Vou doar órgãos, ajudar velhinhos a atravessar a rua, não poluir o meio ambiente, qualquer coisa para fazer com que isso não tenha acontecido, QUALQUER COISA.

Fiquei parada em um transe profundo me xingando e pensando como eu sou uma imbecil – POR QUE BEIJOU O THAI, QUEEN? – uma completa imbecil, mais que o Random – e eu pensei que era impossível ser mais imbecil que um cara que se defende com uma faca na boca durante um "assalto". O Thai estava sentando – sem camisa, para melhorar a situação – com seus braços apoiados em suas pernas e sua cabeça erguida me fitando. Seu rosto estava perverso, e seus lábios estavam tortos fazendo algo semelhante a um sorriso. Como estava ficando com medo resolvi me afastar, mas o Thai segurou meu pulso me impedindo de sair.

- O que aconteceu Queen, estava tão confiante agora pouco – Ele disse abrindo um sorriso levantando – O que é isso no seu rosto, medo? – Perguntou se aproximando .

- M-medo? – Balbuciei – De que, de você? – Dei uma risada sarcástica – Nunca.

- Isso é ótimo – Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo para trás me fazendo fechar os olhos com força – Posso perguntar outra coisa?

- O que? – Perguntei desviando o olhar.

Ele ficou em silêncio por um momento, depois chegou perto de minha orelha e sussurrou.

- Pode me beijar outra vez?

Meus olhos se arregalaram e eu o fitei imediatamente. Sua expressão ansiosa fez eu ficar ainda mais nervosa. Mas que merda têm na cabeça dele? Não sabia bem o que fazer, só sabia que o rosto do Thai estava queimando na minha mente, que seu sussurro ecoava na minha cabeça sem parar, e que eu queria muito beijar ele naquele momento. A culpa não era minha – se o Thai fosse menos sedutor ajudaria – mas o que de pior pode acontecer? Eu já estou ferrada mesmo.

Coloquei minha mão em seu ombro fazendo ele erguer o corpo em minha direção.

- Não pode? – Ele perguntou ainda sussurrando a centímetros do meu rosto.

Minha mente pifou. Fechei meus olhos e levantei meus pés alcançando seus lábios fazendo com que ele me segurasse com uma de suas mãos.

- Pode me soltar agora? – Falei tentando me afastar e não fitar seus olhos.

- Nem se eu quisesse.

Sua mão que estava em minhas costas subiu até minha nuca fazendo com que eu não tivesse outra opção além de laçar meus braços em seu pescoço, ele encostou sua testa na minha e me olhou por alguns segundos. Passou suas mãos de minha nuca para meu rosto, me segurando com as duas mãos encostando nossos lábios de novo. Ele se moveu lentamente encaixando sua boca na minha, mordendo meu lábio inferior e desencaixando logo em seguida, fazendo com que eu puxasse seus fios para me erguer e acompanhar seu ritmo. Fui dando passos para frente fazendo com que ele se apoiasse no sofá e fosse se abaixando para sentar de acordo eu estava me posicionando. Coloquei meu joelho no sofá, apoiando meu corpo colocando o outro prendendo o Thai entre minhas pernas ficando sobre ele e finalmente desencostando nossos lábios e encarando um ao outro.

Seus cabelos já estavam consideravelmente grandes e alguns fios ficavam em seu rosto e os outros escorriam para o lado fazendo seus traços ficar mais a amostra. O jeito que suas orbes claras me olhavam, era digamos que era – sou uma pervertida completa agora – obsceno.

Ele passou a língua entre os lábios e puxou meu rosto para perto de novo, joguei meu cabelo para trás e fui me aproximando de acordo com a força que meus fios eram puxados. Ele selou nossos lábios novamente só que dessa vez com beijos rápidos, meio desesperados. Uma de suas mãos foram para minha cintura permanecendo la por alguns segundos – bem poucos – e logo escorregou para minha lombar passando a ponta dos dedos por dentro do meu short depois subindo levantando minha blusa passando os dedos pela minha espinha fazendo meu corpo fraquejar.

- Deixa eu ficar por cima – Ele disse com a voz fraca meio arfante colocando meus cabelos para trás outra vez.

Em seguida virou meu corpo rapidamente me prendendo entre suas pernas voltando a me beijar. Seus lábios soltaram minha boca e começaram a percorrer meu pescoço, mordiscando até chegar em minha clavícula. Puxei seus fios fazendo com que ele voltasse a me beijar, pedindo então passagem com a língua que logo concedi. Cada parte que o Thai me tocava fazia meu corpo queimar, seus beijos me sufocavam. E sempre que parávamos alguns segundos para respirar minha boca reagia e voltava a beija-lo de novo. A medida que os beijos ficavam mais intensos minhas mãos percorria suas costas arranhando-as com força fazendo ele gemer baixo contra minha boca.

- Acho melhor... – Ele falou se afastando um pouco – agente parar.

- Por que Thai? Agora você está com medo? – Debochei.

- Quer me provocar mesmo nessa situação? Não estou em condições de ficar só em beijos agora, vai assumir as consequências?

- Do que você est- – Parei de falar finalmente entendendo o que ele quis dizer – ta, melhor agente parar – Disse me encolhendo sentindo meu rosto queimar.

Ele ainda estava sobre mim, me olhando. E eu estava reparando muito no Thai. Minha mente ainda estava processando o que tinha acabou de ocorrer, ela estava processando como eu podia ter gostado tanto. Aposto que amanhã ele nem vai olhar pra mim, irá para o colégio sozinho, ficarei sem café da manhã, irei contar tudo para o Taylor, surtar, roubar doce de criancinhas com o Random e depois voltar pra casa, ver um desenho dele e tudo vai ser como se nunca tivesse acontecido. O problema era, por que eu estou insatisfeita com isso?

"– É por que você finalmente se deu conta que está apaixonada por ele?"

As palavras do Taylor começavam a ecoar em minha mente. NÃO. Não posso me apaixonar, eu não vou me apaixonar pelo Thai! Quer saber, acho que eu preciso arranjar um namorado.

"Você já pensou em o que vai dizer pra ele? Algo do tipo "Enquanto eu não admito pra mim mesma que estou apaixonada pelo Thai você pode satisfazer meus desejos sexuais?"

Foi quando me dei conta que sempre, desde que eu "gostava" do Deniel, ele sempre dizia que na verdade eu estava apaixonada pelo Thai, era sua resposta para tudo. Queima no inferno Taylor! Toma no seu cu, seja sacrificado num ritual, caia de um prédio e me diz que é tudo mentira. O Thai nunca vai se apaixonar por mim, e eu nunca vou me apaixonar por ele.

Ele se ergueu o suficiente para que eu puxasse minhas pernas para que ele sentasse saindo de cima de mim. Fiz o mesmo ficando do seu lado.

- O que foi, não vai falar nada? – As palavras saíram da minha boca automaticamente.

- Minhas costas estão doendo – Ele disse tentando alcançar os arranhões que eu tinha feito.

- De tudo no mundo, você tinha que falar isso?

- Você pode ser bem selvagem quando quer – Ele disse me olhando mordendo os lábios.

- CALA A BOCA – Falei tacando uma almofada na cara dele – Quer saber esquece, pode ficar quieto mesmo.

- O que, eu gostei – Ele provocou mais recebendo outra almofadada e rindo.

- Eu disse pra ficar quie-

Ele me beijou antes que eu pudesse continuar.

- Boa noite Queen.

Ouvir a porta do seu quarto fechar e me agarrei em uma almofada me encolhendo e me abraçando a ela. "Não, não, não..." Repeti diversas vezes em minha mente.

Quer saber, eu me rendo Thai!