P.O. V Elena

Eu literalmente odeio esse sentimento, odeio que não tenho mais controle sob meus sentimentos, cada parte deles são movidas por amor, desejo, e até ódio. Damon me fazia-me sentir completa e ao mesmo tempo vazia, eu estava... Eu estou sem rumo, sem direção, não são mais meus pés que me guiam, é ele.

Não havia mais lágrimas em meu rosto, o beijo consumia tudo, minha vida não teria mais sentido se não fosse aos seus braços, eu não sabia como agir, na verdade, eu não queria agir. Até que ouvi distante a voz de Caroline “Bonnie você precisa comer” e em seguida a voz de Bonnie balbuciando algo como “Preciso voltar para Mystic Falls”.

Por incrível que pareça não fui eu que me afastei, foi Damon.

–Ela não comeu nada, eu disse, vocês tem que me ajudar, ela está louca! –Falou Caroline.

–Tem razão, ela não está em seu normal, acho melhor irmos logo para Mystic Falls, concorda Elena? –Perguntou Damon.

–S-sim. –gaguejei.

–Você tá bem Elena? Parece estranha. –Perguntou Caroline me olhando torto.

–Estou ótima, é que tá sendo bem difícil ver minha amiga neste estado, algo me diz que aquele Aria está aprontando algo. –Afirmei.

–Concordo. –Falou Caroline indo para o banco traseiro e levando Bonnie consigo.

Damon foi para o banco do motorista e eu para o do carona. Mal sabia que essa seria minha ultima viajem...

Tudo estava correndo perfeitamente bem, até ouvirmos gritos de Bonnie, quando olhei para trás vi que ela estava sangrando pelo nariz:

–DAMON PARA O CARRO! – Berrei.

–Espera! Vamos parar logo ali na frente, em uma dessas casinhas. –Respondeu Damon.

–N-Ã-O PODEMOS ESPERAR MAIS! –Falei e por instinto me joguei contra Damon, puxando o volante, -a pior das atitudes- Quando olhe para frente só consegui ver algumas sombras: Nós batemos em alguma coisa.

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Quando abri os olhos só consegui ver uma imagem embraçado do teto do carro, eu não conseguia me mover, nem raciocinar qualquer coisa, eu não estava sentindo minhas pernas, e quando olhei para elas só consegui ver sangue, eu estava desesperada, mas minha única reação foi procurar por Damon, Caroline e Bonnie, então comecei a gritar pelos seus nomes: -“Damon”? Caroline? Bonnie? Por favor, me digam que estão bem!”

–Elena? Onde você está? –Ouvi uma voz um pouco distante de mim.

–Bonnie? Bonnie é você? –Perguntei quase pulando de alegria, ela estava bem e poderia me ajudar!

–Sim Elena, sou eu, e estou aqui com Caroline e Damon, infelizmente Caroline está desmaiada, mas não é nada de mais, e Damon foi pedir ajuda, ele está preocupado com você!- Apos ouvir isso da minha melhor amiga minha única reação foi sorrir instantaneamente.

Engraçado que eu comecei a ouvir paços do lado esquerdo e Bonnie estava do lado direito e fora do carro, ela não estava machuca, era fantástico, mas muito estranho. A pessoa do lado esquerdo começou indescritivelmente a me puxar pela porta que deveria estar ali caso o acidente não tivesse destruída. Era Bonnie. Mas como? Ah, não importava, eu queria que ela me tirasse dali o mais rápido possível. Bonnie me colocou deitada na grama eu pude ver Caroline e estava com marcas do pescoço.

–Ela está bem? O que são essas marcas no pescoço dela? –Perguntei me referindo a Caroline.

–Calma Elena ela está bem, agora vamos cuidar de você! E olhe só, esses ferimentos são muito graves, é impossível que algum feitiço meu possa cura-la.

–Quer dizer que eu vou morrer? Mas eu estou aqui quase me sentindo bem, falando com você, eu apenas não sinto minhas pernas e está sangrando muito! –Falei sem conter minhas lágrimas.

–Exatamente Elena, suas pernas, então... Eu não queria que essa fosse a única escolha... Mas... Você vai ter que virar uma vampira caso não queira morrer.

–O que? Claro que não Bonnie, eu prefiro enfrentar uma cirurgia ou qualquer coisa, eu não posso ser uma vampira, lembra-se do que a gente combinou? Uma longa e bela vida humana lembra?-Perguntei.

–É a única opção, você vai ser uma vampira querendo ou não! –Gritou Bonnie.

–NÃO! Bonnie essa não é você!- Falei rolando na grama para me afastar dela e acabei vendo Damon desmaiado atrás do carro, como podia? Bonnie disse que ele tinha ido perdi ajuda, meu Deus! –VOCÊ NÃO É A BONNIE, VOCÊ NÃO É MINHA AMIGA, SAI DAQUI, NOS DEIXE EM PAZ!

–E ponto para a protegida dos Salvatores. –Falou Bonnie rindo descontraidamente. –Finalmente em? Pensei que ia ter que matar a Caroline pra você perceber.

Eu queria sair dali, eu queria correr, mas minhas pernas não permitiam, e ai que tudo veio à tona: Em que nosso carro bateu? Como um acidente poderia ter deixado àquelas marcas no pescoço da Caroline? E como Bonnie poderia estar sem nenhum arranhão? E seu nariz? Como poderia ter parado de sangrar tão rápido?

Infelizmente eu era péssima em raciocino lógico e foi por isso que vi minha vida como humana passar diante dos meus olhos.

Bonnie me puxou para cima, a verdadeira Bonnie não teria esta força, ela simplesmente me fez beber o sangue que corria do ferimento aberto no braço de Damon, e em seguida me jogou penhasco abaixo, eu não tive forças para lutar contra, eu estava derrotada, isso era uma guerra e eu havia perdido.

O penhasco era enorme e tinhas pedras afiadas que abriam ferimentos em meu corpo com uma facilidade enorme, se tocasse uma música nesse momento seria uma daquelas bem tristes que tocam na morte de um personagem da novela.

As pedras me rasgavam e eu era um poço de sangue. Acabou pra mim. Eu perdi, e todas as chances de ter uma vida humana já eram, foram arrancadas de vim de uma forma tão violenta.

Havia uma coisa que Bonnie não sabia: Eu não havia engolido o sangue de Damon, o pouco que engoli já não sei se é o suficiente para me salvar, eu não me arrependo, eu não quero ser uma vampira, mas o fato de deixar essa vida, com todas as pessoas que eu amo, sem me despedir ou cumprir com todos os meus planos me preocupava. Eu amei, eu chorei, e até mesmo vivi coisas que jamais imaginaria viver, eu me apaixonei por um vampiro... Enfim, eu vivi intensamente e estava pronta para partir.

Meu desejo foi concedido assim que colidi com uma pedra enorme, com tanta força que voltei para trás com o impacto, eu já não suportava mais tanta dor, e foi assim que eu apaguei, minha ultima visão deste mundo foi o céu, talvez para onde eu fosse agora.

Eu estava morta.