(Lady Phantomhive)

Uma lady, apenas uma lady, é isso o que sou. Eu deveria ser feliz com a vida que tenho, mas, mesmo assim, por que me sinto tão solitária?

Para começar, minha mãe morreu em um acidente quando eu tinha 6 anos. Meu pai é super atencioso comigo, bom, quando ele pode. Ele vive viajando a negócios, nem me interesso em saber sobre o que se trata. São muito raras as ocasiões em que ele vem me ver, e quando isso acontece ele fica no máximo apenas um dia. E quem toma conta da mansão sou eu, e claro, os empregados que foram escolhidos por ele. Ainda não entendo por que ele contratou eles. São legais, divertidos e super doces comigo, mas a fraquesa deles é que são desastrados. Ainda assim eu adoro eles e os adimiro em alguns pontos.

Quem são? Bom, tem o Bard-san, nosso cozinheiro, se bem que ele tem uma mania de deixar a comida torrada demais, mas ele se esforça e é insistente, é isso o que admiro nele. Finny-san, nosso jardineiro, também muito desastrado, mas é muito divertido, é isso o que admiro nele. Tanaka-san, ele cuida das finanças, é muito quieto e esperto, é isso o que admiro nele. E por fim, Meirin-san, a governanta super desastrada que sempre cuidou muito bem de mim, ela super doce e tímida, é isso o que admiro nela.

(narradora)

Mais um dia como outro qualquer na mansão. Tudo estava ocorrendo naturalmente, os mesmos desastres, as mesmas encomendas de comidas por culpa do Bard, de pratarias por culpa da Meirin e de sementes por culpa do Finny.

Assim que anoiteceu, Meirin levou a lady para seus aposentos, escovou seu cabelo e a deixou dormindo, porém, a menina não pegava no sono. A garota resolveu olhar um pouco pela janela para ver se encontrava algum motivo para sonhar, ou algo para pensar até que pegasse no sono. Enquanto isso, notou um estranho vulto entre as árvores e quando notou era um estranho homem de olhos vermelhos a olhando fixamente. Assustada, se afastou e fechou a janela achando que seria um pervertido ou alguém tentando sequestra-la, mas continuou olhando atrvés do vidro. Ele ainda a olhava. "Por quê? Por que esse olhar aquece meu peito?" era uma entre muitas coisas que pensava naquele momento. Em um piscar de olhos ele desapareceu, e em mais um piscar de olhos ele surgiu novamente em sua frente sentado na janela aberta.

– Mas...mas como? Quem...quem é você? - perguntava a pequena lady com medo

– Ninguém tão importante, pequena. Solitária não é?

– hã?

– É assim que você se sente não é? - peguntava aquele estranho homem com aquela doce voz que a acalmava.

– Sim...e o que você quer?

– Eu posso afastar essa solidão de você - ele sorria

A pequena lady ficou surpresa - Mas como?

– É só fazer um contrato comigo. O que você desejar, eu farei, até que seu desejo seja completo. - Disse ele fazendo uma pequena e leve reverência

– Acha que eu caio nessa? O que eu lhe daria em troca? - disse ela desconfiada

Ele molhava os lábios com sua língua como se estivesse saboreando algo - Sua alma...

Ela se assustou - A minha o que?

– Sua alma. Mas...seria fácil demais. Já sei, vou abrir uma excessão para você. Até o dia de sua morte, pretendo afastar essa solidão que te consome. Então, aceita? - Disse ele esticando sua mão.

– Afastar...minha solidão...?

– Sim...

Sem pensar duas vezes ela olhou em seus olhos - E-Eu aceito! - e pegou em sua mão.

– Ah, perfeito, assim como seus olhos. São perfeitos para firmarmos nosso contrato - sem nem ao menos deixa-la mostrar qualquer reação, ele colocou sua mão esquerda sob o olho direito da pequena que começou a brilhar e uma marca de um pentagrama surgiu.

– O-O que é você? - disse ela se afastando e olhando seu olho marcado no espelho. Não só seu olho mas também observava o estranho homem chegando atrás dela com aqueles olhos vermelhos que naquele momento brilhavam ainda mais. Então ele respondeu...

– Apenas um demônio.