Todos estavam abaixados atrás do balcão. Todos exceto o Doutor. Então alguma coisa parou em frente a porta. Todos sabiam que era um dos robôs. Estavam procurando pelo rei e rainha de Camelot.

O robô abriu a porta com suas duas mini-mãos sem problemas. A luz da chave de fenda sônica do Doutor brilhou sobre o robô e o mesmo caiu no chão entrando em curto.

Martha e Merlin foram fechar a porta enquanto o Doutor analisava o robô com a chave de fenda sônica. Tirando um fio daqui, colocando ali, apertando uns parafusos, soltando outros, ouvindo frases curtas como “Exterminar” ou “identifique-se”. Dez minutos depois o Doutor pegou o robô, lambeu-o e disse para si mesmo:

- Hm, alumínio. – Colocou a língua para fora fazendo uma careta – Seja lá quem for, não tem muitos recursos.

O Doutor parou e começou a entender o que estava acontecendo.

- Há! Acho que finalmente descobri o que são isso e o que está acontecendo.

Martha se aproximou.

- O que são eles Doutor?

- Daleks.

- Daleks?

- Não são Daleks propriamente ditos. Eles não estão vivos, são apenas robôs programados para agirem e “pensarem” como um Dalek. Por isso a voz irritante.

- Esses Daleks – começou Merlin se aproximando – O que é isso?

O Doutor e Martha olharam Merlin antes de o Doutor começar a explicar, pensando “será que ele entenderia se explicássemos?” ou “Será que isso afetaria o futuro de alguma forma?”.

- Os Daleks são criaturas com complexo de soberanismo. Eles se acham superiores a qualquer raça. No caso, seres humanos. E destroem tudo o que for nescessário para atingir seus objetivos.

- Se eles se acham tão superiores, o que eles estão fazendo do lado da Morgana?

- Provavelmente eles precisaram da ajuda dela pra alguma coisa.

- Ou talvez ela tenha enfeitiçado eles. – Falou Martha

- Nah! Acho mais é que eles precisavam dela pra alguma coisa. Acho que magia não teria efeito neles, com aqueles corpos de tanques.

Martha riu do Doutor tentando mostrar com as mãos, como era o corpo de um Dalek.

- Vocês falam como se esses Daleks fossem algo vivo. Mas isso, é apenas... O que é isso? Algum tipo de metal?

- Alumínio na verdade. Isso não são Daleks de verdade, são robôs criados para serem como um Dalek. Uma imitação.

- Doutor. – Arthur se levantou de trás do balcão – Já vi que você sabe muitas coisas e fico me perguntando. Como você sabe de tudo isso? Como você tem tanta informação? Você é um feiticeiro?

Ninguém respondeu. Os que sabiam a resposta não poderiam dá-la. Muita coisa estava em jogo.

- Quem é você?

- Eu sou o Doutor... E preciso ver o seu braço. – O Doutor foi rapidamente  até onde estava Arthur, evitando que o mesmo tocasse no assunto novamente. – É, vai melhorar. E Vai melhorar mais rápido ainda se você colocasse umas ervas aí. Eu recomendaria você colocar. Aposto que está ruim pra mexer com o braço, né!?

Arthur levantou o braço, mas não muito. A queimadura foi forte.

- Um pouco de boldo deve bastar. Gaius, tem boldo lá na sua casa?

- Sim. Eu mandei o Merlin buscar um pouco hoje.

- Não sabia que aqui perto tinha esse tipo de erva. – Comentou Gwen

- Então. Se queremos alguém habilidoso na luta precisamos fazer o braço dele se recuperar logo.

- Você vai usar boldo pra curar o braço dele? – Perguntou Gaius estranhando.

- Sim, eu vou. Martha, vá com Merlin até a casa dele e pegue umas folhas de boldo e um pouco de água. Toma, acho que você vai precisar disso – O Doutor deu-lhe a chave sônica. Martha ficou feliz, como uma boba-alegre. – Ajuste no 40, tem funcionado. Agora, vai. Temos que ajudar o rei. – O Doutor piscou pra ela e sorriu.

- Eu vou com ela. – Falou Merlin.

- Merlin, não seja estúpido. – Começou Arthur.

- Martha, é melhor irmos antes que o rei comece a fazer discurso.

Martha e Merlin saíram da taberna e correram até a casa de Merlin.

Foram atacados várias vezes por Daleks Robôs, mas a chave de fenda sônica se mostrava eficaz se ajustada corretamente. Ao ter que usá-la pela terceira vez, Martha percebeu que havia um mini compartimento ali na chave e que talvez, o Doutor tivesse escondido algo lá.

Esperou chegarem na casa de Merlin e abriu o compartimento. Havia um pequeno papel ali. Um bilhete do Doutor.

Merlin voltou com algumas folhas na mão e um pote com água na outra.

- O que é isso?

- Um plano... Do Doutor.

Merlin revirou os olhos. Pela reação de Martha, ao ler o bilhete. Aquele plano imlicaria em algum sacrifício.

Dois Daleks Robôs entraram ali. Martha e Merlin se abaixaram evitando um tiro.

O laser disparado por um dos Daleks Robôs, atingiu um prato que estava na pia um pouco atrás deles e ricocheteou de volta destruindo o Dalek Robô.

- Exterminar!

Merlin mostrou a palma da mão, que antes segurava algumas folhas de boldo, e seus olhos brilharam. O Dalek Robô fora jogado contra parede antes de atacar, transformando em pedaços.

Dentro do castelo, na sala do trono, estava Morgana contemplando seu momento de vitória. Mas alguma coisa estava errada. Tudo estava muito quieto. Ninguém se rebelando ou lutando contra os Daleks Robôs.

Levantou-se e foi até uma janela destruída.

“Mandarei que coloquem uma bem melhor, quando tudo estiver acabado.” Pensou. Mas então seus pensamentos foram tomados por outros. Olhou para o pátio e viu Daleks Robôs no chão. Impotentes. Alguns tremiam rapidamente, mostrando sua incapacidade naquele momento.

Aquilo estava errado. Ninguém em Camelot tinha tecnologia, ou inteligência sufuciente para entender como lutar contra um Dalek Robô, até mesmo sem nem tocá-lo. “Seria um feiticeiro?” Pensou. “Se fosse, só poderia ser ele. Emrys.”

Um tempo atrás, Morgana se deparou com uma profetisa e a mesma disse-lhe que Emrys seria sua queda, sua derrota. Com a ajuda do Dalek controlando os Daleks Robôs. Morgana não tinha como perder. Estaria Emrys ali em Camelot? Ajudar Arthur era impossível, já que Arthur abominava a magia em seu reino. Então quem? Quem estaria ajudando Arthur e porque?

- Preciso que faça uma verificação em toda a cidadela. Não deixem que escapem. É impossível que tenham saído de Camelot. Eles estão em algum lugar. – Falou Morgana para um pequeno grupo de Daleks Robôs que estavam ali.

- Martha! – o Doutor sorriu ao ver Martha mas seu sorriso desapareceu ao ver que ela estava sozinha, sem boldos e com um prato e sua chave de fenda sônica na mão.

- Onde está Merlin? – Perguntou Gaius. Martha não respondeu, estava triste, com um olhar distante – ONDE ESTÁ MERLIN?

- Eles o levaram. Entraram dois Daleks Robôs lá e eu só consegui destruir um deles, o outro pegou Merlin e fugiu. Sinto Muito.

Arthur e os outros também não gostaram muito da notícia. Martha não se sentiu bem ao dar a notícia a eles.

- Ele deve estar vivo. Não estão matando as pessoas. – Falou Martha com um certo peso na conciência.

O Doutor a olhou, com medo do que ela fosse dizer.

A porta se abriu bruscamente. Um velho com uma enorme vestimenta vermelha e uma enorme barba entrou ali.

- Não se tem mais paz hoje em dia.

- Você! – Falou Arthur supreso

- Você! – Falou Emrys