A Weird Thing Called Friendship escrita por lovemyway


Capítulo 1
Uma coisa estranha chamada amizade


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! Bateu inspiração pra uma one shot... Então aqui vai, espero que gostem! :D



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–– Vocês acham que isso é difícil? –– gritou Sue Sylvester através do seu megafone. –– Tentem afogamento, isso sim é difícil! Eu estou tendo sérios problemas para distingir vocês de bonecos de posto; para mim, todos são patéticos! Refaçam a rotina novamente e tentem não fazer com que Katy Perry se levante do túmulo para matar cada um de vocês!

–– Mas ela está viva –– disse Kitty, uma das novatas, que tinha as mãos sobre o joelho e buscava recuperar o fôlego.

–– Viva? –– gritou a treinadora, apontando o dedo em sua direção. –– Depois de assistir uma cena deplorável como essa, qualquer um morreria de desgosto!

Soltei um bufo irritado e balancei a cabeça. Porque, sério, aquela mulher é simplesmente inacreditável! Nós repassamos a coreografia zilhões de vezes, e mesmo quando tudo está absolutamente perfeito, ela ainda consegue encontrar/inventar algum defeito para nos colocar para baixo. O pior de tudo, embora, é que sua maldita estratégia de intimidação realmente funciona. Ninguém se atreve a não dar 210% por cento de si mesmo em cada treino; e, se não estiver comprometido, será expulso do time na mesma hora. Então, permanecer até o final do dia é como um troféu; significa que ao menos alguma coisa certa está sendo feita.

–– Se essa vadia abrir a boca mais uma vez, eu juro que vou descer o Lima Heights naquele traseiro branco –– murmurou Santana.

–– Não fale assim da treinadora, Santy –– sussurrou Brittany, lançando um olhar preocupado na direção de Sue. –– Se ela escutar...

–– Treinadora? –– resmungou a latina. –– Eu estou falando da novata. Ela tem merda na cabeça, por acaso?

–– Não fale assim dela –– disse Brittany com urgência. –– Lord Tubbington me disse que ela é o anti-xisto...

–– Você quer dizer anti-cristo? –– perguntei confusa.

–– Algo assim –– concordou Brittany, dando de ombros. –– De qualquer forma, ele disse que ela vem do Inverno...

–– Inferno –– corrigi, escondendo o riso.

–– Isso... E que ela tem uma cara azeda porque, quando era criança, ela chupou um limão e não gostou. Mas eu não entendi o que ele quis dizer... Porque se eu chupar um limão e também não gostar, quer dizer que minha cara também vai ficar deformada? Porque, tipo, eu não gosto de limão... Menos quando tomo com bebida... Mas isso é diferente, não é?

–– Fico imaginando de onde o Lord Tubbington ouviu isso –– comentei, lançando um olhar divertido na direção de Santana. –– Não se preocupe, Britts, você pode chupar limão o quanto quiser. E não há nada de errado com a cara dela.

–– Santa Quinn –– disse Santana sarcasticamente. –– A protetora dos anões de jardim, das pessoas feias, das grávidas do melhor amigo do namorado e das falsas virgens; a eterna claustrofóbica, e arquiinimiga do Aslam.

–– Por que você não gosta do Aslam, Q.? –– perguntou Brittany confusa.

–– Porque ele queria manter ela em Nárnia –– zombou Santana. –– Mas é uma sorte que sempre tenhamos alguém com mãos de homem para dar aquele puxãozinho, não é mesmo?

–– Verdade, Santana? –– perguntei, arqueando a sobrancelha. –– E foi alguém com mãos de homem que te fez sair do armário?

–– Não se preocupe com isso, Q. –– respondeu a latina, dando uma piscadela na direção da namorada. –– Eu gosto de mãos mais macias. Mas, hey!, sinta-se a vontade para sentir uma mão cheia de calos no seu corpo. Agora, não diga que eu não avisei quando você for para a cama com a Ru Paul e descobri que ela, na verdade, é um...

–– Ok, chega! –– exclamei irritada. –– Você é impossível, Santana!

–– Apenas dizendo a verdade! Não precisa ficar toda irritadinha –– retrucou ela, sorrindo.

–– Rachel é uma mulher, Santy –– disse Brittany, ficando séria de repente. –– Tenho certeza disso.

–– E como você teria tanta certeza? –– perguntei, cruzando os braços sobre o peito.

Brittany apenas abriu um largo sorriso e deu de ombros.

–– Acho que você vai ter que perguntar a ela.

Santana e eu trocamos olhares surpresos. Talvez eu não quisesse saber, afinal de contas.

–– O que vocês estão esperando para se mexer? –– gritou Sue. –– Andem, seus molengas, essa coreografia não vai se realizar sozinha!

Nós três gememos ao mesmo tempo. Porque, sério, aquela mulher era um pesadelo!

~ *-* ~

–– Você vai nos meter em confusão, Noah –– murmurei, olhando por cima do ombro.

–– Relaxa, Rae, eu disse que tenho tudo sob controle.

–– Você disse a mesma coisa na última vez –– retruquei. –– E, por isso, pegou uma semana inteira de detenção.

–– Não vão descobrir dessa vez, ok? –– disse ele, revirando os olhos. –– Apenas me ajude com isso.

Soltei um pequeno gemido. Noah sempre será o meu "jewbro", mas eu realmente gostaria que ele parasse de se meter em confusões. E, ainda por cima, que parasse de me arrastar para cada uma delas; tudo bem, ele nunca diz que eu estou envolvida –– provavelmente porque eu nunca faço nada além de dizer que é uma má ideia ––, mas, ainda assim, há sempre o medo constante de ser pega em flagrante e ter a brincadeira escrita permanentemente em meu currículo. Isso seria simplesmente péssimo para as aplicações para a Faculdade. Infelizmente, essa era uma da qual eu precisava participar. Questão de honra.

–– O que estamos fazendo, de qualquer forma? –– perguntei.

Noah abriu um largo sorriso e finalmente conseguiu arrombar a sala do zelador, que passou a ficar trancada desde que os professores descobriram se tratar de um "point" para casais –– geralmente Brittany e Santana ––; minha boca foi ao chão quando ele abriu a porta e eu vi o que tinha dentro. Muitos rolos de papel higiênico; várias latas de spray; patos de borracha, e, como se tudo isso não bastasse...

–– Puta merda –– sussurrei baixinho.

–– Wow –– disse Noah, rindo. –– Nunca pensei que escutaria minha jewbabe falando palavrão!

–– Puckermann, você tem uma mente maligna –– disse, balançando a cabeça. –– Onde você arrumou isso?

–– Vizinhos com cachorros –– disse Puck, dando de ombros. –– Eles sempre esquecem de limpar o número 2.

–– E você gentilmente faz isso por eles, não é mesmo? –– resmunguei sarcasticamente.

–– Claro! –– concordou Noah. –– Sabe como é, solidariedade, e toda essa merda.

Balancei a cabeça e comecei a rir.

–– Anda logo com isso antes que alguém nos descubra.

–– Não se preocupe com isso –– disso Noah, dando uma piscadela em minha direção. –– Não vamos ser descobertos.

–– Você tem tudo o que precisa?

–– Ainda não. Só mais algumas coisas... Você vai precisar pegar para mim; vai parecer suspeito se eu for. E então, a operação vingança estará em andamento.

–– Oh meu Deus, estou ferrada –– murmurei.

Mas, internamente, eu estava realmente satisfeita com o que estávamos prestes a fazer. Ia ser um belo de um espetáculo.

~ *-* ~

Uma semana antes


–– Hey Rachie! –– chamei, correndo em sua direção e dando-lhe um abraço apertado.

–– Britt, hey! –– ela me abraçou de volta. –– Como você está?

–– Bem! –– disse sorrindo. –– E você?

–– Ótima –– respondeu, dando de ombros.

–– Então Rachie, eu só queria agradecer de novo por você ter ido comigo nesse final de semana para ver os patos. Você sabe, eu os amo. Porque tem algo sobre eles que é bem legal, tipo o bico, ou a cor. Eles são lindos. Enfim, obrigada por ter ido comigo, porque a San ficou presa estudando para matemática. Ela diz que não estuda, mas isso não é verdade.

–– Eu sei –– disse Rachel rindo. –– Sem problemas, B. De qualquer forma, foi bom poder passar um tempo com você. Não temos feito muito isso ultimamente.

–– Eu sinto muito por isso, Rachie –– murmurei, sentindo as lágrimas encherem meus olhos. –– Você realmente me perdoou?

Rachie e eu éramos as melhores amigas no ensino fundamental; ela me ajudava com a lição de casa e a estudar para as provas todos os finais de semana, sem nunca reclamar, mesmo que isso a fizesse perder algum de seus filmes favoritos que fosse passar na televisão. Ela era a única garota que nunca me chamou de estúpida, e que sempre me defendeu quando todos falavam de mim pelas minhas costas. Só que, quando o ensino médio começou, eu me juntei às líderes de torcida e Rachie entrou para o clube do coral; a treinadora Sylvester não ia me deixar fazer parte dos dois, por isso, eu tive que escolher. Foi mais ou menos nessa época que eu comecei a gostar da Santy, e conheci a Q., e acabei deixando Rachie de lado. Nunca fiz nada para machucá-la, mas também nunca impedi que ninguém fizesse. Isso ainda faz com que eu me sinta culpada.

–– Hey Britt –– disse Rachie, levantando a minha cabeça e enxugando as minhas lágrimas. –– Eu já disse que está tudo bem, ok? Sim, eu te perdoei. Eu entendo porque você fez isso; além do que, você nunca me machucou.

Era mentira, e eu sabia disso. Eu machuquei Rachie; talvez não fisicamente, mas eu já a vi chorando quando Q. e Santy jogavam raspadinhas nela. E então, seus olhos encontravam os meus e se enchiam de lágrimas; eu sabia que não era por causa do slushie, mas por eu nunca ter impedido que eles acontecessem.

–– Você é minha amiga, e amigos cometem erros. Mas isso é ok, porque amigos também perdoam. Eu te amo, Britt. Você sabe o quanto é importante pra mim.

–– Sou mesmo? –– perguntei insegura.

–– Sim. Você é linda, inocente, engraçada, minha melhor amiga, e uma das garotas mais inteligentes que já conheci.


Mas antes que eu pudesse responder alguma coisa, um jogador de hóquei empurrou Rachel contra seu armário e jogou raspadinha em cima dela. Ele começou a rir e apontou para mim.

–– Ela, a pessoa mais inteligente que você conheceu? Em que mundo você vive?

–– No dos perdedores –– zombou o outro jogador, rindo também. –– Duas idiotas! Quem será mais estúpida? A loirinha que dá pra todo o colégio, ou a anã que acha que por namorar a capitã das líderes de torcida é alguma coisa? Acordem, as duas, vocês não passam de...

Não escutei o que ele tinha a dizer. Saí correndo para o banheiro feminino mais próximo, sentindo meus olhos arderem por causa das lágrimas. Eu odiava que me chamassem de estúpida.

~ *-* ~

–– Hey Britt, tudo bem? –– perguntei preocupada.

–– Claro San, por quê?

–– Você ficou tão calada de repente...

–– Não é nada –– disse, dando de ombros. –– Você vai estudar de novo esse fim de semana?

–– Desculpe, Britts, mas eu tenho prova segunda-feira.

–– Tudo bem. Rachie pode me levar de novo.

Arqueei a sobrancelha. Rachie? Ela já estava chamando a anã com apelidos carinhosos? Não que isso me incomodasse, realmente, mas depois do que ela disse na hora do treinamento, aquilo era, no mínimo, curioso. Imaginei a cara da Q. se ela tivesse escutado isso. Que cor ela estaria agora? Roxo? Vermelho? Rosa? Ou seria um verdadeiro arco-íris, feito ela?

–– Então, você vai me contar o seu lance com a Gayberry?

–– Por que você chama ela assim? –– perguntou Britt. –– Nós também somos gays, não somos?

–– Não sei –– admiti, dando de ombros. –– Só é legal tirar onda com ela e com a Q.

–– Você ama as duas –– disse Brittany rindo. –– Eu sei disso.

–– É verdade... Mas você nunca ouviu isso da minha boca –– acrescentei rindo. Diabos, minha garota estava certa. Quinn era um projeto de Santana Lopez, e talvez ela fosse tão foda quanto eu algum dia. E a anã... Porra, depois de um tempo, era meio que impossível não começar a gostar dela. Às vezes, quando eu estava muito bêbada, eu chegava até a achar seus monólogos adoráveis... E foi aí que eu decidi parar de beber. Nem toda diversão do mundo vale o dano permanente do meu cérebro. –– Mas então, você vai me contar?

–– Não tem muito pra dizer, na verdade –– disse Britt, dando de ombros. –– Rachie e eu fomos amigas há muito tempo.

–– Mesmo? –– perguntei surpresa. –– Eu não sabia disso.

–– Por que você acha que nunca joguei slushie nela?

–– Nunca reparei nisso. Quando vocês foram amigas?

–– No ensino fundamental.

–– E deixaram de se falar quando você entrou nas líderes?

–– Sim... Como você sabe?

–– Adivinhei –– disse. –– Era o único motivo que eu poderia pensar. A Berry seria louca de não querer ter você como amiga.

–– Fui eu quem a abandonei –– murmurou Britt.

–– Está tudo bem, Britt, tenho certeza que ela entende.

–– Ela disse que me perdoou... Mas, San, eu não acho certo.

–– Todos cometem erros.

–– Mas eu fui a primeira dela –– murmurou Britt. –– Deve ter sido tão doloroso ter sido magoada por mim.

–– Olha, Britt-Britt, você... Ei, espera, você o que? –– perguntei chocada.

Ou eu estava surda, ou minha namorada acabara de dizer que tinha sido a primeira de Rachel Berry. "Que isso não signifique o que eu estou pensando, que isso não signifique o que eu estou pensando, que isso..."

–– Eu fui a primeira dela –– repetiu Britt.

–– A primeira garota com que ela esteve? –– perguntei, apenas pra confirmar.

–– A primeira pessoa com quem ela esteve.

–– Puta. Que. Pariu –– sussurrei. –– Ela foi a sua primeira?

–– Foi –– admitiu Britt.

–– Quinn vai surtar quando descobrir isso –– disse, balançando a cabeça.

–– Acho que não –– disse Britt, sorrindo.

–– Oh meu Deus! –– exclamei, caindo na risada. –– Não vai dizer que ela também?

–– Elas precisavam começar em algum lugar... –– disse ela, sorrindo.

Isso só me fez rir ainda mais. Talvez qualquer outra pessoa fosse ficar chateada por saber que sua namorada perdeu a virgindade com um anão, e que foi a primeira mulher da garota dela... Mas, hey, eu sou Santana Lopez. E, para mim, tudo aquilo era simplesmente hilário. Minha garota realmente era a mais foda de todas. Abracei Britt pela cintura e a trouxe para mais perto de mim.

–– Eu te amo, Britt.

–– Eu também te amo, San.

E então, eu a beijei. A hobbit e Juno tiveram sua vez; agora, Brittany Susan Pierce era completamente minha. E, dependendo de mim, sempre iria ser.

~ *-* ~

–– O que diabos vocês estão fazendo? –– perguntou Quinn, franzindo o cenho.

–– Vingança –– murmurou minha jewbabe em resposta.

–– Dois daqueles imbecis do hóquei fizeram a Brittany chorar. Então jewbabe aqui veio procurar o mestre, e tramamos essa juntos. Levou a semana inteira pra reunir tudo isso... Mas finalmente vamos conseguir colocar o plano em prática. Quer ajudar?

–– Fizeram a Britt chorar? –– disse Quinn, um brilho sinistro em seus olhos. –– Estou dentro.

–– É isso aí –– sorri, acenando com a cabeça. –– Time Puclebray!

–– Isso soou patético, Noah –– resmungou Rachel. –– Atenha-se ao plano.

Revirei os olhos, mas concordei. Quinn sorriu e beijou Rachel levemente, logo em seguida passando o braço pelos seus ombros. Elas estavam juntas há algumas semanas, e eu ainda ficava extremamente feliz sempre que as via de mãos dadas pelo corredor. Depois do nosso relacionamento fracassado no segundo ano, Rachel e eu mantivemos contato. Entrentanto, depois que Quinn engravidou, as coisas ficaram meio estranhas entre nós. Ela também estava com raiva de mim por não ter contado absolutamente nada, e por ela ter sido a última a saber; além disso, Rach também ficou furiosa por eu não ter dito ao meu melhor amigo que tinha engravidado sua namorada. Levou um tempo até que ela me perdoasse, e que voltássemos a nos falar.

Eu acompanhei desde o começo o romance Faberry. A insegurança de Rachel, o medo de Quinn, a cabeça dura das duas... Foi preciso uma boa dose de Santana Lopez, Brittany Pierce e Noah Puckermann para fazer com que elas admitissem o que sentiam uma a outra. Entretanto, para elas assumirem em público a relação demorou mais uma eternidade –– duas semanas ––, mas depois que elas finalmente o fizeram, tudo acabou bem.
É claro, teve aqueles idiotas que quiseram bancar os engraçadinhos. Mas todo o clube do coral ficou ao lado delas; até mesmo Finn, que eu pensei que fosse derrubar cadeiras ou algo assim, foi super compreensivo. Embora, na verdade, eu acredite que ele só estivesse tão legal com tudo isso porque não tinha mais interesse amoroso em nenhuma delas duas. Nesse ponto, é uma sorte que ele se apaixone quase tão rápido quanto uma garota muda de roupa. De qualquer forma, eu estava orgulhoso das minhas duas garotas.

–– E então, como vai ser? –– perguntou Quinn, observando o material do crime.

–– Nós vamos colocar tudo isso dentro dos armários deles –– esclareceu Rae.

–– Yeah –– concordei. –– Os sprays são para pixar os armários; o papel higiênico vai ficar lá dentro cheio disso...


E apontei para as embalagens de plástico cheias de merda de cachorro.

–– E os patos servem como aviso, para eles saberem do que se trata e que não devem mexer com as pessoas erradas. Para finalizar, um banho de raspadinhas –– completou Rae.

–– Totalmente badass –– acrescentei sorrindo. –– Estou orgulhoso de você, Rae.

–– A maior parte da ideia foi sua, Noah –– disse ela, revirando os olhos. –– Eu só disse que deveríamos fazer alguma humilhação pública, e que deveríamos colocar algo no armário deles.

–– O que importa é que o plano é genial, e que somos totalmente fodas.

–– Meu Deus –– murmurou Quinn. –– É como estar olhando para a versão masculina da Santana.

–– Yeah, ela gostaria de ser tão bonita –– comentei, fazendo as duas rirem. –– Mas vamos logo com isso antes que as moças apareçam.

Como estávamos no horário de almoço, não havia uma alma viva sequer no corredor. Nós conseguimos levar nossos materias para a cena do crime sem que ninguém percebesse; Rae arrombou os armários –– porque eu precisei ensinar minha jewbabe algumas técnicas se ela fosse começar a andar comigo ––, Quinn colocou os patos de borracha, e eu fiquei com a parte suja –– literalmente –– de sujar os papeis higiênicos com a merda dos cachorros. Por sorte, Rachel conseguiu me arrumar umas luvas, então eu não ficaria com o cheiro –– e sujo –– das evidências. Assim que terminei, as garotas pixaram coisas ofensivas nos armários, e saímos correndo dali o mais depressa possível.

Tudo o que precisamos fazer depois foi esperar. Eles apareceram alguns minutos antes do almoço terminar, quando o corredor já estava cheio de gente, e soltaram gritos extremamente agudos ao verem o que tinha acontecido. Rachel, Quinn e eu caímos na gargalhada. E, então, Finn e mais alguns garotos do clube do coral que recrutamos para o plano fizeram o gran finale ao jogar as raspadinhas em cima dos otários e chamarem eles de perdedores.

BANG, lição aprendida! Mas é como diz o ditado, "mexeu com os meus amigos, mexeu comigo". Agora, aqueles idiotas sabiam disso, e nunca mais iam mexer com nenhum de nós.

Fuck yeah!

~*-* ~

–– Então –– comentou Santana Lopez, sentada na cama da namorada e observando suas duas melhores amigas. –– Eu devo supor que vocês estão envolvidas no que aconteceu hoje com aqueles brutamontes?

–– Por que estaríamos? –– perguntou Rachel, num falso tom de inocência.

–– Corta essa, Ru Paul, a Britt me contou o que aconteceu.

–– E você não ia fazer nada? –– indagou Quinn, arqueando a sobrancelha.

–– Ela me pediu –– disse Santana, dando de ombros.

–– Não a mim –– murmurou Rachel sombriamente. A latina riu.

–– Sabe, hobbit, você não é tão ruim quanto parece.

–– Você me ama, Santana, admita isso –– disse Rachel, revirando os olhos.

–– Convencida –– resmungou a latina.

–– Mas é a verdade –– disse Quinn. –– Hey, Britt, a S. não ama a Rach?

Brittany saiu do banheiro com seu patinho de borracha na mão, um sorriso enorme estampado em seu rosto. Rachel e Quinn trocaram olhares divertidos; elas tinham conseguido pegar um para guardar para Brittany antes de jogarem o resto no armário dos idiotas.

–– Ama muito –– concordou Britt. –– Ela me disse hoje!

–– Hey! –– exclamou Santana indignada.

Rachel, Brittany e Quinn começaram a rir. Não é como se elas precisassem ouvir, de qualquer maneira. Às vezes, um olhar basta. E, naquele momento, os olhares das quatro garotas significavam exatamente a mesma coisa: "Eu sou muito sortuda por ter amigas como vocês".


Fim.



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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? :D