Querido Diário escrita por Jupratees


Capítulo 34
Samantha


Notas iniciais do capítulo

Especial para a juju jeronimo!



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Samantha sempre fora uma garota esforçada, mas sua vida revirava-se de cabeça baixo naqueles dias... Era, porém, hoje, seu aniversário. Não tinha vontade de sair...

Desde a recente separação dos pais, Sam havia se transformado... Alguns achavam que ela sofrera uma mutação ou estivesse amaldiçoada... Por mais absurdos que fossem os boatos, tinham um fundo de verdade. Ela não era mais a mesma e qualquer um era capaz de reconhecer aquilo.

05:14 02 de dezembro de 2020

– Bom dia, dia! - Murmurei roucamente as palavras, sentindo a dor de cabeça corroer meu cérebro. Puis minha mão na nuca, alisando-a. Acho que exagerei ontem... Acabei bebendo muito... Mais do que deveria. Devia ter escutado Emily... Aquela idiota. Ri sozinha. Poxa, eu não merecia a amizade dela... ela era tão prestativa e tudo que eu sabia fazer era me enfiar no buraco e arrastá-la junto. Cruzei os braços, o estômago embrulhado. Fitei-me no espelho. Caralho! Que merda de cabelo! Parecia que eu tinha dormido na selva e me revirado em lama! Que merda... Mas que se foda. Talvez se eu lavar melhore... Sorri, jogando-me novamente na cama. Queria minha garrafa de Vodka... Vasculhei a colcha felpuda com as mãos até seu término no chão. Minha unha tintilou no vidro. Meu sorriso alargou-se.

– Achei você, danadinha! - Mordi meus lábios, puxando-a com certa ferocidade. Vazia?! Senti um aperto no coração. Parecia que eu estava zicada, tudo estava acontecendo comigo... Caramba. Levantei indo até a sacada de meu apartamento... O dia que se preparava para nascer soprava-me uma fria brisa... Estremeci. O calor da bebida já deixara meu corpo desde que eu dormida. Droga! Fitando aquele vazio, lembrei-me de um fato interessante. Algo que se prendera em minha mente e lutara para permanecer ali. Algo embriguiante... Viciante... Sedutor. Lembrei-me vagamente do rapaz da floresta... Gostoso pra caralho! Ri. Passei minhas mãos por meus braços, fechando os olhos e tentando forçar minha mente afetada pelo álcool a se recordar. Precisava vê-lo mais uma vez. Meu coração pedia e meu corpo respondia com ardor. O telefone tocou me tirando de meus pensamentos um tanto quanto eróticos e fantasiosos.

– Alô?! - Atendi, surpresa. Eram 5 da manhã e já estavam me ligando? Aô popularidade! Era a Emi, me dizendo parabéns. – Obrigada amiga! Tudo em dobro pra você! - Olhei confusa para o chão quando a ouvi me chamar para sair – Hoje? Está falando sério? Caramba cara! Com certeza! Podíamos ir... - Pausei, ouvindo-a resmungar. Ri.– Ah Emi! Qualé cara! Eu faço rg falso - Sorri, na verdade eu já tinha.– Vamos nos encontrar às oito então? Fechado gatinha! Um beijo... - Não pude deixar de sorrir ao ouvi-la se dar por vencida – Ei Emi! Te amo! - Provoquei, desligando o telefone. Pela primeira vez eu iria em um lugar legal, uau.

23:45 02 de dezembro de 2020

– Caraaaaaamba! Isso aqui tá demais! - Gritei, animada, alisando minha saia preta justa e posicionando-me mais uma vez corretamente no longo salto preto. Estendi a mão para pegar mais um copo de bebida, mas fui impedida.

– Não deveria beber tanto, boneca. - Já estava pronta achando que era Emi, mas fui surpreendida pelo jovem à minha frente. Sorri, um pouco tímida. – Caio, prazer!

01:21 03 de dezembro de 2020

Estava tudo ótimo e maravilhoso com o Caio, ele beijava bem pra caralho e que pegada, meu Deus! Acho que estou apaixonada... Ou estava... Caio encostou-me na parede da boate e enquanto descia os beijos ardentes para meu pescoço, onde deixou uma leve marca com um sorriso malicioso, e deslizava suas mãos por minha blusa um pouco levantada, lancei meu olhar instintivamente para frente e me deparei com a figura masculina que tanto me agradara. O rapaz por quem eu me seduzira estava ali. Eu tinha certeza que era ele!

– Hein?! - Olhei confusa para o garoto, que sussurrava em meu ouvido.

– Oi?! - Perguntei, por fim, sorrindo timidamente.

– Você podia passar a noite lá em casa. - Passei minhas mãos por seu pescoço o fitando.

– Sinto muito, mas vai ficar pra próxima. Sou uma gatinha difícil... - Passei minhas unhas com certa força por sua barriga, ameaçando infiltrar minhas mãos em sua calça, lambendo-lhe o pescoço.– Quem sabe você dá mais sorte da próxima vez? - Pisquei, afastando-o de mim e saindo rebolando ao máximo para provocá-lo até o encontro de Emi que já se simpatizara com Beatriz, uma conhecida nossa responsável pelos shows masculinos. Olhei então o palco pela primeira vez. Eu estava embriagada e de fato não notara a mulher que dançava. Arregalei os olhos. Eu a reconhecera... Ela estava na floresta também e depois... Oh céus, eu desmaiara e não lembrara de mais nada. O nervoso percorreu minhas veias. Coincidência ou destino? Estava decidida a explicar-lhe o que de fato ocorreu mas fui surpreendida por um acontecimento inédito. Acabara a força? E voltou. Contudo, ela não estava mais no palco. Estremeci. Eu esperava de tudo, menos que, honestamente, ela desaparecesse.



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