Folhas De Outono escrita por Débora Rempel


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente! Hoje é dia 1º de janeiro de 2013! E, já que o mundo nao acabou, feliz ano novo! Bjs e boa leitura!



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Estamos juntos em uma praia, eu e Nathan. Ele olha para meus olhos castanhosb e passa o olhar para meu cabelo preto, em seguida ergue a mao para acarariciá-lo, entao, some. Vira pó, fumaça, desaparece no ar como a fumaça de uma fogueira se esvai para o nada. Começo a andar pela praia fria, olhando para as ondas quebrando ao mais belo horizonte que ja vi na vida. Para o lugar onde tudo começa e tudo acaba. Para o lugar onde todos um dia podremos conhecer sem medo, mas que até entao ninguem teve a coragem de tentar se atrever a encontrar o que teria ali. Vejo minha familia em um barco, indo em direçao ao mesmo lugar em que olho. Grito para que eles parem de remar, mas eles nem olham. Olho para o rosto de minha mae e de minha irma: elas estao felizes, mas, por que? Olho para meu pai, e posso perceber que esta falando com as duas:

- É bom ver minha familia inteira comigo. - ele parou, acariciou o rosto de minha irma e continuou - Tenho muito orgulho de nossa filha, Marisa. Voce deu a ela todo o amor e educaçao necessários para que nossa unica filha seja o exemplo para o nosso povo.  

- Ah, Jordan. Voce sabe que é tudo por causa da sua presença. Ela se sente muito mais protegida e feliz com voce por perto. E, depois que nos ganhamos aquela guerra e voce prometeu sair do exercito, nosso tezouro aqui esta muito mais animada com a ideia de brincar com o pai, e coisas do tipo. Sabe, ela estava me contando que queria até aprender arco e flecha com voce, nao é filha?

- Sim, sim, papai. Por favor, me ensine. Eu prometo que serei a melhor arqueira do mar escandinavo. - me passou um arrepio pela espinha. Fui eu que fiz essa promessa a meu pai. Como ela se atreve a dizer isso?! Lagrimas começam a escorrer pelo meu rosto, até cair na areia aquecida pelo sol da manha. Nao consigo acreditar no que vejo, no que ouço, muito menos no que está na minha frente. Nao sei como mas consigo ouvir tudo perfeitamente e ver todos os detalhes a uma distancia enorme, acho que eles nem estao tao longe assim. Ou eu nao estou tao longe assim da praia. Estou no mar, no meio dele, a apenas alguns metros de distnacia do barco, sem que eles sequer se deem conta da minha presença. Começo a gritar desesperadamente para que eles me ouçam, me vajam, saibam que eu existo, que faço parte daquela familia. Que os amo. Que quero estar com eles, para sempre. Quero fazer parte de tudo o que esta por vir. 

Minha irma olha em minha direçao, mas nao me olha. Seu olhar me atravessa, passa por mim como ar, vento. Como se eu nem existisse. Ela aponta para a praia, e meus pai olham para o mesmo lugar em que eu olho agora: uma arvore escura e enorme, com flores em volta. Uma praça minuscula. Entao me vejo debaixo da arvore, deitada de lado no chao. Olho para o mar e nao vejo nada, esta um breu assustador. Tudo gira como em um carrossel, entao... acordo.

Assustada, me levanto e olho em volta. Agora eu sei de onde eu conheço esse lugar. Ja tive esse mesmo sonho mais vezes, mas na hora em que entrei nesta praça, nem me dei conta. 

Ouço um barulho longinquo, se aproximando. Começo a escalar a arvore enorme com muita cautela para nao fazer barulho. Olho para baixo e vejo Nathan e Edwuarda olhando por tudo, a minha procura. 

- Aquele homem só podia estar brincando conosco. - comenta Edwuarda com Nathan, e completa - Nao tem ninguem aqui, muito menos a Alisha. Aonde será que ela se meteu? 

Espera, eu nao dormio tanto tempo assim, entao. Como pode, se no meu sonho pareceu uma eternidade. Espera, entao eu tambem ja conhecia o Nathan muito antes. Desequilibrei e cai do galho onde estava sentada, ficando pendurada no galho de baixo, bem em cima dos dois. 

- Alisha! - Edwuarda gritou, e Nathan me olhava assustado. - O que voce esta fazendo ai?!

Pulei da arvore e tentei desfarçar.

- Me esqueçe Edwuarda. - falei, andando para fora da praça.- Por que que voces estao aqui? Eu vim parar aqui, justamente para que ninguem repito, ninguem me incomode. Poxa, eu só quero ficar um pouco sozinha.

- Nossa, desculpe. Nao me lembro de ter feito alguma coisa pra voce ter virado esse estress todo. 

- Ai, desculpa, tá? Ta feliz agora, Edwuarda?!

Nathan nem sequer me olhava, estava fixo no chao, pensando longe. Ele parecia um peixe perdido no oceano, com o olhar vazio, sempre fixo em um ponto. As vezes olhava um pouco para o ceu escuro, outrora olhava para meu vestido, e depois voltava o olhar para o chao. 

- Me desculpe, Alisha. - Nathan tomou coragem e murmurou - Eu deveria ter percebido.

Edwuarda parou, e nós continuamos seguindo a meu ritimo apressado. Eu me viro, parando na frente dele.

- É, ou entao poderia ter me avisado que eu ia dar de cara com eles. - meus olhos se encheram de agua com a lembrança daquele olhar sombrio de seu tio. Me virei novamente e comecei a correr, mas sem olhar para tras desta vez.  

Me vi na frente do castelo novamente. Entrei e corri para meu quarto, peguei minhas flechas, meu arco, tirei os sapatos de salto e pulei a janela, como na noite passada. Estava mais escuro do que na praça, muito mais escuro. Só se via a sombra das arvores e a escuridao da floresta. Tudo em volta parecia saido de um conto de terror. Eu nao devia ter saido tão tarde da noite assim, ainda mais com a escuridao que está sem lua e quase sem estrelas no céu. Consigo achar uma clareira, pequenina, mas do tamanho exato para que eu possa localizar uma maceeira alta. Como da ultima vez, a flecha parou exatamente no meio da maça, presa no tronco da próxima árvore, onde me dirigi para pegar a maça. Vermelha e ainda com folhas, a maça parecia uma bola de cristal colorido, que reluzia com a fraca luz que adentrava na clareira. Dei uma mordida na maça e mirei em outra árvore, desta vez em uma folha relativamente pequena mas, desta vez, algo me disraiu bem na hora em que soltei a flecha, e acabei errando por pouco. Barulhos de movimente na mata cercavam a clareira. Poisicionei outra flecha no arco e me preparei para seja la o que for que estivesse ali.

- Saia, agora. - os barulhos sessaram por umm momento, mas logo continuaram - Saia imediatamente,  nao me faça disparar. Eu movia o arco na direçao das arvores que cercavam a clareira em circulo, até que uma sombra se aproximou um pouco mais até aparecer na clareira.

- Ou, auto lá! - o senhor Meli apareceu com as maos erguidas, como forma de rendiçao.

- O que está fazendo aqui? Nao veio parar aqui por acaso, veio? - perguntei, ainda com a flecha posicionada e apontada para ele.

- Eu é que pergunto. O que você está fazendo aqui? - ele me parecia muito sarcástico para o meu gosto.

- Fiz a pergunta primeiro, entao, trate de respondê-la. - e, puxando um pouco mais a flecha para tras, com a ameaça de soltála, completei - Agora.

Simon me olhou assustado, entao ficou muito tenso de uma hora para outra, e começou a se explicar.

- Bem, eu costumo caçar por aqui, - começou, sem que eu acreditasse em uma palavra se quer do que ele está dizendo - mas, o que mais me intriga, é o que voce estaria fazendo aqui, atirando flechas ao nada.

- Nao é de seu interesse o que eu faço ou o que eu deixo de fazer. - nao abaixei a flhecha quando ele abaixou os braços, pelo contrário, permaneci ali, no mesmo lugar em que estaou, em posiçao de ataque, com a flacha ainda posicionada e muito firme; se acaso eu soltá-la, iria matá-lo na mesma hora, é só ter um motivo para fazê-lo

- Mas, me diga. Como alguem sai a caça sem armas? Ou mesmo sem uma armadilha? 

Ele olhava para si mesmo, como que procurando por algo que nem mesmo esteve ali. Aí, começa a olhar para os lados, desesperado.

- Meu Deus! Minhas armadinhas... Sumiram!

- Nao me faça rir, por favor. Eu saberia se estava com armadilhas ou nao. A questo aqui é: por que voce rondava a clareira?

- Bem, eu achei que poderia ser algum animal, ou algo parecido. - sua boca podia dizer que sim, mas sua expressao dizia que nao.

- Mentira. Ninguem que se preze caça um animal assim, rondando, fazendo ruidos. Diga-me logo o que estava procurando, ou entao eu terei que passar a eternidade curiosa. - ele olhou diretamente para a ponta da minha flecha, que mirava na sua garganta.

- Está bem, esta bem. Eu estou aqui por que me mandaram te seguir. - ele ergueu os braços novamente, e eu comecei a me aproximar - Me... me mandaram te seguir, assim que voce saiu do baile.

- Entao era voce?! - ergui um pouco mais o arco, me lembrando dos momentos em que parei de correr e olhei para tras por causa de baruhos.

- É... era. Eu sinto muito. Nao queria que isso acabasse assim.- claro que nao - Eu apenas sigo ordens, senhorita.

- Quem foi que mandou voce me seguir? - perguntei friamente, sem afrouxar a corda do arco.

-Eu... eu... eu nao posso falar, senhorita. 

-Eu nao perguntei se voce pode ou nao falar. Eu apenas perguntei quem mandou voce, entao me diga logo, nao estou afim de perder tempo.

- Foi, foi a filha do senhor feudal, senhorita. - a Edwuarda? Mas, por que? Nathan sabia disso? E se ele nao sabia? E se ele sabia?

- Tem certeza de que saiu dela a ordem inicial?

- Tenho, sim, senhorita. Por que?

- Desde quando voce recebe ordens dela? - perguntai secamente.

- A muito tempo, senhortita. Faz tempo que ela me paga por pequenos serviços como este. 

- Ta, ta. E, me diga, por que ela mandou voce me seguir?

- Bem, ela disse que precisava controlar os passos de alguem que pudesse ameaçar seus planos. Nao sei por que. Nao me pergunte mais nada, por favor! Eu te imploro! Deixe-me ir agora, eu nao conto nada pra nninguem, eu juro! E, pode ficar tranquila que isso nao ira parar no consentimento da senhorita Kingstons, nem no de ninguem. Prometo. Juro pela minha propria vida!

- Que bom que voce se importa com a sua vida, mas eu nao. Se tem uma coisa que aprendi com meu pai, foi nunca confiar nas pessoas antes de ter, no minimo, um relatorio completo sobre a mesma, entao, nao venha com espertezas para o meu lado se nao querer ter um maço de cabelo seu no meu porta joias mais tarde. Vai, e tente aparecer novamente. Para seu proprio bem, nao abra a boca.

Ele saiu correndo com a agilidade de um gato. Para um velho, ele até que é bom. Respirei fundo, virei novamente e atirei a flacha, deta vez parando no centro de uma flor. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Feliz 2013 e até o proximo cáp.! Bjs!



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