Leaving Past Behind escrita por Oh yeah
Notas iniciais do capítulo
Desculpa gente por demorar meses para postar esse capítulo, é que entre viagens e séries acabei ficando meio perdida, mas agora prometo que vou postar muito rápido, vou aproveitar minha última semana de férias para escrever e depois acho que toda sexta vou postar
–... Mas quem é você?
– Eu sou do orfanato, trabalho lá – o homem disse sorrindo – meu nome é Rodrigo – ele apertou minha mão e mexeu para cima e para baixo.
Rodrigo parecia calmo e animado, mas eu, eu não estava calmo, estava bravo, triste, com pensamentos borbulhando na cabeça.
– E o que você veio fazer aqui? – perguntei.
– Só vim responder algumas perguntas e dar uma notícia – o sorriso do homem ficou maior, indo de uma orelha até a outra – e então? O que deseja saber?
– Eu quero saber da notícia! – achei a pergunta um tanto óbvia.
– Sim, sim, mas antes eu tenho certeza que o senhor guarda grandes dúvidas nessa cabecinha e eu te garanto que eu sou o homem certo para esclarecê-las.
Ele estava certo, eu tinha realmente muitas dúvidas, mas por algum motivo não estava conseguindo pensar nelas, no final só consegui pensar em uma.
– Por que você só veio agora? - nesse momento reparei que o homem estava começando a transformar seu sorriso irritante da cara em um sorriso mais discreto.
– Bom... – Rodrigo coçou a cabeça deixando óbvio que estava atrapalhado – só agora tenho uma notícia para dar e achamos que você já tem idade suficiente para perguntar sobre fatos importantes... – ele continuou com a mesma cara de tal forma que parecia não ter acabado de falar, mas então colocou a cabeça para trás e sorriu como se estivesse satisfeito com a sua resposta.
– Ah, entendo... uma pergunta sobre fatos importantes... – não sabia o que ele queria dizer com isso, mas também não queria parecer burro e desapontá-los então comecei a dizer coisas desse tipo para ter tempo para pensar – pelo jeito eu só tenho uma pergunta então... ah já sei! Eu n acho que essa tenha muita importância, mas nunca tinha pensado nela antes, quem financia o internato para eu estudar aqui?
– Ual você é um garoto inteligente – o cara parecia surpreso, fiquei um pouco ofendido – assim já posso emendar a resposta com a notícia, o negócio é o seguinte, você é órfão o que significa que seus parentes ainda vivos não quiseram te aceitar, certo?
– Nossa! brigado por me lembrar, mas calma, eu tenho parentes vivos?
– Sim, tem um avô que mora em outra cidade, o irmão do seu pai e a irmã da sua mãe.
– Meu avô ainda está vivo? E eu tenho tios? Por que eles não quiseram me aceitar?
– Digamos que seu tio não está no seu perfeito estado, está praticamente no mesmo estado que o seu avô...
– Tão mal assim? – Rodrigo fez que sim com a cabeça – então tudo bem, mas e a minha tia?
– Então... Há alguns meses nós sabíamos de sua existência tanto quanto você sabia há minutos atrás, ou seja, nada, o que sabíamos era que alguém mandava cheques para a agência com uma mensagem sempre igual falando para gente usar o dinheiro para pagar esse internato para você estudar...
– Deixa eu ver se entendi – o interrompi e mesmo não me vendo sabia que minha expressão tinha mudado, estava começando a ficar com raiva – uma pessoa manda cheques para pagar esse internato para mim – Rodrigo só falou “aham” e fez um gesto para que eu continuasse – e vocês nunca foram atrás? Sabe, descobrir quem era essa tal pessoa?
– Sim, claro, mas o chefe não achou necessário portanto não nos deu permissão para investigar – com a resposta fiquei mais calmo, não era com ele que deveria ficar bravo e sim com seu chefe – agora se você me permite estressadinho, vou continuar a história, há algumas semanas atrás mais um cheque chegou, mas esse era diferente, a mensagem que vinha junto era outra, dizia que esse seria o último cheque, já que a pessoa que mandava os cheques queria te receber – fiz uma cara de desentendido então ele explicou melhor – queria te abrigar, melhor?
– Sei, sei.
– Na mensagem tinha um número de telefone, ligando descobrimos que a pessoa era sua tia que tinha mudado seu nome ainda jovem por causa de alguma coisa com o pai, essa parte nem nós entendemos bem, mas decidimos deixar para lá, algo que você também devia fazer.
– Ok, nem vou tocar no assunto, mas então, quando eu vou para lá?
– Antes de ficar todo animadinho você devia saber que ela nem mora aqui em Londres, mora em São Paulo.
– Legal e onde fica isso mesmo?
Ele riu.
– No Brazil moleque.
– Brazil???? E por que eu não devia ficar todo animadinho mesmo???
– Não sei viu? Talvez porque é muito longe ou porque lá não falam português? – o homem parecia surpreso com a minha reação, mas eu continuei com aquele sorriso bobo na cara então ele viu que eu realmente não ligava – então ta, agora vamos falar sobre eles – só concordei com a cabeça – é um casal e o filho que tem mais ou menos a sua idade.
– Hmm legal!
– Isso é só o que eu sei – Ele disse já se preparando para ir embora.
– Espera! Quando eu vou para lá?
– Amanhã, eu sei que é um pouco em cima da hora, mas não se preocupe, eu te pego às 15 horas.
– Tudo bem e o plano é me deixar no aeroporto e ir embora? – talvez eu tenha soado meio amedrontado, mas fala sério! Aquele aeroporto é enorme, eu me perderia em menos de meia hora.
– Não, não, na verdade eu estou indo para o Brazil também, sabe como é né? Eu estou de férias agora então decidi aproveitar e ir com você.
– Ah legal!
Rodrigo me deu tchau e logo saiu da sala.
– Se você quiser pode ir dormir no seu quarto, assim já pode arrumar sua mala – Clarisse falou.
– Quer saber de uma coisa? Se esse vai ser meu o último dia aqui, eu tenho que aproveitar, ou seja, vou ficar aqui, assim descanso mais e aproveito meu último dia sozinho, perfeito!
Clarisse riu, me desejou um bom descanso e saiu da sala também.
Então lá estava eu, sozinho, tentando dormir, mas em vão, não conseguia parar de pensar em como seria minha nova família e se dessa vez eu não seria excluído, talvez se eu mudasse um pouco minha personalidade, ser mais durão e usar lentes eu teria amigos.
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