"O dia é calmo. O vento sopra normalmente. O céu é nublado, como sempre...
'Tudo tão normal, mas que tédio...', era o que pensava a jovem, sentada na varanda de sua casa, apreciando o dançar das folhas à brisa. Aparentemente uma situação agradável. Mas não para ela. Ela não queria estar confortável. E não queria estar sentada. Ela queria poder atravessar os limites da casa de seus pais. Não para oferecer carne aos templos dos deuses, mas para viver uma aventura. Uma aventura como nunca tivera vivido antes. Uma aventura qualquer. Uma simples situação de perigo, que fosse. Mas ela não conseguia.

Cresceu sendo mimada pelo pai, e superprotegida pela mãe. Eles não a deixariam sair de casa. Ela era o tesouro da dos parentes. A menina que se casaria com um homem rico, e tornaria influente a tradicional família na qual nascera. Ela fazia parte da geração que rabiscaria nos livros históricos seu sobrenome. Ela não podia se ferir, não podia sofrer, não podia cair. E lastimava que, por causa disso, fosse tão fraca. Sim, ela era fraca. E ela sabia que era fraca, mas não tinha condições de mudar os fatos...

'Não se aprende a levantar sem ter caído;
É impossível se curar sem ser ferido;
É uma tolice se orgulhar de ter vivido
Sem ter lutado, ganhado, ou sucumbido.'

Ela tinha de lutar. Tinha de vencer seus medos, ao menos uma vez. Sua vontade estava em ser como seu primo. O grande gênio da família, aquele que agora decide o destino de Roma. 'Ele sim se aventurou; ele sim viveu'.
Não podia sair de casa, era inquestionável abandonar sua famíia. Seus pais precisavam dela. E, pelo visto, só eles... parecia que ela não tinha utilidade nenhuma pra mais ninguém. Ninguém precisava dela, ninguém sentiria sua falta, além dos pais, é claro. E ela não se sentia feliz com a situação: queria ajudar a tantos quantos lhe fosse possível!

Mas o que a jovem HYUUGA HINATA poderia fazer, acorrentada por suas obrigações familiares, e, durante dezessete anos, fazendo apenas o que lhe era mandado? ".

------