23:54 29 de novembro de 2020 - Melissa Angel

Meu Deus, meu Deus diário! Vou enlouquecer. Que ótimo que consegui te trazer ou eu já teria pirado... Hoje o dia foi muito estranho, não estou entendendo nada. Nadica de nada mesmo. Meu irmão, pelo que parece, foi atacado por alguma coisa que, provavelmente, queria alguma coisa e tudo o que acham é que ele sofreu um acidente. Tipo... Fala sério né. Ninguém em sã consciência sofre um ferimento no pescoço. Que acidente ele sofreu? Tentou cometer suicídio? Eu ainda acho que tem algo muito além disso. Enfim, o Maddox e meu irmão estão em silêncio desde que saimos da casa. Pelo visto, não vou descobrir tão cedo, mas é algo estranho. O babaca do Maddox e o Lucas, parecem se entender, mas EU ainda não entendi nada nada nada nada nada. Ah que ódio diário! Eu preciso descobrir o que está acontecendo. E já que não querem colaborar, vou descobrir sozinha. Custe o que custar.

30 de novembro - 6:57

– Ei, Lucas, viu sua irmã?

– Pelo que eu sei ela estava dormindo.

– Não. Já verifiquei isso. Fale. Onde ela está?

– Não nos falamos ontem a noite... hã, Maddox. Não sou vidente!

– Céus.

– Você acha que...?

– Não. Ela não.

30 de novembro - 8:41

– Mas que porra Melissa!

– Oi pra você também! Mal educado. - Fiz beicinho, cruzando os braços.

– Está querendo me matar do coração é isso?

– O que foi poxa? Estava cansada de ficar lá. A propósito, ficar a noite toda em claro não é muito legal e não me acostumei ainda.

– Quanto tempo faz que você não dorme, senhorita? - Lucas me encarou sério, de certa forma, meio assustado. Lembrei-me imediatamente de que ele não sabia sobre meu "segredinho".

– Há... Bom, não consegui dormir essa noite. Só isso. É muita coisa na minha cabeça, ok? Perdi o sono.– Virei o rosto, tentando mudar de assunto. - Credo Maddox! Pare de me encarar! Estou bem, não está vendo?

– Hm.

– E está me devendo uma conversa.

– Não acho que deve saber disso agora. - Revirei os olhos.

– Vá a merda Maddox! - Levantei-me, ainda com os braços cruzados, cerrando os punhos.

– Calma gatinha. Vai me bater, é? - Ele riu. Esforcei-me para me manter na pose.

– Eu teria medo.

– Lucas, pode nos deixar a sós um momentinho?

– Vocês são loucos. E se relar um dedo nela, eu te mato. - Ele sorriu, piscando para mim. - Com licença.

– Enfim, sós.

– Você não tem outro vocabulário?

– Está bravinha.

– Estou.

– Você é linda irritada, amor.

– Não me chame de amor. Eu quero saber a porcaria dessa história.

– Está curiosa? - Ele abriu um sorriso malicioso, me fazendo recuar.

– Pare de graça, Maddox.

– Por que não vem até aqui para descobrir? - Ele lambeu os lábios. Estremeci.– Está excitada.

– Imbecil. Quer que eu vá ai? Se eu for, tenha toda a certeza de que não sairá vivo. - Sorri.– Posso ser uma garota, mas se todo ódio que guardei por você me ajudar... Está encrencado.

– Ódio, blablablablablá. Por que não cala a boca e me beija em vez de mentir e de tentar convencer a si mesma que não me ama? - Maddox riu de forma sombria. Se eu ainda tivesse sangue, não tenho dúvidas de que estaria extremamente vermelha. Porém, decidi entrar em seu jogo. Aproximei-me em um movimento rápido, jogando-o contra uma árvore com toda minha força.

– Isso não é confortável. - Ele riu.

– Eu sei. - Pisquei.

– Mas é bem excitante.

– Sei disso também.

E então, beijei-o com toda vontade e intensidade que eu poderia ter.

– Es... tá... ten...tannnn...do– Ele tentava falar entre o beijo, me afastando com leveza. - Espere Liss! Caramba! Que saudade disso! – Ele mordeu os lábios. Eu... Bom, eu ignorei. - Está tentando roubar informação com chantagem?

– Talvez. - Sussurrei, mordiscando sua orelha.

– Ótimo, então não pare.