A Sociedade Renegada escrita por Nome editado pela moderação


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... E se puderem deixem seus comentários... Com criticas e elogios, ok? É muito importante para mim saber como estou escrevendo... Obrigada por lerem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/296408/chapter/1

O vento passava cortante pelos longos cabelos loiros de Katherine. A chuva caia do lado de fora da janela. Ela estendeu uma das mãos em direção aos céus, tocando a janela apenas com a ponta dos dedos. Tinha chegado a hora. Ela fitava apenas o chão, uma lagrima escorreu por sua pele macia. Em seus braços estava uma pequena garotinha recém-nascida. A menina dormia profundamente, e Katherine só conseguiu sorrir. Aquele era apenas mais um momento triste.

– Nós não temos escolha, Katherine. – Disse Christopher olhando para sua amada. – Você sabia que esse dia chegaria. Todos nós sabíamos.

– Eu sei, eu só queria que demorasse mais. – Ela sabia que Christopher estava certo.

A garotinha se remexeu, Katherine passou a mão em seus cabelos ralos, porém tão escuros quanto os de Christopher. Mesmo com os olhos fechado, ela tinha certeza que a menina teria lindos olhos dourados, afinal, ela era uma Sutton.

– Está na hora. – Ele a alertou mais uma vez. – Precisamos protegê-la. Se não a tirarmos daqui vão tentar matá-la.

Christopher olhou para sua amada, ela o encarou. Nenhum dos dois queria que a hora tivesse chegado. Eles não tinham escolha, não poderiam correr esse risco. Katherine deu um suspiro cansado. Ela sabia que era o melhor a ser feito, mas, não podia evitar que Christopher percebesse a dor que estava sentindo.

– É tudo culpa minha! – Ela gritou, as luzes piscaram. Ele acariciou seu ombro, ela sabia que não era culpa dela, pelo menos não só dela.

– Você sabe que não é. - Ele disse respondendo aos seus pensamentos. - Ela estará muito mais protegida longe de nós. – Katherine concordou com a cabeça, por mais odiasse admitir, era verdade, sua filha estaria mais protegida longe dela. Katherine enrolou a pequena em um cobertor azul de seda e começou a embalá-la. Colocou-a nos braços fortes de Christopher. Ela abriu a grande porta de madeira para o porão, o tempo estava se esgotando.

Os Sutton desceram. Christopher tinha agora algo extremamente poderoso... Tão frágil, porém tão poderoso. Talvez ele estivesse segurando a arma mais poderosa que já teve em mãos, talvez a única coisa capaz de destruir seus inimigos mais fortes. E quem sabe, a criatura mais poderosa de todos os tempos: Evolet Sutton. Christopher olhou para a pequena criança em seus braços e sorriu.

Pensamentos horríveis o invadiram. Ele odiava admitir, mas era tudo culpa deles. Ele colocou a pequena sobre uma mesa de pedra, coberta apenas por uma manta branca, nela havia um desenho, duas lua, entrelaçadas. A luz era fraca, e piscava de vez em quando. Colocou dezesseis velas douradas ao redor da pequena e se afastou.

– Katherine, por favor, querida. – Ela seguiu em direção a ele, apareceram varias manchas negras por todo seu corpo. Katherine levantou as mãos em direção aos céus e disse, em som de profecia:

– Na décima sexta lua cheia, ela se levantará. E o frio terá de as chamas apagar. Com sua ultima lagrima, a mais suave. O mundo cairá em suas mãos, e só ela terá a chave. Para impedir a destruição, a garota se sacrificará. E a Sociedade Renegada enfim retornará!

Katherine e Christopher fecharam os olhos. As velas se acenderam quase que instantaneamente, como magica. Ele tirou uma faca de seu bolso e se dirigiu até a pequena garotinha sobre a mesa. Katharine repetiu seus movimentos. Ela abriu os olhos com dor, não podia acreditar que faria isso com sua pequena garotinha. Christopher segurou a criança, e ela segurou a faca com força, porém com delicadeza.

– Vai ficar tudo bem, Evolet. – Ele disse enquanto acariciava sua cabeça. Ela cortou uma de suas asas, mas acabou fazendo um pequeno corte na palma de sua mão sem querer. A garota começou a chorar, e Katherine também. – Vamos Katherine. Não podemos desistir agora.

Ela cortou a outra. Parecia ter doido mais, pois a criança chorou mais alto. Estava quase acabado.

– Desculpa querida, desculpa a mamãe. – Katherine gemia enquanto falava isso, suas mãos estavam banhadas em sangue, sangue de sua própria cria. Um sangue tão puro. A manta já não era mais branca, nela havia varias manchas vermelhas, sangue. Christopher segurou a mão de Katherine.

– Calma querida, está acabando. - Ele disse enquanto a acariciava.

Ela colocou as duas mãos sobre os dois cortes profundos, onde antes se encontravam as asas douradas da pequena. Parecia estar doendo. As mãos de Katherine queimavam em chamas, mas em chamas azuis, e as costas de sua pequena também. Os cortes sumiram, porém duas cicatrizes nasceram no lugar, ela já parecia humana. Apenas seus olhos, que continuavam dourados, como os de Christopher, a diferenciavam.

Katherine estava sofrendo, ela sentia pena de sua filha. Como puderam fazer isso com ela? Como puderam fazer isso com uma criança tão inocente?

Ela se dirigiu para uma janela. O céu estava tão cinza quanto seus olhos. Bem no centro, ela viu uma grande marca em verde florescente. Era como se o céu tivesse feito uma tatuagem. A marca era de duas luas, entrelaçadas. Era a marca da Sociedade Renegada.

– Conseguimos querida. – Christopher disse. Ela sorriu.

– Sim, conseguimos. – Ela sentia o peso no coração se esvaindo. Eles salvaram a pequena de um destino terrível. Não salvaram?

Alguém bateu na porta, eles sabiam quem era. Era Michele. Katherine pegou a criança nos braços, ela e Christopher subiram as escadas do porão e mesmo no andar de cima, o choro da menina ainda podia ser ouvido. Christopher repetiu mais uma vez em sua mente: “Chegou a hora”. Ele abriu a porta devagar. Havia uma mulher de cabelos loiros parada em sua frente.

– Ela está sobre seus cuidados agora, Michele. – Disse Katherine entregando a pequena para a mulher parada na porta. A garota parou de chorar e se aconchegou. Michele afirmou com a cabeça e sorriu. – Cuide dela, custe o que custar. Você é uma guardiã.

Christopher apenas a encarou.

– Obrigado, Michele. Ela está a salvo agora. – Ele disse. A pequena se remexeu, porém não acordou. Ela já estava ficando um pouco corada por causa do frio. E ele sabia que o tempo perto de sua filha estava se esgotando.

– Adeus, minha querida. – Disse Katherine, dando um beijo em sua testa. Ela se afastou, chorando, do casebre, onde tinham se escondido durante todos esses anos.

– Boa sorte, Evolet Sutton. – Christopher disse com um sorriso estampado no rosto, que disfarçava sua dor.

Os Sutton, agora sem sua pequena se afastaram de Michele, deixando sua filha para trás.

– É o melhor para ela, Katherine. – Christopher disse respondendo seus pensamentos.

- Eu sei disso. - O corte em sua mão ainda doía, mas a dor parecia tão pequena comparada ao que estava sentindo agora. Katherine se virou, olhando para a pequena pela ultima vez.

– Surgere Luna Media Nocte. – Ela disse limpando as lagrimas do rosto.

– Surgere Luna Media Nocte – Repetiu Christopher.

– Et sol combustiones. – Completou Michele.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora, cabe a você, leitor, fazer parte do mundo de Evolet Sutton. Junte-se a ela nessa pavorosa aventura e desafie você também o destino!