo alguma coisa na televisão da sala, na verdade, ela assistia seu celular parado na mesa e imóvel.

BIP. O celular finalmente tocou. Ansiosa, e tremendo, Lucy leu a mensagem anônima.

O celular caiu no chão quando uma Lucy apressadíssima correu escadas abaixo para se calçar e sair correndo em direção ao hospital. Ela estava tão apressada, que se esqueceu do celular no chão da sala. O celular começou a tocar então com o nome Le Carte escrito na tela.

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Lucy entrou afobada no hospital e correu para a recepcionista.

-Olá... Eu... Eu quero ver... Mellie Owens – Ela disse. Tudo o que Lucy mais queria era que a recepcionista com o nome de Nancy no uniforme dissesse que houve um engano, não havia nenhuma Mellie no hospital, e a mensagem não passara de um trote. Um trote cruel, mas ainda assim, um trote.

-Nossa! Você parece cansada! O que você é da Mellie?  - Nancy perguntou sorrindo

-Amiga ­– Lucy respondeu

- A Mellie está recebendo a visita de muitos amigos hoje eim? Onde vocês estavam mês passado? Somente o Dylan e o Sam vinham vê-la! Bom querida, preciso que preencha essa ficha assim como os outros. Depois, suba no sexto andar, quarto seiscentos e dois. –

Lucy preencheu o formulário tão rápido que a letra estava quase ilegível.

Agradeceu a sorridente Nancy e correu para o sexto andar.

“seiscentos e dois, seiscentos e dois... onde diabos está esse quarto?” ela se perguntou impaciente. Encontrou então, o quarto seiscentos e dois.

Bateu na porta e ouviu a voz de Mellie convidando-a a entrar.

O quarto, cheio de equipamentos, era ocupado por uma cama, uma televisão, e aparelhos médicos, assim como duas poltronas que eram ocupadas por Vivian e Amy. Naomi estava de pé ao lado de Mellie.

-Me deixa adivinhar – Mellie disse cansada – você recebeu uma mensagem de alguém anônimo dizendo que eu estou doente. Sim é verdade. Sim eu escondi todo esse tempo por que não queria preocupar vocês. E não, o Sam não é meu namorado. Respondi todas as suas perguntas? – Mellie perguntou impaciente

- Mellie! – Lucy correu até onde a amiga estava e abraçou-a longamente- nunca, nunca, nunquinha, NUNCA MAIS FAÇA ISSO! Eu quase tive um treco! Como você está? O que você tem? É grave? Quando você vai sair daqui? E o que o Sam tem a ver com isso? –

-Bom, pelo visto você assim como as garotas, tem mais um bilhão de perguntas. Ok. Eu tenho uma doença com um nome complicado demais, então chamo de PTI, é grave, eu estou me recuperando. Piorei muito há dois dias, mas agora já estou bem melhor. Quase curada. O Sam é irmão de um amigo meu aqui do hospital, por isso o conheço. E Naomi, eu não namoro o Sam. Nem sequer penso nele dessa maneira. Ele é só meu amigo. Agora vocês vão responder minhas perguntas uma a uma. Naomi, GRÁVIDA? Vivian, golpe da barriga? – Vivian corou quando Mellie disse aquilo – Amy, não quis ficar com o Doug?  E Lucy... Bem, Lucy, na verdade eu não tenho ideia do que está acontecendo com você –.

-Como assim? Mellie, a doente aqui é você! – Lucy disse – você nos escondeu uma doença grave por um mês! Por quê? –

-Já disse. Não queria estragar o lindo rosto de vocês fazendo-as se preocupar e criar rugas antes da idade. Tá, agora todo mundo sabe que eu estou doente. Até o Doug e o Chuck já me visitaram! –

-E o Dylan? O Phillip? – Vivian perguntou nervosa

-O Phillip me ligou... E o Dylan... Bem, pra começar, ele já sabia. E também sabia que eu não queria que ninguém mais soubesse... – Mellie disse – bom. Mas vamos esquecer isso. Que tal vocês irem pra casa. Juro que estou bem. Qualquer coisa ligo pra vocês, mas é que eu estou realmente cansada e quero dormir – Mellie bocejou alto para dar ênfase a sua frase. As garotas não tiveram escolha a não ser sair, mas com promessas de que logo voltariam.

Lucy voltou mais tranquila para casa. Mellie não havia afinal, viajado com o pai (o que seria muito estranho) e a doença apesar de grave, estava quase curada. Lucy chegou em casa, tomou um banho, e estava pronta para dormir quando lembrou do Le Carte. Correu para a sala e pegou o celular do chão. Deu graças a deus que os irmãos estavam no cinema com seus pais, pois queria ver aquilo sozinha, fosse ela aceita, ou não no mesmo local de trabalho de sua mãe biológica.

Ligou o celular, e viu que finalmente, seu tormento teria fim, fosse ele bom ou ruim.