O Amor É Para Mentes Fracas escrita por Tholomew Plague


Capítulo 6
Depressão


Notas iniciais do capítulo

Ei leitoras, quero avisar que dia 28 (data tristonha para avengers) eu estou indo para o litoral e não terei nenhum meio de postar capítulos, só irei voltar para a cidade entre fevereiro e março. Eu não tenho a menor ideia de como minha fanfiction vai ficar porque realmente não existe nenhum meio. Eu acho que voltarei a postar somente ano que vem entre esses meses mas sei o quanto é horrível clicar no "histórias que acompanho" e ver uma fanfiction mofando ali então acho que ano que vem irei excluir minha fanfiction (mesmo que vocês peçam para não excluir, eu acho que excluirei, só ano que vem para ter certeza do que farei). Muito obrigada pelos reviews, eu quase morro de amores lendo eles. Boa leitura.



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Capítulo 6 - Depressão

Larissa's POV.

Acordei no susto, a porta estava sendo espancada enquanto alguém berrava algo.

- LARISSA, VOCÊ ESTÁ AI? ABRE A PORTA! VOCÊ TA AÍ?

Havia sangue seco no chão, no meu braço, no pano que eu colocara sobre meu pulso, na lâmina e nos meus lábios já que eu chupara meu sangue. Meus olhos pareciam pesados, o esforço para mantê-los abertos era muito. O esforço para algum som sair pela minha boca era maior ainda. Minha garganta dói e meus lábios não estão com nenhuma vontade de serem movimentados.

- Larissa? – Juliana estava desistindo de me chamar.

Meu esforço para gritar não era suficiente. Levantei-me do chão e senti tonturas como se fosse desmaiar, sentei-me no vaso sanitário, encostei meus cotovelos em cima de minhas coxas e descansei minha cabeça em minhas mãos. Parece que a depressão me pegou em cheio e a pressão baixa a acompanhou.

- Porque que essa merda tá trancada? – Juliana cochichava para si atrás da porta.
- Calma porra. – Consegui ao menos falar em um tom normal.
- Afe, você tá aí! Porque não avisou? O que você tá fazendo ai?
- Eu estou saindo do banho.

Puxei e expulsei o ar pela boca, dando um suspiro aliviado por Juliana ter acreditado em minha mentira, acabei de me livrar de um interrogatório.

Rapidamente peguei uma toalha qualquer, umedeci e esfreguei na parte do chão que havia sangue. Umedeci outra ponta da toalha e passei por cima de meus ferimentos que ainda doíam intensamente. Peguei a lâmina e coloquei no bolso de minha calça enquanto abria a torneira da pia e molhava meu cabelo desesperadamente. Peguei minha toalha de banho e enrolei em meus cabelos. Passei desodorante com muita dificuldade já que ainda sentia muito moleza no meu corpo. Enfiei o pano ensanguentado e a toalha que eu limpara o chão e os ferimentos no fundo do cesto de roupa suja, peguei meu celular do chão e saí do banheiro com os olhos ainda pesados.

- Que demora hein! – A loura passava por mim me fitando. – O que é isso na sua boca? – Ela franzia o cenho.

Rapidamente lambi meus lábios com gosto de sangue e continuei a caminhar. Estendi minha toalha no varal e peguei o secador de cabelos para secá-los. Após secá-los coloquei meu casaco de couro e fui para a garagem do edifício. Entrei no meu carro e dirigi até um bar.

Três e meia da tarde e eu já estava naquele estado, acabada. Um abraço, somente um abraço do meu melhor amigo e tudo isso passaria... Aquele idiota, nunca devia ter o conhecido. E é por isso que eu não gosto de me socializar – digo pela terceira vez – se minhas amizades de anos já são uma merda – tanto de Juliana quanto de Lucas – imagina a merda que as amizades recentes são.

Está tudo tão podre e velho dentro de mim, tudo tão morto! Eu já não aguento mais, enjoei da vida, eu e ela temos um ódio correspondido.

Sentei-me em uma mesa no bar e pedi por uma cerveja. Em alguns momentos dava alguns goles e parava para refletir sobre algumas coisas, já em outros momentos eu engolia enormes goles de álcool como se fosse puro veneno, eu desejava morrer.

Acabei por apoiar minha cabeça em cima de meus braços cruzados sobre a mesa e adormeci. Eu precisava mesmo daquele cochilo porque quando acordei não estava com tanta dor de cabeça e já não sentia meus olhos pesados.

Olhei para meu relógio, seis horas da tarde e o céu já estava querendo escurecer. Olhei em minha volta, o bar parecia mais cheio. Entre tantos rostos, reconheci um. Aquele cabelo armado e aquele corpo fino, eu conheço de algum lugar. O rapaz virou-se e assim eu pude perceber seus dois piercings nos lábios. Ele sorria enquanto alguém se aproximava, uma menina se aproximava. Ele enroscou suas mãos na cintura dela e ela no pescoço nele – NÃO, AQUELE PESCOÇO É MEU, SAI DAI VADIA – e um beijo. Eles se beijaram. Eles estão se beijando. E eu assistindo tudo de plateia. Eu não mereço a vida. Certamente aquela menina é a Dani, conheço Lucas e ele é um cara fiel de uma mulher só. E droga, ela é realmente bonita. Baixinha, cabelos enrolados, bastante seios e bunda, nunca que eu chegaria aos pés dela, logo eu que tenho braços e pernas finas, barriga grande e um cabelo que não sabe definir o que é.

Fui em direção ao balcão, paguei as minhas dívidas e sai daquele bar com o maior cuidado para que Lucas não me notasse. Assim que sai daquele bar, tornei a chorar, é muita saudade e muito amor – de amigos – que eu sinto por ele e ele simplesmente não liga! Ele prefere ficar com aquela vadiazinha! NINGUÉM SE IMPORTA COMIGO! Eu estou sozinha. Sozinha e destruída.

Sempre que sofro, arranjo auto confiança – como arranjei quando peguei Luiz me traindo no flagra – e não será diferente. Eu tenho certeza do que eu quero: me destruir por completo. Nada da certo pra mim nessa porra dessa vida, então vou ferrar com tudo mesmo!

O céu já estava escuro e eu continuava a caminhar sem rumo pelas ruas, entrava principalmente pelos becos para ver se algum assassino queria me ajudar a ferrar com minha vida mas nem isso tinha. Por sorte encontrei um grupo de homens na rua, eles estavam em uma rodinha e eu sentia de longe o cheiro de maconha. Estavam sem camisa – não sei porque, eles não tinham nada de músculos para serem mostrados – e rindo. Se eu estava com medo? Claro, nunca senti tanto medo assim mas minha vida já esta uma merda, se eles me matarem iria melhorar! Aproximei-me deles.

- Olá. – Ri ao término da palavra.

Eu parecia uma psicopata rindo daquele jeito sem nenhum motivo – na verdade o motivo é que minha vida é uma merda, essa é a piada.

- Oi gatinha! – Um garoto de bermuda jeans falou para mim.
- O que estão fazendo de bom? – Continuava a rir no termino da frase.
- Estamos fumando. – O mesmo garoto se aproximou de mim e colou seu corpo no meu.
- Vocês conseguem um para mim? – Sorri e passei minha mão por trás da nuca do garoto.

Por sorte aquele garoto era bonito, aparentava ter uns 24 anos enquanto os outros aparentavam ter mais de 30 – na verdade 40, porque puta que pariu, como são feios.

- Toma aqui. – O garoto me alcançava.

Eu peguei o baseado e notei minha mão estar tremendo de mais, e não era pra tanto, eu estava com muito medo mas mesmo assim continuei, coloquei o baseado em minha boca enquanto o garoto acendia. De começo eu espremi meus olhos – essa merda é ruim pra caralho.

- Qual é o seu nome? – O garoto de olhos vermelhos perguntou.
- Letícia – Inventei – e o seu?
- Bruno.

O rapaz denominado Bruno se pôs ao meu lado e colocou sua mão livre em minha cintura enquanto com a outra fumava sua maconha. Eu estava odiando tudo aquilo, há minutos atrás eu queria me meter no meio desse grupo de rapazes que pareciam ser perigosos para poderem me assassinar, mas agora eu me sinto insegura como se eles fossem me abusar antes de tudo, eu não estava gostando nem um pouco da situação, eu estava completamente com medo e aquela porra do Lucas não saía da minha cabeça. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

- Você está bem? – Bruno perguntava assim que parava de rir pelos gnomos que viu.
- Sim.
- Porque está chorando Letícia, o que aconteceu?

Bruno colocou suas mãos sobre meus ombros e me virou para que eu ficasse frente a frente com ele, me puxou e deu-me um abraço. Eu não retribuí o abraço, estava assustada demais para isso, o garoto desceu suas mãos até minha bunda, colocou uma mão em cada glúteo e mexeu, ele movimentava suas mãos em movimentos circulares e apertava, eu não sabia o que fazer, se corresse teria o risco de eles me alcançarem e me levarem para um lugar desconhecido para me abusar. Eu estou perdida, sem saída, não há nada que se possa fazer.

Parando pra pensar eu não gostaria de morrer por homicídio, não sei o que deu em mim aquele minuto para decidir isso mas pouco importa aquela hora, agora eu já fiz besteira e não tem como desfazer.

Bruno afastou-se de mim e olhou para meus seios, se eu fosse fazer algo seria agora já que eu não estava cercada e sim do lado de todos os homens. Olhei para o lado da rua de onde vim e corri, corri como nunca corri na vida, eu chorava em meio à corrida, eu ouvia gritos atrás de mim e não ousava olhar. Eu olhava para o chão, olhava para a rua, para o céu, para as casas, para o poste, eu não sabia nem para onde olhar! Tropecei e caí no chão, levantei-me rapidamente, olhei para trás e os homens que estavam atrás de mim haviam desistido de me pegar.

Eu estava ofegante, ainda corria, porém corria com pouco esforço, apenas para achar um lugar para ficar. Senti um formigamento em meu joelho, ele estava queimando de ardência, olhei-o e notei gotas de sangue escorrendo pela minha perna, eu ralei meu joelho gravemente, está todo fodido!

Já não corria e sim caminhava, entrei em algumas ruas, já não conhecia mais nada e não sabia onde estava. Hora de parar, estou realmente muito fodida, eu preciso descansar. Avistei um cachorro, cheguei perto dele, ele me cheirou, agachei-me e fiz carinho nele. Com certeza um vira lata, todo peludo e branco com algumas manchas de tom marrom. Dei alguns passos para trás, meio agachada e esfregando os dedos para o cachorro me seguir, assim ele fez, o guiei até para trás de uma árvore. Sentei-me na grama bem escondida por causa da árvore e fiz sinal para o cachorro deitar-se ao meu lado. Ele ficou de quatro ao meu lado, depois sentou-se conforme eu o acariciava. O cachorro é bem magro, dá para sentir suas costelas.

- Você está com fome? – Perguntei enquanto chorava ainda do susto e por causa de minha vida fodida.

Minha vontade era de me matar ali mesmo, minha vida não tinha continuação, eu nunca iria mudar meu personagem na minha vida, sempre seria a garota problemática que odeia todo mundo e que não tem motivos para viver, eu nunca conseguiria ser uma menina feliz com um namorado fiel e uma vida perfeita. Eu toquei no assunto do namorado porque eu estou realmente precisando de alguém do meu lado, preciso de alguém para me proteger, meu nível de carência subiu. É, eu realmente preciso de alguém, não para eu e amar e nem para me amar, nessas coisas eu não acredito, mas sim para me proteger e estar do meu lado sempre que precisar. Que diabos estou pensando? Se nem meu melhor amigo de anos faz isso, quem dera se eu arranjasse um homem que faça.

Eu ainda estava com muita raiva de tudo, fincava minhas unhas contra meu punho e espremia meus olhos, é muita raiva. Coloquei minha mão no bolso de minhas calças e tirei minha lâmina que eu acabara de lembrar que estava ali. Pressionei a lâmina contra meu braço e puxei-a rapidamente, era tão bom sentir aquilo de novo, essa sensação de alívio! Continuei a fazer aquilo até me sentir totalmente sem culpa de tudo o que acontecia na minha vida, até tirar o peso de meus ombros.

Olhei para o cachorro e ele fitava minha ação com ternura. Estendi meu braço até seu fuço, o cachorro cheirou e deu uma lambida em meu braço. Olhou para mim como se pedisse permissão para continuar e depois de eu muito insistir com olhares e carinhos, o cachorro rendeu-se e lambeu meus ferimentos. Mais do que nunca eu me senti importante, além de estar me purificando, eu estava ajudando a amenizar a fome de um cachorro.

Depois de algum tempo, deitei-me encostada no cachorro e com muita dificuldade dormi.


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